Bloody - Engines Of Sins
11 faixas -  2008 - Independente

    Em agosto de 2008 o Bloody, a banda paulista de Hortolândia dá seqüência á sua promissora carreira no thrash metal com o lançamento do seu segundo cd Engine Of Sins, e desta vez Fábio Bloody ( guitarras ), Luís Coser ( bateria ), Paulo Tuckumantel ( vocais ) e Andre Tabaja ( baixo ), trazem um álbum ainda mais pesado que Slow Death ( leia resenha ), e assim como o primeiro foi gravado no Da Tribo Studio  entre setembro de 2007 e janeiro de 2008 sobre a competente batuta de Ciero, novamente mesclando tecnologias analógicas com digitais. Nesta nova incursão em estúdio, o Bloody, começa a investir em um novo caminho em seu som partindo para uma sonoridade que vai do thrash oitentista tradicional ao death metal e o resultado não poderia ser melhor: os caras conseguiram realizar esta fusão e com se destacarão ainda mais na cena heavy metal nacional.

    Engines Of Sins é aberto com Bloody Machine que é literalmente quando a máquina thrash metal do Bloody é posta em funcionamento, e a engrenagem é apresentada em um ritmo rápido e pesado. Ponto forte para o amadurecimento da banda, aplicando uma base instrumental lembrando suas principais influências, como o Slayer, por exemplo. O massacre sonoro de nossos ouvidos prossegue com Invisible Faith e Paulo Tuckumantel está cantando ainda mais agressivo que o primeiro cd, e meus amigos... vocês ouvirão aqui um thrash metal muito mais consistente, destacando-se também pela performance do guitarrista Fábio Bloody. A terceira é a rápida No Pain, No Gain, uma que eles já estavam tocando nos shows antes do cd sair e os notáveis solos de guitarras de Fábio criam a feroz base para que o vocalista Paulo possa destilar sua fúria nesta ferrenha crítica às religiões puramente comerciais.

    O Bloody veio com este segundo trabalho disposto a não deixar nenhum thrashbanger parado e a porrada cadenciada Kill The Order é uma prova real disso. Nesta quarta faixa, quem merece um destaque é o o baterista Luís Coser que dita o ritmo da música para que novamente o vocalista Paulo possa arregaçar com sua voz neste flerte com o death metal. Forbbidens Words é um desabafo quase urrado pelo vocalista revoltado com a opressão do mundo atual em um vigoroso thrash, especialmente pelo potencial de baixo, guitarra e bateria que são aplicados. A cadenciada Evil´s Science marca mais uma aproximação com o death metal e o que mais se sobressai são as ótimas mudanças de andamento da guitarra até Paulo reassumir o comando da máquina e disparar o momento para que as rodas de empolgação sejam abertas.

    Com um início instrumental de primeira temos Forsaken By The Gods, mais uma raivosa crítica direcionada para a forma que as religiões disputam seus seguidores. Vírus é cantada em português e apresenta um peso descomunal e sua letra que é um 'murro na cara' da sociedade de nosso glorioso Brasil, e mais uma vez, a parte instrumental do Bloody mostra perfeita sincronia. The Outcome é a violenta forma de chamar a atenção para a importância de cuidar de nosso planeta e o peso imposto pelo Bloody é matador.

    Com muita cadência, qualidade, fúria, chegamos à décima faixa de Engines Of Sins com Immortal Rage e mesmo com a implacável performance do vocalista Paulo Tuckumantel, o set instrumental apocalíptico de bateria, baixo e guitarra são merecedores todos os prêmios nesta pedrada com letra baseada no massacre de Virginia Tech. Para fechar temos Chaos Empire, que além de tecer críticas aos impérios do 'deus homem' -  que só causam destruição -  e o som que somos brindados aqui mantém elevado o nível da fúria  metálica do Bloody, o que deixa no ar aquela vontade de ouvir tudo de novo e começar a bangear em casa mesmo.

    O Bloody nos traz um grande lançamento e mesmo começando a navegar em caminhos mais pesados que o thrash metal oitentista, eles ainda se mantém como um dos melhores representantes do estilo no Brasil, e o que é melhor, em franca evolução. Não é para menos que eles fizeram abertura para o show do Sodom em Campinas e do Destruction em São Paulo em 2008. E quase me esqueço de comentar um detalhe: a ótima capa e também a bela arte gráfica do cd com todas as letras traduzidas para nossa língua nativa.

Site: www.bloody.com.br
E-mail: bloody@bloody.com.br

Por Fernando R. R. Júnior

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