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No bate papo segue abaixo o
Alexandre WildShark conversou com Daniel Iasbeck
e 'Reverendo' Marcerlo Rossi
da banda Exxótica em
plena KissFest com o Bruce Kulick na cidade de Campinas no dia 12 de maio de 2007 (
confira
como foi em detalhes
aqui
) onde ele contou sobre os lançamentos de Capitulo III
e IV, o game do Roko Loko, da alegria por estar
tocando no mesmo palco de Bruce e muito mais!!!
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Rock On Stage: Vou começar essa entrevista sanando uma dúvida
particular minha. No novo disco da banda ( Capítulo IV ) tem uma música
chamada "Os Fantasmas que Habitam o prédio", uma música muito
fantasmagórica com o perdão do pleonasmo e cantada pelo 'Reverendo'
Marcelo Rossi ( baixo / vocais ). Essa música me chamou muito a atenção pela letra que
discorre um caso de uma tragédia, teria esse prédio sido consumido pelo
fogo e matado centenas de pessoas as quais seriam os tais fantasmas do
nome da música. Esse prédio por acaso não seria o Edifício Andralls?
Daniel Iasbeck: Não, na verdade foi o Joelma, que
tem uma história muito semelhante e há anos a gente queria músicas aquele
caso, mas a gente tava meio com medo de mexer com esses fantasmas entende?
Inclusive na sessão de gravação dessa música aconteciam fatos bizarros e
ouvíamos sons muito estranhos que talvez até você ouça na gravação dela no
cd ( risos ).
Rock On Stage: Já que falamos desse novo disco, o "Capítulo IV (
leia resenha ), conta pra gente como foi que surgiu essa idéia de lançar 2
discos ao mesmo tempo ( o "Capítulo III" saiu simultaneamente ) e
embaladas com capas de compactos em vinil, o que impulsionou vocês a
relançar toda a discografia da banda com essas capas novas em papelão,
como na era do vinilzinho. Por acaso a Patrulha do Espaço influenciou
vocês?
Daniel Iasbeck: Sim, na verdade roubamos essa idéia da Patrulha
que em 2003 lançou o ".comPactO" com essa capa de
vinilzinho, porque a gente tava procurando um meio de baratear o custo dos
nossos cd´s, pois achávamos caro vender à R$15,00 um cd de uma banda
relativamente desconhecida como a gente...
Rock On Stage: Mas não fica mais caro lançar com essas capinhas
luxuosas?
Daniel Iasbeck: Não porque a gente arruma patrocinadores
para imprimir as capas e o nosso custo é um cdr de1 real que vai ali
dentro e vendendo à R$%,00 a gente tem um lucro de 400% em cima. Por ser
baratinho vendo igual água, se for ruim o cara joga fora e tá tudo certo,
mas se ele gostar ele sai no lucro e completa a coleção e agente também
sai no lucro ( risos ).
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Rock On Stage: E falando em capas, as capas dos dois novos discos foram
desenhadas por ninguém menos do que Mozart Couto, um grande cartunista internacionalmente reconhecido. Como vocês conseguiram essa ' barbada ' ?
Daniel Iasbeck: Foi na cag##a! O Mozart é
um cara meio excêntrico que não sai de casa pra quase nada, pra você ter
uma idéia ele têm prêmios que ganhou na Europa e nem foi buscar!
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Só que ele mora em Juiz de
Fora/MG, uma cidade mineira maravilhosa onde eu cresci e onde mora toda
minha família e por ironia a minha mãe é amiga dele, eu sabendo disso fui
lá conversar com ele e passei a idéia das capas para ele que topou na hora
e fez pra gente numa boa, inclusive saíram ótimas, né não?
Rock On Stage: Com certeza! Mas vamos falar do jogo para games do
Roko Loko no Castelo no Ratozinger (
leia resenha ) do Márcio Baraldi,
outro grande cartunista nosso. Como rolou o lance da trilha sonora do jogo
ser feita pelo Exxótica?
Daniel Iasbeck: O Baraldi antes de conhecer a gente
ouviu o nosso segundo cd e gostou prá caralho da faixa intrumental
Python Regius, achou que tinha todo o clima para ser a trilha do jogo
dele. Me ligou perguntou se podia usá-la no jogo e eu claro que aceitei né.
Era uma faixa perdida naquele disco para qual ninguém dava nada por ela,
nem a gente ( risos ), daí ele foi lá e a resgatou. Foi ótimo!
Rock On Stage: Outra das inúmeras idéias inovadoras do Exxótica e
que deu muito certo foi o DVD contendo clipes para todas as faixas do
segundo disco, o "Capítulo II", de onde veio essa idéia louca?
Daniel Iasbeck: Meu, esse DVD quase não rolou, foi dificílimo de
acabarmos esse projeto, pô fazer um clipe para cada faixa do disco, essa é
demais né? Mas é uma coisa que partiu da minha infância, pois quando eu
era novo eu achava que as bandas faziam clipes para todas as músicas que
eles tinham entende, acho que até você pensava isso...
Rock On Stage: Com certeza...
Daniel Iasbeck: Então, já que ninguém tinha feito isso
porque não fazê-lo? E nós fizemos, graças à Deus deu tudo certo e vendeu
bem prá caralho, inclusive tá esgotado. Claro que tem uns percalços, tem
um clipe lá que é só eu e um violão na praia, cara aquilo é horrível,
depois você vê lá e me fala...rs...
(N. E. : A banda Pato Fú acaba de fazer isso e se diz o
pai da idéia, mas não sabem eles que o Exxótica chegou primeiro
aqui no Brasil e mais uma vez uma banda de Rock de Verdade é pioneira em
ótimas idéias, mas pra não ser injusto, essa idéia já foi usada na
gringolândia por uma banda chamada Super Fury Animals, se não me
engano.)
Rock On Stage: E como se deu a entrada do Fábio Hoffman (ex-1853) na
banda?
Daniel Iasbeck: Cara, a antiga banda dele, o 1853
gravou um cd comigo, eu tenho um estúdio e sou produtor também, e no meio
do processo todo saquei o talento daquele cara né? Pensei "...pô, esse
cara é bom pra caralho...tem feeling e tal..." e ele já conhecia o
Exxótica também, aí acabou rolando entende?
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Rock On Stage: Mas vocês estavam fartos de ser um trio ou algo do
tipo?
Daniel Iasbeck: Não, a gente estava em trio numa boa, mas o
Fábio veio somar não só musicalmente, mas também na parte extra-palco,
ele é um cara muito bom em divulgação, corre atrás mesmo e isso conta
muito porque numa banda se cada um não fizer a sua parte a coisa não anda
e o Exxótica só funciona por isso, cada um faz o seu entendeu? Por
exemplo: Eu tenho estúdio e produzo bandas, sendo assim a gente grava os
discos no meu estúdio e eu produzo tudo, assim a gente não gasta com isso,
o Marcelo marca shows e organiza as câmeras quando a gente vai
filmar, o Fábio toma conta da divulgação em todos os meios...
Rock On Stage: E o Espectro ( bateria ) faz o mistério ( risos )...
Daniel Iasbeck: O Espectro só come e dorme, não faz
porra nenhuma, nem 'mostra a cara feia'...hahahaha...
Rock On Stage: Mas vocês já foram um quarteto anos atrás, na época
do segundo play.
Daniel Iasbeck: No começo éramos um quarteto porquê não sabíamos
que poderíamos cantar, isso antes do primeiro disco ( Estranhos no
Ninho ), daí no primeiro play já éramos um trio com o Marcelo
e eu cantando. No segundo colocamos o Boris na segunda guitarra,
mas não funcionou por muito tempo e voltamos a ser três para gravar os
dois discos que saíram juntos ano passado e agora temos o Fábio
vivendo o Cigano no palco, que estreou com a gente em 14 de
junho de 2006 num show que virou nosso segundo DVD Exxótica Em Ação
que já está à venda.
Rock On Stage: Sendo vocês grandes fãs do KISS, como é tocar aqui na
KISSFest abrindo o show do Bruce Kulick ( guitarrista do KISS entre
1984-1996 )?
Daniel Iasbeck: Bixo, eu tô meio puto com um lance aí e agora eu
vou falar um pouco disso...
Rock On Stage: Pode falar...aqui não tem censura.
Daniel Iasbeck: O Bruce Kulick parece ser uma pessoa ótima
por tudo que a gente sempre vê dele nos vídeos e revistas, sempre sorrindo
e tal, inclusive aqui mesmo, mas o pessoal da organização são um bando de
escrotos, pensam que ele é o 'Papa', ninguém pode chegar
perto dele, agora à pouco, depois que a gente tocou, fomos lá conhecer o
Bruce e quando a gente foi tirar uma foto com o cara o organizador
olhou pra minha cara e gritou: - "Todo mundo prá trás!" de uma
maneira tão escrota que eu devolvi a grosseria dele dizendo: 'Vá tomar
no seu c*!' e subi pra falar com você e os fãs do Exxótica, mas
o Bruce é um cara ótimo, isso eu vi, tenho todos os discos dele, é
uma puta influência pra mim que toco guitarra agora essa coisa de pagar
pau já é outro lance.
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Rock On Stage: As músicas de vocês abordam letras bem intimistas e
corriqueiras com a gente, mexem com temas que rolam com todo mundo, pega
pelo íntimo mesmo, sendo assim não dá pra entender porque o Exxótica não
toma o mercado brasileiro de Rock de assalto e acaba com essa história de
que Rock aqui é o Jota Quest e o Skank?
Daniel Iasbeck: Porque pessoas como eu, como você são
exceções nesse país e não a maioria dominante, nem todo mundo dá atenção
para o que é dito em músicas, só ouvem por ouvir...
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Rock On Stage: Será que a maquiagem assustaria caso vocês
aparecessem domingo à tarde no programa do Faustão ou do Gugú?
Daniel Iasbeck: Com certeza! As pessoas já iriam torcer o nariz
antes mesmo de escutar a música e as pessoas só percebem o que está na
superfície e o Exxótica não é superficial!
Temos certas músicas que são pra zoeira, falam de putaria coisa e tal, mas
na maioria são músicas que exigem um pouco mais de atenção e as pessoas
não estão acostumadas a dar atenção para as músicas que ouvem. Hoje em
dias de MP3 o cara ouve 3000 músicas ao mesmo tempo e depois descarta
tudo. Então eu prefiro tocar pra pessoas assim como você que ouvem a
música, pensam na letra, apreciam a obra como um todo, mesmo que essas
sejam poucas pessoas, mas eu prefiro assim.
Rock On Stage: Mas vocês já conseguem viver somente dá banda?
Daniel Iasbeck: Infelizmente uma banda do nosso nível no Brasil
não consegue tocar de segunda à segunda, só tocamos de sexta e sábado, no
máximo de quinta à domingo e no resto do tempo temos nossas atividades
paralelas, mas todas ligadas à banda, como no meu caso, tenho o estúdio e
edito vídeos também. Se você pegar o nosso DVD só tem nossos nomes, um
editou, outro fez a capa e assim por diante.
( outra N. do E.: Nesse momento apareceu o 'Reverendo'
Marcelo Rossi, baixista e vocalista da banda vindo diretamente do
encontro com Bruce Kulick da qual Daniel falou acima, veja o
que ele disse: "Bixo, acabei de vir de lá de baixo, na hora que o cara
lá tava gritando com a gente o Bruce Kulick me chamou e falou que
conhecia a gente das revistas, queria ver o nosso show mas não pode por
causa da sessão de autógrafos, mas me pediu desculpas e tudo pelo que
aquele cara fez com a gente e me falou pra dar as desculpas dele pra você
também, o cara é muito gente fina meu!").
Rock On Stage: Marcelo, você ainda à pouco disse no palco que todos
os cd´s que vocês trouxeram para vender tinham se esgotado, inclusive sou
testemunha ocular disso, mas revela aí pra gente, quantos cd's do Exxótica
vocês trouxeram para vender?
Marcelo Rossi: Exatamente 180, fora os DVDs que estão quase todos
esgotados também.
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Rock On Stage: Agora Daniel, pra encerrar e te deixar em paz dando
autógrafos e tirando fotos com os fãs aqui no stand da banda, o espaço
está aberto pra você dizer o que mais você quiser.
Daniel Iasbeck: Em primeiro lugar eu tenho que te agradecer por
ter a boa vontade de vir aqui nos entrevistar, você é um cara legal,
inteligente que já entrevistou a gente outras vezes e entendo o nosso
trabalho, valeu mesmo Alexandre!
Queria agradecer todo mundo que acabou com os nossos cd´s e DVD´s, isso é
ótimo porque eu sei que essas pessoas vão chegar em casa e vão ouvir
nossos trabalhos, tomara que gostem né....rs....valeu muito pessoal,
brigadão!
Por Alexandre WildShark
Colaboração: Vagner Aguiar
( Fotos: Vagner Aguiar, Alexandre WildShark )
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