Metllica

    Depois, sem muitas delongas, o Metllica ( Metallica Cover ) de Campinas/SP subiu no palco com um set list que privilegiou os primeiros cinco álbuns dos 'Fourhorsemen' de Los Angeles. Um set muito bom, mas eu gostaria que alguma música do álbum Death Magnetic tivesse sido lembrada, ainda assim, Felipe Disselli ( o James Hetfield na voz e guitarra ) Lucas Disselli ( o Lars Ulrich na bateria ), Fábio Ferrúcio ( o Jason Newsted no baixo ) e Franz Souza ( o Kirk Hammet na guitarra ) empolgaram e bastante os presentes que aumentaram consideravelmente com relação à primeira banda.

    A primeira música lembrada por eles foi Creeping Death e os headbangers que estavam na Santa Fé fizeram uma roda bem forte. Eles prosseguiram com Harvest Of Sorrows e For Whom The Bells Tolls e o que impressionou mesmo, foi que o Metllica executava as músicas de forma muito parecida com o Metallica original, uma prova que eles tem uma ótima coesão.

    O vocalista Felipe avisa que é a primeira vez que tocam em Itapira e entra com Welcome Home ( Sanitarium ) que é seguida por The Unforgiven com os dedilhados iguais à composição original. Depois eles tocaram a matadora One, e novamente destaco a qualidade da banda, que reproduziu fielmente este clássico do álbum ...And Justice For All. Enter Sandman não poderia faltar, e foi aí as rodas pegaram fogo mesmo, e olha que em Itapira a galera gosta de uma roda mais nervosa, mas um pequeno problema ocorreu, um 'cidadão' resolveu subir no palco para dar um stage dive e desconectou os cabos dos microfones dos guitarristas da banda, que parou com a música para arrumarem suas guitarras.

    Após, ter recebido os 'agradecimentos' da plateia ( que não foram assim digamos, gentis, afinal, ele quebrou o clima da música ) o Metllica continuou Enter Sandman de onde havia parado e emendou com um cover de Remember Tomorrow ( do Iron Maiden e uma pequena pista da grande novidade que seria anunciada depois, já era dada ).

Kerozene

     Após o Metllica era a vez dos meus amigos Alexandre Januário nos vocais e guitarra, André Polidoro na guitarra e backing vocals, Rodrigo Vedovato no baixo e Tuco na bateria,  que compõem o Kerozene subirem no palco e darem inicio à uma apresentação quente, eletrizada que privilegiou e porque não homenageou, bandas que fizeram a história do Rock e Heavy Metal.  O quarteto de Mogi Mirim/SP iniciou seu show com T.N.T. do AC/DC seguiu com uma versão bastante pesada de Imigrant Song e Rock'N'Roll, ambas do Led Zeppelin ( na hora que tocaram a Rock'N'Roll, alguns dançaram e outros fizeram algumas rodas ).

    Mas quando eles caminharam em um set mais Punk Rock, aí a galera se inflamou mesmo e curtiu para valer o show do Kerozene, especialmente quando eles tocaram Should I Stay Or Should I Go do The Clash e aclamando a banda, começaram a gritar: " Hey Ho...Let's Go", e lógico, a banda atendeu os pedidos e tocou o hino Blitzkrieg Pop e também Sheena Is A Punk Rocker dos Ramones. Eles colocaram neste medley também um trecho de Rock das Aranhas do grande mestre Raul Seixas que foi cantado por todos ( e contentou aqueles que ficam gritando Toca Raul ).

     Foi durante o show do Kerozene, com a casa muito cheia, que o organizador Leandro Sartori anunciou e exibiu um grande banner de divulgação que Itapira receberá o show do ex-Iron Maiden Paul Di'Anno em mais de uma de suas passagens no Brasil. É um grande e importante passo para esta equipe que organiza todos estes shows que fazem a alegria de toda a comunidade headbanger da região, que venha o Paul e que bote para quebrar, e claro, o Rock On Stage estará lá.

    E o Kerozene não deixou por menos e tocou mais alguns hinos do Heavy Metal com Crazy Train do Ozzy Osbourne, Run To The Hills do Iron Maiden e I'm Want To Break Free do Queen, que assim como as outras foi muito bem executada, mas pelo set mais quente e notamente pesado que o Kerozene estava apresentando, a I'm Want To Break Free, talvez deveria ter sido substituída por outra.   

    Para encerrar o show com o vigor que teve desde o início eles tocaram um trecho de Two Minutes To Midnight para rapidamente executarem Fear Of The Dark do Iron Maiden. Mais uma apresentação consistente e empolgante da banda, que segundo eles me falaram antes de subirem no palco, em breve, terá também músicas do primeiro trabalho de composições próprias. Nos agradecimentos, o Kerozene não se limitou apenas à organização e os presentes, mas também aos amigos do Rock Now, Portal Megaphone e este que vos escreve.

Jack Flash

     Mesmo com o horário adiantado, a grande maioria continuou no Santa Fé Eventos para ver o Jack Flash banda composta por André Hellmeister nos vocais, Chico Marinelli e Tony Monteiro guitarras e backing vocals, Ralf Crow no baixo e Júlio César na bateria que homenagearam o lendário grupo inglês The Rolling Stones. Como o The Rolling Stones é uma banda clássica e das antigas, muitos dos mais novos não conheciam os clássicos imortais da banda, e ficaram prestando bastante atenção nas músicas, e com certeza gostaram.

    A missão do Jack Flash era de realizar um ótimo show ( e conseguiram com louvor ) e que passasse por sucessos das quase cinco décadas de Rock'N'Roll que o quinteto inglês possui em seu vasto currículo musical, em um prazo mais curto, afinal se fossem passar a história a limpo, conforme o guitarrista Tony Monteiro disse mais ao final: "o show completo seria de três horas ou mais". Para os mais novos foi uma aula do verdadeiro Rock'N'Roll com muito Blues, e para os mais velhos tempo de relembrar de músicas que ouvimos ao longo de nossas vidas, no meu caso, eu fechava os olhos e relembrava das duas vezes que vi os Rolling Stones em 1998, no Estádio do Ibirapuera/SP e em 2006, na praia de Copacabana no Rio ( confira resenha ).

  E o Jack Flash começou seu vibrante com nada menos que Brown Sugar e demonstrou aquela ginga musical Bluesada que os Stones tinham na fase setentista deles. Enquanto os guitarristas Chico Marinelli e Tony Monteiro tiravam solos que relembravam muito do que Keith e Mick Taylor faziam, o vocalista André Hellmeister era caras e bocas lembrando bem do estilo do Sr. Mick Jagger, mas quem fez uma apresentação praticamente insana foi o baixista Ralf Crow, que agitou todo o set da banda de Campinas/SP.

     O Jack Flash disparou clássico em cima de clássico tais como: o Rock´N´Roll sessentista de Get Off Of My Cloud, Mother´s Little Helper e muito carismático André Hellmeister, agradece aos fãs presentes, à toda a organização e eles tocam Honk Tonk Women em versão que foi o puro Blues, seguem com a elétrica Street Fightin´ Man e Paint In Black ( com os dedilhados iniciais fazendo muitos dos mais antigos entrarem em êxtase ). Dedicada à esposa do guitarrista Tony Monteiro, Mixed Emotions manteve a energia em alta que foi aumentada com Jumpin'Jack Flash música que deu o título da banda.

     Na execução de Sympathy For The Devil nem precisa dizer que o agito foi grande, quem conhecia balançou bastante, com um garoto me confessou: "meu pai sempre ouvia Rolling Stones e eu começei a gostar e ouvir sempre também".  Foi muito interessante ver a galera fazendo os "uuhh..uhhh" de Sympathy For The Devil e quem sabia a letra cantou ela inteira. Outro momento de pura interação banda/plateia foi na execução da mais recente Saint Of Me ( composta em 1997 ) em ritmo de Blues, onde a galera completava as partes que o vocalista pedia. Outra forte que não poderia faltar foi Start Me Up, hino do inicio dos anos 80 e presença certa nos shows dos ingleses desde então.

  A antiga Rocks Off e a mais "recente" de 1994 com You Got Me Rocking foram as próximas e o  punch original desta última foi muito bem captado pelo Jack Flash. Era tarde estava quase no final da apresentação, mas dois clássicos, dentre tantos, não poderiam ficar de fora, e It's Only Rock'N'Roll foi iniciadas nas palmas, que foram começadas antes dos guitarristas entrarem. Na execução de It's Only Rock'N'Roll, foi gratificante ouvir os fãs dividindo os vocais com André Hellmeister ( completando o refrão "It´s Only Rock´N´Roll...but I´m liked" ). O Jack Flash encerrou o show com o maior hino dos Stones: ( I'm Can't Get No ) Satisfaction, e claro, esta todos conheciam e pularam com a banda.

    O Jack Flash fez um show de muita qualidade do começo ao fim, com clássicos imbatíveis e tentaram resumir em pouco mais de 60 minutos a longa história dos Rolling Stones. Foi para mim o melhor show da noite e o que mais agitei. Com certeza, a gurizada mais nova que não conhecia Rolling Stones saíram do Santa Fé Eventos curiosos e provavelmente vão mexer na discografia dos pais para ouvirem mais a banda. Parabéns por manter o legado 'stoneano' Jack Flash.

   Depois foi a vez Yesterdays em ótima execução, com o único senão apenas do guitarrista Bruno Carmo que enfrentou problemas em seu instrumento, e aí coube ao Celsinho segurar a onda, e olha que ele fez isso muito bem. Joel caracterizado como Axl Rose solicitou à produção um whiskey ( é ele aprendeu bem com o vocalista americano ) e foi atendido prontamente, para então tocarem a rápida It's So Easy, momento que ele apresentou seus guitarristas simplesmente dizendo que eram Slash e Gilby Clark, e vale mesmo a interação do momento, pois mesmo sendo um cover, a ideia é nos levar a crer que os músicos fossem mesmo os notáveis membros do Guns'N'Roses.

    Em seguida eles atenderam aos pedidos dos fãs e tocaram Patience com direito aos assovios de Joel/Axl e os riffs de Celsinho/Gilby em uma ótima versão, e detalhe, ambos sentados em boa parte da música como no clip original. Com os gritos finos de Joel, solos precisos e pesados Welcome To The Jungle fez a galera pular muito com muita felicidade. Depois o vocalista brinca ao anunciar Used To Love Her, manteve o clima Rock'N'Roll quando tocaram a épica Civil War e energizou todos com a frenética You Could Be Mine.

    Além dos trejeitos, dos óculos, de ficar sem camisa, do boné invertido, Joel também mimetizou Axl Rose ao tocar November Rain com uso de teclados, que só não ficou perfeito, devido aos vocais um pouco mais estridentes que o necessário. E em seguida o frontman apresenta seus colegas de banda, e os guitarristas Celsinho e Bruno iniciam um solo que vai caminhando para um dos riffs mais conhecidos da história do Rock, e desta forma Sweet Child O Mine chacoalhou o Santa Fé Eventos. Para acalmar um pouco os ânimos, era hora de uma balada, e assim ele perguntou se queríamos ouvir Don't Cry, claro que sim, e encerram sua calorosa apresentação com a pesada Paradise City às cinco da manhã.

    Embora eventos com bandas que possuem material próprio tem seu charme, importância e atraem muita gente, entretanto, o Tributo Festa Rock mostrou que o público aprecia bastante também shows de bandas covers, afinal, a casa esteve cheia e com muitas pessoas de várias cidades da região e não somente de Itapira. Já é uma constante nos reviews que faço dos eventos em Itapira, mas mais uma vez não posso deixar de parabenizar à organização na pessoa do Leandro Sartori, ao Fernando Pinna's e a todos que fizeram desde sábado, mais um dia dedicado ao bom e velho Rock'N'Roll e mais uma vez sem nenhum tipo de problema.

 

 

 

 

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agosto/2011