7º Tributo Festa Rock
Com:
Sleepwalkers ( Megadeth Cover ), King For A Day ( Faith No More Cover),
Real Nirvana Cover
,
Love Gun ( KISS cover ) e Militia
Sábado, 08 de junho de 2013 no
Santa Fé Eventos em Itapira/SP
  

    O primeiro Tributo Festa Rock do ano e o sétimo desde que meus amigos Leandro Sartori, André Dias e Pinna´s idealizaram o projeto aconteceu novamente no Santa Fé Eventos com uma ótima escolha de bandas de estilos bem diferentes entre si foi provavelmente o motivo pelo qual um bom público compareceu no evento. Desta vez tínhamos o Sleepwalkers ( Megadeth Cover ) representando o Thrash Heavy Metal, o King For A Day ( Faith No More Cover ) representando o Rock Alternativo único da banda americana, o Real Nirvana Cover da linhagem Grunge, o Love Gun ( KISS Cover ) relembrando o Hard Rock e o Militia, que estava mais para o Metal Industrial de nomes como o Rammstein.

Sleepwalkers

    Formada por Bruno Gusman  ( vocais e guitarra - Dave Mustaine ), Vinícius Lodi  ( guitarra - Chris Broderick ), André Pedral ( baixo - David Ellefson ) e Miguel Rambo ( bateria - Jimmy Degrasso ), o Sleepwalkers foi a primeira banda que se apresentou nesta edição e logo para começar uma banda que traz a vida o grande Megadeth, que confesso que esperava que tocasse mais para frente. Eles abriram bravamente com Trust e seguiram com Wake Up Dead, dois petardos para sacudir o pescoço com gosto, dada a atitude que Bruno Gusman mostrava ao cantar e solar sua guitarra junto a Vinícius Lodi.

    Depois, tocam Skin O´My Teeth e a agitação dos presentes ( que ainda não eram muitos ) estava muito grande, mas pegou fogo mesmo quando o Sleepwalkers relembrou o clássico Hangar 18, pois aí a galera abriu a primeira roda da noite e os demais fizeram muito headbanging. She Wolf foi outra escolhida no set, que não parava de receber clássicos, tanto que a seguinte foi a pesadaça In My Darkest Hour e continuou com a mais cadenciada A Tout Le Monde, que foi acompanhada com muita alegria por este que vos escreve.

    O Sleepwalkers é uma banda que segue muito bem as tradições de Mustaine & Cia e provaram isso ao executarem Sweating Bullets e a eletrizante Tornado Of Souls tocando assim como as anteriores, muito bem. Quando chegou a vez do hit Symphony Of Destruction, aquela vibração que vemos nos shows do Megadeth, que no refrão acompanhamos os solos gritando "Meeegaaadeeth" foi realizada no Santa Fé Eventos ( inclusive de tanto gritar Megadeth durante o show e nesta música... ganhei uma palheta de Bruno Gusman e fiquei honrado com o presente ).

Quando se fala de Megadeth, seja o original ou um cover como era o caso, não pode acontecer sem que os solos de guitarras aconteçam com muita categoria e Bruno Gusman ( com sua guitarra Fly "Mercedes" ) e Vinícius Lodi os fizeram muito bem como pudemos perceber em Peace Sells... que causou uma intensa participação dos fãs e a espetacular Holy Wars, que teve a honra de encerrar a apresentação do Sleepwalkers.

    Excelente aquecimento para o que estava por vir e sinceramente um show que fez aquilo que deveria fazer... me lembrar do grandioso Megadeth, que assisti no ano passado na tour que comemorou 20 anos do álbum Countdown To Extinction ( confira cobertura ). Se o Sleepwakers tivessem mais 30 minutos de apresentação seriam muito bem vindos, pois muitos outros clássicos do Megadeth poderiam serem tocados, mas isso ficará para outra ocasião. E com as luzes já acesas eles se despedem dos fãs ao som do sampler de Silent Scorn.

King For A Day

    Com a modificação do Faith No More Brasil, que não poderia vir, para o King For A Day, a excelente banda de São Paulo/SP foi indicada para rememorar um pouco do que Mike Patton e seus asseclas fizeram no show do Faith No More no S.W.U. de 2011, pois o set proposto por Guto, Rafael Maron, Romeu, Thiago e Cebola foi bem nesta linha, tanto que a instrumental de abertura, a Woodpeckers From Mars ( com trecho de Delilah do Tom Jones, foi utilizada pela banda norte-americana no festival ).

    O vocalista do King For A Day realmente incorporou o estilo de Mike Patton e com uma força frenética cantou From Out To Nowhere muito bem e seguiu com Midlife Crisis. Mas, quando tocaram a Falling To Pieces era óbvio que o Santa Fé iria chacoalhar, pois os fãs agitaram bem mais, assim como a banda, que queria deixar uma boa impressão na plateia e conseguiram em um show quente.

    Continuaram o show com Be Agressive e Evidence que mostraram mais da mescla de Rock e Hip Hop que o Faith No More fez em sua carreira. Bacana também foram as execuções de "Ashes To Ashes", "King For A Day" ( que dá nome a banda ) e "Small Victory". Entretanto, o melhor fica sempre para o final, assim o quinteto emocionou a maioria dos presentes ao tocarem a balada Easy e colocaram fogo na casa com a vibrante versão de Epic, clássico maior do FNM.

    Com a plateia nas mãos, Guto que durante o show andou de sem parar de um lado para outro do palco em uma inquietude muito grande, agradece pela oportunidade, elogia os fãs e a região, menciona que é a primeira vez em Itapira e então tocam War Pigs do Black Sabbath na versão do Faith No More em um momento de muito brilho da banda. Desde o citado S.W.U. que não pegava para ouvir nada do Faith No More e posso dizer que esta trupe completou sua missão com louvor ao nos brindar com seu show.

Real Nirvana Cover

    As trocas de palco até que foram realizadas de forma rápida, bem no tempo para conversar com os amigos, tomar uma cerveja, comer alguma coisa ou visitar as barracas que vendiam cd´s, dvd´s e outras coisas como a do meu amigo Francisco da Rádio Rock Clube.

    Visitas feitas era hora de voltar a atenção para Mário Leinfelder ( vocais e guitarra ), Cris Santos ( baixo ) e Heitor Sena ( bateria e backing vocal ), que estavam novamente em Itapira/SP para celebrar o Nirvana, banda de Seattle/EUA que teve uma importância muito grande para o Rock no início dos anos 90 e foi criadora do Grunge ( ao lado de Pearl Jam, Alice In Chains e Soundgarden ). O vocalista Mário Leinfelder parece  muito com Kurt Cobain e canta muito bem, como percebi nas versões deles para "Breed", "Aneurysm", "School" e "Silver", mas foi quando apresentaram Smells Like Teen Spirit, que fizeram a galera agitar para valer.

 

    Mantendo o território conquistado com clássico anterior prosseguiram a apresentação com Serve The Servants, a ótima Rape Me e Heart Shaped Box. Desta vez, Mário Leinfelder estava mais 'comportado' se limitando mais a tocar com toda a garra as músicas como Blem e Negative Creep, que deram sequencia ao show, digo comportado pois na última edição do Tributo Festa Rock ( confira resenha ), o vocalista estava endiabrado e rolou no chão.

    Depois de uma sequencia de músicas que agradaram, mas não foram as mais fortes gravadas pelo Nirvana, o trio botou para quebrar com "Lithium", "You Know You´re Right", "In Bloom" e "Come As You Are", que finalizou o bom show. 

Love Gun

    Prata da casa e com uma formação modificada o Love Gun KISS Cover - como é um padrão da banda - tocou tal qual os seus mestres, pois estavam todos com as devidas máscaras e uniformes, sim uniformes iguais ao KISS. Sem delongas começaram a festa com a explosiva Deuce e a mantiveram com Strutter em um show que fez os presentes corresponderem a cada nota vinda das guitarras de Fernando ( Ace Frehley ) e .... ( Paul Stanley ).

    O vocalista Eduardo Colferai ( Gene Simons ) tem o mesmo tipo de atitude e sarcasmo que o linguarudo vocalista do KISS possui no palco e não foi por acaso, que há um ano atrás eles estavam na festa de aniversário da KISS FM, ocorrida no infelizmente extinto Via Funchal. Fazendo a alegria para valer com seu Hard Rock, o Love Gun continuou a desfilar sucessos um atrás do outro como Shout It Out Loud ( que teve uma execução primorosa ) e I Love It Loud ( que fez a galera gritar os "oooooo yeahhh" junto a Eduardo Colferai ). Fizeram muitos dançarem com Cold Gin e em Shock Me, as guitarras assumiram um destaque maior e nos passaram aquela garra Rock´n´Roll que ouvimos na música.

Isso mesmo, dia 13 aqui no Parque Juca Mulato. Que pena que não poderá vir. Mas já vou te passar os dados dos meninos.

André Stefanini- guitarra base e vocal
Eduardo Colferai- Baixo e vocal
Eduardo S.C. Ferraz- bateria e vocal
Luis Fernando Bazani- guitarra solo e vocal

Se precisar de mais alguma coisa, é só pedir!!

   Assim como o KISS original, o Love Gun incorporou em suas apresentações o lado teatral da banda e pelo fato do Santa Fé Eventos ser uma casa fechada e um tanto baixa não poderíamos ter os momentos pirofagia, que Eduardo Colferai realiza, mas quem disse que isso seria problema? Não tinha fogo, mas ele nos inflamou ao vomitar sangue antecedendo a pesadíssima versão para God Of Thunder, tal qual vemos nos shows do KISS.

    Mostrando muito carisma no palco, Gene.. digo Eduardo Colferai toca as primeiras notas e nos pergunta se sabemos o nome da próxima canção, ao receber a resposta que "sim" tocaram Love Gun com o baterista ... fazendo as linhas vocais de Peter Criss muito bem. Podia ficar melhor? Claro que sim.... e para emocionar a todos, chegou a hora da bela Black Diamond, que você estando no show sente o quanto o Love Gun tocou com muito feeling este clássico sensacional.

    Quando o show é bom o tempo passa rápido não é mesmo? E infelizmente faltavam apenas duas para o Love Gun ir embora, e aí o que fazer? Respondo: tocar duas que marquem a noite. E foi o que eles fizeram ao dispararem a eletricidade presente em Detroit Rock City e a festiva Rock´n´Roll All Nite, que nos fez cantar com muita alegria. Sinceramente, quero ver um show maior deles, pois é muito gostoso assistir um KISS cover que tem presença e categoria ao se apresentar.

Militia

    Vez ou outra nos Tributos Festa Rock temos uma banda com som próprio e nesta ocasião inicialmente estava programado para um Rammstein cover, o Born Again, que não pode comparecer, mas foi muito bem substituído por uma banda que possui sons próprios e aí a discussão com bandas cover já surgiria na pauta. Há quem prefira os covers e quem prefira os de som próprio, inclusive foi tema da promoção realizada no Rock On Stage resultando em belas respostas dos fãs que participaram, cada um justificando muito bem o seu lado. Particularmente, eu prefiro quem toca som próprio, pois gosto de ver as novidades e sempre foi um foco aqui dar espaço para quem está desbravando a cena. 

    E com a atitude necessária para não só substituir o citado cover, bem como aproveitar a oportunidade para exibir suas composições mais na linha Industrial, o Militia tinha ainda um trabalho extra: encerrar com a potência que finalizou o festival. Randal nos vocais, Michel na guitarra, Marcel no baixo ( que era muito interessante, pois suas cordas brilhavam no escuro ) e Henrique na bateria alternaram um misto de músicas próprias, que futuramente estarão no primeiro álbum da banda, que recebeu o título de Exodo.

    Foi com os mergulhos introspectivos de Caronte, que o Militia começou a dar números finais ao evento e um fato me chamou bastante a atenção: a iluminação sinistra que eles utilizaram em seu show, dando um clima todo único e especial à sua apresentação.

    Para a alegria de muitos, continuaram com Mein Herz Brennt dos alemães do Rammstein, que foi muito bem cantada por Randal, que estava trajando um sobretudo bem longo e em seguida, outra das suas composições, com a interessante Escuridão. Criaram mais agitação de muitos garotos e garotas com Ich Will, também do Rammstein e prosseguiram com uma própria em português, a Cuidado com um andamento arrastado bem obscuro pela proposta que o Militia queria mostrar, que foi bem aceita pelos presentes.

    Embora já estivesse muito tarde, o Militia teve tempo ainda para nos mostrar outro cover do Rammstein com Sonne e também a Get Up! ( do Korn ), para então finalizarem o show e o 7º Tributo Festa Rock com a sua criação intitulada A.S.S.A.L.T.O. cantada em português de uma forma bem interessante, além de outra do Rammstein, a Du Hast. Saldo do show do Militia: melhor para nós que pudemos ver uma nova banda, que já está caminhando para um lançamento de composições só suas, o que a cena agradece e muito.  

    Sempre esperta, a equipe da Festa Rock Produções aproveitou os instantes antes do show do Love Gun, quando a pista estava bastante cheia para anunciar que Nasi, ex-vocalista do Ira! estará no ótimo Capitão Black em agosto, local que em maio recebeu Marcelo Nova ( confira como foi ) em um show matador.

    Para fechar esta resenha tenho quero ressaltar o que é o mais bacana em eventos como um Tributo Festa Rock: re(ver) os amigos e amigas que fiz pela região nestes 10 anos de Rock On Stage e curtir boas bandas ( covers ou não ), pois enfim, com o passar dos anos, percebe-se que somos uma grande família Heavy Metal e gostamos de conversar com os colegas sobre discos, shows e curtir juntos bandas que homenageiam alguns dos nossos ídolos máximos.

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos à Leandro Sartori ( Festa Rock ) e Pinna´s ( Portal Megaphone )
pela atenção e credenciamento.
Julho/2013

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