Megadeth - Countdown To Extinction 20Th Anniversary Tour
Abertura: Mindflow
Quarta, dia 05 de setembro de 2012
no Via Funchal em São Paulo/SP
 

    O Megadeth fez apenas um único show no Brasil em São Paulo que lotou completamente o Via Funchal, eles tocaram com imensa maestria na comemoração de 20 anos do álbum Countdown To Extinction, a exemplo da comemoração de 20 anos do álbum Rust In Peace ( confira aqui ), que foi um marco para a banda, que caminharia para a sua atual condição de uma das melhores bandas de Metal de todos os tempos. Quando o Megadeth lançou o Countdown To Extinction ele iniciaria também uma transição na banda, pois o Rust In Peace foi um clássico do Thrash; no 'Countdown' a banda além de tocar com peso, contou com uma maior produção sonora, um maior refinamento das harmonias e melodias e isso prosseguiu com Youthanasia e posteriormente com Cryptic Writings. Todos esses álbuns com a clássica formação Dave Mustaine, Dave Eleffson, Marty Friedman e Nick Menza foram o marco principal da carreira do Megadeth.

    E ao chegar próximo do Via Funchal percebia-se que a lotação seria completa, mesmo sendo uma quarta feira provando a moral que o Megadeth possui no Brasil, mas antes de tecermos as linhas do magnífico show do Megadeth, vamos conferir a resenha da atração de abertura, o Mindflow.

Mindflow 

    A banda brasileira Mindflow já conta com quatro ótimos álbuns lançados, várias turnês no exterior, além de uma em conjunto com o U.F.O., o que credencia a banda que iniciou suas atividades no Prog Metal - e a cada vez que vejo um seu show, percebo que está mais e mais voltada para o Metal - a se apresentar para o público que é fã do Megadeth. Após o meu rápido credenciamento, ao adentrar o Via Funchal eram pouco mais de 20:40 e o Mindflow já estava no palco se apresentando para uma plateia que aumentava seu número a cada instante.

    E sem pestanejar e aproveitando a importante oportunidade Danilo Herbert nos vocais, Ricardo Winandy no baixo, Rafael Pensado na bateria e Rodrigo Hidalgo na guitarra começaram o show com um vigor e uma energia muito fortes, que mostraram uma banda muito mais agressiva, talvez por estar abrindo para um dos quatro pilares sagrados do Thrash Mundial ou talvez porque a ideia que está claramente espessa em seus dois últimos álbuns Destructive Device ( confira resenha ) e 365 ( confira resenha ) seja essa mesmo, mais peso, mais Metal e menos partes progressivas.

    Assim Corrupted e Shuffle Up And Deal, ambas do último lançamento, o 365 são executadas na sequencia e mostraram que a banda não estava nem um pouco incomodada por abrir para o Megadeth e estava exibindo - com muita garra - sua capacidade. Interagindo muito bem com o público Danilo Herbert avisa que a seguinte era uma composição nova e com os solos pesados do guitarrista Rodrigo Hidalgo, que foram muito bem acompanhados pelo batera Rafael Pensado e pelo baixista Ricardo Winandy ( que não parava de agitar um momento sequer ) tivemos a inédita Urban Hero, que foi muito bem recebida pelos fãs assim como as demais.

     Deu para perceber como a banda está muito bem sincronizada no palco e conduzindo o seu show com a firmeza necessária, e após alguns agradecimentos à organização pela oportunidade que a banda estava tendo e o convite para que todos participem do show do MindFlow no Carioca Club em novembro,  eles dispararam a mais uma do 365 com a linda melodia de Break Me Out, que fez muitos fãs que estavam posicionados na grade cantarem seus versos juntos com o quarteto paulista. 

    Quem também estava tendo uma atuação de alto nível era o vocalista Danilo Herbert, que cantou a próxima do set, Walking Tall, com muito feeling provando mais uma vez a categoria de sua banda. Encerrando seus poucos mais de 25 minutos de apresentação tivemos a faixa título do terceiro cd da banda, a agressiva Destructive Device. Era inegável a felicidade dos músicos do MindFlow com seu show e posso dizer, que fizeram um excelente show de aquecimento para o Megadeth

Set List MindFlow
1 - Corrupted
2 - Shuffle Up and Deal
3 - Urban Hero
4 - Break Me Out
5 - Walking Tall
6 - Destructive Device

Megadeth 

    Este show do Megadeth além de celebrar os 20 anos do álbum Countdown To Extinction, comemora também os 27 anos da Rádio e TV Corsário de Júlio Viseu ( responsáveis pela vinda da banda ) e foi nesse clima festivo que os fãs - que estavam lotando o Via Funchal - aguardavam ansiosamente pelos minutos que restavam para a entrada do show. Aliás, passaram alguns minutos a mais do que o horário previsto para o inicio programado, mas a adrenalina era tanta que nem foi percebida. A responsabilidade do Megadeth com Countdown To Extinction era enorme, pois o anterior é um dos maiores clássicos do Thrash Metal e certamente a dúvida seria se o álbum seguinte seria tão bom quanto. Bem a história provou que foi... pois o quinto da carreira da banda vendeu 2 milhões de cópias só nos Estados Unidos devidamente impulsionadas por hits como "Skin o' My Teeth", "Symphony Of Destruction" e "Sweating Bullets" garantindo também um prêmio Grammy.

    Foi nesse clima festivo que Dave Mustaine ( vocais, guitarra ) e David Ellefson ( baixo ), Chris Broderick ( guitarra ) e Shawn Drover ( bateria ) iniciaram o show com a Trust do Cryptic Writings tendo toda a galera do Via Funchal cantando junto, impressionando a banda a tamanha fidelidade dos fãs, era evidente a emoção de todos os presentes, em seguida mandaram a Hangar 18, a e galera foi para a alucinação total, quando vemos um novo show do Megadeth percebemos que a grande experiência que a banda tem, a cada ano ela passa um conhecimento maior para os fãs, mesmo tocando as mesmas músicas, e é a partir disso que vemos como o Megadeth e o Metal merecem ter uma eternidade como arte.

    Essa impressão sentimos também na She-Wolf ( Cryptic Writings ) e também na Tout Le Monde ( do Youthanasia  que provocou um agito enorme dos fãs que cantaram juntos com a banda ), uma coisa vale lembrar da She-Wolf, e que ficou muito evidente nesse show, é que essa é uma excelente composição principalmente devido aos backing vocals, é uma musica em que Dave Eleffson aparece bem em seu papel de vocalista apoiador de Mustaine. Sendo membro fundador do Megadeth, ele não tem o brilho de David Mustaine, mas merece receber respeito pelo fato de ajudar a nascer o Megadeth e de continuar a escrever a história desta banda. 

    Em seguida eles tocaram duas do novo álbum Th1rt3en, a Whose Life (Is It Anyways?) e a Public Enemy nº 1, e foi aí que Chris Broderick aproveitou para voar nas seis cordas, com muita tranquilidade e categoria, com certeza é um dos melhores guitarristas de todos que passaram pelo Megadeth, fez solos ultra rápidos com David Ellefson solicitando as palmas e sendo atendido na hora. Depois disso, o líder Dave Mustaine soltou um "Good Evening" e teve seu nome gritado e agradece aos fãs. Não podemos deixar de citar os efeitos de iluminação, com várias filmagens no fundo do palco, a cada música o tema da música era passado num efeito visual do significado da música e que fazia ainda mais o público se interagir com a banda. 

 

    Após uma saída bem rápida do palco, pudemos acompanhar também Dave Mustaine entregando uma palheta para um fã especial em uma cadeira de rodas e aí ele comentou sobre o álbum Countdown To Extinction e logo após começou a tão esperada execução do álbum na integra, e a banda tocou os clássicos com extrema habilidade, porém deu para perceber do esforço e a diferença de se fazer um set diversificado e por outro lado, ter a responsabilidade de tocar um álbum na sequência em que foi gravado. 

    O Megadeth mandou muito bem, apesar de perceber que tiveram maior facilidade em executar o Rust In Peace na integra, pois eles brilharam começando com a Skin O' My Teeth, sempre auxiliados pela voz em coro dos fãs brasileiros, em seguida foi a Symphony Of Destruction, desde os anos 90, quando a galera canta “Megadeth...Megadeth..." e ouvir o Megadeth, parece que finalmente o povo brasileiro descobriu a linha de entrar no tom, sem ser aquela cantarolada desorganizada que até irrita, desta vez além de todos cantarem respeitando tempo e ritmo, a voz dos fãs brasileiros tiveram um timbre pesado que quase se confundia com a guitarra, foi um dos momentos mais belos do show.   

    E o show prosseguiu na sequência com Architecture Of Aggression, a bela Foreclosure Of A Dream provando que o álbum definitivamente é um clássico do Heavy Metal. Depois com muitas palmas da plateia tivemos o hit Sweating Bullets, que foi seguido sem pausas com This Was My Life e dá-lhe eletricidade das guitarras de Mustaine/Broderick, e também dá-lhe galera brasileira apoiando a banda muito bem.

    Eles encerraram a sequência com Countdown To Extinction e Mustaine recebe uma bandeira brasileira, a exibe para os fãs, enrola em sua guitarra e é ovacionado por eles, e então tivemos "High Speed Dirt", "Psychotron", "Captive Honour" e "Ashes In Your Mouth", tocaram da maneira mais explosiva possível, quando um álbum é conceitual como um The Wall do Pink Floyd, fica mais “fácil” de se executar ao vivo, porque uma música se conecta com a outra, mas quando clássicos são juntados com não tão clássicos, aí a situação fica mais difícil e até os mais experientes sofrem. 

    Antes do bis, com direito a um " E aí São Paulo..." pronunciado por David Ellefson que recebeu muitas palmas, eles vieram com uma surpresa a Peace Sells...But Who’s Buying, quase Punk, tocada e cantada num clima de festa e para complementar essa festa entra no palco o mascote do Megadeth a caveira Vic Rattlehead - vestida como um militar de alta patente - fazendo um show a parte.

    E os fãs gritam muito "Mustaine... Mustaine" no intervalo do bis e clamaram por Holy Wars, e foi jogada uma bandeira para o vocalista no palco assim que eles retornaram com os dizeres: "Brazil Loves Mustaine", comprovando a importância e o respeito que os fãs possuem com esta banda que é das maiores instituições mundiais quando falamos de Heavy/Thrash Metal e eles fazem questão de provar isso sempre nos palcos. Notadamente contente ele exibiu a bandeira e dando início ao bis eles tocaram a Holy Wars... The Punishment Due com o Dave Mustaine empunhando a sua guitarra Dean flecha decorada com a arte do disco Rust In Peace, tocaram com a mesma potência e vigor das quatro primeiras músicas, eram impressionantes os vídeos que apareciam atrás da banda durante todo o show do Megadeth sempre com um contexto político, e que esses efeitos que interagiam com a plateia com suas imagens, com certeza é uma boa fórmula para show de Heavy Metal. 

    E o Megadeth depois de passar pela glória do S.W.U. no ano passado, a desgraça do M.O.A. em São Luís/MA ( saiba aqui como foi ), neste show com certeza eles tiveram a redenção. Dave Mustaine é uma pessoa admirável, ele vem com o Megadeth com um espírito de luta pregando a música de sua banda a qualquer custo, pois, nos últimos cinco anos a banda veio quatro vezes aqui no Brasil, é um grande líder sem dúvida, e a boa notícia e que logo o Youthanasia vai fazer 20 anos de lançamento e, certamente teremos sua celebração no Brasil também e o Rock On Stage estará lá.

Texto: André Torres ( Megadeth )
e Fernando R. R. Júnior ( MindFlow )
Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos à Miriam Martinez
 pela atenção e o credenciamento
Setembro/2012

Set List Megadeth
01. Trust
02. Hangar 18
03. She-Wolf
04. A Tout Le Monde
05. Whose Life ( Is It Anyways? )
06. Public Enemy No. 1
07. Skin o' My Teeth
08. Symphony Of Destruction
09. Architecture Of Aggression
10. Foreclosure Of A Dream
11. Sweating Bullets
12. This Was My Life
13. Countdown To Extinction
14. High Speed Dirt
15. Psychotron
16. Captive Honour
17. Ashes In Your Mouth
18.
Peace Sells
Bis
19. Holy Wars... The Punishment Due

Clique aqui e confira uma galeria com 100 fotos dos shows do Megadeth e do MindFlow no Via Funchal em São Paulo/SP

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dos shows do Megadeth e do MindFlow
no Via Funchal em São Paulo/SP

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