III Absolute Metal Festival
Com: Fatal Scream, Dark Witch, Necrofobia, Soundtrack Rock, Rygel e Hurricane Scorpions Tribute Brazil

Sábado, 21 de Novembro de 2015
no Salão de Festas da Santa Luzia em Espírito Santo do Pinhal/SP

    Há 13 anos atrás, em novembro de 2002, a cidade de Espírito Santo do Pinhal/SP recebeu seu primeiro festival voltado exclusivamente ao Heavy Metal com a realização do I Absolute Metal Festival ( confira resenha ) e que no ano seguinte ( no mês de julho ) teve sua segunda edição em Santo Antônio do Jardim/SP ( confira cobertura ), que trouxeram nas duas cidades nomes - que ao longo dos anos tornaram-se cada vez mais conhecidos - como são os casos de Claustrofobia, Sagitta, Andralls, Helllish War, Bywar, Abrasion, Insignia, CollapseNR, além Exotic Symphony e Wishmaster ( Nightwish Cover ) e as locais Ritual Relic e Nazgul.

    Nos anos seguintes, os organizadores sempre mantiveram o sonho de produzir a terceira edição do festival, mas por diversos fatores, não foram possíveis a sua realização. Entretanto, a perseverança e a determinação de Renato Manca e Ricardo Manca garantiram a cidade o III Absolute Metal Festival com seis ótimas bandas, que foram responsáveis por shows de alto nível e que empolgaram bastante os headbangers presentes como detalharei nas linhas abaixo.

Fatal Scream

    Programado para começar às 21hs, o III Absolute Metal Festival teve um pequeno atraso de uns 40 minutos para que a passagem de som de uma das bandas fosse concretizada e para que os admiradores do estilo pudessem assistir à apresentações com o som muito bem regulado.

    E em pouco mais de 20 minutos, após a abertura das portas do Salão de Festas da Santa Luzia, a banda de Ribeirão Preto/SP Fatal Scream, que teve sua origem em 2012, já estava no palco devidamente pronta para iniciar o seu set, que deixou muito claro o talento do quinteto formado por Carol L. Miranda nos vocais, Diego Aricó e José Roberto Cardoso nas guitarras, Rodrigo Hurtiga Trujillo no baixo e Carlos Lourenço na bateria para iniciar o seu Heavy Metal, que transita por Thrash, Power, Groove e até um pouco de Prog Metal nas suas próprias composições.

    A primeira do Fatal Scream foi a Mental Prison, que trouxe longos solos de guitarras de Diego Aricó e José Roberto Cardoso e uma forte presença de palco da vocalista Carol L. Miranda, que além dos excelentes vocais, soube comandar a galera na expressão de seu olhar enquanto cantava. O quinteto prossegue o show com Machine Head e a vocalista, com a plateia nas mãos, se movimenta bastante pelo palco, faz poses, mexe com os presentes, faz headbanging, enfim, sabe como atrair os olhares para si enquanto recebemos toda a potência da parte instrumental dos demais músicos. Inclusive, ela até canta alguns guturais em algumas partes da música surpreendendo à muitos.

    Com um simples "valeu", ela comenta sobre as duas primeiras músicas, convida para conhecermos a página do Facebook da banda e que dentro em breve, eles estarão lançando o seu primeiro single e por fim anuncia a ótima Killer Wolf, que empolga bastante por seu ritmo pesado e seus solos de guitarras, que trazem evoluções bem contagiantes e boas vocalizações, que nos deixaram bastante ligados.

    Aproveitando cada instante de seu tempo para tocar o máximo de canções possíveis, Carol L. Miranda apenas agradece com um novo "valeu" e dispara outra que estará no vindouro debut do Fatal Scream, a Before The Judgement, que começa mais melodiosa, onde ela pode explorar mais seus vocais, além de solicitar palmas e ser prontamente atendida, e aí, os demais trazem as linhas mais metálicas da composição e a tornaram a melhor do set.

    Com repiques e toques pesados feitos pelo baterista Carlos Lourenço, que chamam riffs cheios de melodias dos guitarristas Diego Aricó e José Roberto Cardoso, hora de Trapped, a quinta do Fatal Scream neste III Absolute Metal Festival, onde novamente Carol L. Miranda solta toda o vigor de seus vocais, que se elevam novamente para pontos mais guturais e em seu decorrer recebe muitas palmas da galera.

    Rapidamente, ela avisa que a próxima era a Betrayer, que além de toda a sua atuação, que ia de linhas mais Heavy para outras mais Death Metal nos vocais tivemos também os exuberantes toques do baixista Rodrigo Hurtiga Trujillo.

    Antes de encerrar a sua breve e marcante apresentação, a vocalista do Fatal Scream agradeceu a todos os presentes, à organização e executam um cover do Pantera para Domination, que mostrou Carol L. Miranda 'bangueando' bastante durante os solos de guitarras, além de comandar os "hey...hey..." e provocar as primeiras rodas da noite, especialmente quando gritou: "todo mundo batendo cabeça aí..."

    Belo começo de festival e para quem aprecia nomes como o Shadowside deve se ligar nos futuros trabalhos do Fatal Scream. Em conversas posteriores ao seu show com Carol L. Miranda sobre sua postura de palco, com seus olhares impactantes enquanto canta, esta me confessou que isso faz parte de sua forma de atuar e que deixa o show com mais energia, e enfim, ela está totalmente correta.

Set List Fatal Scream

1 - Mental Prision
2 - Machine Head
3 - Killer Wolf
4 -  Before The Judgment
5 - Trapped
6 - Betrayer
7 - Domination

Dark Witch

    Eram pouco mais de 23hs, quando a segunda banda do festival entrou no palco, e esta era uma que eu aguardava muito para assistir o seu show desde quando ouvi o seu primeiro álbum, o The Circle Of Blood ( confira resenha ), pois, o Dark Witch é praticante do chamado Heavy Metal Tradicional e se a pegada em estúdio já havia me impressionado bastante, muito provavelmente ao vivo seria melhor ainda.

    E Bil Martins nos vocais e baixo, Andre Kreidel na bateria, Cesar Antunha e Décio Andolini nas guitarras se posicionaram no palco de costas para o público enquanto a rápida introdução foi tocada para logo em seguida detonarem com a Circle Of Blood, que teve uma recepção muito calorosa do público.

    Além da eletricidade dos solos de guitarras nesta primeira música, o que chamou a atenção foi o alcance dos vocais de Bil Martins, que nos cumprimentou com um "Boa Noite" e emendou entre muitos aplausos a rápida Wild Heart, que teve seu título berrado pela galera, afinal, o Dark Witch soube contagiar a todos, seja nos vocais ou nos eletrizantes solos de guitarras da entrosada dupla Cesar Antunha e Décio Andolini.

    Antes de iniciar a próxima, o vocalista comenta que ambas as músicas estão no primeiro cd da banda e avisa que será tocada a Master Of Fate, com seus pesados toques de baixo, muitos solos de guitarras e vocais em coro, que resultaram em um solidificado 'Heavão', que não deixou ninguém parado.

     Depois de um início com tanta vibração, Bil Martins toma uma água e avisa que a posterior é The Cauldron, que é daquelas que não tem jeito: te faz querer cantar com ele seus versos, e para quem a ouviu pela primeira vez a canção... creio que gostou muito, afinal, assim que Bil Martins pediu a nossa participação nos "heys..." todos atenderam prontamente, além de olharem o movimento sincronizado do chamado 'trio de cordas' ( baixo e guitarras ).

     Em seguida, o Dark Witch nos conta que tocariam um cover de uma banda que foi muito importante para eles e ouvimos os riffs eufóricos e clássicos de See You In Hell do Grim Reaper, um Heavy Metal dos melhores já registrados nos anos 80 e que moldou o estilo seguido pelos santistas, cuja acolhida pelos presentes não poderia ter sido melhor, pois, muitos cantaram seus versos, especialmente seu refrão.

     Antes de executarem a próxima, muitos dos fãs gritaram por Painkiller do Judas Priest e a banda deu até uma 'palhinha' com os primeiros riffs, mas infelizmente, por conta do atraso no início do festival, todas as bandas tiveram que cortar algumas músicas de seus respectivos sets, e desta maneira o Dark Witch optou por finalizar sua apresentação com mais duas do álbum The Circle Of Blood e assim, Firestorm com seus caprichosos solos de guitarras foi vocalizada com todo o carisma de Bil Martins e levou muitos a 'banguearem' bastante.

 

    A última desta primeira visita do Dark Witch por Espírito Santo do Pinhal foi a excelente e acelerada To Valhalla We Ride, que conquistou os fãs, pois, muitos cantaram seu título com o vocalista e viram o 'alucinado' Cesar Anthuha tocar sua guitarra com os dentes e ergue-la em sinal de felicidade com o calor vindo do público. O Dark Witch cravou outro excelente show neste Absolute Metal Festival e certamente ampliou sua quantidade de seguidores.

Set List do Dark Witch

1 - Circle Of Blood
2- Wild Heart
3 - Master Of Fate
4 - The Cauldron
5 - See You In Hell
6 - Firestorm
7 - To Valhalla We Ride

 

Necrofobia

     Após uma nova troca de palco, a veterana banda Necrofobia de Ribeirão Preto/SP - cuja atual formação conta com Rômulo na guitarra e voz, Rodrigo na guitarra solo, André na bateria e João no  baixo - deixou claro que seus integrantes estavam dispostos a quebrarem tudo com seu Thrash Metal Old School, que foi aberto com Membership, onde deu para perceber que a pegada da banda era bem agressiva e provocou algumas rodas na parte à frente do palco do Salão de Festas da Santa Luzia.

    E além dos vocais quase urrados de Rômulo... foi possível perceber também a belíssima atuação dele e do guitarrista Rodrigo disparando aqueles solos demasiadamente devastadores ao gosto dos que curtem o Slayer, que prosseguiram com a cadenciada Black Sheep.

    Em seguida, o vocalista agradece ao convite, às bandas que estão tocando e principalmente a nossa presença, inclusive, ele comenta sobre os 21 anos que a banda possui e também sobre a organização do evento, pois, eles conhecem bastante o cenário Underground e naturalmente já passaram por vários 'perrengues', o que não foi o caso nesta noite.

    Para Burn Flags Burn, eles mostraram uma levada mais furiosa com trechos para que os fãs berrassem os "hey... hey..." com o vocalista, além de muitos coléricos solos de guitarras.

    Logo após, o vocalista Rômulo conta sobre a perda do companheiro Raphael Guzzardi, que resultou em um videoclipe e os fãs aplaudem a sua atitude até que ele vocifera com todo ímpeto de seus pulmões a matadora canção de homenagem ao músico, cujo título é Guzzardi. Com bastante distorção de guitarras, o Necrofobia envia a bordoada de sua versão para Propaganda do Sepultura, que resultou em mais rodas e aquela ferocidade de seu poderoso Thrash Metal.

   E o Necrofobia continuou seu devastador show com Time Out, que fez muitos presentes sacudirem seus pescoços durante sua execução, que seguiu com Punch composição veloz que convocou a galera para abrir - provavelmente - a roda mais forte do evento.

    O vocalista comenta que a apresentação está chegando ao fim e para quem deseja apoiar a banda... convida para visitar a mesa de produtos do Necrofobia para comprar o cd e a camiseta. Depois de dizer isso, eles praticamente colocaram o Salão de Festas da Santa Luzia abaixo com a impiedosa Placebo, um Thrash dos mais velozes, que conteve também vários solos de guitarras do jeito que gostamos de ver ao vivo.

    Antes de sair do palco, eles novamente agradeceram a organização e engatilharam a violenta Dead Soul, que foi saudada com muito 'headbanging' por cada um de nós, graças ao seu potencial. Novamente outro show matador do III Absolute Metal Festival de uma banda que recomendo você conhecer mais.

Set List Necrofobia

1 - Membership
2 - Black Sheep
3 - Burn Flags Burn
4 - Guzzardi
5 - Propaganda
6 - Time Out
7 - Punch
8 - Placebo
8 - Dead Soul

Soundtrack Road

    O Soundtrack Road é uma banda de São João da Boa Vista/SP, que é formada por Alencar Moraes nos vocais, Lex Nogueira na guitarra, Johnny O'River no baixo e Rodrigo Marudi na bateria, que desde 2011 se apresenta nos encontros de motociclistas, bares e casas de Rock da região com um repertório de covers famosos de Rock e de Heavy Metal, mas a grande novidade para este III Absolute Metal Festival seria a exibição de algumas composições próprias da banda.

     Assim, a mistura de Southern Rock, Grunge, Hard Rock e Heavy Metal do quarteto começou com a versão certeira de Creeping Death do Metallica, que garantiu uma grande agitação dos fãs por se tratar de um clássico, entretanto, eles 'moem' o pessoal com a eficaz Ace Of Spades do Motörhead, que provocou algumas rodas na frente do palco pelo tamanho que energia que este hino contém.

    O Soundtrack Road conta com a boa presença de palco de Alencar Moraes, que soube como comandar a galera e que comentou que o Soundtrack Road está preparando seu primeiro EP com canções autorais, assim, uma delas, cujo título é Rise foi tocada trazendo um andamento distorcido, pesado e mais arrastado, bem no estilo de uma das principais influências da banda, como por exemplo, o Black Label Society e a composição foi muito bem recebida pelos presentes.

    Do White Zombie relembram a Thunderkiss 65 com o guitarrista Lex Nogueira abusando do pedal de distorção e com a precisão que a música pede. Inteligentemente, eles a ligaram com Man In The Box do Alice In Chains, que fez o público pular e cantar seus versos com Alencar Moraes, sinal claro que eles agradaram. Depois, o quarteto recebe alguns pedidos dos fãs, mas executaram uma versão pesada do clássico do Pop com Shout do Tears For Fears, porém, no estilo registrado pelo Disturbed.

    Com uma linha voltada ao Southern Rock, eles relembraram de um dos grandes sucessos do Pantera com Cemetery Gates e em seguida, o vocalista dedicou a próxima ao amigo Murilo ( que no passado tocaram juntos ), aos amigos de Andradas/MG e anunciou Wasted Years do Iron Maiden, que por se tratar de uma música da magnitude que é... intensificou a participação da galera, que cantou, 'bangueou' e agitou bastante com a bela versão do Soundtrack Road.

    E na hora dos solos, Lex Nogueira e Johnny O'River fizeram direitinho conforme Dave Murray, Adrian Smith e Steve Harris nos ensinaram. Posteriormente, o Soundtrack Road disparou a bordoada Cowboys From Hell do Pantera, nos agradeceram e terminaram sua apresentação, que empolgou bastante os presentes.

 

Set List do Soundtrack Road

1 - Creeping Death
2 - Ace Of Spades
3 - Rise
4 - Thunderkiss 65
5 - Man In The Box
6 - Shout
7 - Cemetery Gates
8 - Wasted Years
9 - Cowboys From Hell

 

Rygel

     Quando estamos em festivais, por mais rápidas que sejam as trocas de palco, o tempo é sempre um fator complicador, pois, cinco minutos que demorem há mais que o previsto, já são causadores de uma demora maior para começar os shows subsequentes, e por mais que a organização estivesse ligeira, o Rygel, uma das atrações deste Absolute Metal Festival que eu mais aguardava, subiram no palco por volta das 01:35 da manhã, com um pouco menos de público em relação as demais.

    E a banda santista está em tour de divulgação do ótimo álbum Revolution ( confira resenha ), o terceiro de sua carreira, que marcou uma mudança no som para uma linha mais Heavy e menos Prog. Desta forma, Wanderson Barreto na guitarra e vocais, Ricardo Reis no baixo, Vinnie Savastanno na guitarra e Pedro Colangelo na bateria começaram o seu show com Save Me ( que abre também o cd Revolution ) com muita precisão.

     Neste princípio, já foi possível perceber a boa atuação do vocalista e guitarrista da banda, que soube como fazer a galera agitar e prosseguiu com Worst In Me, onde os dois guitarristas enviaram solos realmente vigorosos na linhagem mais moderna de seu Heavy Metal, que entre os trechos mais fortes conta com momentos melodiosos.

    Com uma saudação aos fãs, o vocalista avisa que a próxima música é a quinta do novo álbum e que o disco está disponível na mesa de merchandising da banda, assim, executaram com muita garra a envolvente Mutual Leechers, confirmando para quem ainda não conhecia este cd, porque eu o considerei entre um dos melhores que resenhei em 2015 no Rock On Stage.

     Então, Wanderson Barreto pergunta: "quem gosta do Black Sabbath aí?" e comenta que na mesa da banda de merchandising tem os cd´s, camisetas e outros itens colecionáveis para a galera ir até lá e conferir, para depois apresentar a banda e convocar o baterista Pedro Colangelo de forma que este executasse as primeiras notas do hino Children Of The Grave, em uma versão de primeira e totalmente incandescente, que provocou aquela adrenalina Heavy Metal em todos.

    Antes de tocarem a música seguinte, Wanderson Barreto avisa para todos filmarem e enviarem para a banda, que trechos dessa filmagem, se forem usados para o novo videoclipe da banda, os fãs ganharão um kit do Rygel, e assim, com esse aumento da 'vibe', eles mandaram a todo vapor a matadora Before The Dawn, que foi reproduzida com toda a potência de estúdio.

    A galera berra "Helloween" e o vocalista sorri, porém, tendo em vista que todos os shows foram encurtados para que o festival não acabasse muito tarde, eles priorizaram mais duas composições próprias, agora com The Story Begins e Arisen que mantiveram a aura Heavy Metal intacta do show, inclusive destacando Wanderson Barreto, que berrou com força seus versos e junto ao inquieto guitarrista Vinnie Savastanno desferiram ótimos solos de guitarras.

    Com um carisma muito grande no palco, Wanderson Barreto pediu para que todos chegassem na frente e abrissem uma roda, pois, eles iriam executar uma música bastante conhecida do público com a Toxicity, cover do System Of A Down, que colocou todo mundo para 'banguear' intensamente e finalizou mais outro 'showzão' do festival em quarenta 'destroçantes' minutos de Heavy Metal.

Set List do Rygel

1 - Save Me
2 - Worst In Me
3 - Mutual Leechers
4 - Children Of The Grave
5 - Before The Dawn
6 - The Story Begins
7 - Arisen
8 - Toxicity

   

Hurricane Scorpions Tribute Brazil

     Para o encerramento deste III Absolute Metal Festival tivemos a banda paulistana Hurricane Scorpions Tribute Brazil, que desde 2006 relembram da importância que possui para o Hard Rock os alemães do Scorpions e para isso eles executam com muita desteza várias de suas memoráveis canções.

    Eram quase três horas da manhã quando Adauto Lee ( Klaus Meine ) nos vocais, Walter Rx ( Matthias Jabs ) na guitarra e talkbox, Ari Peliçon ( James Kottak ) na bateria, Elder Ace ( Pawel Maciwoda ) no baixo e Renato Estevam ( Rudolf Schencker ) na guitarra subiram no palco e incendiaram os poucos presentes - por conta do horário avançado - com aquela introdução do DVD Moments Of Glory seguida rapidamente pela explosiva Blackout, que foi tocada com muita habilidade pelo quinteto, sendo que a voz de Adauto Lee possui o mesmo timbre que a de Klaus Meine e esta versão de Blackout contou com os mesmos potentes riffs de guitarras bem na linha aos que encontramos nos shows e DVD´s ao vivo do Scorpions.

    Com essa pegada e continuando com o grau do show em alta, o Hurricane Scorpions Tribute Brazil nos envia Bad Boys Running Wild que manteve o clima de festa no ar.  O vocalista solta um "boa noite galera... esta é a banda Hurricante Scorpions Tribute Brazil e é um prazer imenso estar aqui" e logo depois executam a pesada The Zoo, onde foi possível observar Adauto Lee, Walter Rx e Renato Estevam se aproximando no palco durante os solos de guitarras ( aliás... que solos!!! ) e fazendo as interações no palco iguais as que os alemães fazem nos seus shows.

    Ao longo de sua carreira de mais de 50 anos, o Scorpions se notabilizou pela beleza de suas baladas, que sempre são dotadas de belos solos de guitarras e pela comovente voz de Klaus Meine, e aqui, nesta noite em Espírito Santo do Pinhal, esta banda tributo mergulhou nesta mesma magia com Always Somewhere.

    Ari Peliçon faz uma introdução pesada na sua bateria e junto aos demais exibem o 'Rockão' Loving You Sunday Morning, muito bem vocalizada por Adauto Lee e novamente junto aos guitarristas tivemos aqueles movimentos sincronizados, que nos fizeram curtir ainda mais o show.

    O vocalista avisa que a canção seguinte é uma mais recente do álbum Humanity: Hour I e toca o sucesso The Game Of Life, que também foi muito bem recebida pelos fãs restantes, que arriscaram cantar alguns versos. Antes da próxima, o vocalista convida todos para visitarem o site da banda e então mergulharam na melhor fase do Scorpions ao trazerem à memória a eletrizante In Trance, onde quem a conhecia bem a cantou a plenos pulmões ( meu caso inclusive ).

    Ainda dos tempos setentistas reativaram o Hard´n´Heavy He's A Woman - She's A Man, canção assim como a In Trance que os alemães deveriam incluir em seus shows e que para mim consolidou o melhor momento do show pela força dos solos de guitarras e pela velocidade exibida. Depois, de volta aos trabalhos mais recentes tocaram a Deep And Dark, que trouxe aquele clima do Hard Rock praticamente imortal do Scorpions.

    Com a dupla de guitarristas Walter Rx e Renato Estevam realizando novos e envolventes solos de guitarras, o quinteto tocou a Make It Real com todo o primor que exibiram nesta noite, mas tiveram o momento de maior ligação com os fãs na parte final que contou com os versos históricos contidos na balada Still Loving You, com todos seus emocionantes riffs e vocais cheios de dedicação, que continuaram a bela harmonia do show com o "Hardão" de Big City Nights, onde o vocalista apresentou seus colegas de palco para serem saudados pelos fãs, que graças ao estado de alegria que a música proporciona fez que todos dividissem os vocais com ele no refrão da música.

    E o Hurricane Scorpions Tribute Brazil não poderia encerrar sua apresentação sem tocar a canção de onde extraiu seu nome e que também é um dos mais marcantes Rocks que ganharam a luz nos anos 80...  estou falando da estridente Rock Like A Hurricane, que garantiu a agitação de todos que ainda estava por lá e cravando assim, um final clássico para um excelente festival.

Set List Hurricane Scorpions Tribute Brazil

1 - Blackout
2 - Bad Boys Running Wild
3 - The Zoo
4 - Always Somewhere
5 - Loving You Sunday Morning
6 - The Game Of Life
7 - In Trance
8 - He's A Woman - She's A Man
9 - Deep And Dark
10 - Still Loving You
11 - Big City Nights
12 - Rock You Like A Hurricane

Ressurgimento consolidado

   Este festival enfatiza que a crescente demanda do Rock e Heavy Metal em Espírito Santo do Pinhal precisa ser saciada com mais eventos. Nos últimos anos tivemos realizadas na cidade várias edições do Garagem do Rock, várias bandas de Pop/Rock locais se apresentando nos clubes e bares da cidade com uma certa frequencia e a inclusão de três bandas de Pop/Rock e Heavy Metal na tradicional Festa do Café de 2015.

    Isto comprova e vem de encontro com a necessidade de que serão necessários mais edições do Absolute Metal Festival para satisfazer este fomento por Rock, entretanto, tenho que ressaltar  também que muita gente que adora criticar a falta de eventos direcionados ao público Rock e Heavy Metal nas redes sociais e que não compareceram no evento devem rever suas posições, afinal, apoiar a cena é mais que ficar atrás de um computador ou celular e apertar o 'curtir' e o 'compartilhar'.

    Outro ponto a se que deve se salientar neste final de resenha é a organização, que foi elogiada por todas as bandas e pelos presentes, e isso, sem contar o caráter social do mesmo, pois, foram arrecadados muitos sabonetes e outros produtos de higiene pessoal, que foram doados ao Lar da Terceira Idade de Espírito Santo do Pinhal. Sei que o desafio é grande, mas, faço votos para que equipe organizadora possa realizar a quarta edição do Absolute Metal Festival em breve.

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos à Ricardo e Renato Manca
pela atenção e credenciamento
Dezembro/2015

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Soundtrack Rock e Hurricane Scorpions Tribute Brazil

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