É amigos
fazia tempo que não íamos a um festival ( desde Andradas/MG no I Power
Metal Festival, eu que voz escrevo, pelo menos, não pegava
um show e já estava me sentindo órfão do bom e velho rock´n´roll
). E neste
digamos " retorno ", fomos ver o Shaman e
mais algumas bandas no IV Festival de Inverno de Amparo/SP.
Desta vez, várias
vans de toda a região foram formadas, afinal teríamos bandas de grande
qualidade nesta noite de 25 de julho de 2004, o que seria uma certeza de rever
vários amigos da região. E não foi diferente, logo quando chegamos por volta
das 5 da tarde, já de cara encontramos com a galera do Executer ( que está
preparando o seu terceiro álbum ).
Andando pela praça
amparense, encontrei vários amigos, dentre eles: o Tomaz do Collapse NR, o Leandro e o
Daniel do Clube Rock de
Itapira, o Ivaldir do Rotten Corpse, além é claro de muitos outros de toda a
região. Era hora de parar e tomar a primeira cerveja da noite, aguardando começar a somzeira que estava programada, curtindo a
passagem de som do Shaman.
Sempre é
interessante ressaltar que junto com o público do metal que estava na praça da
cidade, haviam também crianças, acompanhadas de seus pais brincando no "
parquinho ", e tenho certeza que nenhum incidente deve ter acontecido, ou
seja, novamente os seguranças apenas ficaram olhando. E também quero aqui parabenizar a
prefeitura de Amparo na iniciativa de apoiar o heavy metal dando espaço para
bandas competentes da cidade e trazendo uma atração de porte internacional como
o Shaman, que essa postura sempre seja mantida.
Mas chegando
ao objetivo deste texto, 6:00 da tarde, o quarteto BR. Nock, com muita
percussão, abre o festival com
um som influenciado por Korn e Slipknot além de versões de Chico Science e
Nação Zumbi, que agitou e fez começar as primeiras rodas na cidade de Amparo.
Aquela
já tradicional pausa para a cerveja desta vez foi um pouco mais longa, afinal o
Brasil estava decidindo a Copa América contra a Argentina e o jogo foi para os
pênaltis. Resultado: muitos ficaram vendo o que ia acontecer, inclusive eu, e o
Brasil foi campeão sobre nossos hermanos.
Isso até
atrasa um pouco o começo do segundo show em Amparo, a noite já caia e o frio também, mas o público só ia
aumentando. O Executer sobe ao palco e detona um thrash metal de primeira.
As rodas e os moshs
explodem, a galera fica super empolgada com as músicas do cd Psychotic Mind
entre elas Involuntary Suicide, uma canção de thrash de
primeira, para detonar mesmo, No More Racism e um cover do Exodus ( numa
altura dessas, nem frio estava sentindo mais ). O Executer toca também Chaos
Memories e You´ll
Come Back Before Dying do primeiro
álbum Rotten Authorities ( que o
original é em vinil ) e outro cover, agora do Whiplash.
Pouco antes das 8 da noite o Executer convida o vocalista Rodrigo do Lethal Fear
( que se apresentaria logo depois ) para tocarem juntos
Sabbath, Bloody Sabbath num cover matador de Black Sabbath e o público
presente delirou, muitos pescoços ( incluindo o meu ) foram destruídos, foi um dos momentos
mais arrepiantes desta noite de 25 de julho.
Já eram mais de 8 e meia quando o Lethal Fear, também de Amparo
sobe ao palco para continuar a noite do Metal no IV Festival de Inverno. Abrindo com
Steele The Night Away do segundo
demo da banda Mephysto, seguida depois de um cover fantástico de One Shot at Glory
do
Judas Priest e um set contendo: Nightmare´s Kiss, Reach Out My
Soul e Mephysto que dá nome ao segundo
demo. Depois o Lethal Fear retribui a gentileza e chama o vocalista Juca do
Executer para uma jam, onde o que ouvimos é uma versão de Back in Black
do AC/DC ( que ficou sensacional! ), fechando com Last Crusader do
primeiro cd e a versão matadora de Hallowed By The Name do Iron
Maiden. Foi outra belíssima apresentação de Lethal Fear, que
juntamente com o Executer, deixaram todos devidamente empolgados
para o grande show que contarei abaixo.
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Agora chega a hora mais esperada da noite, dentro de instantes o Shaman
iria
mostrar um dos últimos shows da World Ritual Tour que dura dois anos e já
virou cd e dvd ao vivo ( o Ritualive
confira resenha do cd
). De cara quero destacar
que a bandeira que faz o fundo do palco fora mudada em relação ao último show
que tinha assistido ( no V
Monsters of Poços ).
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Quando os primeiros acordes de Ancient Winds começam pouco depois
das 21:30, a multidão de fãs que estavam presentes começam a ter um êxtase
coletivo. A entrada de André Matos, Hugo Mariutti, Ricardo Confessori
e Luis
Mariutti no palco principal estava feita. Seguindo a seqüência do álbum
Ritual,
temos em seguida a canção Here I Am, e o Shaman começa a mostrar
porque é uma das melhores bandas de heavy metal do Brasil. Comentar que as
músicas estavam perfeitas ao vivo é até retundante, mas estavam perfeitas!
Em
seguida Distant Thunder, Time Will Come e For Tomorrow,
canções que são maravilhosas de se ouvir e mostram desta vez, que a banda está mais
pesada.
A galera de Amparo e
região canta todas as músicas e pula sem parar, realmente é de ficar sem
fôlego - Era o festival de inverno, estava frio, mas com um show
empolgante desses ninguém notava!
Após essas canções, hora de lembrar uma canção maravilhosa
que é Lisbon, em uma versão que está mais cadenciada e vemos todos cantando "Skies
Are Falling Down !!". Então começa uma das coisas que achei mais interessantes deste
show: os solos individuais de baixo, guitarra e bateria, mostrando que a cozinha do
Shaman está cada vez melhor e podemos esperar por um grande lançamento quando
o segundo álbum estiver pronto ( previsto para setembro de 2004 ); a guitarra de Hugo Mariutti está mais afiada
ainda, foi um solo de guitar hero mesmo. Antes da próxima canção Ricardo
Confessori mostra por que é um dos mais exímios bateristas brasileiros num solo
descomunal que muitos ficaram de boca aberta vendo ( mais um discípulo de Mr.
Neil Peart? ). E acompanhando o solo de bateria um espetáculo
de luzes no ritmo dos toques.
É chegada a hora de ouvirmos Ritual música título da turnê e que fica sempre
bem ao vivo, adorei ouvi-la novamente. Após isso, Fábio Ribeiro que comanda
competentemente os
teclados na maioria das músicas deixa André Matos exibir seu talento e o que
ele aprendeu na faculdade de Regência Orquestral e Composição Musical com
melodias maravilhosas que serviram de introdução para uma das músicas que
muitas garotas suspiraram; é .. estou falando de Fairy Tale ( só
faltou ficar de isqueiros acesos ) que marcou um dos melhores momentos do show.
Encerrando a primeira parte temos Pride que é para sacudir os pescoços que
ainda restaram inteiros ( o meu fora destruído durante o Executer,
mas regenerou-se rapidinho para curtir o Shaman ).
No primeiro bis com o público gritando o nome da banda temos mais alguns solos de
teclados de André que culminam com Mr. Crowley do Ozzy Osbourne numa versão de primeira,
em seguida mais uma do "Madman" com No More Tears acompanhada de um coro
com mais
de 5.000 vozes presentes na praça da cidade.
O público já gritava antes, e André tinha dito que seria tocada nesta
noite, mas precisavam
aguardar mais um pouco, afinal todos queriam ouvir Carry On. Neste segundo bis foi o
que rolou para fechar mais uma apresentação memorável do Shaman. Não parece,
mas já era bem tarde, quase meia noite, e na segundona muitos trabalham (
incluindo eu ). Nesta altura já tínhamos visto e ouvido quase duas horas de
heavy metal de alta qualidade proporcionado pelo Shaman. A banda se reúne inteira
para agradecer ao público e jogar baquetas, peles, palhetas para o deleite dos
fãs - e despede-se ao som de uma bela melodia de fundo encerra
o show.
Do álbum Ritual apenas as músicas Over Your Head e Blind Spell
( e isso muitos gritaram perto de mim ) ficaram fora do
set, uma pena que são duas belas canções.
Vale repetir mais uma vez, parabéns a prefeitura de Amparo e a todos que
colaboraram para que este
IV Festival de Inverno tivesse numa de suas
noites bandas como o Shaman; além, é claro do Br. Nock, Executer e Lethal
Fear. E falo
novamente, não foi visto nenhum incidente, afinal tínhamos pessoas de todas as
faixas etárias, famílias com crianças, provando mais uma vez que heavy metal,
não é sinônimo de violência e sim de somzeira,
alegria e curtição de grandes shows, mas isso, nós do metal, já sabemos há
tempos.
E é bacana o fato de terem sido montados dois pacos, um deles alternativo
para as três bandas de abertura, pois assim elas não precisam ficar
dependentes dos equipamentos do headliner.
Por Fernando R. R. Júnior
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