Coletânea O Subsolo - Volume I
22 Faixas - Independente - 2016

    A importância das coletâneas para o mundo da música é demasiadamente grande, pois, graças à elas somos expostos a uma vastidão enorme de bandas dos mais variados estilos e regiões.

    Desta forma e com muito empenho, o site O Subsolo ( www.osubsolo.com ) mergulhou no conhecido e imenso universo Undergroud Brasileiro e resgatou de lá vinte e dois nomes em vinte e duas músicas de todos os lados do país. Na capa temos um cenário de guerra, com uma ótima frase, que serve de um mantra para o mundo real e também para exibir um tanto das dificuldades que temos no Brasil para que as bandas possam divulgar seu trabalho, que basicamente é uma verdadeira guerra contra tudo e todos. Vamos aos seus detalhes.

    Logo na abertura temos uma das principais apoiadores deste volume: a banda paulistana In Soulitary ( foto ao lado ) e que ajudou na prensagem do cd além de incluir a faixa Hollow, que é uma pedrada Thrash Metal/Death Metal  rápida, agressiva, com alguns trechos melódicos e vocais urrados, além de alguns limpos presente no álbum Confinement ( leia resenha ). Depois de Governador Valadares/MG vem o Thrash Metal intenso, visceral e raivoso do Demoliton com a bordoada Manipulation, que foi  gravada no EP Manipulation For Tragedy ( confira a resenha ).

    O Rock Blues do Texas Funeral, banda de Tubarão/SC chega em seguida com Hoje Eu Vou Beber, uma divertida composição em português na linha de nomes como a emblemática Velhas Virgens, cujo refrão pega na memória e instiga a tomar umas.  Os gaúchos de Taquari, que formam o Dust Comando atacam com No Gudge, canção voltada ao Grunge no padrão do Alice In Chains. Na sequencia, o Divago da cidade de Campinas/SP mostra seu Heavy Rock com vocais em português seguindo o estilo que se fazia no Brasil nos anos 80 com a canção Difícil.

    O Thrash Metal veloz e colérico contido em Nada Vai Me Derrubar do Bad Gnomo, banda oriunda da cidade da capital gaúcha Porto Alegre marca a quinta do cd, onde os urros fortíssimos aparecem esmagadoramente em uma letra em português e de certa forma até animadora. Para suavizar depois de tantas músicas mais agressivas, hora da balada Vento, Pop Rock a la Engenheiros do Hawaii feito pelo Decole, onde vemos ótimos solos de guitarras e versos de fácil assimilação bem gostosos de se ouvir feita por esta galera do Guarujá/SP. De ótima linhagem acústica nos violões e um tanto que introspectiva, porém, animadora, o Tourette de São Paulo/SP mostra a Prison, que certamente vai impressionar em suas tranquilas melodias.

    A próxima desta Coletânea O Subsolo - Volume I é a elétrica The Pocket Man, um Heavy Metal moderno do V8 Corporation ( foto ao lado ), banda de Criciúma/SC, que mostra sua cara através de vocais agressivos e riffs de guitarras empolgantes. Continuando temos Spidrax, composição que empresta seu nome para a banda de Heavy Metal paulistana e que nos traz sua letra em português, bem no formato oitentista.

    A porrada Fechando as Cortinas marca a participação do Box 47, banda da cidade de Valinhos/SP, que dispara um Heavy Metal em português e tece flertes  com o Metalcore, além de contar com uma ótima linhagem instrumental. A décima segunda do cd também é na nossa língua, porém, o Doctor Jimmy de Imbituba/SC nos trouxe a música Não Tenho Pressa, que segue por um caminho mais voltado ao Hard Rock com pitadas de Pop em bons solos de guitarras e vocais animados.

    Na pegada Pop Rock e Reggae, o Mandibula de Lages/SC exibe a descompromissada Nossa História. Após um noticiário de fazer a introdução sobre o que é 'Metaleiro', o Holiday Nice de Itu/SP envia o Pop Rock presente em Minacalot, que acelerado, empolgado e também com versos em português. Lembrando do padrão utilizado pelo Raimundos com os aditivos do Hardcore, o Incerto HC de Recife/PE executa nesta Coletânea O Subsolo - Volume 1 a faixa Mariah.

    Já os paulistanos do N.O.A.R.F. destilam seu veneno com a raivosa e um tanto rápida Don´t Tell Me, que destaca os seus irados vocais. O que esperar de uma banda com o nome de Dest_lado? Um som mais zoeira, mas, a surpresa deste quinteto da capital vem com os vocais femininos em português e despojados contidos em Mais Bebida em um estilo Stoner Rock, que recomendo conhecer. Já os paulistanos do Fault Line exibem o seu New Metal com Isis, que é forjada em nosso idioma em uma mescla bastante furiosa com sua parte instrumental.

    Unfold Paths começa ao som de trovões e gaivotas produzindo um clima sinistro para que o Doom/Death Metal lento e insípido do Crossed Crow ecloda em vocalizações agressivas consideravelmente adequadas ao formato depressivo proposto. Outro ponto que merece uma atenção é a parte de dedilhados, que conferem uma estilo atormentado à esta décima nona faixa da Coletânea O Subsolo - Volume 1.

   Já os catarinenses de Florianópolis do Red Razor soltam seu rolo compressor sonoro com Napalm Pizza, um Thrash Metal cru, veloz - como deve ser - e furioso o tempo todo. Relembrando as influências regionais, no caso... o candomblé, os paranaenses do Tribal nos apresentam a destruidora The Age Of Frustation, que possui um formato indicado aos fãs do Sepultura graças ao seu Death/Thrash Metal urrado e devidamente distorcido. Finalizando esta Coletânea O Subsolo - Volume 1 temos o Deadpan ( foto ao lado ) de Florianópolis/SC, com a música Unmasked Living, que se trata de um Thrash/Death Metal colérico e matador, que está repleto de urros e um ritmo intenso.

     Após mais de uma hora, a Coletânea O Subsolo - Volume 1 se encerra e nos dá a certeza que o Underground Brasileiro é lotado de muitas ótimas bandas, onde quero enaltecer algumas que fizeram parte deste cd, como são os casos do Demolition, Texas Funeral, Divago, Tourette, V8 Corporation e o Dest_Lado ( foto ao lado ). Entretanto, todas as vinte e duas bandas mereçam uma atenção, enfim, temos aqui uma "cabeça de ponte", que servirá como ponto de partida para conhecer mais de cada uma delas.
Nota: 8,5.

Site oficial: http://www.osubsolo.com/ 
Facebook: https://www.facebook.com/osubsolo/ 
Bandcamp: https://osubsolo.bandcamp.com/releases.

Por Fernando R. R. Júnior
Julho/2018

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