Iced Earth - Plagues Of Babylon
12 Faixas - Shinigami Records - 2014

    Dois anos após o lançamento do ótimo Dystopia ( confira resenha ), o Iced Earth manteve sua linha criativa e após sua longa tour, que resultou no excelente álbum duplo ao vivo Live In Ancient Kourion ( leia resenha ), a banda americana disponibilizou o seu novo trabalho, com o título de Plagues Of Babylon, o segundo de estúdio com Stu Block nos vocais, que substituiu com perfeição o consagrado Matt Barlow e Tim "Ripper" Owens.

    Vale dizer que Stu Block foi a escolha certa, seja ao vivo ou no estúdio, pois, o cara tem vocais potentes, atitude e carisma no palco, além de ajudar no processo de composição. Além dele, completam no line-up do disco ( isso mesmo, porque ao vivo atualmente temos Jon Dette na bateria ), os músicos Troy Seele ( guitarra ), Luke Appleton ( baixo ), o brasileiro Raphael Saini ( bateria ) e o 'chefão' Jon Schaeffer ( guitarras e vocais ). Plagues Of Babylon foi gravado no Principal Studios em Senden na Alemanha por Jörg Umbrett e Vicent Sorg. O processo de mixagem foi realizado no Nhow Studios por Kevin Paul e Jon Schaeffer em Berlin, enquanto que a masterização foi realizada no True Busyness Studios, também na capital alemã por Sascha "Busy" Büchen.

    A faixa título Plagues Of Babylon abre o cd em um ambiente épico, onde notam-se as guitarras em um ritmo único e a bateria ditando um estilo de batalha, que vai ganhando força e fica perfeito quando Stu Block começa a cantar em uma melodia que contém aquela vibrante linhagem Heavy/Power Metal do Iced Earth.

    Depois é a vez de Democide, que também conta com a combinação de bateria marcante ( com a presença dos convidados Daniel Schmitz, David Hambach e Christopher Jobi que fazem a parte 'marchante' de bumbos ) e guitarras, até que a música ganhe um pouco de velocidade e seja vocalizada de forma envolvente por Stu Block. A terceira é a pesada The Culling, cujas linhas cadenciadas recebem uma notável atuação do baterista Raphel Saini, e muita entrega do vocalista em meio à solos de guitarras que conquistam instantaneamente o ouvinte e confirmam o que Jon Schaeffer falou: "o novo disco é um pouco mais épico comparado a ‘Dystopia'.

        Em Among The Living Dead, as guitarras da afiada dupla Troy Seele e Jon Schaffer começam a condicionar o ritmo, que fica mais rápido em alguns momentos e melodioso em outros, mas, sempre vocalizado com competência por Stu Block, que recebe Hansi Küsh ( do Blind Guardian ) para abrilhantar ainda mais esta composição, que passa um estilo mais sombrio ( vale lembrar que os dois - Küsh e Schaeffer - já trabalharam juntos no Demons & Wizards ). A intensa Resistance continua Plagues Of Babylon e mantém a pegada intacta ao adicionar uma inviolável sequencia instrumental de altíssima qualidade junto aos vocais. O caráter épico e ao mesmo tempo caótico desta canção são vocalizados com precisão e já a classifico com a melhor que ouvi até aqui, confirme prestando atenção nos solos de guitarras e nos repiques da bateria, e isso sem contar a atuação do vocalista.

    E por falar em composições épicas, o que dizer da seguinte The End?, cujo andamento inicial está mais progressivo e até promove uma viagem muito boa de se ouvir, porém, depois recebe uma significativa virada, que a deixa ainda melhor devido ao entrosamento da parte instrumental com os vocais. Aliás, a versatilidade de Stu Block é um respeitoso diferencial desta atual fase do Iced Earth, ouça e comprove. A emocionante balada If I Could See You, mostra outra face do vocalista, que canta cada verso com muito feeling... e não se assuste se você sair cantarolando seu refrão após uma ou duas audições do cd, ainda mais com sua parte instrumental exibindo um crescente positivo. Para Cthulhu, a veia melodiosa do Iced Earth ficou em foco em seu começo, para depois a linha Power Metal entrar em evidência nesta oitava canção de Plagues Of Babylon, que está recheada de primorosos solos de guitarras e vocalizações envolventes, que te lembram de álbuns anteriores da banda, ou seja, os épicos e clássicos.

    Depois, em Peacemaker ouvimos um começo mais calmo feito nas guitarras de Troy Seele e Jon Schaffer trazendo um Stu Block cantando de forma mais tranquila, mas isso, até a guinada instrumental, que é realizada logo após a segunda estrofe. O que é mais interessante de se reparar são as discretas linhas de Blues, que temos na música. Exibindo melodias com ritmos de guitarras distintos e vocais agressivos, Parasite mostra um crescente com variações instrumentais de imensa qualidade e crava mais um excelente Heavy Metal dos americanos.

    Em seguida, temos Spirit Of The Times, que é mais melancólica e fica ainda mais emocionante pela forma que o vocalista a canta entre os longos solos de guitarras de Jon Schaffer, preciso dizer que conquista facilmente quem a ouve?

    Com a presença de Russel Allen ( do Symphony X e Adrenaline Mob ) e Michael Poulsen ( do Volbeat ) nos vocais junto a Jon Schaffer chegamos na Highwayman, uma versão de Jimmy Web ( gravada também por Johnny Cash e Willie Nelson ), que ficou muito cativante pela forma que o trio de vocalistas atuou, isso sem contar seu andamento cativante e um pouco cadenciado com linhas um tanto 'Bluesadas'.   

    Dizem sempre que o segundo álbum - quando uma banda começa ou sofre uma alteração nos vocais perdendo um frontman como os citados - é o álbum de afirmação de seu vocalista, bem... como disse anteriormente, Stu Block se solidificou no posto e mesmo com as constantes modificações na formação do Iced Earth, já podemos pensar na banda como Jon Schaffer, Troy Seele e Stu Block como membros que não se devem mexer. E só para variar o Iced Earth nos trouxe outro grande álbum, que em geral está mais obscuro e a banda torna-se a cada dia, cada disco, cada tour, um dos mais veneráveis nomes do Heavy Metal. É praticamente uma obrigação para quem é fã do estilo possuir este lançamento da Shinigami Records em sua coleção.  
Nota: 10.

Site: www.icedearth.com.

Por Fernando R. R. Júnior
Junho/2014

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