|
Fresno
O Fresno, banda formada por Lucas Silveira ( vocais, guitarra e teclado ), Gustavo Mantovani ( guitarra e backing vocals ), Rodrigo Tavares ( baixo ) e Rodrigo Ruschell, teve a missão de abrir o show do Bon Jovi e antes de comentar como foi o show dos gaúchos, devo afirmar que uma banda que não pertence ao eixo do hard rock, não foi uma boa escolha para a abertura dos americanos. Eram aproximadamente 19:45 quando o quarteto adentrou o palco todo de preto, tentando exibir uma atitude para fugir do estigma de "emocore" que o conjunto possui, porém, mesmo nitidamente mais pesados, eles são vaiados o tempo todo e não conseguiram empolgar os milhares fãs do Bon Jovi presentes. Eles tocaram entre outras, uma música chamada A Minha Estória Não Acaba Aqui - ainda bem - pois quem sabe no futuro eles consigam melhorar e até agradem um pouco mais.
Bon Jovi
A expectativa dos fãs do Bon Jovi aumentou em proporções iguais ou maiores que o tamanho do Estádio do Morumbi a cada momento que antecedia a entrada da banda no palco, muito mais fãs chegavam e notava-se que teríamos a casa tão cheia quanto o show do AC/DC no final do ano passado ( leia resenha ). Instantes antes das 21:15 as luzes são apagadas e aí muitas garotas começaram a chorar de alegria, a sofrer um grande aumento em seu delírio pela emoção de rever o ídolo da adolescência novamente.
|
Na abertura o gigante telão exibiu imagens do The Circle e o enorme círculo de luz que projetou palavras como "esperança", "amor", "paz", "diversão", e em seguida os músicos apareceram andando no telão e depois nos seus postos para que um dos maiores espetáculos do ano iniciasse. Jon Bon Jovi nos vocais, Richie Sambora na guitarra, David Bryan nos teclados e Tico Torres na bateria subiram no palco com a plateia ganha, que correspondeu plenamente com milhares de gritos histéricos e eufóricos. Além do quarteto principal, os músicos de apoio Hugh MacDonald ( baixo substituto do integrante original Alec John Such ) e o Bobby Bandiera ( guitarra ), completam a formação do Bon Jovi ao vivo.
O set list seria longo e passaria por toda a carreira da banda priorizando os grandes clássicos e foi bom Blood On Blood do álbum New Jersey que o show começou. Bon Jovi com uma blusa de couro e violão ( visual típico hard rocker ) cantou com um feeling que emocionou para valer os presentes, enquanto Richie Sambora provava porque é considerado um guitar hero, e eu sabia que teríamos muito do que costumo chamar de "guitarra americana" ( aquela que o jeito de solar é mais rock´n´roll e possui grandes influências de blues ), aliás, as vestimentas de Richie no palco lembram muito do lendário bluesman Steve Ray Vaughan ( um figurino bastante diferente do estilo poser dos anos 80 ). A reação dos milhares de presentes foi uma explosão de felicidade e todos cantaram, pularam e se extasiaram com o animado vocalista. Era a certeza de um show inesquecível.
|
Muito rock´n´roll e blues
A segunda foi We Weren´t Born To Follow do novo cd The Circle e a energia estava tão grande que não se via ninguém parado. Esta nova música tem um andamento rock que agradou muito os fãs, mas foi com You Give Love A Bad Name ( do Slippery When Wet de 1996 ) que a banda incendiou os corações de todos, seja com os efeitos no telão, a competente iluminação, o carisma de Jon Bon Jovi - que mostrava muita felicidade - ou os solos excelentes de Richie Sambora. Quando o estádio inteiro acompanhou nas palmas e cantou o refrão, tenha certeza leitores, os americanos devem ter adorado.
Eles disseram estão tocando as músicas que os fãs querem ouvir e antes de Born To Be My Baby o vocalista disse: “Vocês estão comigo esta noite São Paulo? Mostrem-me o seu melhor”. E o hit do álbum New Jersey fez a maioria dos fãs por todo o estádio, segundo conversas com algumas amigas, chorarem bastante de felicidade e muitos ficarem sem piscar nos competentes riffs de guitarra de Richie Sambora ( e me incluo entre eles ).
|
Depois deste começo perfeito chega a hora da primeira balada da noite: Lost Highway e esta canção que intitula o penúltimo álbum de estúdio do conjunto foi um momento para respirar, mas não para diminuir a emoção, pois seu ritmo country/rock empolga ainda mais com os solos que Richie Sambora realizou. Em seguida mais uma do novo trabalho com Superman Tonight, nesta Jon colocou uma camiseta do herói das HQ´s Superman e cantou com muito peso na cortesia do batera Tico Torres, e outro destaque em evidência foi para os teclados de David, que deixaram um ar setentista, ou seja, atuações excelentes dos dois músicos. In These Arms do disco Keep The Faith ( 1992 ) criou uma vibração positiva a cada verso cantado pelo vocalista e deixaram a festa ainda maior.
E Captain Crash & The Beauty Queen From Mars do cd Crush ( de 2000 ) Jon novamente pega o violão, produz um andamento mais rock´n´roll suave muito gostoso de se ouvir. E ele afirmou: "São Paulo, é muito bom voltar aqui. Faz muito tempo que não tocamos no Brasil. Vendo essa recepção de vocês, não faço ideia do porquê. Nós deveríamos fazer shows aqui todos os anos” ( e eu complemento: se isso acontecesse, quem sabe aí os preços seriam menores...) e completou em português: “Obrigado São Paulo” e então anuncia mais uma do The Circle com When We Are Were Beautiful e o vocalista mantém o violão para cantar como se estivesse louvando ou agradecendo aos céus. Richie utilizou uma Gibson Les Paul para realizar os solos notáveis e fez também os backing da canção, cujo clip mostra o tempo girando ao contrário ( que bom seria se isso acontecesse ao final do show e assistíssemos tudo só mais uma vez!!! ), a galera reagiu aplaudindo e cantarolando o refrão, ficou um momento suntuoso.
|
O passeio pelos grandes sucessos da carreira do Bon Jovi continuou com Runaway, primeiro grande sucesso do Bon Jovi do álbum de 1984, prenunciada pelos teclados rápidos de David Bryan e nesta o vocalista usou uma Fender Stratocaster e quintuplicou a energia do show, pois os gritos das fãs ( sim, das mulheres presentes e tinham muitas ) eram tão fortes que pareciam que iriam encobrir o vocalista, mas além de não encobrir, a iluminação e o telão que trouxeram imagens que somadas à música que estávamos curtindo que tornou este momento ainda mais enfeitiçante. Richie Sambora mais uma vez solou bravamente e mostrou porque é um dos melhores guitarristas do mundo em atividade, mas 'teve a ajuda' de Jon que também fez um curto solo.
O baixista de apoio Hugh MacDonald mostra sua habilidade com toques muito interessantes em We Goint It Going On, seu punch criou uma batida contagiante acompanhada pelos efeitos no telão e nas luzes coloridas eletrizam os fãs. O clip exibiu gente famosa como Martin Luther King, Barack Obama, John Lennon e outros. Mas esta canção nova guardava uma surpresa que é extremamente aceita ao vivo: Richie Sambora solando com muita precisão sua talking box. Bon canta o refrão mais algumas vezes após o final da música somente ele e a plateia, que provou que conhecia muito bem a letra. E aproveitando deste acessório musical, Richie nos brinda com outro hit que balança as estruturas do Morumbi: It´s My Life ( do álbum Crush ) cantada com muito carisma por Jon e devidamente eletrificada de forma correta, e Richie realizou um solo na talking box meu amigo(a) que foi um deleite à parte e muito marcante.
|
Bad Medicine um hard rock do disco New Jersey fez todo mundo pular e ver Jon, David e Richie cantando juntos o refrão, e como isso nos dava mais forças para agitar ainda mais, no telão siluetas de enfermeiras sexy e uma luz vermelha maravilhosa: um clima de puro hard rock. Esta música foi alongada, com longos e precisos solos de Richie Sambora e quando o vocalista apresenta o guitarrista Bobby Bandiera eles emendam algumas surpresas com trechos de Pretty Woman ( do Roy Orbirson ) e Shout ( Isley Brothers ) no meio do refrão de Bad Medicine, aí meus amigos ninguém se conteve, a adrenalina tomou conta de todos. Isso foi a essência do hard rock - diversão e festa!!!. Para os repórteres que acharam na coletiva ( confira aqui )que eles são uma banda velha, faço questão que eles tenham ficado aqui e visto a excelente sensação que é o rock´n´roll do Bon Jovi.
Mais uma do clássico New Jersey: Lay Your Hands On Me, e Jon saiu do palco para um descanso e deixa Richie Sambora ( atenção!!! quem não conhece isso é normal no rock e não um sintoma de idade ) para cantar essa música em um clima cheio de espiritualidade que fez todo mundo se confraternizar de tanta contentação, inclusive ao assumir o microfone ele disse brincando: "Sei que hoje não é domingo, mas vou levar todos vocês para a igreja", e todos acompanharam o músico iluminados pela imagem de vitral que apareceu no telão, foi um momento praticamente gospel que me fez sentir muita paz, só quebrada pela intensidade dos solos 'bluesados' ( com uma Fender Stratocaster ) e da voz rouca do guitarrista, e todos seguiram com eles nas palmas. No retorno de Jon Bon Jovi a 'baladaça' Always ( do cd Crossroad de 1994 ) 'cravou a faca' nos corações mais românticos, seu longo solo de guitarra ( feito com uma Gibson Les Paul ) atravessaram as almas dos mais harders, e como as mulheres cantaram com o Jon felizes da vida.
|
|
|
|
|
|
|
Primeiro Bis ou Segunda Parte?
Poderia até ser um pequeno bis se a banda não tivesse ficado empolgada com o calor recebido pelos milhares de fãs, mas como o público de São Paulo é diferenciado dos demais, eles sentiram que deveriam realizar um longo bis para conseguir ainda mais brilhantismo para esta perfeita noite de hard rock e foi com a linda These Days - título do disco de 1995 - que eles voltaram ao palco com ainda mais empolgação, e nesta a multidão acompanhou em coro o vocalista, que agora trajava uma camiseta vermelha. No final Jon avisou que no dia seguinte Tico Torres estaria comemorando mais um aniversário, e ele ganhou o maior "parabéns a você" da vida com um coral de mais 68.000 vozes, com certeza, ele adorou o presente dado pelos brasileiros.
Nesta segunda parte, o quarteto queria deixar mesmo a apresentação na memória de todos e para Wanted Dead Or Alive Jon e Richie a executaram nos violões, mas os fãs entraram cantando antes mesmo do vocalista em um momento da mais pura emoção. O esplendor dessa canção do álbum New Jersey ficou maior, pois Richie utilizou um lindo violão de dois braços em seu início e depois eletrificou ao máximo com sua guitarra.
|
No final os dois guerreiros ( Jon e Richie ) se entreolharam com muita alegria trouxeram os acordes de Someday I'll be Saturday Night ( presente no álbum Crossroad ) e foi majestoso ouvir todos cantando com os músicos, mas Jon estava muito empolgado e queria mais, ele repetiu o refrão mais vezes e o alongou, junto com a banda, para multiplicar o potencial químico banda/plateia que serviu para glorificar sua passagem por São Paulo ainda mais. Livin' On A Prayer começou praticamente à capela só com Bon e a galera, e ele declarou: “Vocês não conseguem esperar, não é?”, e assim o clássico do álbum Slippery When Wet corou o show do Bon Jovi na capital paulista. Afinal, ouvir o estádio inteiro berrando a uma só voz os versos da música e ver Richie Sambora mais uma vez na 'talking box' são experiências que ficarão vivas em nossas mentes por toda a eternidade.
|
Set List: Bis 1
|
|
Galeria de Fotos do Bon Jovi
Descrição:
|