Mötley Crüe e Buckcherry
Terça, dia 17 de maio de 2011
 no Credicard Hall em São Paulo/SP
 

    E finalmente o Mötley Crüe veio no Brasil, há muito e muito tempo nós metalheads brasileiros esperávamos por esse show, e eles fizeram um show muito bom, mas foi só. Muitos esperavam um show mais empolgante e até uma produção maior, foi legal, mas houve aquela sensação de que faltou alguma coisa. E deve acrescentar também que o show foi curto o problema não é ele ser curto o problema é ele ser encurtado.

    E por que isso foi aparente num show do Mötley Crüe, que é uma super banda de Heavy Metal; provavelmente por causa da grana, isso é bem provável. As produtoras que estão trazendo shows internacionais, este ano vários deles, talvez estejam fazendo o pacote Brasil, ou seja, chamam os artistas mas pagando pelo preço lá em baixo, e faturando alto de nós com ingressos caros, o resultado é, um show meia boca, mas não foi o que aconteceu mas poderia ter sido sim muito melhor.

 

Buckcherry

    A banda americana Buckcherry foi encarregada de fazer o show de abertura do Mötley Crüe, a banda formada por Josh Todd ( vocal ), Keith Nelson e Steve D. ( guitarras ), Jimmy “Two Fingers” Ashhurst  ( baixo ) e Xavier Muriel ( bateria ) fizeram um bom show, principalmente nas duas primeiras músicas a  Dead e a Rescue Me, que foram não somente o melhor momento da banda mas pode se dizer também um dos melhores momentos de todo show.  

    Há uma ótima tendência instrumental de as guitarras não só ficarem fazendo ritmo e solo, mas sim as duas arpejando sem parar como se fossem violinos do Heavy Metal, o som fica pesado e elétrico, muito bem elaborado e foi isso que o Buckcherry aproveitou nas primeiras músicas, depois delas a banda perdeu um pouco a pegada.

    O Buckcherry também como o Mötley Crüe tem um apelo Glam, e por falar nisso, eu seria omisso se não falasse dos modelitos Metal fashion da galera que estava no show; uma androginia, tinha um casal que era difícil divisar quem era o homem, mas o mais interessante foi um magrelo que estava com uma calça colada rosa choque de pantera, ele estava urinando ( fazendo xixi ) num canto do Credicard Hall numa pose que pensei: “Urinando nessa pose, faz isso sentado que fica melhor para você”; depois do show até zoei com alguns colegas, que o Mötley não tocou tão bem porque esperava ver mais garotas e não homens parecendo elas, bom vamos lá para o show do Mötley Crüe.

Set list Buckcherry

- Dead
- Rescue Me
- All Night Long
- Everything
- Oh My Lord
- It's A Party
- Next 2 You
- Lit Up
- Slammin'
- Lawless & Lulu
- Sorry
- Crazy Bitch

Mötley Crüe 

    Formação original, Vince Neil ( vocais ), Nikki Sixx ( baixo ), Mick Mars ( guitarra ) Tommy Lee ( bateria ), eles iniciaram o show com a Wild Side, que empolgou a galera que cantou o refrão em coro, depois a Saints Of Los Angeles do ultimo álbum homônimo de 2008, musica muito boa, boa presença de Mick Mars no solo de guitarra, essa música tem a total cara do que é o Mötley Crüe e a seguinte foi a Live Wire

    Super clássico tocaram a Shout Of The Devil, que foi muito boa a execução e seguiram com Same O’ Situation que foi praticamente cantada pela galera, Mick Mars sempre com sua Fender Stratocaster surrada vem no apoio tático com belos solos aparecendo bem na Primal Scream fazendo solos com categoria usando slide ( aquela latinha que coloca no dedo ), porém, após a execução dessa música ficou claro a produção fraca do show, parecia que faltava uma dose de entrosamento geral, em se tratando de Mötley Crüe sempre esperamos super shows.

 

    Depois dessa a banda deu uma rápida passada no backstage com exceção de Tommy Lee que tocou piano ( isso mesmo ) fazendo a introdução de Home Sweet Home, Vince Neil entrou cantando e depois o resto da banda também entrou, parecia que nesta parte o show ganhava nova vida. Outra coisa que também melhorou a qualidade do show foi o procedimento seguinte na música Don’t Go Away Mad (Just Go Away ) com uma faceta quase acústica, que deixou os músicos mais liberados de uma harmonia embolada, sendo um ponto alto do show, e Mick Mars fez um belo solo marcante.

    Em seguida Mick fez seu solo individual, muito bom se teve alguém da banda que fez o máximo para melhorar o nível do show essa pessoa foi Mick Mars, ele tez um solo mostrando estilo e foi muito competente. Em seguida rolaram três pérolas, a "Dr. Feelgood", "Too Young To Fall In Love" e "Ten Seconds To Love", foi uma ótima sequência, mas que não fugiu do ambiente anterior do show, mas que mostrou uma coisa muito boa que esta incorporada no Mötley Crüe de que realmente é uma banda que usa elementos do que é o puro do Rock’n’Roll. E para finalizar antes do bis eles tocaram "Smokin' In The Boys Room", "Girls, Girls, Girls" e "Kickstart My Heart", dessas três músicas, as duas últimas foram as mais emocionantes que os fãs esperavam muito e o pessoal ajudou a banda cantando em coro, foi uma momento ímpar do show em que houve mais agito e festa dos presentes.   

    E no bis eles tocaram uma das melhores que eles tem, é uma das melhores não somente do Mötley Crüe, mas também uma das melhores músicas de Heavy Metal de todos os tempos: Looks That Kill, esse momento foi especial porque todos se uniram cantando com a banda e agitando da maneira mais metálica possível, mas quando a música acabou foi espantoso, parecia que a banda estava tirando um fardo das costas, despediram muito rápido e já partiram para o backstage, no mesmo momento as luzes imediatamente se acenderam e era momento de ir embora. 

    Tivemos o Twisted Sister duas vezes, banda que tem a mesma linhagem do Mötley Crüe, vieram em 2009 e fizeram um ótimo show ( confira cobertura ), prometeram e retornaram em 2010 e fizeram um show espetacular inesquecível ( veja matéria ) e pergunta-se, porque o Mötley Crüe não fez um super show? Dá-se aquela impressão que eles precisaram fincar a bandeira Mötley aqui, só que faltou um pouco e por que? Porque a banda é patriota demais e meio xenófoba com o Terceiro Mundo, difícil especialmente tratando-se de Heavy Metal em que o respeito dos artistas com os fãs é uma das grandes diferenças dos outros estilos musicais. A impressão verdadeira é que eles foram mal pagos, todo mundo trabalha e sabe o que é que acontece que se é mal pago você trabalha com “aquela vontade”. Espero que o Mötley Crüe que veio pela primeira vez, saiba o quanto adoramos a banda e que façam como o Twisted Sister fez, retorne aqui e nos agracie com um show espetacular, porque o grande exército metaleiro é importante e estratégico para o mundo dominante do Heavy Metal que vem pelo futuro. 

Por André Torres
Agradecimentos à Guilherme Oliveira, Juliana Siqueira
e a toda equipe da T4F - www.t4f.com.br
Fotos: Rafael Koch Rossi
Julho/2011

Set list Mötley Crüe

- Wild Side
- Saints Of Los Angeles
- Live Wire
- Shout At The Devil
- Same O' Situation
- Primal Scream
- Home Sweet Home
- Don't Go Away Mad (Just Go Away)
- Mick Mars Solo
- Dr. Feelgood
- Too Young To Fall In Love
- Ten Seconds To Love
- Smokin' In The Boys Room
- Girls, Girls, Girls
- Kickstart My Heart


Bis
- Looks That Kill

Voltar para Shows