Matanza
Abertura: Jesus em Êxtase, Medofobia,
Love Gun
( Kiss Cover ) e Made For Maiden ( Iron Maiden Cover )

Sábado, dia 31 março de 2012
 no Centão em Itapira/SP
 

   O Matanza já pode ser considerado como um velho conhecido deste redator, pois já acompanhei seus shows no Roça'N'Roll de 2009 ( veja cobertura ) e em Itapira mesmo (  em agosto de 2010, saiba mais detalhes aqui ). Desde que conheci a mistura de Hardcore, Punk, Country e o nosso amado Heavy Metal, fiquei fã dos cariocas e sempre que posso acompanho os seus shows. Neste retorno em Itapira, mais do que fazer a cobertura do show como é um costume do Rock On Stage ( além de cobrir os principais shows em São Paulo, divulgamos a cena da região ) me dirigi para a cidade mesmo sabendo que no dia seguinte teria a “árdua tarefa” de cobrir também o show The Wall Live de Roger Waters no Estádio do Morumbi.
 
    Bem, mas o assunto aqui é o Matanza e os cariocas retornaram na cidade de Itapira após quase dois anos para a divulgação do seu mais recente trabalho, o cd Odiosa Natureza Humana, o quinto de estúdio da banda, e como já é uma tradição na cidade, o evento torna-se praticamente um festival com as bandas de abertura que sempre são convidadas para o show, sendo elas: Jesus em Êxtase, Medofobia, Love Gun ( Kiss Cover ) e o Maiden For Maiden ( Iron Maiden Cover ).

 Jesus em Êxtase
 
    Cheguei um pouco atrasado no evento e perdi a primeira banda da noite: o Jesus em Êxtase, entretanto, fiquei sabendo que a apresentação da banda de Itapira formada por Bira na guitarra e vocais, Felipe na bateria e Bruno no baixo que tem uma pegada que mistura Hardcore, Grunge e Rock Alternativo foi boa e agradou os poucos presentes que já se encontravam dentro do Centrão, pois a grande maioria estava tomando uma cerveja lá fora. E quando entrei na casa e me direcionei para fotografar a segunda banda da noite, algo me chamou atenção, os restos de uma guitarra e de um prato de bateria. Eles não estavam ali por acaso, e com certeza faziam parte do show do Jesus em Êxtase, o que me fez imaginar o grau que deve ter sido o que este trio fez no palco. Em outra futura oportunidade procurarei assistir o show destes caras, porque pelo jeito foi explosivo.

Medofobia

    A banda de Pedreira/SP Medofobia - atualmente formada por Marcos Marino no baixo e vocais, Fernando Talarico e Johnny na guitarra e Tomaz Catin na bateria - foi a seguinte e dispararam seu Thrash Death Metal bastante pesado em um set que mesclou músicas próprias e alguns covers famosos e o público - que aumentava significativamente - recebeu muito bem suas músicas.

    O Medofobia inicia seu show com Religion War, uma pesada canção própria, que mostra o que as influências mais extremas da banda fizeram com os presentes, que começaram a explodir em várias rodas de mosh. Com o vocalista agradecendo a todos  e dizendo: “sem nós ( os fãs ), não existe a cena, não existiria o festival” e para celebrar isso, nos enviaram a pesadíssima Faceless, canção que é título do primeiro EP/Demo da banda e depois seguem com o peso massacrante de Leadershit.

    Para alegria dos bangers que estavam nas rodas de mosh e aproveitando o tempo de seu set o Medofobia executou Time To Die que manteve o peso sempre lá em cima. Depois Marcos convida o Daniel, vocalista do Slasher no palco,  e juntos fazem o cover para Striped, Raped And Strangled do Cannibal Corpse e esta cadenciada e agressiva música foi um dos momentos que a galera mais agitou.

    Depois o quarteto de Pedreira atacou com Back To Hell, um Death Metal rápido e feroz e seu vocalista agradece as rodas formadas no Centrão para então encerrarem o show atendendo os pedidos dos fãs, e em especial os de Bragança Paulista, com o cover de Raining Blood do Slayer. Posso dizer que o Medofobia melhorou com a adição de um guitarrista em sua formação e fez uma apresentação muito boa, que mostrou que a banda tende a crescer bem mais.

Love Gun KISS Cover

    Antes da próxima atração subir no palco, Leandro Sartori para inflamar ainda mais os fãs do Matanza anuncia que a banda iria tocar em Rio Claro/SP e pouco mais das onze e meia da noite o Love Gun, banda que é um excelente cover do KISS radicado em Itapira/SP e formado por Eduardo Colferai no baixo e voz, Fernando Bazani na guitarra solo e voz, Mauro Cintra na guitarra base e voz e Eduardo Ferraz na bateria e voz subir no palco, porém, o guitarrista Fernando não pode se apresentar desta vez e teve Danilo Zacarioto como seu substituto.

    Felizes com a oportunidade, como pude observar na declaração de Eduardo Colferai ao dizer que o show desta noite era uma prévia do que acontecerá no MotorRock, também na cidade. Sem mais delongas, o Love Gun mostra suas versões para grandes sucessos do KISS como Deuce e Strutter que fizeram a galera presente vibrar bastante. E na última que tinha visto o Love Gun, o show havia sido com as tradicionais máscaras, mas nesta noite tivemos uma apresentação 'unsmaked'.

    Em seguida aumentam o calor sentido com Hotter Than Hell e mandam muito Rock'N'Roll com Cold Gin para então exibirem todas as distorções de She. Depois tivemos Parasite e a energizante I Love Loud, e com um hino destes não tem jeito, todo o Centrão gritou e se agitou.

    O tempo era curto, e o Love Gun precisou escolher algumas poucas músicas para idolatrar mais uma vez o KISS e assim tocaram a belíssima balada Black Diamond, seguida elétrica Detroit Rock City e finalizaram o show com a arrebentadora e festiva Rock'N'Roll All Nite, que foi efusivamente cantada por todos. E novamente, o Love Gun fez um set muito bom e aproveitaram a deixa para convidar a todos para o MotorRock.

Made for Maiden (Iron Maiden Tributo)

    Passado um pouco de tempo para os ajustes do palco por volta das 0:45 a banda Made For Maiden, um tributo ao Iron Maiden formado por Esdras nos vocais, Marcelo, Nelson e Gabriel nas guitarras, Wylder na bateria e Ricardo no baixo colocou os fãs para pularem ao som das três guitarras de The Wicker Man e mantiveram a vibração com The Evil That Man Do, ambas recebidas com muitas palmas. Então seguiram com a implacável Two Minutes To Midnight.

    Antes da próxima o vocalista Esdras avisa que é aniversário de um dos membros de sua banda e tocam uma bela versão de The Trooper, e como é bom relembrar o Iron Maiden na época que a banda está lançando seu novo DVD gravado no Chile. Porém, o Made For Maiden não fica limitado apenas aos sucessos da era Bruce Dickinson, pois, músicas como Whratchild gravada originalmente por Paul Di Anno também foi exibida no show e fez muitos se lembrarem da brilhante passagem do vocalista pelo Centrão ( confira detalhes aqui ).

    Lógico que hinos inesquecíveis como The Number Of The Beast e Hallowed By The Name não poderiam faltar no set e a reação dos presentes foi uma agitação muito grande e muitas palmas durante essas duas músicas. Depois, o vocalista avisa que foram convidados para o MotorRock e que ficaram sabendo disso neste dia, fato que motivou ainda mais a banda.

      A música seguinte está completando 20 anos de criação e fez todo mundo cantar com a banda cada um dos seus versos, estou falando da emblemática Fear Of The Dark, que foi a garantia de um dos melhores momentos do Made For Maiden. Para finalizar eles tocaram um hino básico: nada menos que Run To The Hills para a felicidade dos maidenmaniácos presentes no Centrão. Podem falar o que quiserem mas faz bem ouvir Iron Maiden sempre que possível, ainda mais quando vem de uma banda que respeita a sonoridade original.

Matanza

    Foram pouco mais de 30 minutos para que o palco fosse devidamente arrumado e que o Matanza pudesse dar inicio ao seu show. Aproximadamente às 2:00, Leandro Sartori vem ao microfone e agradece todas as cidades presentes no Centrão e chama o Matanza ( como se os inúmeros gritos dos fãs de Mataanza... Mataanza!!! não fossem suficientes... ) e então convida China ( baixo ), Maurício Nogueira ( guitarra ), Jonas ( bateria) e Jimmy London ( voz ) para adentrarem ao palco.

    O mais bacana do Matanza é o ritmo intenso que fazem no show, desta forma em um andamento forte realizado pelo baterista Jonas, que foi muito bem acompanhado por Maurício Nogueira e China, eis que o grandalhão Jimmy London finalmente entrou no palco para começar a cantar O Chamado do Bar. É.. a festa dos 15 anos de existência do Matanza em Itapira havia começado e muito bem.
 
    Com o Matanza a energia é a toda velocidade, não em termos de tocar todas as notas da guitarra como Yngwie Malmsteen faz, mas com um andamento que não tem como ficar parado só olhando o show e Meio Psicopata seguida pela agressiva Pandemium foram as provas vivas disso, e detalhe, em um som bastante alto. Quando os versos de Tempo Ruim começaram, o Centrão era uma festa só, por onde eu olhava consegui ver somente rostos felizes, exceção feita apenas aos que estavam nos primeiros lugares se espremendo e quase pondo abaixo a pequena grade de segurança.

    O ritmo frenético que o Matanza fazia parecia que iria fazer um show sem parar para nada e tocam Remédios Demais do recente Odiosa Natureza Humana e também a ótima e divertida Bom É Quando Faz Mal, que causou uma agitação enorme dada a grande adrenalina que esta música possui. Bom É Quando Faz Mal foi a última antes que Jimmy pronunciasse suas primeiras palavras com a plateia e o seu tradicional: “Puta Que O Pariu....Itapira”, diz que todos nós somos "Ducaralho" e que nós mantemos os camisas pretas vivas, e finalmente complementa com sua voz escrachada: “se o mundo acabar, nós vamos sobreviver, que nem as baratas”.

    Depois disso, o guitarrista Mauricio Nogueira começa a tocar um “pagodinho” e só para zoar Jimmy faz uma dancinha, aí eles disparam a pesada Todo Ódio da Vingança de Jack Bufalo Head e também a recenteTudo Errado. Com as eletrizantes "E Tudo Vai Ficar Pior", "Ressaca Sem Fim" e "Maldito Hippie Sujo" o peso do Countrycore do Matanza mostrou-se que está mais elétrico do que nunca. Para anunciar a próxima, Jimmy nos falou que é composta de três elementos básicos que são Salmão, Marlboro e Haxixe, mas na verdade era a Carvão, Enxofre e Salitre, e esta nova composição do cd Odiosa Natureza Humana foi muito bem recebida pelos fãs que cantaram seus versos com muita garra e provaram que conheciam muito bem o novo disco do Matanza.

Sem parar!!!
 
    Com o Matanza é show plugado a 220v o tempo todo e com o sucesso Pé na Porta e Soco na Cara Jimmy dividiu os vocais com os fãs que completavam o refrão com um imenso vigor, e tenho que destacar a atuação dos demais músicos, pois o baterista Jonas tocou seu pequeno kit em uma intensidade talvez só superada pela agitação constante do baixista China ou pelos incansáveis solos de guitarra de Maurício Nogueira.

    Depois de um tempo praticamente sem falar nada com os fãs, Jimmy começou a fazer uma certa graça para anunciar música seguinte, dizendo que o Matanza fala o que quer, que tem gente que acha eles gente boa, bonitos, zoa com a sua própria aparência, e completa dizendo que o Matanza exige apenas uma coisa dos seus fãs: que mantenham os dentes no lugar e respeito, assim executam a nova Em Respeito Ao Vício e a paulada Whiskey Para Um Condenado. Com um solo vibrante de Maurício Nogueira e com o vocalista desdenhando do guitarrista, a agressiva Eu Não Gosto de Ninguém ( é claro caro leitor(a) que ele brincou o guitarrista, isso faz parte do show meus amigos... ) em uma das versões mais pesadas que já ouvi e mostraram também a Escárnio, outra do novo trabalho.
 
    Então Jimmy falou que iria tocar todas as músicas diferentes e a primeira foi Bota Com Buraco de Bala do álbum Música Para Beber e Brigar, composta segundo ele em 1667 e que fazem 15 anos que seu refrão é Country, HardCore, Punk rápido, enfim... e ele foi aclamado pelos fãs que receberam a música com uma grande empolgação.

  Depois, o vocalista procura por um fã com uma camiseta que ele queria rever e prestar um tributo ao senhor estampado na camiseta, ele estava falando de Johnny Cash e assim tocaram executam duas do To Hell With Johnny Cash com Home Of The Blues e Straight A's in Love a todo vapor. Para introduzir a próxima, o agora muito comunicativo Jimmy fez uma ironia com os fãs trajados com uma camisa específica, e falou que eles todos pertencem à um clube; bem a deixa para primorosa Clube dos Canalhas foi dada e a banda executou com a perfeição de sempre.
 
    Na parte final do set do Matanza, eles tocaram a faixa título do novo cd, Odiosa Natureza Humana seguida da explosiva Interceptor V6, que mostrou o quanto a banda está afiada e tocando com prazer e técnica. Fazendo uma mais pequena graça Jimmy falou de um espaço vazio que ficou após ter tido um item seu roubado, e Ela Roubou Meu Caminhão quase colocou o Centrão abaixo, mas havia tempo ainda para o hino Nós Estamos Todos Bêbados, com direito à um novo "Puta Que o Pariu Itapira...." sendo pronunciado por Jimmy e encerrando esta ótima e direta apresentação que não teve bis tivemos nada mais nada menos que a engenhosa A Arte do Insulto.

  Mais uma grande noite de Rock´n´Roll presenciamos em Itapira neste último dia de março, e quem esteve lá curtiu bastante o Matanza e foi embora para casa feliz, tanto que posso fazer das palavras do vocalista as minhas sobre a sensação que também fiquei após o show: “Foi ótimo voltar a Itapira, que realmente é uma cidade do Rock. O público participa muito, do começo ao fim do show, e isso é gratificante”. Isso aí Matanza, sucesso para vocês e os meus parabéns para os meus amigos da equipe da Festa Rock Produções.

Galeria de Fotos do Matanza, Made For Maiden ( Iron Maiden Cover ),Love Gun ( Kiss Cover ), Medofobia e Jesus em Êxtase no Centrão em Itapira/SP

Galeria de Fotos do Matanza, Made For Maiden ( Iron Maiden Cover ),Love Gun ( Kiss Cover ), Medofobia e Jesus em Êxtase no Centrão em Itapira/SP

 

 

Texto e fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos à Leandro Sartori, Joyce, Pinna´s
e equipe da Festa Rock Produções pela atenção e credenciamento
Abril/2012

 

   Voltar para Shows