Black Sabbath - Reunion Tour
Abertura: Megadeth
Terça, 15 de outubro na
Esplanada do Mineirão em Belo Horizonte/SP

    Dando continuidade a cobertura da talvez turnê internacional mais importante que aconteceu no Brasil em todos os tempos, o que talvez compararia a vinda do Queen ou Van Halen no início dos anos 80, quando os primeiros shows internacionais aconteciam no Brasil. Naquela antiga época, talvez quatro ou cinco shows internacionais aconteciam no ano em todo o Brasil, e hoje temos mais de dez em apenas um mês, chegando a ter finais de semana com quatro shows internacionais de grande porte.

    Realmente o Brasil está na rota das grandes apresentações, e eu particularmente sonhava com essa data e com a cobertura quase completa que o Rock On Stage fez de toda a tour ( saiba como foi em São Paulo na resenha do Fernando R. R. Júnior e no Rio de Janeiro na resenha da Camila Marinho ), ficou sobre minha responsabilidade a cobertura de uma das cidades mais importantes na história do Heavy Metal Brasileiro, Belo Horizonte na belíssima Minas Gerais.

    E qual não vi a semelhança neste 15 de outubro, dia do professor, onde eu que considero e respeito demais todos professores como mestres, iria ver os professores ou Mestres do Heavy Metal, que se não iniciaram o estilo foram certamente eles que consolidaram no mundo com sua música, que continua atual 40 anos depois.

    Digamos que a festa já começou no aeroporto de Guarulhos/SP, onde no mesmo voo que estava, camisas do Black Sabbath no saguão do aeroporto, ou seja, no meio de empresários, executivos, fãs do Black Sabbath eram numerosos no portão que levaria a BH, então o clima do show já se iniciou horas antes do espetáculo propriamente dito.

    O show foi na Esplanada do Mineirão, que para quem não conhece a bela capital de Minas Gerais, o local fica ao lado do novo estádio do Mineirão, em uma espécie de vão livre, que penso ser uma área que será o estacionamento operacional do mesmo e caminhando para chegar ao local do show, o clima era fantástico, quase a totalidade de pessoas com camisas do Black Sabbath, todos bebendo e já prevendo como seria a apresentação.

Megadeth

     A banda responsável pela abertura do evento foi o Megadeth e logo aos primeiros acordes de Hangar 18 começava uma festa para os 25 mil fãs extasiados, que já gritavam "Megadeth" nos trechos que a música assim permite, seguida pelos clássicos Wake Up Dead e In My Darkest Hour.

     Vale aqui mencionar que essa foi a primeira vez que assisti a banda e como me surpreendeu,  a nova Kingmaker e Sweating Bullets, onde a iluminação encaixa perfeitamente com a proposta da banda, que as imagens do telão passeavam por uma espécie de calabouço, assim como foi no clip da música, perfeito.

    Na hora de Tornardo Of Souls, que foi seguida por She-Wolf, eu literalmente estava de boca aberta, com uma apresentação impressionante. Porém, foi quando chegara a hora de Symphony Of Destruction com os já tradicionais gritos de "Megadeth" entre os riffs, é algo que todo e qualquer amante de Rock, deve fazer um dia.

    Prosseguiram com a icônica Peace Sells, para aí sim apresentar a banda David Ellefson ( baixo ), Chris Broderick ( guitarra ) e Shawn Drover ( bateria ), porém sem se auto apresentar como de costume, diga-se de passagem, mas aqui o faço com muito prazer Dave Mustaine ( vocais, guitarra ) convoca a plateia a cantarem juntos a parte que repete, Peace Sells, But Who Is Buying... terminando a primeira parte de maneira digna e brilhante do que eu diria digamos  - a seguir estaria por acontecer.

    Porém, qual minha surpresa ao descobrir que teríamos o bis e duas mais foram tocadas sendo elas a destruidora Holy Wars e Silent Scorn, com a banda se despedindo ao som de My Way na versão cantada por Sid Vicious, onde toda a banda distribui baquetas e palhetas ao pessoal que usualmente pega grade nos shows lembrando que em breve estarão de volta.

 

Set List Megadeth

1 - Hangar 18
2 - Wake Up Dead
3 - In My Darkest Hour
4 - Kingmaker
5 - Sweating Bullets
6 - Tornado Of Souls
7 - She-Wolf
8 - Symphony Of Destruction
9 - Peace Sells
10 - Holy Wars... The Punishment Due
11- Silent Scorn

Black Sabbath

    Com o palco ainda em - digamos preparação  - assim como em todas as capitais, a troca de equipamentos foi super rápida e a aflição do público foi aumentando chegando cada vez mais perto do palco e enquanto muitos levantavam as bandeiras dos tradicionais clubes mineiros, vários gritos das torcidas eram muito engraçados de se ouvir, principalmente por ser amante do futebol e não torcer para nenhum dos dois times mineiros.

     A tradicional risada de Ozzy, que sempre surge um pouco antes do show, foi quase que instantânea para as luzes se apagarem e a intro poderosa de War Pigs hipnotizar todos, para aí sim a ficha cair e vermos o Black Sabbath cantando os clássicos na nossa frente, e com as levadas de Tony Iommi e Geezer Buttler, que criam um clima que te paralizam em qualquer nota musical.

    Os primeiros gritos de "Olê, Olê, Olê, Ozzyyy, Ozzyyy" serviram como uma apresentação de Into The Void, que trouxe seu riff pesado, aquele mexia com sua mente de que três lendas máximas de um estilo que você cultua a tantos anos, seja quantos cada leitor(a) tiver. E isso, existe por eles, com uma simplicidade e pegada que não existe igual, independente da banda preferida, a base estava ali e ao anunciar com um simples Under The Sun já era suficiente e, Snowblind, fez anos de sua adolescência vir a tona.

    Com mais "Olê, Olê, Olê, Ozzyyy, Ozzyyy", a primeira canção desta nova fase do Black Sabbath - que espero que dure muitos outros álbuns - inicia com Age Of Reason e como a sonoridade atual que a banda usou eu achei bem semelhante aos clássicos já conhecidos da banda. Entretanto, chegava a hora de apresentar a música tema da banda, e independente de seu estilo preferido dentro do Metal, essa é sem dúvida uma das mais pesadas e sombrias que foram gravadas até hoje, e claro que estou falando da música Black Sabbath.

    A próxima voltaria as origens da banda no final dos anos 60 e início dos anos 70 com Behind The Wall Of Sleep, e nessa música eu dei muita risada, pois duas bandeiras foram atiradas no palco, uma não reconheci, e a outra seria a bandeira do estado de Minas Gerais, e rapidamente o pessoal de apoio do palco tratou de pegar a bandeira e Ozzy deu aquela olhada e riu de não poder pegar nenhuma delas.

    O clássico N.I.B. deu mais animo ainda a todos com Ozzy fazendo o chifrinho na cabeça para cantar a parte "My name is Lucifer please take my hand" seguido pela nova End Of Beginning, incrível. Outro clássico, Fairies Wear Boots, tantas vezes coverizadas e eu pensando, nossa ouvindo a mesma com os que a eternizaram, Rat Sallad, pouco menos conhecida foi a seguinte, porém, nela conteve um grande solo de bateria de Tommy Clufetos e eu pensando, esse show tem que ter umas quatro horas.

  Nos trechos iniciais de Iron Man, com o coro mais que conhecido e mandatório foi um dos melhores momentos, principalmente quando na sequência o novo clássico da banda, a maravilhosa God Is Dead.

    E como infelizmente toda a história, por melhor que seja, sempre tem um final, indo para o fim da apresentação, Dirty Women, que foi inserida a pouco tempo no set list da banda e a poderosa Children Of The Grave, com o baixo de Geezer Butler pulsando naquilo que mostra o porque é um das grandes influências de todos os baixistas.

     Ozzy então ameaça a população mineira, que se o povo não gritasse alto, e claro tenho que lembrar que os clássicos dizeres "I can't fuck here you" soou mais que perfeito e com som altíssimo da plateia a intro de Sabbath Bloody Sabbath se misturou ao começo de Paranoid, que foi algo de tatuar na sua mente.

 

 

  Dois shows impressionantes, Megadeth, surpreendendo e Black Sabbath fazendo aquilo que esperamos deles elevado a décima milésima nona potência em não um show, uma apresentação, mas uma fato marcante na vida de cada um daqueles que assim como eu estiveram de frente a três lendas, serão momentos que vale a pena mesmo.

    Essa resenha a Rock On Stage gostaria de dedicar a várias pessoas, primeiro a todo povo mineiro, que acolheu a equipe da Rock On Stage da melhor maneira possível e também ao meu chefe Tomas, que segurou um verdadeiro tsunami na minha ausência, mas tinha a certeza que na volta teve um pião muito mais feliz.

    Agradecimento claro a Time For Fun pelo credenciamento em toda a turnê para que possamos fazer essa cobertura especial e completa na passagem do Black Sabbath pelo Brasil.

Texto: Marcos César de Almeida
Fotos: Marcos César de Almeida e Lucas Hallel
Agradecimentos à Poliana Rodrigues, a Tatiana Ito
e a toda equipe da Time For Fun pela atenção e credenciamento.

Novembro/2013

Clique aqui e confira uma galeria de 45 fotos dos shows do Black Sabbath e do Megadeth na Esplanada do Mineirão em Belo Horizonte/MG

Set List Black Sabbath

1 - War Pigs
2 - Into The Void
3 - Under The Sun
4 - Snowblind
5 - Age Of Reason
6 - Black Sabbath
7 - Behind The Wall Of Sleep
8 - N.I.B.
9 - End Of The Beginning
10 - Fairies Wear Boots
11 - Rat Sallad 
12 - Iron Man
13 - God Is Dead?
14 - Dirty Women
15 - Children Of The Grave
 Encore:
16 Sabbath, Bloody Sabbath/Paranoid

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