Iced Earth - Worldwide Plagues Tour 2014
Domingo, 23 de março de 2014
no Carioca Club em São Paulo/SP

    Entro no Carioca Club por volta das 18h50 e já tem uma galera grudada na grade à espera da banda que mais trocou de vocalistas ( e de outros músicos ), que eu vi ao vivo: Iced Earth! Em sua terceira vinda ao Brasil, desta vez promovendo o cd Plagues Of Babylon com a tour Worldwide Plagues Tour 2014, o Iced Earth é uma banda que usa várias influencias do Metal em suas músicas desde 1984 e seu único integrante original é o líder Jon Schaffer.

    Como cheguei muito cedo aproveito para botar em dia o papo com os amigos no mezanino e ouvir as últimas do show do Metallica de ontem ( confira matéria ), no palco a bateria está em cima de uma base decorada com o nome do álbum Plagues Of Babylon, no telão o mesmo tema e um tempo depois os roadies sobem ao palco para testar equipamentos e fazer uma zoeira bem-vinda.
 
    Às 20h40 começa a empolgante intro de Plagues Of Babylon ( essa no estúdio tem a participação de Hansi Kürsch, vocalista do Blind Guardian ) e a galera já acompanha o “ôôôôô”, enquanto os músicos Stu Block no vocais, Jon Schaffer guitarra e backing vocais, Troy Seele na guitarra, Luke Appleton no baixo e comandando a bateria Jon Dette, assumem em seus lugares.

    Na pista todos estão com mãos e câmeras para o alto, apaixonados cantamos junto com Stu Block, que pede palmas e todos atendem, no meio da música ele aproveita para sair um pouco de cena, enquanto o trio de cordas se junta para tocar, já em outro momento Troy Seele faz o solo e os outros três se viram para o baterista, bater um papo talvez?

    A próxima intro lembra um helicóptero em meio à guerra, Democide ( mais uma de Plagues Of Babylon ), que vem quebrando tudo e todos acompanham no “hey...hey” e nas palmas. Stu Block é o que mais agita no palco junto com o baixista Luke Appleton, mas não chegam até perto da plateia, eles gostam mesmo é de fazer caras e bocas, muita gente acompanha esse refrão, nesses solos o Stu Block aponta para Troy Seele ( nosso solador solitário ).

    Ele fala que a próxima é do álbum Dystopia de 2011: o hino V. Todos pulam muito, essa música é cantada como se não houvesse amanhã, riffs maravilhosos, é uma música feita para cantar com os amigos, todos com punhos ao ar durante a estrofe: “We are the resistance!”. Os músicos voltam para a posição 'do ignora o Troy Seele' e faz grupinho com o Jon Dette, só agora reparo na máscara do filme V de Vingança pendurada na bateria, em alguns momentos a voz do público sobressai a do Stu Block durante o refrão.

    Ao final da música eles são ovacionados. E olha que a noite está apenas começando. “São Paulo is great to be back!” - diz um Stu Block muito animado e conclui: "vamos lá vocês tem muita energia!". Ele aproveita para comentar sobre o último álbum e conta que a próxima música é sobre o avô de Jon Schaffer, que passou maus momentos e pede: "vamos lá quero ver suas mãos para o alto". Eles tocam a cativante If I Could See You ( mais uma do último álbum ). E todos acompanhamos claro. Nossas palmas no ritmo da música, essa tem toda uma cara de balada, também tem um peso ótimo, enfim, a galera agita muito.

    Sem tempo para delongas emendam a Red Baron/Blue Max do patriótico álbum The Glorious Burden de 2004 e o público canta a plenos pulmões em qualquer lugar da casa, aproveito para escutar no melhor lugar da casa na minha opinião: no final da pista. Nos momentos em que Stu Block mostra suas técnicas vocais e solta uns agudos, um grupo do meu lado tenta imitá-lo... Ok como vocalistas eles foram reprovados!

    The Hunter ( do The Dark Saga de 1996 ) começa insana, com ótimos riffs, Luke Appleton volta e meia toca virado para Jon Dette, o clima no palco é dos melhores, essa é a minha candidata a melhor da noite, impossível não sair com o refrão: "Descending from heaven, The angel sworn to bring him down", grudado no cérebro!

    Stu Block está cada vez mais à vontade e avisa: "São Paulo vocês são true! Agora vamos tocar uma do Wicked álbum, todos vão cantar conosco ok? Burning Times!!!!" ( do aclamado Something Wicked This Way Comes de 1998 ). Os riffs e solinhos de guitarra dessa música são lindos, a minha volta amigos se abraçam, muitos sorrisos para todo lado que eu olho.

    A próxima intro é feita com as nossas palmas: "listem up! Blessed Are You" ( também do Something Wicked This Way Comes ) faz o Carioca em peso cantar junto, engraçado como o tempo passa e parece que a energia do público só aumenta, sempre muitas palmas no final de cada música.

    Stu Block atencioso, nos enche de perguntas: "São Paulo vocês estão comigo? e como estão lá atrás e aqui dos lados? E no meio? vocês gostariam de algo do The Dark Saga? Talvez um pouco de vingança?" ... o pessoal completa o nome da música antes mesmo do Stu Block anunciar, Vegence Is Mine é o que gritamos e ela vem agressiva, nós 'bangeamos' no ritmo do Luke Appleton. Enquanto a maioria emenda o "ôôôôô", do meu lado um fã desacredita do chimbal do Jon Dette... sim ele é fera e nós somos apenas meros mortais.

     Emendam a melódica Cthullu do Plagues Of Babylon e escuto melhor o vocal aqui na pista do que no mezanino, um amigo tem uma bela ideia na minha frete: porque não apoiar a câmera na cabeça do amigo baixinho para filmar melhor?

       A bela My Own Savior ( do Something Wicked This Way Comes ) vem para destruir o Carioca, altos 'bangues' violentos e muitos pulos, essa é uma das preferidas da galera, também é um caos puro. Ignorada básica do guitarra, faltou umas rodas na minha opinião, mas o povo estava tão concentrado em cantar, que nem fazem roda e no meio dos riffs de guitarras, Stu Block pede "hey" e é atendido, essa música ao vivo é sem igual, só uma palavra para descrever essa música: incrível!

    Stu Block avisa que mais uma vez vamos voltar para The Dark Saga: direto dos céus, A Question Of Heaven, vem para dar aquela sossegada no povo, para levantarmos os isqueiros ( virtuais ou não... ) e viajarmos total cantando "ôôôôô", do meu outro lado um camarada avisa: "tô arrepiado olha!". Seja pulando em cima dos amigos, ou jogando cerveja nos irmãos, esses fãs do Iced Earth sabem como fazer uma festa! Stu Block aponta para nós enquanto improvisamos um coral, nossa voz até cobre a dele em alguns momentos.

    Os músicos, além de quase nunca saírem das posições adotadas no palco, são bem tranquilos tocando, até o momento nenhum se aproximou da ponta perto da galera, mas isso não faz diferença para os fãs, batemos palmas no ritmo de Stu Block, eles saem do palco enquanto gritamos "Iced, Iced", tem gente esperando um solo de bateria... será?

     Nesse intervalo alguns aproveitam para conferir o set list dos outros shows no celular e arriscando qual será a próxima música, enquanto outros gritam: "Iced, Iced", também gritam nomes de músicas aleatórias.

      Às 21h45, voltamos com força total para o coro "Iced Earth! Iced Earth"... e eles nos trazem o "tan tan tan", da intro de Dystopia, título do álbum de 2011 ( confira resenha ), o primeiro com Stu Block nos vocais, que vem para frente do palco pedindo palmas, essa música já sabe: me esquece! Tô com o refrão 'We must find our way' até agora na cabeça, Luke Appleton não esconde que também adora esta música! Ele canta, abaixa, 'bangeia' e faz caretas, já Stu - com um sorriso de orelha a orelha - nos agradece.

     Mais uma do Something Wicked This Way Comes: agora é a vez da triste, mas brilhante, Watching Over Me e todos cantamos juntos, emocionados, mais uma vez virada de costas clássica das cordas, deixando Troy Seele solando para nós enquanto aproveitam para papear com Jon Dette na bateria ou enxugar o rosto. Stu Block, com um ar 'seduzente' pede palmas para nós, ao final enquanto eles arrumam os instrumentos continuamos cantando o refrão: "Oh, I know, oh, I know He's watching over me" e eles retomam a música conosco, tocam o refrão mais algumas vezes e finalizam a música novamente conosco... Esse momento foi lindo!

    Stu Block comenta que a nossa voz dá para ouvir pelo mundo, nisso o interrompemos com "olê, olê, olê, olê, olêê, Iced, Iceed", e Jon Dette nos acompanha com o bumbo, só resta ao Stu Block também nos acompanhar com suas maracas imaginarias ( air maracas!?! ), depois nos elogia e diz que não vê a hora de voltar.

    E avisa: quando eu contar até três gritem "Iced fucking Earth!". Eles tocam a Iced Earth ( título do primeiro álbum, o Iced Earth de 1990 ) e acompanhamos os riffs com "ôôôôô", muitos 'bangues', pulos e gritos para a última música da noite. Até o comedido Jon Schaffer se empolga e vai até o meio do palco e grita "C’mon!".

    Stu Block, feliz da vida, nos comanda nas palmas e "heys", além de orquestrar toda uma mímica para gritarmos depois de ele contar até três. Ao final dessa enérgica música eles jogam palhetas e baquetas, Stu nos agradece: "You are fucking awesome!" Todos se juntam no palco e tiram fotos conosco de fundo, eles mandam até beijos para nós e se retiram do palco sorrindo.

    Uma performance impecável dos músicos que, embora não agitassem loucamente, saíram com um ar de satisfação tamanha, que não duvido que a frase do vocalista, sobre não virem a hora de voltar para o Brasil seja verdadeira, muito se comenta sobre a qualidade dos álbuns, as trocas constantes de músicos, mas o importante é esse mar de fãs empolgados que atestam o trabalho desses grandes músicos do Iced Earth.

 

Texto: Erika Alves de Almeida
Fotos: Cortesia de Ronaldo Chavenco
Agradecimentos a Costábile Salzano Júnior e a 8x8 Live
pela atenção e credenciamento
Abril/2014

Set List:

1 - Plagues of Babylon
2 - Democide
3 - V
4 - If I Could See You
5 - Red Baron/Blue Max
6 - The Hunter
7 - Burning Times
8 - Blessed Are You
9 - Vengeance Is Mine
10 - Cthullu
11 - Uproar
12 - My Own Savior
13 - A Question of Heaven

Bis:
14 - Dystopia
15 - Watching Over Me
16 - Iced Earth

 

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