Lollapalooza 2014 - Segundo Dia
Com: Raimundos, Johnny Marr,
Ellie Goulding
, Pixies, Soundgarden e New Order
Domingo, 6 de abril de 2014
no Autódromo de Interlagos em São Paulo/SP

    No segundo dia do Lollapalooza parecia que tudo seria melhor, pois, conhecíamos o caminho ao Autódromo de Interlagos, então, essa experiência do dia anterior me ajudou muito, afinal, conhecia "os caminhos das pedras", porém, é claro que as dores musculares, por doze horas andando de um lado para outro existiam, mas, as possibilidades do dia animavam ainda mais.

    No trajeto, indo de transporte público, acabei conversando com uma pessoa e comentamos sobre o dia anterior ( confira resenha ) dos shows do Muse, Imagine Dragons entre outros e ele elogiou muito a cantora Ellie Goulding e a mesma, não estava na lista dos shows que pretendia assistir e percebi que poderia encaixar o dela na minha agenda do dia, tanto a euforia do fã, que me convenceu e assim fomos na direção do Autódromo de Interlagos.

    Era um dia que prometia, pois, teríamos Soundgarden, Pixies, New Order e sem contar a banda brasileira Raimundos, que acabara de lançar o novo cd. Ao entrar em Interlagos e verificar que ainda tinha um bom tempo antes do primeiro show, fiz como no dia anterior indo ao Chief’s Stage e degustando outro belo prato da gastronomia paulistana.

Raimundos

    Recém lançado no mercado, o álbum Cantigas de Roda, feito através de 'crowdfunding' e produzido por ninguém menos que Billy Graziadei do Biohazard, o disco vem colocando a banda de volta em um lugar que nunca deveriam ter saído, ou seja, do 'mainstream' da música, ou como banda de referência no Rock no Brasil, mas, vamos ao show propriamente dito.

    Como é dito no interior "um sol de rachar mamona" na cabeça de todos e com um excelente público no local, a banda sobe ao palco e de cara duas do novo álbum Gato da Rosinha e o novo single Baculejo para então Digão mencionar: "Bom dia São Paulo, isso aqui vai pega fogo agora, pois vamos tocar um Rock pra vocês..." e na sequencia veio seguido por Mulher de FasesPão da Minha Prima do Só no Forevis de 1999 e Palhas no Coqueiro do primeiro cd de 1994, onde Digão pede para abrir duas rodas, e claro, foi prontamente atendido.

    Mais uma do novo álbum Cantigas de Roda tocam a música Bop, com a letra pesada e o público já sabia e a cantava junto: "Quando a parede cair, quando o concreto rachar, quando o pulmão explodir..." .

    Devido ao set ser curto, a banda Raimundos preferiu ir direto como todo grande show Punk ou Hardcore, e assim, foi nas seguintes com Deixa Eu Falar, do Só no Forevis, e depois, com a intro clássica o primeiro single da banda, o arrasa quarteirão Puteiro em João Pessoa.

    E na sequencia tivemos I Saw You Saying ( That You Say That You Saw ) do Lavô Tá Novo de 1995 e outra do Só no Forevis, a espetacular Me Lambe. Como palco que o Raimundos tocou era próximo ao "S do Senna" no autódromo, Digão não se contém e lembra dos 20 anos sem Ayrton Senna, "20 anos sem Senna e nós aqui no 'S do Senna', e essa vai pra ele que passava todos na raça.." e assim foi a intro de Esporrei Na Manivela e terminam de maneira sensacional com Eu Quero Ver O Oco, ambas do Lavô Tá Novo.

 

Set List do Raimundos

1 - Gato da Rosinha
2 - Baculejo
3 - Mulher de Fases
4 - O Pão da Minha Prima
5 - Palhas do Coqueiro
6 - BOP
7 - Deixa Eu Falar
8 - Puteiro em João Pessoa
9 - I Saw You Saying ( That You Say That You Saw )
10 - Me Lambe
11 - Esporrei na Manivela
12 - Eu Quero Ver O Oco

  

Johnny Marr

    Acabando o Raimundos chegava a hora de ir checar um guitarrista dos anos 80, que sempre estava presente na lista dos melhores do ano ao lado, de Yngwie Malmsteen, Steve Vai ou Joe Satriani, e na época sendo membro do The Smiths, sempre se contestava, mas, a curiosidade de vê-lo tocando ao vivo sempre foi grande.

    O deslocamento de um palco ao outro demorava um pouquinho, porém, neste segundo dia era nítido que havia menos público que no anterior e acabei chegando até rápido... e pelo que constatei, perdi as duas primeiras músicas, que haviam sido The Right Thing Right ( a primeira de muitas do seu álbum The Messenger de 2013 ) e o primeiro cover do The Smiths com a Stop Me If You Think You've Heard This Before.

    Upstarts e Sun & Moon, ambas de seu trabalho solo The Messenger, que possuem sua sonoridade própria, portanto, um pouco diferente de sua ex-banda, e então, apresenta a New Town Velocity, também do seu álbum solo. A próxima seria outra deste mesmo disco, a Generate! Generate!, que ele dedicou a todos que vivem da melhor maneira e sem importunar ninguém.

   Chegava a hora de outra música do The Smiths então, Johnny Marr avisa: "Essa eu dedico a meus velhos amigos...", então relembrando o álbum de 1986 The Queen Is Dead toca Bigmouth Strikes Again, fazendo a festa de todos e nesta hora vi uma situação bem inusitada, vi um digamos "True Metal", já que com cabelo cumprido e camisa do Immortal dançava e se divertia tranquilamente sobre um sol escaldante, passei por ele ri, e lembrei da relação som Pós Punk e Heavy Metal de quando ainda existia o The Smiths e pensei: "realmente o mundo evoluiu...".

    Word Starts Attack, outra do disco The Messenger mostra o quanto Johnny Marr solou, e se não é um grande solista como Steve Vai ou Joe Satriani, ele realmente é um guitarrista bem diferenciado, pois, consegue em seus "até simples riffs" uma sonoridade perfeita, que realmente completa toda a harmonia das faixas que compõe.

    A seguinte, dedicada a todos da plateia, foi um cover até estranho e demorei para reconhecer, pois estava com uma roupagem totalmente diferente, estou falando de Getting Away With It do Eletronic, mas que muitos conhecem da versão do Pet Shop Boys e ele fez uma versão muito boa mesmo. Depois um clássico do Punk Rock imortalizado pelo The Clash com a I Fought The Law, que sempre se encaixa bem em qualquer festival, ainda mais em um tão eclético como o Lollapalooza.

    How Soon Is Now? foi outra do The Smiths gravada em 1985 no álbum Meat Is Murder e foi ovacionada por todos, e sendo a última e derradeira outra da famosa ex-banda do músico, com a There Is A Light That Never Goes Out e saindo para me dirigir ao próximo show, pensei: "poxa ele deveria vir ao Brasil e fazer também um solo", pois, certamente ainda Johnny Marr é um dos grandes influentes pela música feita nos anos 80 e possui uma legião de fãs tanto no Brasil como em todo o mundo.

   

 

 Set List de Johnny Marr

1 - The Right Thing Right
2 - Stop Me If You Think You've Heard This One Before
3 - Upstarts
4 - Sun & Moon
5 - New Town Velocity
6 - Generate! Generate!
7 - Bigmouth Strikes Again
8 - Word Starts Attack
9 - Getting Away With It
10 - I Fought The Law
11 - How Soon Is Now?
12 - There Is A Light That Never Goes Out

Ellie Goulding

    A cantora inglesa que vem crescendo absurdamente no cenário musical e como disse no começo desta matéria, um fã entusiasta aguçou minha curiosidade de assisti-la, que por vir do interior, não sofro de preconceito nenhum em assistir shows de qualquer tipo de estilo musical e pelas palavras ouvidas na CPTM resolvi conferir o seu show.

    Com sua banda toda vestida de preto, me fez lembrar grandes bandas de Hard Rock, que se vestem daquela maneira, a cantora e compositora Ellie Goulding, entra e de cara conquista a todos, pois, estava usando a camisa feminina da seleção brasileira e começa o espetáculo com Figure 8 do cd Halcyon de 2012. Assim como o Imagine Dragons, ela adiciona e toca alguns instrumentos de percussão, porém, o uso é bem menor que a banda americana e conquistou a todos com sua voz doce e seu Pop cativante.

    A segunda música do show foi Ritual, seguindo na mesma linha, entretanto, mais introspectiva. Goodness Gracious também do Halcyon seguiu na mesma linha e era impressionante de ver o quanto Ellie Goulding é adorada aqui no Brasil. Foi com o single Animal, que o show ia se transformando do Pop ao Dance com uma grande condução da vocalista, dançando, provocando e voltando com uma excelente presença de palco.

    Starry Eyed  do Lights de 2010 foi a seguinte e lembrou que ali haviam muitos fãs que queriam vê-la há algum tempo e o show continuou com Stay Awake numa levada Pop, mais rápida e flertando muito com o Hard Rock. Aos gritos de "Ellie Golding, Ellie Golding" ela corresponde tocando a balada My Blood, outra do Halcyon, que não diminuiu em nada a empolgação dos que assistiam a apresentação.

    O medley de Bad Girls / Salt Skin foi muito agradável e exibiu a cantora tocando sua percussão, que ficou a frente de palco. Após Only You, outra do último cd que foi muito cantada pela plateia, que estava debaixo de muito sol naquela tarde, Ellie Golding anuncia: "essa foi minha primeira música..." e assim, surgiu nos P.A's a Anything Could Happen.

    Com a introdução de teclados e sucesso conhecido em todas FM's no Brasil, I Need Your Love transformou o S do Senna em uma pista de dança. Assim como a seguinte, e atual música de trabalho, a Lights ( título do primeiro cd ). Foi lindo de ver o final com You My Everything, que começou calma e terminou dançante para a última música ser Burn, finalizando a grande apresentação.

    Sem dúvida, outro destaque do festival e que além do belo set, o carisma da vocalista fez o que se deve fazer num evento como um Lollaplooza: encantar a todos, prender a atenção e que seu público viaje com a música, independente do estilo que você ouve, afinal, esse é o objetivo de qualquer música.

Set List Ellie Goulding

1 - Figure 8
2 - Ritual
3 - Goodness Gracious
4 - Animal
5 - Starry Eyed
6 - Stay Awake
7 - My Blood
8 - Bad Girls / Salt Skin
9 - Only You
10 - Anything Could Happen
11 - I Need Your Love
12 - Lights
13 - You My Everything
14 - Burn

 

Pixies

     A banda americana de Rock Alternativo que começou em Boston, Massachusetts, em 1986 e é uma das mais cultuadas pelo mundo, voltava mais uma vez pelo Brasil ( depois do SWU em 2010, sua primeira vinda ao nosso país em sua volta oficial, depois de um hiato de vários anos no Curitiba Pop Festival ) foi indiscutivelmente uma das mais celebradas bandas deste line-up, após a confirmação no Lollapalooza 2014 e atualmente tem em sua formação Frank Black no vocal e guitarra, Joey Santiago na guitarra, a nova baixista Paz Lenchantin e David Lovering na bateria ao subirem no Palco Skol.

     Sem dizer nada, do melhor jeito Pixies, entrando e tocando mandam direto três músicas do Surfer Rosa ( primeiro álbum de 1988 ) com "Bone Machine", "Cactus" e "Something Against You Broken Face".

    Em seguida tivemos Broken Face e o conhecido riff de Brick Is Red, ou seja, mais duas do Surfer Rosa, e esta última, com seu andamento mais lento que o habitual do Pixies, não chega a ser uma balada, pois claro, tem lá o famoso e estridente DNA do Pixies. O começo no baixo de Pas Lenchantim e da bateria de David Lovering denunciou a Gouge Away do disco Doolittle de 1989, assim como o começo da parte eletrônica de Bagboy do novo álbum Indie Cindy.

    Seguiram com Monkey Gone To Heaven do excelente Doolittle e voltaram ao álbum novo com a Blue Eyed Hexe, para então, instantes e aplausos depois tocarem a I've Been Tired do EP Come On Pilgrim de 1987. Magdalena do chamado EP2 teve sua pegada e batera característica num clima mais denso e sombrio e as luzes da cor púrpura davam um perfeito contexto ao clima da música.

    Caribou foi do Come On Pilgrim, que foi exibida de forma direta e em um clima digamos, a lá Johnny Cash, veio Nimrod's Son ( também do Come On Pilgrim ) e o vocalista Frank Black a tocou no violão. A composição título do novo álbum, a Indie Cindy, assim, como Ed Is Dead ( mais uma do Come On Pilgrim ) foram as seguintes e apresentadas sem pausas e com muito pouca interação com o público, o que é bem característico da banda.

    Ao dedilhar no começo no violão Where Is My Mind? ( do Surfer Rosa ), a plateia cantou junto, e afinal, a música é realmente uma completa viagem e bem diferente do som da banda, assim como o grande sucesso comercial da banda, a Here Comes Your Man do cd Doolittle.

     Como estava chegando perto do horário do show do Soundgarden, perdi esse finalzinho de show, que teve uma sequencia com La La Love You ( do Doolittle ), The Holiday Song ( do Come On Pilgrim ), Greens And Blues ( Indie City ), Hey ( Doolittle ), U-Mass e Planet Of Sound ( ambas do Trompe Le Monde de 1991 ) que fecharam o show, mas como eu estava do outro lado do palco, decidi nessa hora ir caminhando em direção para tentar pegar um bom lugar. Normalmente fico até o final dos shows, mas em um evento dessa magnitude tive que abrir algumas exceções.

Set List do Pixies

1 - Bone Machine
2 - Cactus
3 - Something Against You
4 - Broken Face
5 - Brick Is Red
6 - Gouge Away
7 - Bagboy
8 - Monkey Gone To Heaven
9 - Blue Eyed Hexe
10 - I've Been Tired
11 - Magdalena
12 - Caribou
13 - Nimrod's Son
14 - Indie Cindy
15 - Ed Is Dead
16 - Where Is My Mind?
17 - Here Comes Your Man
18 - La La Love You
19 - The Holiday Song
20 - Greens And Blues
21 - Hey
22 - U-Mass
23 - Planet Of Sound

Soundgarden

   Não há como discutir que o Soundgarden foi um dos grandes destaques do festival, pois, embora o vocalista Chris Cornell já tenha vindo ao Brasil duas vezes, era a primeira vez que tínhamos a banda inteira no país e seus membros Kim Thayil na guitarra, Ben Shepherd no baixo e Matt Cameron na bateria ( que também comanda as baquetas do Pearl Jam ) e a expectativa era enorme, e claro, que quando cheguei ao Palco Ônix, a lotação era enorme e mais uma vez fiquei em uma posição que o som não iria ajudar, mas lembrando a máxima: "sou brasileiro e não desisto nunca", e enfim, ali estaria uma das grandes bandas que qualquer pessoa atenta ao Rock gostaria de ver.

    Embora alguns apontem o movimento Grunge como negativo ao Rock'n'Roll, o mesmo deu alguns grandes álbuns ao estilo e certamente, merece respeito na história como um todo. A banda entra muito bem no palco desfilando um de seus clássicos com Searching With My Good Eye Closed do Badmotorfinger de 1991, seguido por Spooman ( a primeira do Superunknown de 1994 ) e Flower, essa última do Ultramega OK de 1988.  

 

    O som onde estava não ajudava muito, mas estava bem melhor que o Muse e consegui ouvir a primeira saudação ao Brasil, bem como Chris Cornell anunciar Outshined, a minha preferida do Badmotorfinger, entretanto, ouvia mais a plateia cantando junto, que propriamente a banda, mas estava ali, tatuando na minha mente o inesquecível momento.

   A bela balada Black Hole Sun, também muita cantada por todos e Chris Cornell agradece por estar no Brasil e dedica a próxima a todo o povo do Brasil com a ótima Jesus Christ Pose, que assim como a anterior é do Badmotorfinger, em um começo de show impressionante, apenas com execuções primorosas de clássicos, literalmente prendendo a atenção de todos.

 

  

    Like Suicide, a quarta do álbum mais conhecido do Soundgarden executada na sequencia soou perfeita, então a nova e única presente no set King Animal foi a Been Away Too Long, pelo que ouvi teve uma reação muito melhor do esperava ao vivo e não achava que essa canção tivesse grande impacto, e eu estava muito errado nessa análise, que bom. A próxima foi The Day I Tried To Live e retornou ao aclamado Superunknow, mantendo a aura do estilo Grunge que repercutiu por todo o mundo no início dos anos 90.

    Falando sobre a presença de palco da banda, eles são bem tranquilos, sem muita movimentação e sinceramente, eu esperava bem menos ainda, afinal, nenhuma das bandas Grunges são conhecidas por grande movimentação de palco ou por cenários megalomaníacos, muito pelo contrário, existia apenas um pano de fundo e só... nada de "ostentação" como falamos muito hoje em dia.

    A quase Hard Rock My Wave, do Superunknown, teve um tom bem mais pesado, assim como a música título do álbum, a Superunknown, que veio logo depois. Tocando sua guitarra Chris Cornell apresentou a 'pseudo balada' Blow Up The Outside World do Down On The Upside de 1996 e realmente eu me esforçava muito para ouvir, assim como todos que estavam perto da roda gigante, que foi onde me posicionei.

     Fell On Black Days gravada no Superunknown, Burden In My Hand do Down On The Upside não empolgaram tanto, mas sabiamente eles fizeram todos voltarem a agitar com a Rusty Cage do Badmotorfinger, sucesso absoluto do Soundgarden e quase símbolo do movimento Grunge. No final, a banda ainda tocou Beyond The Wheel, mas preferi me adiantar e ir ao palco Interlagos, onde o New Order tocaria e teria que passar pelo palco aonde o Arcad Fire faria sua apresentação.

Set List Soundgarden 

1 - Searching With My Good Eye Closed
2 - Spoonman
3 - Flower
4 - Outshined
5 - Black Hole Sun
6 - Jesus Christ Pose
7 - Like Suicide
8 - Been Away Too Long
9 - The Day I Tried To Live
10 - My Wave
11 - Superunknown
12 - Blow Up The Outside World
13 - Fell on Black Days
14 - Burden In My Hand
15 - Rusty Cage
16 - Beyond The Wheel 

New Order

     Com um certo atraso na minha chegada e posicionamento lá atrás, dessa vez, onde estava realmente o som estava bem melhor que no Soundgarden, mas, fiquei um tanto longe no intuito de facilitar na saída, em virtude dos transtornos acontecidos no dia anterior pela querida CPTM e mais uma banda clássica dos anos 80, que estava no Brasil pela primeira vez, embora já tivesse visto o Peter Hook tocando em São Paulo em outubro de 2013 ( confira matéria ), seria interessante ver como os ingleses Stephen Morris ( bateria ), Bernard Sumner ( vocal e guitarra ), Gillian Gilbert ( teclado e violão ), Phil Cunningham ( teclado e guitarra ) e Tom Chapman ( baixo ), que hoje são o New Order se sairiam sem o experiente baixista.

  Infelizmente, peguei o finalzinho de Transmission, cover do Joy Division e só perdi as duas primeiras do set: a Elegia do Low-Life de 1985 e a Crystal do Get Ready de 2001. Vale lembrar que o New Order nasceu após o suicídio de Ian Curtis, então é bem comum eles tocarem algumas canções da sua ex-banda. O vocalista anuncia que tocaria uma nova música chamada Singularity e é realmente estranho ver as novas canções sem o baixo de Peter Hook, mas tudo bem, sabemos que a vida continua.

    Então, um dos maiores clássicos do New Order é executado com a Ceremony, do Substance de 1987, seguido por outro clássico Age Of Consent do Power, Corruption & Lies e outra deste disco, a Your Silent Face.

   A introdução de teclados de World ( The Price Of Love ) do Republic de 1993, aquela em que todos cantam aquela parte: "That's The Price Of Love..." e começava a trazer a força das danceterias dos anos 90 de volta a plateia do Lollapalooza.

    Depois com Bizarre Love Triangle do Brotherhood do longínquo 1986, quando entram os teclados então recebemos uma grande viagem no tempo e às cercas de 20 mil pessoas que acompanhavam o show voltaram a maioria a sua adolescência, vi até alguns senhores de idade dançar no famoso "passinho". E se já era ridículo quando jovem imagina depois de velho..., mas, esta é apenas minha opinião... e sei que muitos que estão lendo devem gostar de fazer isso e respeito totalmente.

  

     Em True Faith, mesmo sendo do Substance, cai a empolgação da plateia e a próxima, antes de apresenta-la, Bernard Sumner elogia os fãs e fala que sempre são fantásticos e introduz a próxima faixa apenas dizendo "..five...eight.six..", que seria a fenomenal 5 8 6 do álbum Power, Corruption & Lies de 1983, e o melhor eles deixaram para o final, onde literalmente a galera explodiu em empolgação com a trinca final que teve The Perfect Kiss do Low-Life, o mega hit Blue Monday do Substance, para então finalizarem a primeira parte com o clássico Temptation deste mesmo disco.

    Era chegada minha hora de partir, já que muitos se dirigiam a saída e fiquei bem triste ao ver o set list, pois, ele encerraram com dois clássicos do Joy Division sendo eles a sensacional Atmosphere e a insuperável Love Will Tears Us Apart.

Set List do New Order

1 - Elegia
2 - Crystal
3 - Transmission
4 - Singularity
5 - Ceremony
6 - Age of Consent
7 - Your Silent Face
8 - World
9 - Bizarre Love Triangle
10 - True Faith
11 - 5 8 6
12 - The Perfect Kiss
13 - Blue Monday
14 - Temptation
Encore:
15 - Atmosphere (Joy Division cover)
16 - Love Will Tear Us Apart

Saldo Final

    Bem, presenciei um festival maravilhoso, porém, no outro dia era a famosa 'segunda brava' e eu queria... ao invés de ir trabalhar retornar para um novo dia de Lollapalooza. Pude acompanhar um festival eclético, extremamente bem produzido, com um belo line-up e que tive que andar muito lá dentro, afinal, a área era imensa.

    Poderia criticar o som, mas se ele ( o som ) não esteve excelente foi por conta da distância e sabemos que o som se propaga bem até uma certa área, depois perde potência; isso é física, se estudasse direito no segundo grau vocês saberiam.

    Existem muito mais além de Rock e vendo outros estilos, você pode dar muito mais valor as bandas que não estão lá e você pode ajudá-las a crescerem para que no ano que vem elas possam estarem tocando lá. Produção ímpar, comida boa, cerveja gelada, Rock'n'Roll de alto nível, em suma, que venha 2015 logo. 

Lado negativo

    O governo tanto estadual quanto municipal que não incentivou a CPTM e SPTrans a criarem um esquema esquema especial para o atendimento correto dos milhares de fãs postergando o horário, pois tivemos provavelmente 80.000 pessoas em ambos os dias, e embora no primeiro parecia que tinham muito mais pessoas, e isso foi certamente o que pior aconteceu, ou seja, olho em grandes eventos homens da política que 'dirigem' nosso país.

 

Texto: Marcos César de Almeida
Fotos: Gustavo Alves Paques, Marcos César de Almeida e Equipe da T4F
Agradecimentos à Costábile Salzano Júnior e a equipe da T4F pela atenção e credenciamento
Maio/2014

   

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