Paradise Lost - Tragic Illusion 25Th Anniversary
Sábado, 12 de abril de 2014
no Clash Club em São Paulo/SP

    Há 19 anos desde sua primeira vinda ao Brasil no Philips Monsters Of Rock, a banda de Doom Metal Paradise Lost, volta pela quinta vez ao Brasil ( sendo as anteriores em 1995, 2006 - saiba como foi, e também em 2008 e 2012 ) e mostra mais uma vez que o país é um lugar onde gostam de tocar, pois, eles vieram comemorar seus 25 anos com gente, em um show sensacional, que reúne uma boa parte da história de vida da banda.

    O show estava marcado para às 21h, e a maioria das pessoas deixou para vir no The Clash Club perto do horário de começar o show. A casa foi enchendo durante os testes com a luz e som, nos quais os mais empolgados gritam ‘uhul’ a cada piscada na tela. Às 20h50 começa uma bela intro da banda Dead Can Dance: Persephone ( The Gathering Of Flowers ) do álbum Within The Realm Of A Dying Sun de 1987, alguém do meu lado comenta que a intro é “loka”, e nela mesmo vamos gritando intensamente, enquanto os músicos sobem ao palco, Nick Holmes nos brinda com um “São Paulo!”.

    E já saem tocando a Mortals Watch The Day ( do Shades Of God de 1992 ), durante o solinho concentrado de Gregor Mackintosh, a galera 'bangeia' de boa e até agita bastante em algumas partes, no fundo do palco uma bandeira enorme do Tragic Idol último álbum dos caras de 2012, nos telões ao lado animações com o nome da banda.

    Nick Holmes nos saúda com um “Great São Paulo! great nite hun? Como vocês estão?” Nós respondemos gritando ‘Paradiseee!’ a segunda da noite foi a viciante So Much Is Lost ( álbum Host de 1999 ) cantada por todos, a minha vontade é de dançar na pista. Nick Holmes nos agradece e pede para desculparmos o português dele, a próxima é a intensa Remembrance ( do Icon de 1993 ) e já deu pra perceber que o povo ama as músicas mais antigas, não? Essa é cantada ( na verdade gritada ) por todos, principalmente nos momentos de backing vocal.

    “A próxima é de muitos anos atrás, essa é do segundo álbum Gothic, ( de 1991 ) nos avisa Nick Holmes ( acredito que esteja sorrindo, mas daqui onde estou e difícil de ver ), esse álbum firma as bases do atual Gothic Metal e Doom/Death.

    Na intro de Gothic gritamos empolgados e Aaron Aedy acompanha nosso “hey” e viam-se muitas câmeras ao ar nesse momento, os mais agitados já estão sem camisa no meio da galera, a casa está cheia, no meio dessa música Nick Holmes nos anima com um "São Paulo!". O povo se mexe muito, mas essa música a grande maioria não canta junto, mas, todos compensam nas muitas palmas ao final.

     A próxima intro arranca gritos apaixonados das garotas a minha volta ( bem poucas por sinal ) e Enchantment ( Draconian Times de 1995 ) vem pra acordar uma parte do pessoal e todos acompanhamos no “ôôôôô”, tive que desistir da pista, para ter uma noção, por causa da minha estatura, tive que subir no mezanino da casa, pois, a galera se espremeu de uma tal forma que eu não via mais nada dali, o baixo de Steve Edmondson está tão alto nesse momento que subo as escadas com suas a notas ressoando na cabeça.  

    Um Nick Holmes muito animado ( agora consigo ver seu rosto ) agradece e pergunta se decoramos todas as músicas, avisa que a próxima é a faixa título do álbum Faith Divides Us - Death Unites Us de 2009 ( confira resenha ), enquanto isso, da pista jogam uma faixa para os músicos, e quando ele abre está escrito: “Die now, but well see Paradise Lost”. Essa música é mais de boa, Nick Holmes avisa: “quero ver suas mãos São Paulo” e todos batem palmas, a galera continua cantando e ‘bangeando’ acompanhando o ritmo mais calmo, mas ainda sim pesado da música.

    No fim, mais um agradecimento de Nick Holmes enquanto gritamos “Paradise Lost, Paradise Lost!” acompanhados por Adrian Erlandsson e seu bumbo. Ele disse: “tudo ok por aí? Bom vamos começar com as mãos para cima”, e logo emendamos no “hey” a Tragic Idol ( a título do último álbum de 2012 ) e Aaron Aedy ‘bangeia’ muito, os riffs são apaixonantes, considero uma das melhores execuções da noite, Gregor Mackintosh também agita conosco.

    A próxima é mais legal ( foda!!! ) ainda, essa intro é para dançar - Never For The Damned ( do cd In Requiem de 2007 ) e Nick Holmes gostaria de apresentar para vocês: "na bateria Adrian Erlandsson, no baixo Steve Edmondson e nas guitarras... Aaron Aedy e Gregor Mackintosh". Depois de arriscar alguns passos nessa música, eles vem com mais uma dançante e emendam a Isolate ( do cd Symbol Of Life de 2002 ), essa é bem eletrônica, muita gente só no pulo comigo, essa é cantada a plenos pulmões. E os músicos não falam muito entre as canções, também não demoram para se aprontar, mas, compensam se movimentado pelo palco, sorrindo e interagindo conosco, a próxima é a cativante Say Just Words ( do cd One Second de 1997 ) e no meio da música uns riffs de baixo lindo, todos cantamos no refrão que fica colado na mente, mesmo depois do show.

  Eles fazem um intervalo às 21h40, aqui atrás um cara tenta puxar algum coro: “Paradise, olle olle, Santos, Lost” entre outras palavras desconexas, mas não consegue empolgar ninguém, a ansiedade pela volta dos músicos e grande e 10 minutos depois, a grande maioria começa a gritar “Paradise Lost!”. Mas, a euforia acaba logo, pois, o pessoal está mais preocupado em encontrar e conversar com os amigos, ou ficar no celular, outros ainda tentam mais uns gritos e às 21h55 eles voltam e sem delongas começam a densa - Rotting Misery ( do primeiro álbum de 1990, o Lost Paradise ) essa é mais desconhecida e menos cantada, um ou outro se mexe com esse som, Gregor Mackintosh é o mais concentrado no palco, essa dá uma esfriada no clima, mas no fim ainda recebe palmas.

    Acho que Nick Holmes percebe uma certa apatia no fundo da pista, e pergunta: “como vocês estão essa noite? Talvez vocês precisem de uma bebida? Essa se chama One Second...”, e a título do disco One Second de 1997 vem para esquentar as coisas e ele pede: “batam palmas, mesmo se você estiver com uma mão só, bata em alguma coisa! É sábado à noite, me acompanhem” e todos atendemos!

     Em seguida, nos disse: “Obrigado essa é a True Belief e executam a composição do Icon, disco de 1993. No seu término, agora sim gritamos: “Paradise Lost... Paradise Lost... Paradise Lost...” com vontade, adoro a letra dessa música “I don't know about a true belief here, With the 'lost' it's the same as Always, All I want is the same, a true belief”. Aaron Aedy já é nosso, pois, ele ficou o tempo todo desta música interagindo, cantando e bangeando conosco, junto com aos riffs melódicos, e como era de se esperar, todos cantaram com a banda e em alguns momentos, nós sobressaímos a voz de Nick Holmes. Enfim, além da energia tenho que dizer que a bateria dessa música é ótima e a galera volta agitar bastante.

    “São Paulo obrigado! Eu gostaria de agradecer a todos que vieram ver a nossa banda fucking inglesa é sempre um prazer tocar aqui em São Paulo”. E logo depois, eles começam a Over The Madness ( do cd Paradise Lost de 2005 ) com o vocalista bradando: “Quero ver as mãos para o alto, c’mon!”, e era necessário, pois, a galera está um pouco parada demais para o meu gosto nessa volta dos músicos, alguns 'gatos pingados' ainda pulam, pelo menos temos palmas e “heys”, claro que uma grande parte está mais para apreciar a música do que para pular comigo, afinal, nem todo show é para voltar todo estrupiado! Nick Holmes ainda vem para a frente pedir palmas, aí sim uma boa parte desperta, afinal essa pode ser a última da noite.

    Eles agradecem e os músicos saem batendo palmas para nós e deixam Adrian Erlandsson ( baterista é sempre o último a sair ) no escuro, ele joga as baquetas mesmo assim, ninguém se conforma ou sai do lugar, as luzes não se ascenderam também, continuamos chamando “Paradise Lost, Paradise Lost”.

    Em menos de cinco minutos depois eles voltam e aí caro leitor(a), pulamos, cantamos e dançamos com Erased ( gravada no Symbol Of Life de 2002 ), que veio para fechar com chave de ouro no seu refrão: “I don't know anyone!” nesse momento umas ligeiras microfonias que não atrapalham em nada, todos ‘bangeiam’ em cima do palco e na pista. E o vocalista dispara: "Obrigado São Paulo boa noite! See ya!”. Entre muitos aplausos, os músicos se despedem e também nos aplaudem.

    Às 10h25 acaba de verdade, alguns saem ainda cantando, outros felizes com os amigos, pelo que percebi o início do set agitou bem as pessoas, na volta do 'encore' a noite foi mais de contemplação das músicas do que de agito, o que me impressiona é que mesmo sendo a quinta vez deles no Brasil, uma boa parte dos fãs mantem aquele olhar de deslumbre, como se fosse a primeira vez que vissem a banda.

Texto: Erika Alves de Almeida
Fotos: Marcos César de Almeida
Agradecimentos à Marcos Rocha da Dark Dimensions
pela atenção e credenciamento
Maio/2014

Set List do Paradise Lost

1 - Mortals Watch The Day
2 - So Much Is Lost
3 - Remembrance
4 - Gothic
5 - Enchantment
6 - Faith Divides Us - Death Unites Us
7 - Tragic Idol
8 - Never For The Damned
9 - Isolate
10 - Say Just Words
Encore:
11 - Rotting Misery
12 - One Second
13 - True Belief
14 - Over The Madness
Encore 2:
15 - Erased

 

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