Paul McCartney - Out There Tour
Terça, 25 de novembro de 2014
no Estádio Allianz Parque em São Paulo/SP

Um show magnífico de Rock Elétrico, romântico, acústico e até intimista,
revivendo os sucessos dos Beatles, Wings, solos e de seu novo cd

    Neste mês de novembro de 2014, o Brasil foi brindado com o retorno de um dos maiores, mais importantes e mais carismáticos músicos da história do Rock Mundial para a realização de shows, que foram simplesmente inesquecíveis e que ficarão na memória de cada um dos fãs que acompanharam suas apresentações. Estou falando é claro de Sir Paul McCartney, que além de ser um dos quatro de Liverpool, possui mais de 34 álbuns lançados como artista solo e ao lado dos Wings, além de alguns experimentais e os 13 super conhecidos clássicos históricos da música mundial com os Bealtes, além de inúmeras coletâneas, singles, álbuns ao vivo, caixas, etc, que juntos já venderam mais de bilhões de cópias.

    Sir Paul McCartney iniciou a Out There Tour no Brasil em maio de 2013 com shows em Belo Horizonte/MG, em Goiânia/GO e Fortaleza/CE e após percorrer o mundo todo, retornou ao país para terminá-la com shows em Vitória/ES, Rio de Janeiro/RJ, Brasília/DF e São Paulo/SP, sendo que a primeira das duas apresentações na capital paulista foi a que o Rock On Stage acompanhou e você saberá em detalhes nas linhas abaixo.    

 

     Especificamente para mim, que escrevo esta resenha, foi uma honra poder finalmente assistir um show de Paul McCartney - pois, assim como a maioria dos milhares de fãs presentes nesta terça feira chuvosa em São Paulo - sou fã dos The Beatles e de sua carreira solo desde que me conheço por gente, e tudo que eu ouvi depois no Rock foi, de certa forma, influenciado pelos trabalhos que os Fab Four registraram em sua história, sejam juntos ou separados.

    O estádio Allianz Parque, palco das apresentações em São Paulo, estava com suas dependências totalmente tomadas para o espetáculo ( todos os 45 mil ingressos foram vendidos ) e quem foi até lá sofreu com uma das maiores chuvas dos últimos meses na capital ( tudo bem que estamos precisando, mas bem que a chuva podia ter demorado mais dois dias... ).

    Antes de começar a contar de como foi o show, tenho que ressaltar um importante dado: Paul McCartney aos 72 anos esbanja simpatia, fascínio e habilidade no palco ao cantar, tocar seu baixo, piano, teclado, banjo durante as músicas do set list, mas além disso, o compositor inglês aproveita este giro mundial para divulgar seu ótimo trabalho de estúdio, o recente álbum New. Ele já atingiu um nível tão grande que não precisaria mais compor músicas, mas para um mestre, isso é algo tão natural, que faz questão de nos contemplar com mais um excelente álbum de Rock. 

Começo elétrico

    Devido ao caos que a forte chuva causou em São Paulo, com muitos quilômetros de congestionamento, a organização do show, inteligentemente atrasou um pouco o seu início para que os fãs pudessem adentrar com tranquilidade no ótimo Allianz Parque e o espetáculo programado para começar às 21hs foi começar para valer por volta das 21:45hs. Mas, quando eram umas 21:15hs, uma longa apresentação de imagens de Paul McCartney desde seu nascimento, passando pelos tempos dos Beatles até os dias atuais foi exibida nos gigantes telões dos lados do palco em meio a várias músicas clássicas em versões diferentes do habitual nos minutos seguintes ( tivemos músicas em ritmos de Soul, Jazz, Dance, por exemplo ). Claro que isso aumentou a nossa ansiedade pelo show, mas também fez a alegria ao (re)ver momentos históricos deste formidável músico.

    E quando terminou esta exibição, instantes depois, um empolgado Paul McCartney adentra ao palco discretamente com um belo terno e é recebido de forma totalmente eufórica pela plateia antes mesmo da primeira nota, que assim que foi dada, fomos todos de volta até aos anos sessenta com Eight Days A Week ( do Beatles For Sale de 1964 ), que trouxe aquele clima novamente recriado diante de nossos olhos. Juntos a Paul McCartney com seu baixo Hofner tínhamos os excelentes Paul ‘Wix’ Wickens nos teclados, Brian Ray no baixo e guitarra, Rusty Anderson na guitarra e Abe Laboriel Jr na bateria.

   Em seguida, eles executaram a Save Us ( do novo cd, o New de 2013 ) e seu ritmo Rock´n´Roll contagiante provou que a capacidade dele em compor novas e boas músicas permanece intacta, inclusive, o grau de afiação de sua banda é excelente e todos ajudam nas harmonias vocais. Antes de continuar Paul McCartney nos saúda: "Oi Sampa... boa noite paulistas!!!" em bom português e em inglês avisa: "que vamos fazer uma festa de Rock esta noite...", assim, a admirável All My Loving do With The Beatles de 1963 foi tocada e praticamente colocou o Allianz Parque abaixo com o frenesi que causou... seja no ritmo perfeito ou nas imagens dos Beatles que passavam no telão.

    Sempre muito solicito, no final de cada música Paul McCartney dizia um "obrigado" e continuou: "esta noite vou tentar falar um pouco português, mas meu inglês é bem melhor". Então, ele tira seu terno e pega uma linda guitarra colorida e completa: "é bom estar de volta...". Desta forma, recebemos o Rock´n´Roll festivo de Listen To What The Man Said do álbum Venus And Mars de 1975, a primeira dos Wings nesta noite, que fez muitos cantarem com ele e olha que isso aconteceu independente de idade, pois, tivemos um encontro de gerações no Allianz Parque.

    No término fazendo algumas caras e bocas ele reafirma: "é bom estar de volta..." para então começar a tocar o Bluesão de Let Me Roll It, gravada pelos Wings no excelente Band On The Run de 1973, que teve um imenso coral de vozes feito pelos fãs presentes no estádio e quem ganhou um belo destaque nesta música foi o tecladista Paul ‘Wix’ Wickens com seu solo puramente setentista. E realizando uma surpresa fantástica, eles prolongaram a energia com uma versão instrumental de Foxy Lady do Jimi Hendrix, tanto Paul McCartney quanto Rusty Anderson solaram primorosamente suas guitarras, que resultaram em aplausos de todos que gritavam "Paul...Paul...Paul...".

    Enquanto trocava a guitarra, comenta que o trecho anterior era de Jimi Hendrix e que a guitarra Gibson Epiphone Casino que portava no palco foi a utilizada na gravação original da música seguinte, a Paperback Writer lançada pelos Beatles em formato de single em 1966 e meus caros amigos(as)... que magia positiva sentimos ao ver ele tocando este clássico.

Romantismo ao piano

    Ele nos cumprimenta erguendo a guitarra ( gesto que repetiu durante todo o show ) e vai até ao piano ( um Yamaha e dos grandes, daqueles conhecidos como piano de cauda ) para tocar a bela balada My Valentine composta no Kisses On The Bottom de 2012 e de lá dedica a música a atual esposa Nancy. Depois ele faz um "coraçãozinho" com as mãos, fala vários "Thank You" e nos pergunta se gostamos do Wings, assim que ouve o gigantesco "sim" começa a tocar a belíssima Nineteen Hundred And Eighty-Five, outra do clássico Band On The Run, cujo ritmo conquista todos e nos fez querer dançar, porém, o que chamou bastante a atenção foi o seu crescente nos solos de piano, bateria e guitarra muito bem combinados pelos músicos e em uma interpretação de gala.

    Depois, se levanta, faz uma dançinha para nos agradecer e ainda no piano, inicia a balada Long And Winding Road, mais um dos inúmeros clássicos gravados ao lado dos Beatles para o álbum Let It Be ( de 1970 ), e esta era a hora para os casais se abraçarem, para ascender a 'função luz' do celular ( antigamente eram os isqueiros ) em um momento muito romântico. Novamente se levanta, nos agradece e avisa que a próxima é para a Linda ( Eastman, sua primeira mulher, que faleceu anos atrás ) e toca com toda alegria a Maybe I´m Amazed, composta no primeiro álbum pós-Beatles ( o McCartney de 1970 ), mas nem só das linhas mais tranquilas de uma balada viveu esta canção no show, pois eles literalmente meteram o peso do Rock´n´Roll em sua execução.

Acústico e intimista como se estivesse num pequeno clube

    Paul McCartney se levanta do piano, faz a saudação de sempre para nós, pega um violão e fala: "aqui está bombando" ( quem ensinou esta gíria para ele hein? ) e com Rusty Anderson também portando um violão eles tocam a curta, mas belíssima I´ve Just Seen A Face ( gravada no Help! de 1965 ), que fez a multidão cantar com ele dada a positividade que esta música nos passou. Logo após, ele pede os gritos dos fãs dos vários lados do estádio e sempre sorri a cada 'grupamento' que ouve nos passando essa alegria, que aumentou assim que a We Can Work It Out, outro clássico dos Bealtes ( esta lançada em um single em 1965 ) foi exibida e consequentemente, cantada por todos.

    E a chuva aperta, mas ninguém se importa, após um "obrigado paulistas!!!" tivemos a calma Another Day, um single dos tempos do primeiro disco solo de Paul, em 1970, que trouxe uma aura reflexiva em nós todos ao vê-lo tocando um violão de 12 cordas. Então, ele nos pergunta se queremos uma música dos bons tempos, fala que estamos na TV ( referindo-se à transmissão do show ao vivo pela Multishow ) e no violão toca a And I Love Her, uma das mais emocionantes baladas gravadas pelos Beatles ( esta do A Hard Day´s Night de 1964 ), que fez gerações de 'beatlemaníacos' cantarem com quase toda a força que tinham ( afinal, tínhamos que economizar em vibração, pois o show seria longo ), que resultaram depois em intensos aplausos.

    Logo depois, sozinho no violão Paul McCartney fez muitos chorarem ( inclusive uma garota próximo a mim chorou... me emocionando também ) de contentamento com a sublime Blackbird, composição registrada no chamado 'álbum branco' dos Beatles de 1968. Nesta hora, a parte da frente do palco se ergue por 8 metros de altura para que todos pudessem ver 'Sir Macca', independente de onde estivessem no estádio e acredito que ele também tenha se emocionado ao ouvir todos cantando com ele naquela interação linda com a plateia.

    Quando ele se prepara para a próxima, os fãs gritam "Shes Loves Yeah...Yeah...Yeah...", mas Paul sorri, avisa que a próxima é a comovente Here Today ( composta no álbum Tug Of War de 1982 ) dedicada ao amigo John Lennon e esta foi mais uma tocada apenas no violão lá de cima.

Voltando a plugar com baixo e piano

     E os fãs insistem com a She Loves You, mas, ao invés de mais uma das antigas, o set continuou com uma recente, justamente a que intitula o novo cd, a animada New e ele foi à frente do palco para tocar com um piano de coloração psicodélica dos tempos dos Beatles e a galera cantou junto, mostrando que aprovou o álbum. Muito bacana foi o pessoal utilizando pulseiras de neon ( comum em festas ), que deu um colorido todo especial na execução desta música semelhante ao escrito de seu título que aparecia no telão principal.

    Ele aproveita o momento para nos mostrar mais uma, agora a Queen Eye, que apresentou um ritmo Rock´n´Roll bastante envolvente, que nos fez gritar os seus "hey...hey..." sempre que Paul McCartney dava a deixa. E emenda na sequencia Lady Madonna ( mais uma dos Bealtes, que saiu somente em single em 1968 ) e no telão víamos várias mulheres famosas e que de certa forma mudaram o mundo, tais como Margareth Thacher, a princesa Diana, Tina Turner, Madre Tereza de Calcutá, Marilyn Monroe, a rainha-mãe Elisabeth II, entre outras tantas.

    Ao anunciar a próxima, Paul diz: "essa é para a mulecada" e assim tivemos umas das músicas mais infantis e bacanas que os Beatles criaram: All Together Now, gravada no Yellow Submarine de 1967, tocada inicialmente apenas no violão por ele e depois com a banda participando à maneira que a música cresce beneficamente. Inclusive tivemos  teve um brilhante solo de gaita de Paul ‘Wix’ Wickens e que  também fez os 'beatlemaníacos' presentes voltassem a serem crianças e saírem cantando com o herói em uma sinergia que poucas vezes acompanhei em um show, coisas que só Paul McCartney consegue fazer.

    E então chegou a hora de revisitar clássicos do álbum que é considerado um divisor de águas na história dos Beatles, o Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band ( confira resenha ) com a música Lovely Rita e ver Paul McCartney empunhando um violão realizando uma interpretação tão bonita quanto o disco de 1967 foi incrível, tanto que em resposta, centenas de milhares ou cantaram com ele felizes da vida ou tinham um sorriso gigantesco no rosto.


    Dedicada a todos nós, Sir Paul McCartney executa a canção que intitula a atual turnê com Everybody Out There, que foi também muito bem recebida. Com a plateia nas mãos ele comandou nossas vozes no prolongamento de voz e violão que fez ao reger os nossos "ôôôôôô Everybody Out There" ao dedilhar seu violão de doze cordas. Ainda no violão, mas agora de seis cordas, ele nos envia outra das mais belas composições dos Beatles com Eleanor Rigby ( do Revolver de 1966 ) e o baterista Abe Laboriel Jr vem à frente para realizar a melodia vocal junto à Paul McCartney aumentando o nosso delírio nostálgico ( e diga-se de passagem, Abe mandou muito bem ). Momento mítico do show!!!

Controlando a chuva?

    Com o baixo Hofner de volta em suas habilidosas mãos, ele pergunta se estamos felizes e avisa que a próxima também é do Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band e toca a psicodélica Being For The Benefit Of Mr. Kite!, que no álbum é cantada por John Lennon e nesta versão no Allianz Parque, eles também extraíram com perfeição o seu clima circense junto à um verdadeiro show de luzes.

    Enquanto aplaudíamos, ele solta um "Thank You paulistas..." e diz: "esta canção é para meu amigo George", que nos trouxe a emblemática Something tocada com um cavaquinho e cantada em uníssono com bastante força por todos nesta versão acústica soberba, que ficou ainda melhor quando a banda se juntou a Paul McCartney, pois, trouxe toda a atmosfera de sua gravação original, que ficou mais em voga quando no telão eram exibidas imagens de George Harrinson. E extremamente simpático, ele nos falou: "Thank You George for write one beatiful song" e realmente, esta é uma das melhores do Abbey Road de 1969.

    A próxima do show é Ob-La-Di, Ob-La-Da do White Album com seu ritmo festivo e nesta ele utiliza um banjo, que elevou ainda mais a adrenalina de cada um, pois fez mais uma vez, todos sem exceção cantarem, pularem e seguirem o ritmo nas palmas, tanto que teve um prolongamento na pura emoção dos fãs, que fez a banda repetir o refrão mais uma vez e isso sem contar os balões coloridos que foram agitados e jogados para o ar.

   Rapidamente, Paul McCartney inicia uma de suas melhores criações solo, o hino que intitula uma de suas obras-primas: Band On The Run, que começa lenta, sofre uma alteração e transforma-se em uma música espetacular, e ao vivo, este nobre inglês e seus aliados no palco a executaram com toda a precisão, até além do que os fãs esperavam, afinal, tivemos belos solos de guitarras de Rusty Anderson e Brian Ray, de teclados Paul 'Wix' Wickens e toda a empolgação passada pela excelente voz de Paul McCartney.

    E sem delongas fomos todos a outro sucesso dos Beatles do White Album com a entusiasmada Back In The U.S.S.R., que exibiu imagens de lugares russos no telão principal atrás da banda e teve aquela magia sessentista no ar outra vez, além de riffs vibrantes de guitarra feitos por Rusty Anderson e Brian Ray. E sabe aquela velha história de colocar uma sequencia de músicas no final que são para arrematar o show? Então... Paul McCartney também o fez, pois, executou na sequencia direto do piano a linda Let It Be ( título do álbum ) e todos cantaram com ele este melancólico clássico, que teve direito à um solo mais forte de guitarra de Rusty Anderson, que impressionou bastante. E nesta hora algo muito peculiar aconteceu... quando a música acabou a chuva também parou por uns instantes, vem cá Paul estava controlando a intensidade da chuva também?

 

Hora de incendiar e emocionar

    Com uma leve distorção vinda da guitarra tivemos um dos momentos - literalmente - mais explosivos do show, pois tanto a música quanto os efeitos de fogos, luzes e lasers foram para incendiar mesmo a apresentação, afinal, tocar Live And Let Die com o vigor que Paul McCartney a criou somente ele mesmo, por mais que Axl Rose se esforce, a versão original e com seu criador será sempre insuperável, e olha que neste ano o Guns´n´s Roses fez uma ótima exibição desta música também ( confira resenha ), mas 'anos luz' da maravilha Rock´n´Roll apresentada no Allianz Parque. Exponencialmente ovacionado, ele vai até ao piano multicolorido para tocar Hey Jude, um hino coletivo, que foi aplaudido, cantado e sentido em cada um dos mais de 45.000 corações beatlemaniácos.

    E claro que aquele coro do "la...la..la..la.la.ra..la.ra... Heeeey... Juuuudeee" foi entoado por todos os lados do estádio, sem exceção e Paul ainda dividiu os fãs, pedindo para a galera da direita cantar uma vez, da esquerda, da frente, de trás, os homens e as mulheres. É praticamente indescritível as emoções que foram passadas nesta hora, você meio que sente um filme passar nesta hora em sua cabeça, se relembrando de tudo que você já ouviu, dos shows que assistiu e sente que nenhum teve este grau de energia. E neste ambiente ímpar, os músicos se reúnem e se despedem de nós, após duas horas de show.

Retorno para o primeiro bis

    Duas horas sem uma pausa, sem derramar uma gota de suor, sem tomar uma água, sem que sua banda toque uma música para ele ir descansar nos bastidores!!! E o cantor principal já tem mais de 70 anos... é mole ou quer mais? Isso que é preparo físico meus amigos e amigas do Rock On Stage!!!! Bem... nós queríamos mais, pois, faltavam ainda muitas músicas para nos satisfazer por completo e eles retornam segurando bandeiras do Brasil e da Inglaterra em uma bela homenagem para em seguida tomarem seus postos no palco e tocarem Day Tripper ( do Revolver de 1966 ), que retomou a adrenalina do show com seu Rock´n´Roll simples e cheio de energia.

    Com muita presença de palco o tempo todo, ele brinca com sua voz e nos provoca antes de prosseguir o show com Blues/Rock de Hi Hi Hi ( single de 1971 ), mais uma das brilhantes composições dos seus tempos de Wings, que novamente sacudiu a galera, ainda mais com a acelerada no ritmo que eles fizeram na parte instrumental.

    Ele pergunta se queremos mais e com a resposta positiva diz: "one...two...three...four" e I Saw Her Standing There - canção que foi registrada no primeiro álbum dos Beatles, o Please Please Me em 1963 - foi tocada com primor e meio que marcou uma volta aonde tudo começou, quando os Beatles estouraram, e bem... nesta versão ao vivo tivemos outra canção de arrepiar, afinal, esta música representa muito e encerrou a segunda parte do show com uma nova participação do gigante coro formado no Allianz Parque.



Final Majestoso

    Mas ainda tinha mais, o show não havia acabado, e ao contrário do que acontece quando as bandas tocam no máximo uma ou duas músicas no primeiro bis, Sir Paul McCartney tinha uma sequencia com mais cinco para o segundo bis.... isso que é disposição meus amigos(as)!!! A primeira foi a clássica e conhecidíssima Yesterday ( gravada no Help! ), bem mais introspectiva, pois, ele tocou-a sozinho com seu violão e não tinha como não sair cantando com o ex-Beatle, para onde se olhava notava que milhares de vozes o acompanhavam.

    Contando já com a banda inteira novamente no palco, Paul McCartney com seu baixo Hofner junto a Brian Ray e Rusty Anderson nas guitarras mostra que os Beatles também foram responsáveis diretos pela fundação do Heavy Metal com Helter Skelter ( também do White Album ) e a tocaram com toda agressividade nos solos de guitarras e de seus vocais, nem parece que Paul tem a idade que tem, parece mais um garoto em seus primeiros shows esbanjando vigor físico ( aliás, ele dá show em muitas bandas novas ).

    Ele fala então: "está na hora de ir embora", mas faltava aquele 'grand-finale' já tradicional de seus shows e que serviram de dica dos Beatles no Abbey Road que a banda iria acabar. Ele retornou ao piano para a iniciar a trinca composta por Golden Slumbers com suas melancólicas - mas sempre emocionantes - linhas instrumentais e vocais, que se ligam na animada Carry That Weight com seu ótimo solo de guitarra e se encerram com o Rock´n´Roll de The End, com direito à mais uma atuação brilhante de Abe Laboriel Jr na bateria.

    Paul McCartney rapidamente deixa o piano, corre para pegar seu baixo para cantar os versos finais e tocar junto à dupla de guitarristas desta sequencia esplêndida, e claro, com direito à um pequeno aumento de seus solos, que terminam no verso que é atual até hoje "And in the end, The love you take Is equal to The love you make", e isso, após mais de 2 horas e 45 minutos de show.

   Enquanto Paul nos agradecia fomos brindados com uma chuva de papeis picados nas cores do Brasil e o show terminou de vez, mas sabe... quem merece os agradecimentos é você Sir James Paul McCartney por estar há mais de cinco décadas levando alegria e boas músicas a tantas pessoas do mundo. Que você tenha por muitos anos essa vitalidade e vontade de compartilhar conosco momentos fenomenais, grandiosos e memoráveis como os que tivemos nas trinta e nove canções desta noite lendária em São Paulo/SP.

    Tivemos neste primeiro dia ( e com certeza no segundo também ) um dos melhores shows do ano de 2014 na capital paulista e para mim, um dos melhores e mais importantes shows que já estive em minha vida, pois assistir a um ex-Beatle já é algo incrível, assistir o seu ex-Beatle favorito então, é simplesmente fabuloso e memorável. Sir Paul McCartney, aguardamos com o todo o amor de nossos corações pelo seu retorno no Brasil e em especial em São Paulo. Parabéns à Plan Music por realizar o sonho de gerações de fãs, que viram Paul McCartney pela primeira vez.

Texto: Fernando R. R. Júnior
Fotos: Marcos Hermes - Ag Lens Divulgação e Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos à Patrícia Kamel, Renata Pacheco Jordão e Ágata Cunha 
e a equipe da In Press Porter Novelli Assessoria de Comunicação pela atenção e credenciamento
Dezembro/2014


Set List de Paul McCartney

1 - Eight Days A Week
2 -
Save Us
3 -
All My Loving
4 -
Listen To What The Man Said
5 -
Let Me Roll It
6 - Paperback Writer
7 - My Valentine
8 -
Nineteen Hundred And Eighty-Five
9 - Long And Winding Road
10 - Maybe I´m Amazed
11 - I´ve Just Seen A Face
12 - We Can Work It Out
13 - Another Day
14 - And I Love Her
15 - Blackbird
16 - Here Today
17 - New
18 - Queenie Eye
19 - Lady Madonna
20 - All Together Now
21 - Lovely Rita
22 - Everybody Out There
23 - Eleanor Rigby
24 - Being For The Benefit Of Mr. Kite!
25 - Something
26 -
Ob-La-Di, Ob-La-Da
27 - Band On The Run
28 - Back In The USSR
29 - Let It Be
30 - Live And Let Die
31 - Hey Jude

Bis 1
32 - Day Tripper
33 - Hi Hi Hi
34 - I Saw Her Standing There

Bis 2
35 - Yesterday
36 - Helter Skelter

37 - Golden Slumbers
38 - Carry That Weight
39 - The End

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