São Paulo Mix Festival 2014 com:
Malta, Magic e Jota Quest
Sábado, 27 de setembro de 2014
na Arena Anhembi em São Paulo/SP

    Um show que certamente no meu ponto de vista, ilustrou o ano de 2014, e seria a ideia desde o começo ser o último matéria do ano, pois seria um festival tradicional, organizado pela Mix FM importante rádio de Pop Rock com diversos pontos de presença no Brasil. E o evento foi responsável pelas primeiras vindas de nomes como Fall Out Boy e Simple Plan no Brasil em versões anteriores e neste ano também tinha um line up bem eclético, onde teríamos como Rock, Pop Rock e até Heavy Metal nos shows do Malta, Magic e Jota Quest.

    Fora os mencionados, também teríamos alguns cantores de Rap, como Emicida, e Projota, além da cantora Annitta e gente como Awolnation e O Rappa, porém, não acompanhamos os dois últimos por conflito com a apresentação do primeiro vocalista do AC/DC Dave Evans, que aconteceria no mesmo horário ( confira aqui como foi ), mas, o principal intuito seria registrar a estreia do Malta em sua na cidade natal após vencerem o programa Superstar da Rede Globo de televisão.

Ermicida, Projota e Annitta

    Em relação aos cantores de Rap, o São Paulo Mix Festival 2014 foi em um ambiente de Arena, embora bem eclético para o festival, eu não consigo ver o Rap em shows grandes de arenas como este, pois suas letras são bem engajadas e falam das diferenças entre pobres e ricos e se perde um pouco na estrutura de eventos de arena, mas lógico... tiveram alguns que curtiram, o que não foi meu caso.

    No caso da cantora Annitta, eu esperava que seria um grande espetáculo com fogos, tudo que o nome dela gera na mídia e teria obrigação de fazer um grande show... garanto a vocês foi horrível, 46 minutos sem a menor comunicação com os mais de 20 mil espectadores que a assistiam. Certamente, foi um dos piores shows de 2014, e no quesito entretenimento deixou muito a desejar, apenas dançando e cantando, simplesmente não combinou com a historia do Mix Festival e digo isso não por radicalismo, mas como evento cultural que a música se propõe a fazer.

Malta

    Como vencedores do programa Superstar, o Malta era uma banda que realmente queria ver ao vivo e conferir se eram tudo que estavam falando, já que o momento é bem propicio para o Hard Rock e o quarteto é formado por Adriano Daga na bateria, Bruno Boncini nos vocais, Diego Lopes no baixo e Thor Moraes na guitarra, músicos que já tocaram em bandas que 'até ontem' frequentavam todos bares Rock da Capital Paulista e viviam dentro do underground.

    Mas vamos ao show, com o palco totalmente personalizado, da forma que o Malta vem rodando todo o Brasil, a música Entre Nós Dois abriu o show e pude notar uma forte introdução de bateria feita pelo competente Adriano Daga nos exibindo um um bom Hard Rock do estilo americano. E a reação da plateia foi cantar os versos da músicas do álbum recém lançado, o que deixou claro a força da banda bem como o poderio da Internet, já que as músicas são facilmente encontradas lá.

    A movimentação de palco agrada, claro que hoje devem estar muitos melhores, até pela experiência, e notei ainda que tanto o guitarrista Thor Moraes quanto o baixista Diego Lopes procuram ocupar todos os espaços, andando de um lado para o outro tocando juntos e no visual bem comum ao Hard Rock, com roupas pretas e tudo que o estilo proporciona.

    Na sequencia teríamos as músicas do álbum de estreia, já que as baladas são predominantes e a comparação que a banda recebeu com o Nickelback foi justa, embora eu sempre vou valorizar mais bandas Brasileiras e acho o Malta muito mais técnico que os canadenses. Desta forma, tivemos as baladas Alguém e Vai Ser Assim, onde o vocalista Bruno Boncini agradece aos fãs pelo Disco de Ouro, obtido em mais de uma semana. E vale dizer que o álbum debut Supernova era disco de platina, conforme eles ficaram sabendo naquele dia.

    Memórias, outra balada do debut foi bem recebida e também era impressionante de ver todos cantando, com uma plateia estimada em pouco mais de 20 mil pessoas, e uma coisa achei estranho: Bruno Boncini se comporta muito bem no palco e a sua potente voz realmente se destaca, às vezes ele brinca como um cantor popular e essa é sim a atitude correta, pois a banda ganha muito mais fãs e o Rock, se populariza, enfim, torna isso bom e divertido para todo mundo.

    Lendas prosseguiu o show mantendo o clima e  foi seguida por uma do álbum que achei que não tocariam, mas que bom... eles tocaram a pesadíssima Nova História, que certamente é a canção mais pesada deles. Depois deste momento mais próximo a um Heavy Metal, hora de apresentar uma música que hoje é tema da novela global, com Diz Ora Mim e tivemos depois o momento esquisito na música Baby, onde duas fãs entraram no palco e o vocalista cantou de joelhos para elas, criticar isso seria radical demais, já que o Bon Jovi faz o mesmo e todos veneram.

    O final trouxe uma surpresa fora do set list, um cover de We Will Rock You do Queen com batida corretíssima do excelente baterista Adriano Daga e finalizaram com sua canção mais conhecida, a  Supernova com sua batida forte, riff pesado de guitarra e um clima que só o Hard Rock proporciona, e uma excelente música para fechar qualquer show, que provou o talento, a capacidade deste quarteto e que sua vitória no programa televiso não foi por acaso.

Vídeo do show: https://www.youtube.com/watch?v=Fj_KPEt6rq4.

Magic!

    Uma amiga disse que o Magic! seria um banda de Reggae ( eu pensei, nossa hoje pago meus pecados, por decididamente não gostar desse tipo de música ), porém, estava totalmente enganada, pois a banda faz um Pop, com toques de reggae sim, mas um Pop Rock, misturado com o Ska e assim como o Malta que comparamos ao Nickelback, não há como não lembrar neste caso do The Police, que seguia nessa mesma linha.

    A banda é formada por Nasri Atweh nos vocais e Mark Pelli na guitarra, Alex Tanas na bateria e Ben Spivak no baixo, que fariam a estreia no Brasil, e isso é uma das grandes características do Mix Festival de sempre trazer bandas pela primeira vez no país. E o Magic! começa o show com Mama Didn't Raise, que quando escutei, lembrei-me de já ter ouvido a mesma, e aí confirmei que a influencia do The Police no som dos caras é fortíssima.

    Nasri Atweh pergunta se gostam de Reggae, já que a mistura que fazem com Pop e ska - como disse - é forte mas, para a mídia é melhor dizerem que são uma banda de Rock... e assim apresentam No Evil e o vocalista elogia a plateia pela recepção que teve. Ao apresentar a próxima que se chama No Way No, ele pede a todos que cantem e que as mulheres não sejam tímidas para dançarem.

     Quem conhece Steve Wonder? perguntou o vocalista para então iniciar a canção Master Blaster na versão do Magic! e essa diferente com essa mistura de estilos deu uma roupagem nova, porém, a mesma não foi do meu agrado. Bem... rapidamente voltam com Let Your Rain Down, novo single da banda e uma bela balada com uma levada calma com a guitarrinha bem calma, e onomatopéias que deixaram a música com uma grande levada Pop. A mesma é do álbum de estreia e único da banda até hoje chamado Don't Kill the Magic! e lançado em junho em todo o mundo.

     Paradise veio apresentada com o vocalista Nasri Atweh brincando com o público tirando a camisa... e o mesmo estava com a camisa da seleção brasileira e brincou que não joga tão bem futebol. Mas a canção em si leva boas viradas e um bom trabalho do baterista  Alex Tanas, que mais uma vez lembrando um tal de Stewart Copeland.

    Depois tivemos uma canção que não achei uma pisada no tomate... e sim um verdadeiro sapateio na maionese, com uma versão de Girls Just Want To Have Fun da Cindy Lauper, que arrepiou quem gostava ou não da versão da original.

    O single Don't Kill The Magic veio depois e mais brincadeiras com a plateia, que foram bem divertidas diga-se de passagem antecederam a última que fizeram, que foi o single Rude, sucesso nas rádios por todo nosso país, terminando uma rapidíssima apresentação que não chegou a 40 minutos e deixou a todos com um gosto de quero mais, mas certamente pela energia receberam dos fãs, a banda deverá voltar ao Brasil.

Set List do Magic!

1 - Mama Didn't Raise
2 - No Evil
3 - No Way No
4 - Master Blaster
5 - Let Your Hair Down
6 - Paradise
7 -Girls Just Want To Have Fun
8 - Don't Kill The Magic
9 - Rude

Vídeo do show: https://www.youtube.com/watch?v=A5qTicO0Rp0.

Jota Quest

    Tá aí uma banda que gera sentimentos em qualquer pessoa que goste de Rock, embora todos sempre afirmem que gostem do estilo e o baixista PJ tenha participado do novo álbum do Eminence, inclusive o quarteto mineiro emprestou o seu estúdio de gravação para eles, um fato incomum, pois raramente o Jota Quest faz isso.

    Poucas pessoas ligadas ao Rock, principalmente aos estilos mais extremos, se atentam a banda ou chegam em casa e colocam um cd do Jota Quest para tocar e relaxar, é sabemos que não e que você deve estar pensando, esse cara tá louco, talvez... mas quando você está de mente aberta, assiste a um show do Jota Quest é algo extremamente surpreender.

    Paulinho Fonseca na bateria, PJ no baixo, Marco Túlio Lara na guitarra, Marcio Buzelin no teclado e Rogério Flausino no vocal subiram no palco e de cara tocaram a nova Mandou Bem, primeiro single do novo álbum Funky Funky Boom Boom e todo mundo cantando bem alto, num astral extremamente positivo e ali você vê, que a banda realmente se sente em casa no palco e que gostam de estar ali.

 Sempre ouvi dizer que em festivais as bandas não podem fazer um show comum e se você tem hits deve usá-los mesmo que não toquem algumas músicas normalmente, e penso que essa é a estratégia do Jota Quest, que executou a dançante Na Moral, presente no álbum Discotecagem Pop Variada, seguida por Um Tempo de Paz do disco novo.

     O carisma da banda realmente impressiona, pois o vocalista Rogério Flausino e o guitarrista Marco Túlio Lara andam de um lado para outro e agitam o tempo todo, sendo o guitarrista uma presença bem Rocker mesmo, e com essa garra nos enviaram mais um hit, agora com a Encontrar Alguém do álbum homônimo da banda.

    O Jota Quest sempre se mostrou influenciado por Lulu Santos e neste show tocaram a sua versão para a composição Tempos Modernos, que fez muita gente balançar e continuou com O Sol, presente no cd Até Onde Vai de 2005.

    A próxima do set era uma das mais conhecidas com a Sempre Assim do cd De Volta ao Planeta dos Macacos ( cuja edição do Programa Álbuns Clássicos da Mix TV, o Rock On Stage também acompanhou, confira como foi ). E para os casais tivemos a balada radiofônica Só Hoje, num momento bem calmo, porém, repleto de emoção, principalmente por ver toda aquela multidão cantando cada um de seus versos.

    Já perto do final, pois no festival, os shows são basicamente de uma hora, e tivemos a sequencia Dentro de Um Abraço com Waiting For You ambas do disco novo e encerraram com Do Seu Lado, que está presente no disco Ao Vivo de 2003. Posso dizer que deixaram o palco em grande estilo.

    O São Paulo Mix Festival 2014 é um festival bastante eclético, que embora o Rock esteja presente, que é dedicado para as principais músicas que tocam na Rádio Mix, e caracteriza assim, bem o que é a rádio e todos eventos que ela produz de maneira profissional e interessante a seu publico alvo.

    Nota do Redator: Este festival foi realizado em uma data bastante complicada para o Redator que escreve essas trepidantes linhas e a dificuldade em tudo ilustrou o que passou no ano que acabou de se encerrar. Quero dedicar essa resenha as pessoas que... mesmo sem querer entram na nossa vida e novamente... mesmo sem querer, nos entregam uma energia tão positiva e fazem você entender o verdadeiro significado da palavra viver, sem rótulos, preconceitos ou idealismo, ou seja, apenas vivendo a vida e sendo feliz.

Texto e Fotos: Marcos César de Almeida
Agradecimentos a Titita Dornelles
pela atenção e Credenciamento.
Janeiro/2015

Set List do Jota Quest

1 - Mandou Bem
2 - Na Moral
3 - Um Tempo de Paz
4 - Encontrar Alguém
5 - Tempos Modernos
6 - O Sol
7 - Sempre Assim
8 - Só Hoje
9 - Dentro de Um Abraço
10 - Waiting For You
11 - Do Seu Lado

 

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