Angra - Secret Garden World Tour
Participação especial: Edu Falaschi
Abertura: Soulspell e Republica
Sábado, 07 de novembro de 2015
no Tom Brasil em São Paulo/SP

    Sempre pautando por apresentações especiais quando passa pelas principais casas de shows de São Paulo, o Angra retorna depois de dois anos ao Tom Brasil ( antigo HSBC Brasil ), local onde registrou o DVD Angels Cry 20Th Anniversary Tour ( confira como foi ) para mais um show da Secret Garden World Tour, que dá suporte ao álbum lançado em 2014, o primeiro de inéditas com o novo vocalista Fábio Lione.

    Aliás, este show do Angra traria também duas surpresas: o primeiro completo com o guitarrista Marcelo Barbosa e a presença do convidado muito especial Edu Falaschi, que é ex-vocalista do Angra e registrou os álbuns de estúdio Rebirth ( 2001 ), Temple Of Shadows ( 2004 ), Aurora Consurgens ( 2006 ), Aqua ( 2010 ), além do ao vivo Rebirth Wolrd Tour: Live In São Paulo ( 2003 ) e o EP Hunters And Prey ( 2002 ). Se somente isso não bastasse, a Top Link Music escalou duas grandes atrações de abertura, as bandas Republica e Soulspell.

Republica

    O Republica, banda de Rock/Heavy Metal que já conta com vinte anos de existência e três cd´s lançados aproveitou a oportunidade para divulgar o seu último disco de estúdio ( o Point Of No Return - confira resenha ) e também algumas novas composições, que estarão em seu vindouro quarto cd. E a fase da banda está muito boa, pois, na noite anterior, Leo Belling nos vocais, Luiz Fernando Vieira e Jorge Marinhas na guitarras, Marco Vieira no baixo e Mike Maeda na bateria foram também escalados como uma das bandas de abertura do show do lendário Creedence Clearwater Revisited.

    Nesta noite de sábado, o Republica subiu no palco pouco depois das 20:00hs, momento em que estava realizando o meu rápido credenciamento e logo em seguida, já me dirigi ao 'pit dos fotógrafos' para registrar algumas fotos e conferir mais de perto a apresentação da banda, que neste momento já estava executando a terceira música do set, a Time To Pay, que abre o cd e mostrou a boa recepção que o Republica ganhara do público do Tom Brasil, graças à interpretação cheia de dedicação do vocalista Leo Belling e os solos devidamente eletrificados da entrosada dupla Luiz Fernando e Jorge Marinhas.

    Leo Belling agradece ao Angra pelo convite e avisa que o set será composto de músicas novas e músicas velhas para dar início a Life Goes On, que fez os fãs vibrarem com seu potencial devidamente contagiante, que ao vivo ficou ainda melhor que sua versão no estúdio.

    Os painéis de 'led' que foram colocados atrás dos músicos, que ficaram entre a bateria e os amplificadores mostravam a cada música imagens que faziam a interação com os fãs, trechos de clipes, enfim, foi um excelente atrativo no show do Republica e na sequencia, eles apresentaram um estilo cadenciado e com um ar sinistro para a nova Stand Your Ground, onde os guitarristas solaram conferindo ainda mais peso ao seu show.

    Para a Goodbye Asshole, que no álbum Point Of No Return conta com a participação de Roy Z, o Republica trouxe seu andamento lento e ganchudo, que serviu para enaltecer a 'rifflerama' de Luiz Fernando Vieira e Jorge Marinhas, que dispararam solos longos, onde deixaram a distorção ferver e com isso ganharam aplausos e muitos 'hey...hey...hey...' dos fãs. Muito empolgado, o vocalista convida todo mundo para visitar o site da banda e avisa que a canção seguinte foi o primeiro 'single' e Jorge Marinhas tocou o violão no Heavy Rock Change My Way, onde Leo Belling a cantou com muito carisma seus versos, inclusive utilizando um megafone, que resultaram em palmas no ritmo da música.

    Ainda com o violão em punho, o Republica executa a nova Intimacy Of Your Soul, uma canção mais leve em seu início, que possui uma bela capacidade de conquistar a todos pelo seu andamento, que fica mais Rock´n´Roll em seu decorrer e que agradou bastante pelos aplausos que conseguiu.

    Antes de tocarem a próxima, o vocalista Leo Belling apresentou cada um de seus companheiros de palco para que pudessem receber os aplausos dos presentes, que aumentavam a cada instante e teve seu nome berrado pelo guitarrista Jorge Marinhas para que então pudessem continuar o set com outra composição mais recente, a Beatiful Lie, que estará no quarto cd da banda e seu estilo de balada Rock´n´Roll de muitos solos de guitarras, certamente atraiu novos admiradores para o Republica.

     Para o final do show, o vocalista Leo Belling agradece a oportunidade da Top Link Music, à equipe técnica que ajuda todos os shows acontecerem e a todos os presentes, para então dizer que The Mass seria outra do próximo disco e o que tivemos no Tom Brasil foi um Heavy Rock pesado e 'largadão', onde Luiz Fernando Vieira extraiu solos cheios de distorção de sua guitarra muito bem plugada em um amplificador Laney.

    A última do set contou com os agradecimentos do vocalista para o Angra e também uma solicitação para que quem gostou do som fizesse uma visita à loja da banda no saguão da casa, assim tocaram El Diablo ( mais uma do Point Of No Return ), que por se tratar da música do videoclipe e ser possuidora de um ritmo literalmente esmagador garantiu muitas palmas e muita agitação dos presentes.

    Antes de encerrar ele agradeceu novamente aos fãs e relembrou que teríamos o Soulpell e o Angra no prosseguimento da noite, além é claro de aproveitar os últimos instantes no palco para tirar aquela foto com os fãs no fundo, algo já tradicional em shows. Ainda não havia acompanhado o Republica ao vivo e deu para perceber que a banda no palco é ainda melhor que no estúdio, que realiza uma baita sonzeira o tempo todo e não deixa ninguém se distrair com seu show.

Set List do Republica

1 - Intro - Redemption Day
2 - Black Wings
3 - Time To Pay
4 - Life Goes On
5 - Stand Your Ground
6 - Goodbye Asshole
7 - Change My Way
8 - Intimacy Of Your Soul
9 - Beatiful Lie
10 - The Mass
11 - El Diablo
 

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de 70 fotos do show do Republica

Soulspell

    Pelo tanto de equipamentos que seriam trocados até poderia dar a impressão que demoraria para o Soulspell adentrar ao palco... ledo engano, pois, a troca foi bastante rápida e por volta das 21:45, os membros da banda já estavam todos prontos para começar o show, e diga-se de passagem... era bastante gente, pois, teríamos o criador do projeto, o baterista Heleno Vale, os guitarristas Leandro Erba e Sérgio Pusep, o baixista Wanner Maurício, além de um time de seis vocalistas - sendo eles: Jefferson Albert, Daisa Munhoz, Pedro Campos, Victor Emeka e Daniel Guirado - se alternando na execução das músicas dos álbuns A Legacy Of Honor ( de 2008 ), Labyrinth Of Truths ( 2010 ) e Hollow´s Gathering ( 2012 ) e ficava a dúvida, como seria o Soulpell ao vivo?

    Essa questão começou a ter sua resposta assim que a banda de Lençóis Paulista/SP exibiu os acordes introdutórios de The Embrance, que assim como no cd se liga a The Labirinth Of Truths ( do Labyrinth Of Truths ) e trouxe todos os vocalistas para o palco do Tom Brasil, cada um cantando uma parte da música, que me lembrou um pouco o estilo do Avantasia, porém, com todos os seis vocalistas 'povoando' o palco o tempo todo. O incrível é como eles interagem entre si e com a plateia em sua base musical voltada ao Power Metal. E lógico, que isso resultou em uma intensa participação dos fãs, que nos momentos certos, foram chamados a gritarem os 'hey...hey...hey...' e corresponderam plenamente.

    Em poucos instantes depois, sem pausar para respirar, o Soulspell dispara a terceira de seu set com a Age Of Silence do primeiro cd A Legacy Of Honor, que manteve a harmonia épica do show e mostrou a banda executando um som bastante alto com algumas microfonias, que foram ajustadas rapidamente pelo pessoal da equipe técnica. E enquanto um dos vocalistas cantava, os demais, - quando em cena - conclamavam os fãs para agitarem no ritmo da canção e sempre foram atendidos por eles confirmando que muitos dos fãs do Angra também estavam ali para conferir o show do Soulspell.

    Com linhas mais melancólicas e cheias de melodia tivemos Into The Arc Of Time ( Haamian´s Fall ) do The Labyrinth Of Truths, que em seu decorrer ganha o peso dos solos de guitarras de Leandro Erba e Sérgio Pusep, além de excelentes vocalizações dos demais, que se entregaram de corpo e alma para a representação de seus personagens. Lá atrás estava o mentor Heleno Vale em sua bateria, entretanto, não pense que não sejam enviadas notas pesadas de seu kit, pois, sempre que necessário, ele nos mandou e várias.

    Em seguida, Pedro Campos solta um "boa noite Sããããoooo Pauuulooooo" e avisa que a próxima seria do primeiro disco, com a Troy, que foi tão veloz quanto sua versão de estúdio, um legítimo Power Metal, que sempre apreciamos quando é tocado desta maneira que assistimos no Tom Brasil. E a única garota entre os vocalistas, Daísa Munhoz cantou com muito feeling suas partes e nos impressionou consideravelmente.

    Prosseguindo o set, com os ótimos repiques de bateria feitos por Heleno Vale, que trouxeram um ritmo mais cadenciado e muita harmonia em suas notas, a banda mostrou a épica A Rescue Into The Storm do terceiro cd Hollow´s Gathering, que contou com vibrantes e longos solos de guitarras. A seguinte foi a The Dead Tree, também do último cd de estúdio, que se mostrou um veloz Power Metal, cheio de vocais em coro, mas, a parte que mais emocionou mesmo foi quando Daísa Munhoz cantou exalando uma grande simpatia e um enorme alcance vocal.

    E a vocalista solta seu "Boa Noite São Pauloooo" e comenta da felicidade que está sentindo por estar no palco e do tempo que eles queriam voltar a se apresentar em São Paulo, além de dizer que estão gravando um tributo ao Ayreon de Arjen Lucassen e convida mais uma vocalista para o palco, a morena Manuela Saggioro, que canta aos toques do violão de Leandro Erba a tipicamente medieval Mirror Of Dreams, que foi saudada com aplausos no ritmo de suas notas pelos fãs.

    Exercendo bem o papel de frontwoman, Daísa Munhoz avisa que a música seguinte é mais uma do segundo cd com a Adrift e sua melodia animada e positiva serviram para destacar ainda mais sua voz, além de conquistar os corações dos espectadores.

     Com um "muito obrigada", Daísa Munhoz se despede aos gritos de "Angra...Angra...", que se tornam "hey...hey...hey..." durante os solos de guitarras, que entraram rasgando na execução de A Secret Compartment, outra canção que mistura suas linhas épicas e Power do álbum Labyrinth Of Truths, que ficou com a honra de encerrar o show do Soulpell com a participação de todos os vocalistas, inclusive da convidada Manuela Saggioro somando um total de sete vocalistas ( uauu!!! ) no palco ao mesmo tempo, algo que me marcou bastante, pois, apenas o Avantasia na última canção de seus shows conta com tantos cantores no palco.

    E assim como o pessoal do Republica, entre os rápidos agradecimentos, eles pedem para tirar uma foto com nós todos e saem do palco bastante aplaudidos, após um set certeiro de pouco mais de cinquenta minutos.

    Para resumir o show do Soulspell em uma palavra, eu diria deslumbrante, mas, quero enaltecer também a dedicação e a movimentação de todos os músicos, pois, sejam os seis vocalistas, ou dois guitarristas ou o baixista, todos não ficavam parados em momento nenhum e garantiam assim, mais energia vinda do palco e direcionando em cada um de nós. Enfim, o Soulspell soube como fazer todos vibrarem com seu show e provaram que uma Metal Opera pode funcionar muito bem ao vivo.

Set List do Soulspell

1 - The Entrance
2 - Labyrinth Of Truths
3 - Age Of Silence
4 - Into The Arc Of Time
5 - Troy
6 - A Rescue Intro The Storm
7 - The Dead Tree
8 - Mirror Of Dreams ( Ayreon cover )
9 -  Adrift
10 - A Secret Compartment


 

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de 70 fotos do show do Soulspell

Angra

    O público - que só aumentou expressivamente após o Republica iniciar sua apresentação - chegou ao status de 'casa cheia' no show do Soulspell e nos momentos em que aconteceram a troca e preparação para o Angra tomaram praticamente todos os lugares da 'pista vip' e da 'pista normal', fato que é muito positivo, pois, não tínhamos nenhuma banda internacional neste sábado, ponto para a maior banda de Power Metal Progressivo Brasileira...

    O palco, que continha muitos amplificadores nos shows de abertura, agora contava apenas com a grande bateria de Bruno Valverde, alguns pedestais de microfone e algumas poucas caixas de retorno no posto onde seria ocupado pelo inquieto Fábio Lione ( afinal, ele se movimenta bastante durante o show ).

    Pois bem, pouco antes das 23:00hs e após a exibição de um trecho do making-off do novo vídeo de Edu Falaschi nos telões da casa, que serviu para os fãs já se ouriçarem... rapidamente seguido por Back In Black do AC/DC ecoando nos P.A.´s, eis que ouvimos a introdução instrumental que trouxe o jovem baterista Bruno Valverde ao seu posto para junto a Rafael Bittencourt e Marcelo  Barbosa nas guitarras, Felipe Andreoli no baixo e Fábio Lione nos vocais serem recepcionados por uma eufórica plateia.

     E assim como no cd Secret Garden, a canção Newborn Me foi a primeira da noite em uma execução primorosa com Fábio Lione se mexendo bastante e comandando a participação dos fãs, que cantaram com ele cada verso em sinal de pura aprovação ao novo trabalho do Angra. E na hora de seus solos de guitarras, Marcelo Barbosa mostrou que está muito bem integrado à banda e será um ótimo substituto para Kiko Loureiro, que estava em turnê com o Megadeth.

    Em um começo frenético, o Angra executa em seguida a clássica Nothing To Say do Holy Land e a intensidade dos fãs - que berraram fortemente seus versos - provavelmente deixou os músicos contentes, sendo que o vocalista Fábio Lione soltou toda sua potência vocálica conhecida desde os tempos do Rhapsody Of Fire. A próxima foi a ótima Final Light, que foi o primeiro vídeo clipe de Secret Garden e é onde podemos observar como Fábio Lione a canta colocando um feeling gigante em sua letra e também toda a beleza dos riffs de Rafael Bittencourt.

    Finalmente, Fábio Lione fala em um bom português ( com sotaque é claro ) com a galera e diz que "a próxima é uma música antiga e que é a de abertura de um cd", assim eles recuam para 1998, nos tempos do Fireworks com a  Wings Of Reality, que garantiu muitas palmas da plateia em seus pedaços mais melódicos. Com os dedilhados mais calmos tomando conta do Tom Brasil, o quinteto mergulhou no começo de sua carreira com a belíssima Time ( do Angels Cry de 1993 ), que foi acompanhada de muitas palmas em suas partes mais calmas e muitos gritos e 'hey...hey...hey...' quando ganha sua parte mais pesada e melodiosa.

    Contente, Fábio Lione fala um "muito obrigado" e ganha em troca os famosos "olê...olê...olê...Angra...Angra", porém, quem assume o posto de destaque é o baixista Felipe Andreoli, que vem ao centro do palco para realizar os acordes inicias e um tanto 'opacos', mas, muito técnicos de Storm Of Emotions, outra do Secret Garden que conta com um refrão altamente contagiante e uma atuação impecável do vocalista e também com Rafael Bittencourt cantando alguns versos com bastante vigor.

    Fábio Lione brada: "eu quero ver vocês" e com muitos solos de guitarras, hora de Waiting Silence fazer o público pular, socar o ar com muita alegria e gritar os 'hey...hey...hey...' a cada pedido do vocalista. E esta canção do Temple Of Shadows conta também com intricadas linhas de guitarras, bateria e baixo, que destacam a capacidade dos músicos em executá-las ao vivo.

    Em seguida, o comunicativo vocalista avisa que gostaria de dedicar a próxima música à cidade natal da banda, ou seja, São Paulo e desta forma, com palmas sincronizadas dos fãs, o Angra tocou uma das canções que mais esperava ver ao vivo, pois, foi a que me levou a me tornar fã da banda após uma entrevista no programa do Jô Soares: Holy Land, título do segundo cd lançado em 1996.

    E foi muito bacana ver Rafael Bittencourt utilizando instrumentos que ajudaram na percussão da música denotando suas influências tipicamente brasileiras de seu ritmo até que o Heavy Metal Melódico tome conta e faça Fábio Lione desfilar a magnitude de sua voz, que me levou ao meu momento pessoal de maior êxtase até aqui neste show.

     "Na bateria, este gênio... Bruno Valverde" e com este anúncio de Fábio Lione teve início do solo matador do baterista, que deixou muito bem esclarecido o porque de sua escolha para assumir as baquetas da banda quando Ricardo Confessori decidiu sair novamente. O garoto sabe como martelar seu kit, virar a baqueta de um jeito que lembra de Neil Peart e sabe como fazer a galera agitar incessantemente por todo o tempo que solou até que teve seu nome gritado pelos fãs.

    Antes do principal convidado da noite e também para conceder um descanso ao baterista, Rafael Bittencourt retorna e comenta sobre o baterista, que possui a idade do Angra ( 24 anos ) para depois, com um violão e um banquinho, de forma bastante intimista tocar a nova Silent Call, onde ele cantou com muito sentimento e foi acompanhado pelos fãs no Tom Brasil, que naturalmente perceberam o momento emocionante que ele desejara compartilhar conosco.

Retornando ao ano de 2001

    Quando o Angra sofreu sua primeira reformulação tivemos Edu Falaschi ( ex-Symbols ) para o comando dos vocais, que registrou alguns dos mais importantes álbuns da carreira da banda até a sua saída posteriormente em comum acordo com os integrantes. Nesta noite de festa, o Angra reconheceu toda a importância de seu segundo vocalista e para a segunda parte do show, Rafael Bittencourt junto aos demais membros ( menos Fábio Lione, por enquanto ) nos informam que a banda é uma família.

    Ele finalmente chama Edu Falaschi para o posto de frontman do show, que começa a contar orgulhoso que faz parte desta história e avisa que a próxima canção seria uma do Temple Of Shadows com a caprichosa Angels And Demons, que provavelmente era muito aguardada pela geração que acompanhou o Angra dos anos 2000 para cá. Como se tratava de uma das melhores composições da banda, naturalmente que contou uma acentuada participação do público e deixou claro que Edu Falaschi está com seus vocais mais poderosos do que nunca.

    Para acalmar e relembrar um dos primeiros sucessos da "Era Falaschi" no Angra tivemos a balada Heavy Heroes Of Sand do Rebirth, com Edu Falaschi soltando seus agudos e obviamente, nos fazendo cantar com ele o refrão da canção. Aos gritos de "Edu...Edu...Edu..." o vocalista nos agradece e avisa que tocará mais uma do Temple Of Shadows com a pesada e melódica Spread Your Fire, que fez muita gente 'bater a cabeça' e outros se relembrarem de shows do Angra nos 'idos' de 2004 ( como foi o meu caso ).

    Notadamente muito contente, ele agradece pela oportunidade, chama Fábio Lione para continuar o show e este último enaltece mais uma vez a importância de Edu Falaschi para a banda. Bem falante, Fábio Lione comenta que Kiko Loureiro está com o Megadeth e que tocaria em Dublin na Irlanda e por isso, não está com o Angra para tocar nesta noite com sua família. Edu Falaschi então fala que por conta de Marcelo Barbosa ( do Almah ) estar na banda e ele também... estávamos assistindo ao 'AlmAngra', o que levou tanto eles no palco quanto muitos de nós aos risos.

Pela primeira vez na turnê

    Depois das conversas, hora de uma canção mais calma com Make Beleive ( do Holy Land ), que favorece ao seu estilo de cantar e a participação dos fãs, que levou muita positividade a cada um de nós, além de solos memoráveis de Marcelo Barbosa. Logo em seguida, Fábio Lione nos conta que Kiko Loureiro está no quarto do hotel e que mandou várias mensagens de celular, para então reapresentar o baterista Bruno Valverde, além de complementar que a música foi escolhida em Ilhabela/SP com algumas 'bloodymary's' em conversas do Felipe, do Fábio e do Rafael e juntos eles apresentaram ao Kiko Loureiro.

    E ela fez parte da edição europeia de Secret Garden, que quem gosta de Rock irá apreciá-la, ainda mais pela exclusividade que tivemos, pois, foi tocada pela primeira vez na turnê. E não é que Fábio Lione e o Angra se saíram muito bem nesta pesada versão de Synchronicity II do The Police... porém, a galera mais jovem não sabia que estavam diante de um dos grandes clássicos dos anos 80 e não agitou tanto como nos outros momentos.

     O brincalhão Fábio Lione nos pergunta se estamos cansados, pergunta se queremos mais e sozinho no palco mostra a grandiosidade de seus vocais operísticos ao pedir para tentarmos acompanhá-lo no aquecimento que antecede a uma delas, que é bem famosa, mas não consigo me recordar qual era e condicionou que a banda só retornaria se nós fossemos bem na tarefa, sendo que é muito engraçado ver ele falando com bastante sotaque 'a baandaa'.

Edu Falaschi e Fábio Lione juntos

    Acredito que nos saímos bem, pois, em poucos instantes ouvimos a instrumental Unfinished Allegro ser executada nos para que o hino Carry On ( do Angels Cry ) levasse todos nós ao delírio coletivo, ainda mais por estarmos assistindo Edu Falaschi e Fábio Lione, um de cada lado nos eletrizando significativamente com suas performances matadoras, se movimentando bastante e abusando dos agudos.

    Porém, nesta noite eles a  emendaram em Nova Era ( do Rebirth ) em estilo de um 'medley' e por conta disso, cortaram a parte final da Carry On, claro que teve gente que reclamou, mas, a adrenalina no momento não deixou ninguém parado com os belos solos de guitarras de Marcelo Barbosa e Rafael Bittencourt, que foram devidamente acelerados como gostamos de curtir em um Power Metal. Edu Falaschi agradece dizendo "Obrigado São Paulo... Obrigado.. Falô..." e junto aos demais eles saem do palco ovacionados pelos fãs aos gritos de "Olê...Olê...Olê...Angra...Angra...".

    Para o segundo bis da noite, Rafael Bittencourt elogia o substituto de Kiko Loureiro e diz "bem-vindo ao grupo Marcelo Barbosa" e prossegue completando "que mais uma vez estamos renascendo" e assim, Edu Falaschi canta a lenta e bela Rebirth, que intitula o álbum de mesmo nome. E foi bonito tanto cantar junto quanto ouvir a imensa maioria do Tom Brasil participando com o vocalista, que recebeu Fábio Lione para dividir seus versos. E na hora dos solos de guitarras fomos expostos aquela vibração típica do Angra, que para quem gosta é um raro prazer.

    Edu Falaschi ficou todo sorridente após ver a plateia gritando seu nome, Rafael Bittencourt comenta que eles querem prestar uma homenagem às principais bandas de Heavy Metal do Brasil dos anos 80 como são os casos de Cerberus, Santuário, Salário Mínimo, Sarcófago, Golpe de Estado entre outras, e aí chama no palco Ricardo "Micka" Michaelis e este, traz uma enorme bandeira e pede luz na plateia para dizer que o filme que está trabalhando será o primeiro filme brasileiro focado nos fãs, desta maneira ele pede para que todos nós berremos o seu título, que é "Brasil Heavy Metal" a plena força para que seja incluído nas gravações, muito provavelmente.

    Na continuação do show, a galera 'pentelhou' tanto Edu Falaschi para ele cantar o hit Pegasus Fantasy ( música tema do desenho Os Cavaleiros do Zodiáco ) do Make Up e ele atendeu de forma quase à capela entusiasmando bastante seus fãs.

    Edu Falaschi então relembra de quando gravou o primeiro DVD do Angra e que desejava relembrar os velhos tempos, e sorri ao dizer que está barrigudo, que está mais velho e conclui que a música final do show é uma homenagem a todos nós, que é uma homenagem à banda que nos levou a escutar Heavy Metal, enfim, esse longo discurso resultou no superclássico The Number Of The Beast do Iron Maiden, com ele cantando com muita habilidade sua primeira parte e com Fábio Lione participando no refrão, que obviamente contou com um coro bem grande por conta de cada um de nós conhecer cada verso desta música, que não só nos encheu de alegria, como já deixou a mente de prontidão para o mês de março de 2016, quando a "Donzela de Ferro" estará no Brasil novamente.

    Nos agradecimentos, Edu Falaschi não cabia dentro de si de tanta felicidade e assim como todos os outros músicos que se apresentaram nesta noite... tiraram uma foto com o público ao som de Gate XII marcando o encerramento de uma grande e importante noite para o Heavy Metal Brasileiro, pois, o público paulista assistiu a um show que passou pelo Wacken Open Air na Alemanha, pelo Prog Power nos Estados Unidos, pelo Japão e pelo Rock In Rio no Rio de Janeiro/RJ de uma banda que se reinventou várias vezes através de seus vinte e quatro anos de carreira, que perdeu importantes integrantes, incorporou outros, mas sempre primou e manteve sua qualidade, que sabe realizar grandes shows e deixar todos os fãs satisfeitos nestas mais de duas horas de show.

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos à Damaris Hoffman da Top Link Music e a
Cristiane Batista do Tom Brasil pela atenção e credenciamento
Novembro/2015

Set List do Angra

1 - Intro
2 - Newborn Me
3 - Nothing To Say
4 - Final Light
5 - Wings Of Reality
6 - Time
7 - Storm Of Emotions
8 - Wainting Silence
9 - Holy Land
10 - Drum Solo
11 - Silent Call
12 - Angel And Demons
13 - Heroes Of Sand
14 - Spread Your Fire
15 - Make Believe
16 - Synchronicity II
17 - Unfinished Allegro
18 - Carry On/Nova Era

Bis
19 - Rebirth
20 - Pegasus Fantasy - Make UP Cover

Bis 2:
21 - The Number Of The Beast
22 - Gate XII

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de 120 fotos do show do Angra

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