Mr. Big - ... The Stories We Could Tell World Tour
Abertura: Winger
Sábado, 07 de fevereiro de 2015
no HSBC Brasil em São Paulo/SP

    Em 2013, Eric Martin veio no Brasil para algumas apresentações solo junto com Jeff Scott Soto por algumas cidades brasileiras e no final de um dos shows ( mais precisamente em Valinhos/SP no Bar do Bóris, veja a cobertura ) ele disse que retornaria no Brasil em breve com sua banda, ou seja, o Mr. Big. E a promessa foi cumprida agora neste mês de fevereiro com três shows: Porto Alegre/RS, São Paulo/SP e Rio de Janeiro/RJ na turnê de divulgação do novo álbum da banda, o ...The Stories We Could Tell lançado em 2014.

    Além do Mr. Big esta noite dedicada ao Hard Rock teria como atração de abertura o Winger, que pela primeira vez estaria se apresentando no Brasil e também estava divulgando seu último álbum de estúdio, o Better Days Comin’ de 2014. E com nomes assim, seria certeza de um HSBC Brasil tomado por muitos e muitos fãs do estilo, como aconteceu nesta noite, mesmo com outros dois shows internacionais em São Paulo.

Winger

    O Winger subiu no palco com seu fundador Kip Winger ( baixo e vocal ), Reb Beach ( guitarra ), Rod Morgenstein ( bateria ) e Donnie Smith ( guitarra substituindo nesta tour John Roth ), iniciando o show com a excelente Midnight Driver Of A Love Machine, do recente álbum Better Days Comin’, uma excelente música, bem atual para essa segunda década, pós século XX, música que tem a sonoridade usual de arenas grandes ou de casas de show como o HSBC Brasil, com qualidade de som que mostra até uma sobreposição do Hard Rock em comparação com outros estilos de Heavy Rock, através da nitidez e qualidade não somente do som e arranjos da música, mas qualidade do talento de quem compõe, som enaltecido também com os marcantes e profundos solos de guitarras, nada se parecendo com apenas mais uma banda, que usa pedal duplos na bateria, e surra a guitarra com pancadas distorcidas e cruas, ou então faz escalas extensas, manjadas e previsíveis para agradar professores de conservatório.

    Esta música causou uma reação muito positiva na plateia que ficou nos 'heys', aplausos e com uma breve saudação de Kip Winger, logo em seguida mandaram a clássica Easy Come Easy Go ( do In The Heart Of The Young de 1990 ), que ganhou de vez a plateia, que cantou junto com o vocalista, e esta pareceu no show, como um último suspiro do Rock'n'Roll fiel às suas origens, distante de qualquer 'rococó' de vocal ópera do Metal, a banda muniu-se como um esquadrão super orquestrado, totalmente alinhados num trilho perfeito tanto na condução instrumental, como na condução harmônica dos vocais.

    Os fãs gritam "Winger...Winger" e aplaudem bastante pela vibração que a banda estava passando e o vocalista solta um "Obrigado" para então iniciar o Hard Rock de Hungry ( do primeiro álbum de 1988 ), que também contou uma ótima participação dos fãs e ótimos solos de guitarras da dupla Reb Beach e o Donnie Smith. E sem delongas, estes dois já iniciam os solos da seguinte, a Pull Me Under ( do Karma de 2009 ), que manteve o clima e fez muitos erguerem os braços e ficarem nos 'hey... hey..." com o Winger. E Kip Winger mostrou que está com uma potente voz, pois alcançou altas notas durante a execução desta música.

    A seguinte foi o Blues Rock contagiante de Down Incognito ( do Pull de 1993 ), que teve inclusive um breve solo de Donnie Smith, e estas três músicas, com a característica levada do Hard Rock oitentista e deu para perceber como Reb Beach fica mais à vontade no Winger, mostrando mais suas qualidades como guitarrista, ficando mais livre em comparação de tocar num Whitesnake em que ele dividiu o ônus das seis  cordas, com outro virtuoso guitarrista, o Doug Aldrich ( lembrando que este saiu recentemente da banda ).

     Com uma grande presença de palco, Kip Winger conversou com os fãs, brincou e em seguida, mandaram velocidade com a recente Rat Race, um Hard´n´Heavy de primeira, cheio de solos de guitarras e logo depois o baterista Rod Morgenstein ( ex-Dixie Dregs ) fez o seu solo individual, mostrando muita experiência e competência, utilizou inúmeros instrumentos de percussão, não somente ficando focado na bateria, bumbo, caixa, chimbal, etc.

    Depois do solo de Rod Morgenstein, Kip Winger retorna e nos pergunta sobre a empolgação para o show do Mr. Big e inicia a Miles Away ( do In The Heart Of The Young ), o maior clássico da banda, música muito famosa inclusive aqui no Brasil, através do comercial de cigarros Hollywood, sem dúvida, uma excelente composição, e apesar de sua levada Pop para rádio, ela não saiu manjada não, saiu um hino, ao vivo com a banda, com a experiência que possui, eles mostraram a diferença imensa de se ouvir num aparelho de som e ouvir e ver ao vivo. E Kip Winger a cantou dos teclados com toda sua magia fazendo a grande maioria dos presentes cantarem com ele.

     Aos gritos de "Winger... Winger" exalando a felicidade dos fãs, eles executaram mais uma balada, a Headed For A Heartbreak ( outra do primeiro álbum autointitulado ) com Kip Winger nos teclados e assim como a anterior, Donnie Smith no baixo, que apesar da ótima música, uma das coisas que a gente estava esperando ( pelo menos eu ) era a eletricidade comendo solta. Esta música foi um momento para podermos dar uma respirada e mais uma vez conferir um belo solo de guitarra de Reb Beach.

    Can't Get Enuff ( do In The Heart Of The Young ) fez a magia dos anos 80 mais uma vez pairar no HSBC Brasil, numa levada com um tempero de Van Halen e Def Leppard, finalmente eles lançaram mais uma vez energia elétrica a todo o vapor, e depois tocaram com uma introdução puramente Hard Rock carregada de palmas e muitos 'heys' a Madalaine, mais uma do primeiro álbum, essa com mais velocidade ainda e peso, que pelo menos eu esperava, pode-se dizer que com o tempo, algumas bandas são igual vinho, quanto mais tempo, melhor, no caso desta música, a harmonia das vozes saiu impecável, sem contar a condução da cozinha de Rod Morgenstein e Kip Winger.

  Antes de finalizar o show, Reb Beach fez o seu solo individual, fazendo um solo incrível, no início fez efeitos com volume lembrando a Cathedral do Van Halen, depois tocou com uma levada progressiva a lá Mike Oldfield e Pink Floyd, e em seguida, ele sai rasgando na eletricidade com poder devastador, faz mil efeitos em centésimos de segundo, sem dúvida é um mestre das seis cordas, digno de tocar num G3, gostaria de ver qualquer guitarrista "poderoso" Death, ter o brilho, velocidade e peso, isso mesmo peso, na hora que tem de ter peso, como um Reb Beach faz, um guitarrista que é de uma escola próxima de Eddie Van Halen.

    O Winger finalizou o show com a Seventeen ( do primeiro trabalho ), que é um Hard Rock em homenagem às garotas com 17 anos, resumindo... o Winger faz música para enaltecer sem dúvidas o espírito jovem de qualquer pessoa que curte Rock, com músicas que são muito originais, sem plagiar bandas vizinhas, não fazendo o que muitas bandas de hoje fazem, especialmente as extremas ( inundação de mesmas coisas ), essas bandas fazem suas próprias gestões perante a indústria da música, nascendo falidas, permanecendo falidas, terminam como nasceram, fazendo parte de uma poeira no espaço, e por fim, infelizmente, matando o Rock num contexto geral, como disse o grande mestre Gene Simmons do KISS.

Set List do Winger

1 - Midnight Driver Of A Love Machine
2 - Easy Come Easy Go
3 - Hungry
4 - Pull Me Under
5 - Down Incognito
6 - Guitar Solo (Donnie Smith)
7 - Rat Race
8 - Drum Solo (Rod Morgenstein)
9 - Miles Away
10 - Headed For A Heartbreak
11 - Can't Get Enuff
12 - Madalaine
13 - Guitar Solo (Reb Beach)
14 - Seventeen

 

Clique aqui e confira uma galeria de 50 fotos do show do Winger no HSBC Brasil em São Paulo/SP

Mr. Big

    Foram quase quatro longos anos antes que o Mr. Big, banda americana formada em 1988 em Los Angeles, Califórnia retornasse ao Brasil. E neste começo de 2015, finalmente os fãs brasileiros puderam acompanhar mais uma vez Eric Martin ( vocal ), Paul Gilbert ( guitarra ), Billy Sheehan ( baixo ) e Pat Torpey ( bateria ), sendo acrescidos desta vez pelo baterista Matt Starr ( que já tocou com Ace Frehley ) em decorrência de Pat Torpey estar sofrendo de Mal de Parkinson e não conseguir mais tocar um show completo com todas as partes de bateria. E aí já reside um fato muito importante... que não é tão comum em muitas bandas e até na nossa vida: o Mr. Big provou a união que possui a amizade, a irmandade e não abandonou um dos seus para trás. Fica a lição para muitos de nós.

    É... a ansiedade por rever a terceira passagem do Mr. Big na capital paulista era grande e quando eram 21hs, bem de acordo com o programado ( e um ponto para organização ) o quarteto inicia o show com os fãs estourando de felicidade ao som de Daddy, Brother, Lover, Little Boy ( The Electric Drill Song ), um clássico explosivo do segundo álbum, o Learn Into It de 1991, que fez todos cantarem freneticamente com Eric Martin e também serem expostos aos brilhantes solos de baixo de Billy Sheehan e da guitarra de Paul Gilbert, com direito até ao já tradicional uso de furadeiras, o que é muito impactante.

    Em seguida, eles nos levam ao novo álbum com o Blues presente em Gotta Love The Ride, que foi muito bem recebido e mostrou que os fãs estão apreciando o ...The Stories We Could Tell e novamente nos colocou de frente à toda energia dos solos de guitarra e a vibração dos vocais de Eric Martin, que sorria bastante pela resposta calorosa dos fãs.

    Com um animado "tudo bem?", o vocalista anuncia a American Beauty do What If... de 2011 e já denotou com este eletrizante Hard Rock, que a maior parte do set list seria centrada nos dois últimos álbuns de estúdio do Mr. Big. Problema? Claro que não, ambos os discos são muito bons e comprovando esta afirmação bastou apenas ver os fãs cantando com Eric Martin e se descabelando durante os solos de baixo e guitarra.

    O vocalista fala com os fãs e instantes depois hora de mais uma música cheia de adrenalina: Undertow, outra do What If..., que prosseguiu com os fãs cantando com a banda naquela interação palco-plateia, que sempre coroam as apresentações por aqui, especialmente nos seus trechos mais melodiosos. Era um show quente para ninguém colocar defeito e após um virtuoso solo de guitarra de Paul Gilbert, para ficar melhor tinha que dar uma retornada ao passado, e foi o que fizeram ao tocarem ao Hard´n´Blues de Alive and Kickin' (  do Learn Into It ) com um integrante à mais no palco: Pat Torpey na percussão e backing vocals mostrando que ele não foi esquecido ( e jamais deveria, pois, estar no palco é uma terapia que ajuda qualquer um ) e isso aumentou a agitação do show seja no palco ou na plateia, afinal, ser exibido a um clássico que muitos de nós crescemos ouvindo... é sempre muito bom. Nos prolongamentos, Eric Martin comanda as palmas e faz um dueto nos vocais com o Pat Torpey.

    Notadamente felizes por estarem de volta ao Brasil, eles nos enviam a recente I Forget To Breathe, que demonstrou uma pegada Hard Rock bem firme e bastante envolvente resultando em muitas palmas por parte dos fãs, afinal, esta é uma das melhores do álbum ...The Stories We Could Tell.

    A introdução nos repiques de bateria denunciaram a próxima, que foi a Take Cover, hit do cd Hey Man de 1996, e assim como na anterior, Pat Torpey continuou na percussão em um momento que... quem não cantou, aplaudiu muito ou sorriu pela brilhante versão que tivemos nesta noite no HSBC Brasil, mas posso afirmar seguramente que a maioria cantou e com força seus versos ( especialmente o refrão ).

    E o momento para se estar do lado da namorada, abraçá-la e dar-lhe um beijo seguiu com a linda balada Green-Tinted Sixties Mind do Learn Into It, aquela cujo solo introdutório de guitarra de Paul Gilbert certamente figura entre os vinte mais belos de todos os tempos, e me pergunte qual a reação da galera: cantar feliz da vida com Eric Martin, chegando inclusive a praticamente encobrir sua voz em um belíssimo momento do show do Mr. Big. Aliás, novamente deu para reparar uma característica da banda: os quatro músicos cantaram os versos em coro com a plateia.

     Com um grito Eric Martin avisa que a seguinte é a Out Of The Underground, outra do Hey Man, que inicia em um riff forte de guitarra e que também foi cantada à plena força pelos fãs, afinal, mesmo com bons lançamentos mais atuais, que ainda estamos digerindo em doses não homeopáticas, fervemos mesmo nas mais antigas, especialmente quando você vê um Billy Sheehan dando uma verdadeira aula com velozes e técnicos toques em seu baixo. E falando em técnica, hora de Paul Gilbert mostrar porque é apontado como um dos melhores guitarristas do mundo com seu solo individual, onde ele e muitos de nós ( apreciadores de solos de guitarras ) viajamos com suas notas de sua Ibanez, que teve direito à um trecho de Back In Black do AC/DC.

    No que seria o final do solo ouvimos um "Pauuul Giiilllbeeert" gritado por Eric Martin e o guitarrista já liga a melodia da nova The Monster In Me, que é privilegiada pelos seus solos de guitarra e o seu 'punch' cheio de intensidade. E mantendo essa garra tivemos na sequencia a Rock & Roll Over de 1989, gravada no primeiro álbum autointitulado da banda e por onde se olhava eram fãs pulando, cantando, de punhos ao ar, enfim, um público extasiado com o Mr. Big.

     Sem delongas, o vocalista anuncia a As Far as I Can See, essa do What If..., que também passou seu vigor, foi bem recebida pelos fãs e cantada por eles, sendo que no refrão nós acompanhamos os "ôôôôôôuuu.... ôôôôôôuuu". Ovacionados, Eric Martin responde com um "obrigado" e vemos um retorno de Pat Torpey ao palco, momento em que aumentam os aplausos e este solta um "thank so much" e brinca com os fãs para então dar início à balada Wild Word, uma criação de Cat Stevens regravada pelo Mr. Big no álbum Bump Ahead ( de 1993 ) e que trouxe um Eric Martin no violão cantando cheio de emoção a cada verso, nos trazendo uma aura de paz e harmonia em cada um de nós, e lógico, como em todo show de Hard Rock, tivemos o momento para cantar com ele.

    E ainda no violão, Eric Martin executa a East/West, uma balada do ...The Stories We Could Tell, que tem aquele potencial para entrar em nossos corações... nessa... os casais devem ter adorado e pensando: boa música para escutar namorando. E como em toda balada Hard, os solos de guitarra que temos são um deleite à parte, ainda mais com um gênio do porte de um Paul Gilbert.

   Para a próxima, que foi praticamente a terceira balada do set seguida, o Mr. Big nos reservou uma grata surpresa: Pat Torpey assumiu a bateria principal e junto aos demais sacou simplesmente a Just Take My Heart ( outra do Lear Into It ). E caro leitor(a) como é prazeroso assistir esta composição ao vivo com um HSBC Brasil inteiro cantando com Eric Martin, como aconteceu nesta noite e mais uma vez me rendo à destreza dos solos de Paul Gilbert em sua guitarra.

    Ainda com o baterista original no palco, ou seja Pat Torpey, o Mr. Big, através de seu vocalista nos informa que irá tocar a Fragile, outra do ...The Stories We Could Tell, que é possuidora de uma pegada Hard Rock mais suave e bastante cativante, um claro sinal que mesmo com o passar dos anos eles continuam criando músicas de qualidade e que farão nossa alegria por muitos e muitos anos.

    Com o foco nos últimos trabalhos, o Mr. Big tocou em seguida uma do penúltimo álbum, a Around The World, que inclusive intitulou a última tour que passou no Brasil ( confira cobertura ) e que é um Rock´n´Roll onde Paul Gilbert e Billy Sheehan destilam sua refinada técnica instrumental com um Eric Martin cantando com muito carisma seus versos, com a 'ajuda' de Pat Torpey nos backing vocals.

    E notaram que não falei tanto de Billy Sheehan, pois é, deixei para comentar mais sobre ele na hora de seu solo de baixo, onde pudemos ver toda a velocidade que ele tocou as cordas de seu Yamaha azul claro, as melodias que ele tirou, a excelência ao tocar, a forma que seus dedos percorrem o baixo, enfim, tudo de forma tão brilhante, que não seria exagero dizer que ele soube como enfeitiçar os ouvintes com sua soberba técnica. Aos baixistas de plantão, façam uma reflexão e vejam o quanto é necessário estudar para chegar à um nível deste e se exibir à uma grande plateia com tamanha facilidade. E claro que os fãs sensibilizados com o que presenciaram aplaudiram e muito o nobre músico.

    Com o retorno dos demais, hora de arrebatar em solos que se eles quisessem poderiam ser longos, mas que tiveram direito a um belo "duelo" de baixo e guitarra para a introdução da clássica Addicted To That Rush ( do primeiro álbum ), que graças a seu ritmo Hard Rock fez todo mundo sair pulando e cantando com a banda em uma relação banda-fãs grandiosa com direito aqueles prolongamentos que fazem a diferença em um show, pois Eric Martin, como o grande 'frontman' que é nos faz gritar um "Ruuuuusshhh!!!" a cada vez que pronuncia seu "Addicted To That...." e colocando o HSBC Brasil abaixo para então encerrar assim a primeira parte deste fascinante show do Mr. Big.

    Aos gritos quase incessantes de "Mister. Big... Mister. Big" eles voltaram para o bis, que praticamente não demorou nada e Paul Gilbert esboçou os solos de Brasileirinho foi apresentado por Eric Martin e teve seu nome gritado pelos fãs. O vocalista apresenta então o baterista Matt Starr, depois o amigo Pat Torpey, que provavelmente foi o mais aplaudido ( e nos cumprimentou muito contente pelo nosso calor ) e o mestre Billy Sheehan, que também foi muito saudado e por fim, o vocalista tem seu nome berrado por este último.

    Assim como em 2011, no mesmo HSBC Brasil, a belíssima balada To Be With You do Learn Into It - que certamente embalou muitos casais nos anos 90 - foi tocada para delírio completo dos mais apaixonados e quem gosta uma música cheia de feeling como esta. Novamente poder ver toda aquela quantidade de fãs cantando com a banda foi - mais uma vez - um momento de arrepiar.

     Mas o Mr. Big é uma banda de Hard Rock, e estava na hora de deixar claro seu potencial para isso com a pesada, rápida e provocante Colorado Bulldog do Bump Ahead, que também não poderia faltar neste show e que contou com vibrantes e velozes solos de baixo e guitarra.

    Então, os músicos nos mostraram porque um show de Hard Rock é uma festa: eles trocam de posições... isso mesmo, cada um assume outro instrumento ( é tivemos Billy Sheehan e Matt Starr nas guitarras, Eric Martin no baixo, Paul Gilbert na bateria e ele, o herói Pat Torpey nos vocais ) como já é uma tradição em shows do Mr. Big, mas nesta noite tocaram o hino Living After Midnight do Judas Priest, que por incrível que pareça se mostrou um vocalista de muita qualidade, pois, Pat Torpey soube comandar a efervescência que esta música passa muito bem e em contrapartida foi acompanhado por um imenso coral. E detalhe, no solos de guitarra Billy Sheehan esteve muito bem com Paul Gilbert segurando muito bem as baquetas, e como resultado... vimos uma banda totalmente aclamada.

    Pat Torpey gostou da 'função' de vocalista, pois ficou nela para a execução da incendiária The Light Of Day ( mais uma do ...The Stories We Could Tell ) junto a Eric Martin, que foi encaixada em um momento que não é um costume para se aplicar uma música nova, porém, com a latência que esta composição possui para se tornar um futuro clássico, a decisão foi acertada, ainda mais com o solo de guitarra aplicado por Paul Gilbert, que demonstrou o que é a essência de um Hard Rock.

    E inteligentemente o Mr. Big prolonga a canção de forma que possamos participar com a banda nas palmas e nos 'heys'. Depois, Eric Martin nos faz dizer junto com ele letra a letra do nome da banda para dar a dica da música posterior: Mr. Big um cover bem Blues do Free cheio de eletricidade, que contou com um retorno de Pat Torpey na bateria principal e com todos aqueles solos habilidosos de Paul Gilbert. Um encerramento memorável de um show majestoso com mais de duas horas.

     Aos gritos de "Mister Big... Mister Big...", os músicos reúnem-se na frente do palco para os agradecimentos finais, dizendo que estão felizes por estarem de volta ao nosso belo país, e que São Paulo é um dos melhores lugares que se apresentaram. Aos gritos mútuos de ambas as partes, eles deixam o palco e a certeza que cada um de nós assistiu um dos melhores shows do ano. E sabe o que é melhor? Tanto o Mr. Big quanto o Winger possuem muita lenha para nos brindar com outros grandes discos e shows.

Texto: Fernando R. R. Júnior ( Mr. Big ) e André Torres ( Winger )
Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos à Heloísa Vidal, à Suelen Rodrigues e a Free Pass Entretenimento
pela atenção e credenciamento
Março/2015

Set List do Mr. Big

1 - Daddy, Brother, Lover, Little Boy ( The Electric Drill Song )
2 - Gotta Love The Ride
3 - American Beauty
4 - Undertow
5 - Alive and Kickin'
6 - I Forget To Breathe
7 - Take Cover
8 - Green-Tinted Sixties Mind
9 - Out Of The Underground
10 - Guitar Solo
11 - The Monster In Me
12 - Rock & Roll Over
13 - As Far as I Can See
14 - Wild World
15 - East/West
16 - Just Take My Heart
17 - Fragile
18 - Around The World
19 - Bass Solo
20 - Addicted To That Rush

Encore:
21 - To Be With You
22 - Colorado Bulldog
23 - Living After Midnight
24 - The Light Of Day
25 - Mr. Big

Clique aqui e confira uma galeria de 90 fotos do show do Mr. Big no HSBC Brasil em São Paulo/SP