The Sirens
Abertura: Vic Anselmo
Sábado, 07 de fevereiro de 2015
no Clash Club em São Paulo/SP

    De um bate papo descompromissado nos encontros entre shows solos destas três excelentes cantoras, nasce a ideia da criação do The Sirens, um projeto que juntou as lindas Anneke van Giersbergen ( ex-The Gathering ), Liv Kristine ( ex-Theatre Of Tragedy, Leaves'Eyes ) e Kari Rueslåtten ( ex-The 3rd And The Mortal, ex-Storm ) ficou curioso(a) em saber mais detalhes disso? ( Leia a entrevista que fiz neste link, onde elas falam deste assunto e muitos outros ).

    Elas vieram ao Brasil pela primeira vez para mostrarem as músicas compostas em todo o período de suas carreiras ( seja solo ou em suas ex-bandas ) e também suas novas composições. Enfim, teríamos uma noite de Gothic Metal com três das mais importantes cantoras e criadoras do estilo. Inicialmente seriam três datas no país, mas infelizmente, o show em Curitiba/PR foi cancelado deixando as divas apenas com as apresentações em São Paulo/SP e no Rio de Janeiro/RJ.

Vic Anselmo

    A abertura fica por conta de Vic Anselmo, que faz parte da banda que acompanha as The Sirens nesta turnê, participou como vocalista no projeto Inner Fear e é primeira cantora alternativa da Letônia a ser conhecida fora dos países bálticos, finalizando seu terceiro álbum previsto para ser lançado este ano. Ela sobe ao palco às 19h35 com alguns surpresos - como eu estava - por haver uma banda de abertura e uns poucos sorrindo para a simpática moça, que assume o teclado e o microfone.

    Ela começa a Who ( do primeiro álbum Trapped In A Dream de 2008 ) para as poucas pessoas que chegaram ao Clash Club, e pessoal aproveita para fotografar muito. "Olá sou a Vic" e do meu lado gritam: "Eu sei!". E rindo ela agradece, enquanto alguns gritam: "Viiic!". Existiam muitas câmeras na minha frente e como ela está sentada fica difícil eu ver seu rosto. Ela agradece durante as nossas palmas, pergunta se alguém sabe quem é seu doutor favorito e claro alguém grita... "é o Doctor Who!". Ela rindo avisa que é o seu dentista, logo começa a Open Wide do cd In My Fragile de 2011 e o povo escuta concentrado, só aproveitando a bela voz de Vic Anselmo.

     Ela se apresentou sempre muito sorridente, enquanto lança as primeiras notas de Daylight ( do futuro álbum com o título Who Disturbs The Water, que será lançado esse ano, e será produzido pelo dinheiro que a artista conseguiu em seu projeto de crowdfunding: https://www.indiegogo.com/projects/vic-anselmo-new-album-who-disturbs-the-water ). Essa música lembra a banda Portishead em alguns momentos e temos pessoas que conhecem o trabalho da cantora, mas ninguém canta junto, apesar que muitos se balançam em meio a sua voz, que em alguns momentos me lembra a cantora Celine Dion ( sim... eu vi Titanic... ), e detalhe, o que o pessoal não agita... compensa nas inúmeras palmas toda vez que uma música acaba.

    Para a mística Bone´s Blues ( também do In My Fragile ), ela faz uma voz muito engraçada e cheia de técnica para não desafinar no meio da música, as músicas do cd são bem trabalhadas e ficam boas tanto acústicas como 'plugadas', entretanto, na hora de trabalhar as notas no teclado, ela viaja total. Aos poucos vão chegando mais e mais pessoas para o show.

    No fim um cara pede: "Ashes!". Mas, Vic Anselmo aponta para o seu próprio sorriso e nos pergunta: "why so serious?" ( frase dita pelo Coringa no filme Batman: O Cavaleiro das Trevas ). Ela agradece: "This is awesome! A próxima música é especial! É uma música tradicional lá de onde eu moro: Tumsha Nakte!" e então tocou uma doce melodia gravada no álbum In My Fragile e com uma voz incrível... quem resiste? Vic Anselmo é apaixonante e passa aquela energia das pessoas que já acordam cedo numa segunda-feira animadas, dando bom dia para o sol e para os passarinhos.

    Ela nos agradece novamente, nos pergunta se estamos prontos para o The Sirens e então complementa: "Espero que vocês tenham gostado!". Bom pelo tanto de palmas que ela recebeu não fui só eu que gostou, quando Vic Anselmo saiu do palco muita gente faz cara de quero mais.



Set list de Vic Anselmo
1 - Who
2 - Open Wide
3 - Daylight
4 - Bone´s Blues
5 - Tumsha Nakte

Links: www.vicanselmo.com e www.facebook.com/vicanselmomusic.

The Sirens

    Pontualmente às 20h05, “a porra fica séria”, quando os músicos Johan Van Stratum no baixo, Jochem Van Rooijen na bateria e Ferry Duijsens e Gijs Coolen nas guitarras, além da querida Vic Anselmo ( ou se preferir Viktorija Anselmo ), que assume novamente os teclados, começam a se organizar no palco para logo subir as três sereias no palco: Anneke van Giersbergen, Kari Rueslåtten e Liv Kristine, que ao som de nossas palmas já chegam cantando a enérgica Treat Me Like A Lady, da carreira solo de Anneke van Giersbergen - do álbum Drive de 2013 - resultando em gritos, pulos e sorrisos por toda a parte, Ferry Duijsens toca totalmente envolvido na 'vibe' da música. Na pausa, Anneke van Giersbergen diz: "Welcome to The Sirens show!". Kari Rueslåtten continua: "São Paulo! Brasil" E Liv Kristine completa pedindo 'hey'. É muita empolgação para tão pouco palco minha gente!

     Para a graciosa Vervain do último cd Vervain de 2014 lançado pela Liv Kistine, elas colocam o povo para ferver, gritos e danças por todo lado, enquanto Gijs Coolen fica só no 'pescocinho' a lá Fat Family e Jochem Van Rooijen agita seus 'dreads' como pode, já Anneke van Giersbergen e Liv Kristine cantam de mãos dados e nós as acompanhamos nas palmas.

    Elas se apresentam para nós e Liv Kristine agradece e sai do palco, ficando só a sorridente Anneke van Giersbergen, e o grito do meu lado: "é agora! É agora! Eu te amo Anneke!" E a nossa 'miss simpatia' em pessoa responde: "Eu também!". Ela ainda comenta sobre a banda Anathema, que tocara no Clash Club no dia seguinte e pergunta: "mas me digam vocês estão prontos para o Sirens? Vocês estão prontos?" e o pessoal grita muito, um até exclama: "nossa tô até arrepiado!".

   Mas, como nem tudo são flores, a energia do palco acaba e os músicos ficam sem saber o que fazer, Anneke van Giersbergen versada nas artes do 'paraunê' entretenimento, não para de conversar com a gente: "Como vocês estão? Nesse momento, não temos energia no palco" e é interrompida por um fã que grita: "I still loving you!" Ela rindo responde: "vocês são ótimos e quem vai nos ver no Rio? Ó quatro pessoas? Hmm ok!" Mais risos de todos agora.

    A energia volta e é hora da emocional Saturnine, cover da banda The Gathering, do álbum If Then Else de 2000, que foi cantada por todos e bem mais pesada ao vivo. Ela vai até a ponta do palco pegar as mãos dos fãs, e antes de voltar para o refrão: "Pessoal lindo de São Paulo, vocês estão prontos?" e volta o refrão You don't need to preach...You don't have to love me all the time e nós acompanhamos no 'oooh'.

     Ao finalizar, Anneke van Giersbergen chama Kari Rueslåtten, que diz: "é muito bom estar aqui pela primeira vez, é emocionante, que tal algo do meu álbum solo? Essa é Exile", do Pilot  ( cd solo dela de 2002 ) e acalma a empolgação do público, porém, o guitarrista Ferry Duijsens nessa música envolvente incorpora “o cara que sente a música”.

     É a vez de Liv Kristine comandar os vocais: "Vocês estão prontos? Essa do Theatre Of Tragedy" e logo começam a etérea Venus do álbum Aégis de 1998. O guitarrista Ferry Duijsens, não é apenas o músico mais empolgado da noite, como também faz o gutural nessa música, a maioria ou faz uma dancinha, ou está gravando tudo, ou apenas, agarradinho com seu amor.

    Liv Kristine continua no palco e chama Kari Rueslåtten de volta, elas ficam lado a lado para a bela Silence, da carreira solo de Liv Kristine, do cd Libertine lançado em 2012, ela mais dramática, canta com direito a caras e bocas, enquanto Kari Rueslåtten é mais reservada. Elas finalizam de frente uma para outra e se despedem com um beijinho, a casa não está lotada, mas temos muitos fãs por aqui.

     E quem sobe para agitar as coisas novamente? Anneke van Giersbergen! Que bota fogo no Clash Club com a Mental Jungle ( do Drive ), sério até os músicos ficam mais animados 'bangueando' para todo lado quando ela está no palco, sempre com um sorriso aberto no rosto e durante a música, na parte da música que Hayko Cepkin's ( cantor turco de Rock Alternativo ) canta, Anneke van Giersbergen capricha nas 'dancinhas' e nos pulos, logo eu a acompanho claro.

     Quando termina volta, Liv Kristine que nos pergunta se estamos preparados e anuncia: "Image, do Theatre Of Tragedy", que foi gravada no cd Musique de 2000 e essa música tem uma pegada mais sensual, bem a cara de nossa Liv Kristine, que capricha nos trejeitos na hora de cantar. O pessoal não para de interagir com ela um minuto sequer na pista.

    Logo ela chama: "Anneke join the stage!" E as duas juntas cantam a 1000 Miles Away From You, que é uma bela balada do cd Everything Is Changing de 2012 da carreira solo de Anneke van Giersbergen ( confira resenha ), que leva todos no coro: "Here I am a thousand miles away from you", essa música tem um peso incrível ao vivo, elas cantam fazendo os mesmos gestos. Na hora que Liv Kristine deixa o palco e sobe Kari Rueslåtten, nós nos empolgamos e dá-lhe mais e mais palmas para as sereias.

    Com Anneke van Giersbergen e Kari Rueslåtten no palco, esta última avisa: "essa é da banda The 3rd and The Mortal, é a vez da doce Why So Lonely?" do álbum Tears Laid In Earth lançando em 1994. Kari Rueslåtten canta lindamente e arranca palmas da galera, essa fica sensacional ao vivo. Sim... escutei todas as músicas nas versões dos álbuns e achei que o show seria muito calminho, me enganei redondamente, ainda bem!

    Kari Rueslåtten continua no palco e conta que conseguir cantar essa música foi um dos requisitos para ela entrar para o The Sirens, ela estava falando de Death Hymn ( Tears Laid In Earth ), que possui uma atmosfera mais sombria.

    Elas lembram as Meninas Superpoderosas... ( um desenho animado de sucesso dos anos 90 ), pois, Kari Rueslåtten é a mais tímida, Liv Kristine é uma dama, já Anneke van Giersbergen... Bem essa é da zueira! Deu para perceber que ela é a minha preferida? O logo delas também está nas paredes da casa, muitos se balançam na cadencia dessa música, mas sempre um ou outro "uhhulll" para dar uma animada e ela nos agradece e sai do palco para que voltem as animadas Anneke van Giersbergen e Liv Kristine, que já chega pedindo 'hey' e um cara do meu lado se prepara para cantar com as duas a Love Decay ( outra do Vervain ), e elas fazem um belo dueto gótico.

    Anneke van Giersbergen nos pergunta: "Vocês estão prontos para mais uma do The Gathering?" ( pense em muitos gritos... ) e ela conclui: "bom vou contar isso como um sim!" Ela trocou de roupa e agora está toda trabalhada no brilho para cantar a In Motion #1 do álbum Mandylion de 1995.  Anneke van Giersbergen nos mostra toda sua capacidade vocal e pessoal no 'hey' ou cantando junto do início ao fim. Kari Rueslåtten, que também trocou de roupa, mas continua com um 'look' sóbrio no seu tubinho preto, canta muito também.

    Anneke van Giersbergen aproveita essa pausa para apresentar todos os músicos para nós, e continua: "muito obrigada por virem, está alguém faltando alguém, não? Liv Kristine!!!" E quando ela sobe no palco responde: "Alguém me chamou?" ( Sempre que eu ouço essa frase, lembro da música Brincar de Viver... É tipo a minha maldição ). As três juntas cantam a Embracing The Seasons, música composta pelas três para esse projeto do The Sirens, e eu viajando, só pelo meio da música que percebo que elas estão sustentando toda a música no gogó, pois os músicos já saíram do palco faz tempo... com certeza fui enfeitiçada pelas sereias.

     Ao final da bela canção elas saem e o cara do meu lado grita: "Cabô não! Tá loko! Quero ver 'Strange Machines'! Tô pedindo a música desde que começou o show!" Sim, é verdade, estava ao lado dele todo esse tempo escutando suas suplicas.

     Em cinco minutos elas voltam e jogam flores para nós, pode ser mais fofo que isso? Elas se dão mãos, nos agradecem e então fica só Kari Rueslåtten no palco para a profunda Atupoéma ( outra do Tears Laid In Earth ), que aliás, sua voz me emociona e vejo todas as câmeras da casa registrando esses momentos.

     Kari Rueslåtten conta que essa é do seu álbum solo: o Other People's Stories de 2004, sim... finalmente chegou a hora de eu escutar uma das minhas favoritas dela: a Ride, todos curtem essa música, no refrão Liv Kristine sobe para cantar junto com Kari Rueslåtten, mas, como acontece em todos os vídeos que assisti Liv Kristine tem que dar uma ajeitada no microfone sem fio para o som sair. Logo, Anneke van Giersbergen se junta ao ritmo dançante dessa música, pista e palco se juntam e improvisam vários passos.

    E enquanto Anneke van Giersbergen sai pela tangente, Kari Rueslåtten fala que a próxima música é a primeira da carreira solo dela, que nessa época ela descobriu que era possível fazer músicas sem guitarras elétricas, também conta que está feliz por se juntar ao The Sirens e Liv Kristine responde que é um privilégio cantar ao lado Kari Rueslåtten ( oun ti lindo ). Agora é a vez de Trollferd de Spindelsinn de 1997, em alguns momentos essa música me lembra as da cantora Loreena McKennitt.

     Liv Kristine: "São Paulo! Brasil! Obrigada por virem, vocês estão prontos?" E as duas continuam no palco agora para a melancólica Siren ( do cd Aégis ), o clima de calmaria continua também com essa canção. E quem mais para quebrar o sossego a não ser Anneke van Giersbergen? Que nos conta que é bom estar aqui novamente e a próxima música é exclusiva desta turnê pela América Latina: Fearless, que é linda, dá-lhe palmas e gritos em todos os lados do Clash Club.

    Agora é só nos e Anneke van Giersbergen, claro todos amam, principalmente uma certa pessoa do meu lado que pediu e gritou o show inteiro e tem seu desejo realizado com a Strange Machines ( pense numa felicidade ) do álbum Mandylion, a galera pula, canta e dança junto com os músicos no palco. E no meio da música, ela chama: "I miss my sirens! Where are my sirens?". E sobem Kari Rueslåtten e Liv Kristine, que não resistem e também pulam com a gente até finalizarem a música.

    Anneke van Giersbergen: "We love you! São Paulo! Wow duas horas de show!" Liv Kristine: "É uma noite maravilhosa, como vocês estão, para a última? Are you ready? Sisters Of The Earth", e apesar de serem novas, as músicas compostas pelas três levantam o povo, que dança e canta, ok... eu só canto o refrão, foi o que consegui decorar. Palmas, palmas e mais palmas é uma grande festa. Elas comemoram e nos agradecem dizendo: "Boa noite! Obrigada! Thanks from the heart! Obrigada São Paulo! Muito obrigada, vocês são ótimos!"

    Elas se juntam, nos cumprimentam e chamam os outros músicos a nos cumprimentar também e o show acaba, porém, aquela vontade delas tocarem mais persiste, nem parece que se passaram vinte e uma músicas por aqui. Para finalizar, vou apenas deixar um comentário que escutei assim que terminou o show e que resume tudo o que eu e muitas pessoas pensaram dessa noite: "Cara!?! Obrigado! isso é The Sirens!?! Som perfeito! Set perfeito! Isso que é profissionalismo!".

Texto: Erika Alves de Almeida
Fotos: cortesia de Ronaldo Chavenco do Coredump
Agradecimentos à Durr Campos e a Dark Dimensions
pela atenção e credenciamento
Fevereiro/2015

Set List do The Sirens

1 - Treat Me Like A Lady
2 - Vervain
3 - Saturnine
4 - Exile
5 - Venus
6 - Silence
7 - Mental Jungle
8 - Image
9 - 1000 Miles Away From You
10 - Why So Lonely?
11 - Death Hymn
12 - Love Decay
13 - In Motion #1
14 - Embracing The Seasons

Pausa
15 - Atupoéma
16 - Ride
17 - Trollferd
18 - Siren
19 - Fearless
20 - Strange Machines
21 - Sisters Of The Earth

Links: www.facebook.com/thesirenspage
e www.youtube.com/channel/UC0IytqOIY-vVwj2ajql54uQ.

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