Helloween - Pumpkins United World Tour
Espaço das Américas - São Paulo/SP
Sábado, 28 de Outubro de 2017
   

Gostosuras ou travessuras?!?!

    Próximo ao final de novembro de 2016 uma verdadeira bomba foi anunciada no mundo do Heavy Metal: depois de muitos anos, finalmente aconteceria a reunião de Michael Kiske e Kai Hansen com Michael Weikath, Markus Grosskopf, Andi Deris, Sascha Gerstner e Dani Löble e isso resultou na turnê mundial Pumpkins United, cuja intenção era de relembrar dos grandes clássicos registrados nas mais de três décadas do Helloween, os mestres alemães que foram criadores do Power Metal. Este sonho já era desejado pelos fãs de todo o mundo desde às saídas de Kai Hansen e Michael Kiske, que ao tornar-se realidade causou uma enorme euforia por diversos países do mundo.

    Para nós brasileiros, isso foi  ainda maior quando a Free Pass Entretenimento informou que o pontapé inicial seria com uma data em São Paulo/SP, que ao ser divulgada, em poucos dias teve todos seus ingressos esgotados levando a uma segunda apresentação no dia seguinte e mais uma em Porto Alegre/RS. Entretanto, ao passar dos meses, outras datas anteriores às brasileiras foram adicionadas à perna latina americana, e assim, não tivemos a honra de ser o país de abertura da turnê, que ficou para o México, na cidade de Monterrey no dia 19 de outubro, porém, ganhamos o direito da gravação de um DVD com os melhores momentos dos dois shows realizados na capital paulista no Espaço das Américas.

    A reunião só não contou com o ex-baterista Uli Kush e o ex-guitarrista Roland Grapow. Para aumentar a expectativa de todos os milhares de fãs do Helloween foi lançada a música Pumpkins United alguns dias antes da banda embarcar neste giro.

    A importância e o respeito que o Helloween possui no Heavy Metal é indiscutível e além dos grandes shows realizados ao longo de sua história, eles também nos brindaram com álbuns fundamentais para a história do estilo como os lendários Keeper The Seven Keys I e II, que somados aos outros 15 de estúdio e os 5 ao vivo venderam respeitáveis 8 milhões de cópias. Algumas pistas deste reencontro já foram dadas nas turnês Hellish Rock I e II nos anos de 2008 ( relembre como foi ) e de 2013 ( confira matéria ), quando o Gamma Ray foi a atração de abertura da turnê e Kai Hansen com sua banda tocaram algumas músicas com o Helloween no bis destes shows, porém, faltava a reunião com Michael Kiske e isso, somente se concretizou no ano passado. Michael Kiske de certa forma resgatado para os palcos por Tobias Sammet ao incluí-lo nas turnês do Avantasia, que posteriormente resultou junto a Kai Hansen no Unisonic.

   Pude acompanhar ao show do sábado dia 28 de outubro, o primeiro no Brasil e assim que entrei no Espaço das Américas, um imenso público tomava praticamente toda a casa aguardando a entrada da banda no palco. Havia uma bandeira com o logotipo do Helloween e a inscrição de Pumpkins United abaixo escondendo os detalhes de trás e também uma pequena passarela que se estendia até mais ou menos a metade da pista vip, o que é muito bom e facilita o contato dos fãs com a banda de forma mais próxima.

    Antes do show começar, Júnior Carelli do Noturnall e produtor da Foggy Filmes vai à frente para explicar que o show não será normal, pois, será a gravação de um DVD e se precisar voltar uma música por algum motivo, seria feito e também para a galera que levou suas bexigas aboboras não as jogassem em determinados momentos, enfim, como seria o procedimento para que as gravações ocorressem da melhor forma possível. E pede aplausos para que sejam registrados antes mesmo da banda começar o show e  além deles, o coro de "Happy Happy Helloween Heloween ôôôôô" é entoado forte.

And There is Magic in the Air...

    Quando eram 21:30 ouvimos Let Me Entertain You do cantor Robbie Williams e instantes depois os solos distorcidos e pesados da primeira música da noite protagonizados por Michael Weikath, Kai Hansen e Sascha Gerstner, todos com suas guitarras em formato Flying V, que trouxeram a destruidora Halloween ( do Keeper The Seven Keys I de 1987 ) com os vocalistas Michael Kiske e Andi Deris dividindo os versos em uma explosiva euforia dos fãs, que pularam, cantaram, gritaram muitos 'hey...hey...hey...' a cada trecho com grandes sorrisos nos rostos e jogaram as bexigas aboboras e pretas que provocaram um efeito visual muito interessante junto com o telão que exibia imagens de um Halloween sendo inicialmente tudo escuro, ainda com o pano, que rapidamente subiu e vemos os músicos disparando uma versão magnífica deste clássico.

    Kai Hansen estava a vontade solando sua tradicional Flying V ESP vermelha e sorrindo bastante, Michael Weikath sempre fazendo caretas sola bastante sua Gibson toda decorada com uma abobora fumante e Sascha Gestner disparando solos que inflamaram consideravelmente, assim como os vocais poderosos de Michael Kiske, que chegou com sua jaqueta vermelha e óculos escuros. E durante todas essas riffleramas, Markus Grosskopf e Dani Löble mantinham a cozinha ligada na precisão que a música solicita e que roupagem a atuação dos dois vocalistas juntos conferiram a Halloween. E eles inteligentemente se alternavam na frente da passarela conduzindo a intensa participação da galera e também ao grande êxtase de felicidade logo no início, sendo que isso, provavelmente vai ficar muito bacana no DVD, depois da edição.

Gostosuras!!!

    Nem deu tempo para respirar, pois, após um "all right" pronunciado Andi Deris, Dr. Stein do veio como um rolo compressor com os dois novamente dividindo os vocais, sendo que cada um cantava um pedaço e no refrão ambos. Aliás, o clima desta música do Keeper The Seven Keys II de 1988 transformou o Espaço das Américas em uma grande festa com milhares de pessoas sincronizadas na mesma ideia de Heavy Metal. Andi Deris e Michael Kiske, agora foram para a parte final da passarela e cantaram várias partes de lá para um crescimento ainda maior da interação dos fãs e repetiram isso por diversas vezes durante o show.

    Andi Deris exclama: "Goood evening Saooo Paulooo!!!" e milhares de gritos de "Yeaah" vieram em resposta, para que logo depois, ele deixasse apenas Michael Kiske no palco para que este nos perguntar se nos lembramos do álbum Keeper The Seven Keys II, informar que será gravado um DVD nesta noite e pedir nossa participação ( como se precisasse... ) e que de novo será em São Paulo. E vemos a dupla Seth e Doc aparecer no telão pela primeira ( e única vez ) fazendo as brincadeiras que estão inclusas nos vídeos desta turnê e que servem para introduzir as músicas.

    Após isso, com Michael Kiske detonando o potencial de sua voz, I'm Alive do Keeper The Seven Keys I veio forte e foi cantada por todos em um Power Metal muito forte em que o trio de guitarristas eletrificou ainda mais a música e solaram juntos no final da passarela. Paralelo aos solos, um grande "ôôôôôô" dos fãs acompanhou com muita força também e no refrão, Michael Kiske deixava todos nós completarmos o verso para ele, que resultou no final gritos extasiados de seu nome. Uma verdadeira gostosura... mas....

Travessuras também acontecem!!!

    Michael Kiske vai descansar e Andi Deris retorna para anunciar a próxima música do set list, que foi a If I Could Fly, onde as notas de piano chamam a atenção, assim como seus solos de guitarras, agora mais cadenciados, mas repletos de energia. A reação da galera com esta que é para mim uma das melhores músicas do álbum The Dark Ride de 2000 foi de cantar cada verso com Andi Deris, que logicamente com seus movimentos de mãos e forma de cantar causou mais participações dos incansáveis fãs, que não sossegavam por um instante sequer. Sascha Gerstner na hora dos solos veio mais a frente junto com Andi Deris e mesmo com todos os outros, soube aproveitar e bem seus momentos para brilhar.

    Depois, Andi Deris com seu grande carisma faz a pergunta rapidamente: "Are You Metal?" e a repete por duas vezes até que a porrada metálica gravada no 7 Sinners antepenúltimo álbum de estúdio do Helloween fosse tocada implacavelmente e novamente contasse com a galera fervendo junto com a banda, aliás, que calor que fez neste sábado. Te pergunto caro leitor(a)... tem como ouvir canções assim com a banda transbordando voltagem no palco e ficar parado???  

  É claro que não e tínhamos que participar a todo momento demonstrando como você entenderá o porque registrarem o DVD no Brasil. Pois, é... ficamos sem as imagens no telão principal atrás da banda... seria uma brincadeira das forças da data que se aproximava no dia 31? Difícil dizer, entretanto, já cravo aqui... com a intensidade que estava o show, sinceramente, nem fez falta, como por exemplo, quando Andi Deris sozinho dividiu os vocais conosco à plena força dos pulmões próximo ao final de Are You Metal?.

    Andi Deris também teve seu nome gritado pelos fãs e merecia também relaxar um pouco, sendo que Michael Kiske voltaria e assumiria o comando com todo o seu carisma para a Rise and Fall do Keeper The Seven Keys II com sua risadinha costumeira e que contou com o coro de fãs sincronizado com o vocalista, que estavam de olho também nos solos dos três guitarristas. Interessante de se mencionar que Michael Weikath e Kai Hansen ficaram próximos quase que o tempo todo do show do lado esquerdo e Sascha Gerstner no direito ( de quem olha para o palco ).

    Em seguida, Michael Kiske vai para os bastidores e Andi Deris canta a Waiting For The Thunder, do Straight Out Of Hell de 2015, que também é uma das melhores e mais conhecidas de sua fase e impressionante como todas eram cantadas com muita garra pelo público, que também acompanhou seus vibrantes dedilhados e solos nas palmas.

    Entretanto, foi com Perfect Gentleman do Master Of Rings de 1994 e disco que revelou Andi Deris nos vocais do Helloween, que o Espaço das Américas veio abaixo outra vez ( aliás, isso aconteceu praticamente durante o show inteiro ), pois, o ritmo da música te pega, inspira a cantar e o Helloween enviando a adrenalina que estavam nesta noite, não havia outra alternativa. Com uma cartola e uma blusa preta brilhante, Andi Deris como o grande frontman que também é nos fez completar a cada vez que dizia "Yes I am ..." e completávamos com "Peerfeect" em um momento de comunicação banda plateia de elevada animação. Quem deu as caras nesta parte foi Michael Kiske garantindo mais diversão para nós.

De volta às origens

    Com Kai Hansen no centro das atenções ( ou seja na parte final da passarela ) com uma guitarra Flying V preta de bolinhas brancas, hora de um dos momentos mais esperados do show com o medley cantado por ele, que mergulhou nos primórdios do Helloween com Starlight, seguiu com a elétrica Ride The Sky passou pelo Power Metal sangue puro de Judas e fechou com a Heavy Metal ( Is The Law ), onde a sensação que tínhamos era de mais um sonho realizado, pois, ver Kai Hansen relembrando de onde tudo começou com músicas do lendário álbum Walls Of Jericho de 1985 era um deleite único.

    Nos prolongamentos, Markus Grosskopf segurou muito bem com seu baixo até que os demais retomam o ritmo da música, com destaque aos solos na mesma frequência de Kai Hansen e Michael Weikath. Tudo bem que já havia assistido Kai Hansen cantando uma outra dessas com sua banda em shows do Gamma Ray ao longo dos anos, mas, com o Helloween e com este afinco, realmente... é inesquecível. E claro... nós não deixamos por menos e procuramos corresponder a altura que as canções pediam. Agora quem foi ovacionado pela plateia, obviamente, foi Kai Hansen com seu nome gritado com muita alegria.

 

Suaves

     Depois Andi Deris e Michael Kiske sentam-se na ponta da passarela e cantam a balada Forever and One ( Neverland ) do The Time Of Oath de 1996, o que foi uma surpresa, pois, esta é da 'Fase Deris' e eles conferiram uma roupagem toda singular para a música, que resultou em um novo coro dos extremamente contentes fãs, que aumentou na próxima, a também mais lenta A Tale That Wasn't Right ( outra do Keeper The Seven Keys I ), porém, somente com Michael Kiske nos vocais, que brinca que ela é do tempo que ele tinha cabelos longos. Quando a canta, a inquieta plateia fez questão de dividir os vocais com ele amplificando o encanto do que estávamos presenciando de uma forma marcante.

    Depois de duas mais lentas, o Power Metal volta a ficar em evidência com I Can nos vocais de Andi Deris, que cantou com muita vontade cada verso esta canção do ótimo Better Than Raw de 1988, que é considerado um dos melhores álbuns gravados por ele no Helloween e que em sua execução com três guitarristas ficou ainda mais ardente nos solos, que aqui foram comandados por Michael Weikath e Sascha Gerstner, porém, é claro que Kai Hansen também solou bravamente, sendo que vira e mexe eles iam sempre na parte frontal da passarela.

Homenagem

     A próxima parte do show precisaria do telão principal, pois, era a que Dani Löble faz um longo solo de bateria e a ideia era dividir isso com o baterista original do Helloween, o Ingo Schwichtenberg em um duelo que não deixa de ser uma homenagem ao infelizmente falecido músico. Sem o telão, a tarefa de Dani Löble foi maior, pois, ele teve que segurar sozinho a vibração da galera ao chamar os fãs para participar com ele a cada lick de bateria, a cada virada, a cada toque em um bumbo, cinbal ou zabumba ( aliás, na sua bateria tinham quatro e todas decoradas com aboboras bateristas ) e se deu muito bem ( claro que na edição, provavelmente será inclusa a parte de Ingo Schwichtenberg em vídeo ).

    Com todos de volta no palco, menos Andi Deris, Michael Kiske canta a dupla Livin' Ain't No Crime ( gravada no single Dr. Stein de 1988 ) e A Little Time ( do Keeper The Seven Keys I ), que resultaram em mais aplausos, gritos de seu nome e uma participação de todos com o vocalista.

Inesperado

    Do clássico Master Of Rings, Andi Deris e Michael Kiske cantam juntos a Why? e como o fizeram tão bem ante os muitos solos rápidos e esbeltos da trinca de guitarristas, que garantiram a canção uma vibração maior. Outra que era deveras aguardada também pelos que adoram Andi Deris no Helloween foi a Sole Survivor, outra do Master Of Rings, que como era o padrão desta noite ( e acredito que nas outras duas no Brasil também ) foi cantada por todos os fãs presentes, afinal, se trata de um dos clássicos máximos do Power Metal e agora com três guitarristas alternando nas bases e solos.

    A agitação causada por Sole Survivor só não foi maior que na seguinte, porque Power, que foi cantada somente por Andi Deris, que fez uma graça para introduzi-la e assim que começou... que coro forte tomou surgiu pelo Espaço das Américas nos seus "ôôôôôôôôôuuu... ôôôôôôôuuu...", quase que encobrindo Andi Deris, que se movimentou bastante pelo palco e veio na parte mais extrema da passarela repartir sua felicidade conosco. Nos solos, a trinca de guitarristas também foi para lá garantindo mais empolgação. E geniosos como são... eles sentiram que a participação do público era possivelmente até maior que o esperado e deixaram por alguns segundos somente nós cantando seus versos, sem uma nota sequer no ar. Isso, depois que o DVD estiver pronto será maravilhoso.

    Uma surpresa no set e que contou com uma brincadeira de Andi Deris ao dizer que seria a última da noite foi a How Many Tears do Wall Of Jericho, que contou com versos divididos entre Andi Deris, Michael Kiske e Kai Hansen, além de algumas partes com os três juntos, que levaram cada um de nós a se perguntar: que show que é esse? uauu!!! E se não fosse suficiente, Kai Hansen e Michael Weikath foram ao final da passarela para solarem suas guitarras mais próximos dos fãs com muita melodia e prolongamentos sensacionais com direito a grandes agudos de Michael Kiske. Tudo bem que eles repetiram isso por várias vezes no show, mas, desta vez mergulhando em uma música do principio do Helloween percebemos um encanto superior no ar.

Voo da Águia

    Aliás, How Many Tears, que teve um final apoteótico com todos juntos próximos ao baterista Dani Löble, seria a responsável pelo encerramento da primeira parte, e a banda deveria sair do palco para que o primeiro bis acontecesse, que duraria o tempo em que a introdução Invitation fosse tocada nos P.A.s para trazer todos de volta, porém, não foi o que aconteceu, por conta da música não tocar nos P.A.s, afinal, a bruxa estava a solta, mas, o público não se importou e ficou gritando incessantemente "Olê... Olê... Olê... Kiske... Kiske...", e  cada vez mais forte e o vocalista ficou nos olhando, sorriu e com os três guitarristas de volta, a dinamite sonora Eagle Fly Free nos levou de volta à década de 80, quando o Helloween ditou como deveria ser o Power Metal com esta música do Keeper The Seven Keys I.

    O público procurou cantar cada verso com Michael Kiske, que nos olhava entre um ponto e outro percebendo o 'estrago' que a música causou em nós, tanto que se fosse lembrar de um único instante do show, seria este para contar para os amigos, entretanto, um instante neste caso é muito pouco, por isso, estou comentando tudo detalhadamente nesta matéria. São poucos shows que a junção banda plateia é tão grande quanto na execução de Eagle Fly Free nesta noite, onde tenho certeza que os alemães adoraram e vão cobrar dos outros fãs do planeta uma atuação assim como a nossa. Foi bacana também que exceção feita ao baterista Dani Löble todos os outros foram na parte mais à frente para ficarem mais próximos de nós.

 

    O coro de "Happy Happy Helloween ôôôôôô..." voltou ao palco e só parou porque Michael Weikath dedilhou sua bela Flying V azul as notas da épica Keeper Of The Seven Keys ( do Keeper The Seven Keys II ) e pouco depois... Michael Kiske começou a cantar seus versos, um fato inédito para todos os presentes, pois, creio que a imensa maioria não havia presenciado isso diante dos seus olhos. A beleza desta troca de sentimentos positivos é praticamente indescritível, pois, a alegria que sentíamos fazia ignorar o calor, o cansaço, enfim, qualquer coisa, a única necessidade era estar sincronizado com o Helloween e acompanhar cada trecho com Michael Kiske, Andi Deris, Kai Hansen, Dani Löble, Markus Grosskopf, Sascha Gerstner e Michael Weikath, sendo que nós estávamos transbordando de contentamento.

    E a voltagem de Keeper Of The Seven Keys é de uma grandeza incomensurável de forma que a cada uma de suas evoluções nas guitarras e nos gritos longos de Michael Kiske, nós ficávamos mais enfeitiçados com o Helloween no palco recriando cada emblemático momento, que sinceramente não vou esquecer tão cedo. Nos solos, Kai Hansen chutou as bolas aboboras e pretas que foram jogadas para o palco pela produção, que tinham a ideia de aumentar a nossa relação com a banda, e aumentaram, pois nos divertimos muito com elas. E tenho de mencionar também... Kai Hansen provou que além de solar muito e cantar também é um ótimo jogador de futebol.

     Sascha Gerstner continuou dedilhando sua guitarra prolongando esta sensação entre gritos de "ôôôôôôôô... ôôôôôôôô..." dos fãs enquanto que cada os membros da banda deixavam o palco um a um, se despedindo de nós em outro momento magnífico do show, que finalizou esta segunda parte de forma extraordinária. Isso dura até que o guitarrista também se despeça, porém, esqueceram de avisar os fãs para pararem, pois, nós continuamos por mais alguns segundos alternando com mais potência o coro de "Happy Happy Helloween ôôôôôô...". Em suma, valeu o ingresso. Mas calma, ainda tinha mais...

Final fulminante

    Eles avisaram que os shows seriam longos, que seriam especiais, mas, depois de tudo que assistimos até aqui, de certa forma já estávamos quase totalmente satisfeitos, porque, ao ouvirmos os solos de guitarra feitos por Kai Hansen, a nossa euforia voltou e se quintuplicou assim que percebemos que caminharia para Future World do Keeper The Seven Keys I e assim que Michael Kiske começa a cantar seus versos, literalmente estouramos de felicidade e novamente participamos freneticamente.

    E se essa música já era um deleite nos shows do Gamma Ray com Kai Hansen cantando ou nos shows do Unisonic com o Michael Kiske ou mesmo nos shows do Helloween com o Andi Deris, com todos juntos foi simplesmente espetacular. E a última desta histórica noite foi a I Want Out ( outra do Keeper The Seven Keys II ), onde Michael Kiske e Andi Deris inflamaram a todos com sua completamente empolgante divisão de vocais. Michael Kiske regeu os "ôôôôôôôô", Andi Deris colocou um chapéu abobora, que pegou de Markus Grosskopf um pouco antes enaltecendo a descontração dos músicos no palco.

    No refrão de I Wan Out, nossos berros eram tão fortes que chegaram a deixar os alemães impressionados com eles, ainda mais quando nos prolongamentos Andi Deris berra: "Saooo Paulooo... Saooo Paulooo...", nos agradece pela presença e apresenta os músicos, sendo primeiro o Michael Kiske, depois este o apresenta, para que então ele continue com Sascha Gerstner, seguido por Michael Weikath, Kai Hansen, Markus Grosskopf e por fim "a máquina na bateria" Dani Löble para receberem os aplausos da galera.

 

    Aliás, foi muito bacana presenciar eles sustentando o ritmo da música, sendo que Andi Deris na esquerda e Michael Kiske na direita comandaram a divisão dos fãs sendo que alguns gritaram o "ôôôôôôô" e outros o "I Waaant Oouutt!!!" até que finalizassem a música. Outra curiosidade, que nesta hora Michael Kiske cantou um trecho de White Men Do No Reggae do Pink Cream 69 ( banda anterior de Andi Deris ) cravando o respeito mutuo dos vocalistas. Nos últimos gritos de Andi Deris, uma chuva de papeis picados caiu e corou esta inesquecível apresentação do Helloween no Brasil. Enquanto se cumprimentavam pela missão cumprida com louvor, jogavam palhetas e nos agradecer pelo show, entre muitos gritos, era tocada uma música bastante sintomática do filme Coração Valente já batendo uma saudade do que vimos.

    Esta primeira apresentação da Pumpkins United World Tour em São Paulo foi um dos shows mais marcantes do ano, que realmente foi uma celebração incrível e solene do Helloween com som, atitude e iluminação impecáveis, além da grandiosa postura de palco do septeto. O fato do telão ter parado de funcionar poderia até ser um fator que diminuiria a plenitude do espetáculo, porém, serviu para que o vigor e a entrega de cada um dos músicos fosse superior. Aliás, na saída o que mais ouvia dos amigos e amigas era que todos desejavam voltar no dia seguinte e assistir tudo de novo, mas, sem pressa, logo... logo o DVD estará pronto. Claro, que estar em um show é uma experiência que nenhum DVD vai proporcionar, mas isto é assunto para outra hora. Parabéns Helloween, que continuam os mestres do Power Metal.

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos Heloísa Vidal e Free Pass Entretenimento
pela atenção, oportunidade e credenciamento
Novembro/2017

Set List do Helloween

1 - Halloween
2 - Dr. Stein
3 - I'm Alive
4 - If I Could Fly
5 - Are You Metal?
6 - Rise and Fall
7 - Waiting For The Thunder
8 - Perfect Gentleman
9 - Starlight / Ride The Sky / Judas / Heavy Metal (Is The Law) 
10 - Forever and One (Neverland)
11 - A Tale That Wasn't Right
12 - I Can
13 - Drum Solo
14 - Livin' Ain't No Crime / A Little Time 
15 - Why?
16 - Sole Survivor
17 - Power
18 - How Many Tears
19 - Eagle Fly Free
20 - Keeper Of The Seven Keys

Encore:
21 - Future World
22 - I Want Out

 

Clique aqui e confira uma galeria com 200 fotos do primeiro show do Helloween
no Espaço das Américas em São Paulo/SP

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