Hellish Rock 2007/2008:
Helloween e Gamma Ray
Domingo, dia 20 de abril de 2008 no Credicard Hall/SP
A Hellish Rock, turnê que reúne dois grandes nomes do power metal
chegou no Brasil neste mês de abril ( passando por várias cidades, o
que é muito bom diga-se de passagem, mas em um ano com Deep Purple,
Iron
Maiden, Dream Theater, Ozzy, haja grana!!! ), e claro, o show de São
Paulo, como já era imaginado seria especial. Helloween e Gamma
Ray estão divulgando seus bons últimos trabalhos de estúdio,
Gambling With The Devil e Land Of The Free II,
respectivamente. E além das músicas novas e clássicas de ambos, tínhamos a
certeza que no final aconteceria uma jam com os músicos das duas bandas,
realmente um fato que é histórico no rock e que fã que se preze não poderia
perder ( quem perdeu deverá contentar-se com esta resenha ).
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Gamma Ray
Exatamente no horário marcado ( 20:00hs ), o Gamma Ray inicia a noite dedicada
ao heavy metal melódico. Kai Hansen ( vocais e guitarra )
Dirk Schlächter ( baixo ), Henjo Richter ( guitarra
) e Daniel Zimmerman ( bateria ) trazem ao palco um show
com muita animação, o que demonstra que apesar de ser o "open act" da
noite, o Gamma Ray tinha energia sobrando para um show completo.
Decorando o palco para a entrada da banda tínhamos um imenso plano de
fundo ( backdrop ) com a capa do novo álbum Land Of The Free
II e após a abertura com a música Welcome, a banda não deixou por
menos e tocou a ótima Into The Storm deste novo disco, que foi
sucedida pela animada Heaven Can Wait ( do disco Heading For
Tomorrow ) com suas belas melodias acompanhada com muita vibração
por todos os presentes.
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Depois foi a vez da pérola New World Order
( do álbum homônimo ) que além de manter o alto nível do show fez a
platéia cantar “pra valer” com o Gamma Ray especialmente nos
ôôôô...ôôôôs da música. Kai Hansen com suas inseparáveis
guitarras Flying V cumprimenta os fãs de São Paulo e executa
em seguida a rápida e empolgante Fight ( do penúltimo trabalho
de estúdio Majestic ).
A partir de Empress ( na minha opinião, a mais
controversa música do álbum do
Land Of The Free II ) o show do Gamma Ray que já estava
muito bom, ganha em força e energia, especialmente na atuação dos
membros da banda que começam a interagir mais com os milhares de fãs
presentes. Dirk Schächter e Henjo Richter que até então
estavam parados em suas posições no palco, começam a “andar mais”
transformando a apresentação em uma grande diversão, o que é um
objetivo de um espetáculo de rock. Tanto é verdade, que até o som que
até então estava meio embolado, melhorou, e coincidência ou não, foi a
hora que qualquer banda faz aquela jogada tradicional para sacudir a
galera nos shows: executa uma seqüência de clássicos indiscutíveis que
não deixam nenhum fã parado.
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Os alemães apresentaram músicas altamente explosivas como as melódicas
- e até um tanto quanto épicas - Valley Of The Kings ( do
Somewhere Out In Space ) emendada com Rebellion In
Dreamland ( do aclamado Land Of The Free ).
Continuando com todo
seu alto poder de fogo, o Gamma Ray executa Heaven
Metal Universe ( cover do Manowar ) - em uma versão
maravilhosa que fez o Credicard Hall sacudir forte com a
banda cantando verso a verso, inclusive nas paradinhas que eles faziam
especialmente para o público participar.
Isso demonstrou que as flechas
disparadas por Kai Hansen atingiram com firmeza os corações dos
fãs. E para provar porque era realmente importante dentro do Helloween,
Kai toca agora a rápida Ride The Sky, que novamente provoca
outra intensa participação dos fãs. Para finalizar a primeira parte do
show, eles apresentam outro clássico para emocionar os fãs:
Somewhere Out In Space ( do disco de mesmo nome ) e seus
cavalares e pesados solos de guitarra.
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Com uma bandeira do Brasil nas costas, exaltando a paixão que ele sente
pelo nosso país, e claro, sendo aclamado por isso, Kai Hansen volta
para um rápido bis com Send Me A Sign ( do álbum Power Plant
). Então se despendem do publico paulista, e olha, eles deixaram
um clima tão quente que o Helloween teria muito trabalho para fazer
uma apresentação brilhante
e superar o Gamma Ray. Foi um show um pouco curto é verdade, de uma
hora e dez minutos, mas Kai Hansen mostrou que o Gamma Ray
poderia ter se alongado se quisesse ( e pudesse ), inflamando ainda
mais os milhares de fãs presentes no Credicard Hall. Que o
Gamma Ray volte em breve para uma apresentação completa como foi em
2005 no Olympia (
leia resenha
na tour do álbum Majestic ). Saudades já
ficaram, mas a ansiedade pelo próximo show fez até esquecer um pouco da
saudade que hoje eu estou sentindo.
Set
List Gamma Ray
1
- Welcome
2
- Into The Storm
3
- Heaven Can Wait
4
- New World Order
5
- Fight
6
- Empress
7
- Valley Of The Kings
8
- Rebellion In Dreamland
9
- Heavy Metal Universe
10
- Ride The Sky
11
- Somewhere Out In Space
Bis
12
- Send Me A
Sign
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Helloween
O som de For Those
About To Rock do AC/DC no Credicard Hall é
interrompido, nos
P.A.s ouviámos a frase inicial: “ Happy Happy Helloween..Helloween…”
completada
pelos fãs com o "ôôôôôôôôôô
ôôôôôôô!!!"
e exatamente às 21:55 "a roda da
sorte do Helloween" é acionada ao som da introdução Crack The
Riddle em um palco todo caracterizado com o tema do disco
Gambling With The Devil. Para comandar a festa,
Sascha Gerstner
e Marco Weikath juntos ao baterista Dani Loble começam o
show com a música que faltou na turnê Keeper The Seven Keys - The
Legacy World Tour 2005/2006 por
aqui: Halloween ( do primeiro "Keepers" ) com seus longos e
maravilhosos 13 minutos de solos e melodias - aliadas a uma grande
performance de Andi Deris comandando a platéia com todo seu
carisma. Continuando, Andi Deris pergunta se gostamos do álbum
Master Of Rings, e emenda a Sole Survivor, música que
causou uma enorme emoção, que foi sucedida por March Of Time (
do Keeper Of The Seven Keys I ) que cria uma explosão de
felicidade em todos, especialmente no refrão.
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Andi Deris agradece aos fãs de São Paulo pelo feeling impresso por
nós no show de 2006 (
leia resenha ), que ficou imortalizado no DVD e após revisitar algumas das músicas mais
clássicas da carreira é hora do Helloween tocar uma do Gambling With The Devil, com a animadíssima As
Long As I Fall, que embora fosse uma canção nova, funciona
perfeitamente ao vivo e a massa presente mostrou que já a conhecia bem, e
cantou junto com Andi e cia.
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Após vários momentos com a essência do metal melódico sendo tocados, o
Helloween acalma os ânimos um pouco e toca linda a balada A Tale
That Wasn´t Right ( do Keeper Of The Seven Keys Vol I ),
que assim como as anteriores era cantada em uníssono pelos presentes.
Dani Loble realiza um ótimo solo de bateria em seguida e aplica toda
sua técnica, porém, em alguns trechos, ele exibe samplers de samba na
bateria ( e muitos estranharam isso, porque afinal estávamos todos lá
pelo metal ), entretanto, o batera sabe como comandar a platéia e a
fez vibrar com ele clamando para que gritássemos a plenos pulmões
incessantemente. A longa e
espetacular The King For 1000 Years ( do Keeper Of
The Seven Keys - The Legacy ) foi executada em seguida
despertando uma profunda alegria nos fãs que cantaram e pularam a cada
verso que saia da garganta de Andi Deris.
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E não dando chances
para que os fãs respirassem, mantendo a velocidade das guitarras da
forma que somente bandas do
porte do Helloween possuem, eles tocam
na seqüência o hit
Eagle Fly Free ( do Keepers The Seven Keys Vol II ),
outra que jamais pode ficar de fora das apresentações da banda, e como
a música é energia em estado bruto e deixa o público em estado de
graça, não tem como ela não fazer parte do set.
Na execução
outra nova da noite The Hells Of The Seven Bells, uma
das melhores do novo trabalho, o Helloween alongou a faixa e deixou
para que a platéia completasse o refrão da música, fato que com certeza
marcou positivamente essa apresentação da banda. Outro espetáculo à parte
nesta noite foi a iluminação no show do Helloween, que deu um
visual todo especial a cada música tocada pelo grupo, e não posso esquecer
de comentar é que a cada solo mais longo, Andi ficava “brincando
e lançando feitiços” no baixista Marcus Grosskopf que mais uma
vez foi preciso em toda sua apresentação.
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Entremeando o show com algumas baladas, chega a vez da ótima If I Could
Fly ( do álbum The Dark Ride ) e presente nos shows do
Helloween desde então. Para criar o ambiente para a próxima música
o frontman da banda pergunta se todos estamos bem, porque caso contrário
ele chamaria o Doutor; claro que a resposta foi positiva. Pronto, era dada a
deixa para mais um sucesso do “Keepers II”, com a explosiva Dr. Stein
que fazia toda a casa vibrar sem exceção. E Dr. Stein finaliza
esta parte do show, e que os fãs do Gamma Ray que
me perdoem, mas o Helloween conseguiu superar o excelente show
da
primeira banda.
No bis, Andi Deris voltou trajado com cartola, blaser vermelho de
paetês e uma bengala ( igual aos apresentadores circenses - idêntico
ao diabinho do disco ), e começa - junto com o sempre sério Michael
Weikath - um medley que passa por vários sucessos como Perfect
Gentleman ( que faz os alicerces da casa balançarem ), a rápida
I Can num momento realmente maravilhoso de plena comunhão entre fãs
e grupo; depois segue com Where The Rain Grows, volta para Perfect
Gentleman onde Andi aproveita para apresentar a banda, e
detalhe, membro a membro mantém o ritmo da música e até aproveita para um
pequeno solo identificando o instrumento de cada um.
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Não contente com isso
o frontman combina conosco que ao dizer “Yes, you are” e nós
completássemos com “ perfect ” - realmente os alemães mostram toda
sua devoção ao headbangers brasileiros. Encerrando este genial medley
tivemos trechos de Power e ainda alguns versos de Keeper Of The
Seven Keys ( uma pena que não teríamos tempo para que ela fosse
tocada inteira ). Mas, aí mora uma questão: seria essa a forma de
apresentar músicas que não caberiam no set list? É difícil ter
certeza, mas um medley tão forte como este e com a empolgação que é causada,
nem é preciso preocupar-se com a resposta. E então as luzes são apagadas
para o " grand finale ".
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E o ápice da Hellish Rock acontece no segundo bis, quando os
músicos do Helloween e Gamma Ray unem-se para o êxtase total dos fãs, afinal desde 1988 que Kai Hansen não
dividia um palco com seus amigos de Helloween. Esta reunião
resultou em dois excelentes vocalistas, um quarteto de guitarristas, dois baixistas e
um baterista ( o único que ficou de fora por questões logísticas
obviamente foi o batera Dan Zimmerman do Gamma Ray ),
enfim, uma superbanda de metal no estilo das premiações americanas que
terminam em uma grande jam, e com todo mundo tocando sem tem nenhum tipo
de problema na regulagem do som, o que foi muito importante. É algo para
guardar na memória para sempre ver e curtir Kai Hansen e Andi Deris
dividindo os vocais nas músicas Future World e I´m Want Out,
os guitarristas e baixistas solando perfeitamente e brincando um com o
outro, com sorriso estampado em cada rosto dos 8 músicos das 2 bandas, em
resumo, eles fizeram uma grande festa no palco. Ao
término destes dois clássicos absolutos da história do Helloween
eles se juntam e cumprimentam os fãs para então deixarem o palco.
Indiscutivelmente, os grandes vencedores deste “jogo com o diabo” fomos
todos nós, a imensa legião de headbangers presentes, que assistimos no
Credicard Hall aos shows dos maiores expoentes do heavy metal
melódico juntos, e novamente passamos para eles todo o calor que somente
os headbangers brasileiros possuem, virando mais uma importante página da história do
rock.
Por
Fernando Júnior
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Set List
Helloween
1
-
Walls Of Jerico/Crack The Riddle
2
- Halloween
3
- Sole Survivor
4
- March Of Time
5
- As Long As I Fall
6
- A Tale That Wasn't Right
7
- Drum Solo
8
-
King For 1000 Years
9
- Eagle Fly Free
10
- The Bells Of The 7 Hells
11
- If I Could Fly
12
- Dr. Stein
Bis 1
13
- Medley:
Intro Perfect
Gentleman,
I Can,
Where The Rain Grows,
Perfect Gentleman,
Power
e Keeper Of The Seven
Keys
Bis
2
Jam:
14
- Future World
15
- I Want Out
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