Samsung Best Of Blues
Com Joe Satriani e Artur Menezes
Auditório do Ibirapuera - plateia externa - São Paulo/SP
Domingo, 06 de Agosto de 2017
   

     O Samsung Best Of Blues é mais um evento que entrou para o calendário de grandes shows realizados na capital paulista, pois, em oportunidades anteriores se apresentaram importantes nomes como Richie Sambora & Orianthi, Buddy Guy, John Mayall, Taj Mahal, Dr.John, Joss Stone, Jeff Beck e tantos outros. Na edição de 2017, que foi realizada no Auditório do Ibirapuera ( plateia externa ), o convidado foi o gênio da guitarra Joe Satriani em mais um show da divulgação do álbum Shockwave Supernova ( 2016 ), que serviu também para comemorar os trinta anos do clássico Surfing With The Alien ( 1987 ). A abertura ficou por conta do ótimo guitarrista brasileiro Artur Menezes, artista que possui os pés fincados no Blues e já participou em shows com o célebre Buddy Guy.

    A expectativa de rever o Joe Satriani era imensa, pois, em 2014, no Credicard Hall ( hoje Citibank Hall ), ele realizou um show marcante ( relembre como foi ), além de passar pelo Brasil em dezembro do ano passado no Espaço das Américas em São Paulo/SP ( confira matéria ) e a pergunta de como seria a apresentação em um local aberto, um parque como é o Ibirapuera tilintava na minha mente e em um evento voltado ao Blues, enfim, será que teríamos surpresas no set dele?

    Respondo esta pergunta mais abaixo, mas antes, quero comentar citar três fatos: o Parque do Ibirapuera que é um lugar muito bonito, a estrutura com um telão atrás do palco e a projeção utilizando a parte de cima do Auditório do Ibirapuera foram ótimas e o terceiro, aí mais subjetivo, a magia que um evento voltado ao Blues possui, quem já esteve em um sabe do que eu estou falando. Prova disso foi o público, que estava em uma quantidade muito maior comparando-se com o ano anterior ( segundo informações ) para ver Richie Sambora & Orianthi, e enfim, Joe Satriani, mesmo sendo um guitarrista que a maioria de suas músicas sejam instrumentais, o seu número de seguidores é consideravelmente grande e ocuparam consideravelmente os espaços disponíveis.

"Blues nunca é demais..."

    Programado para começar as 17:30, o Samsung Best Of Blues sofreu um atraso de aproximadamente quarenta minutos, causado provavelmente para que todos os milhares de fãs pudessem chegar e se acomodarem perante o palco do Auditório do Ibirapuera e quando eram aproximadamente 18:12, a locutora oficial anuncia o evento e pouco depois, Evandro Mesquita - o músico fundador da famosa banda brasileira Blitz - vai ao microfone para contar um pouco da história do Samsung Best Of Blues, que já presenteou seu público neste ano com shows de nomes como Albert Cummings, Igor Prado Band, Hammond Grooves e Blues Etílicos.

    Também conta que o projeto teve uma mostra de cinema com filmes sobre Blues e fotos, bem como as apresentações de rua com o Mustache e os Apaches, além de solicitar que fossem exibidas imagens dos eventos anteriores, que já causaram um considerável frisson na galera, afinal, como Evandro Mesquita frisou em seu discurso: "Blues nunca é demais!!!" E algumas imagens sobre isso são exibidas, inclusive dos artistas que já estiveram presentes em edições anteriores.

    Ele continua dizendo com seu estilo empolgado: "A culpa é da rapaziada do Delta do Mississipi, que criou um som marcante que fez todo mundo dançar e cantar, e muito antes de Jimi Hendrix tocar com a guitarra nas costas, Charles Patton já tocava com o violão nas costas e de joelhos..." Segue comentando da história de outros importantes nomes como Howlin' Wolf, Robert Johnson, Willie Dixon, Albert King, Freddie King e B. B. King, além de citar de Muddy Waters, Rolling Stones e também Buddy Guy - "o último dos Blueseiros autênticos ainda vivo, que já se apresentou no Samsung Best Of Blues. John Mayall, que também esteve no festival e é uma figura essencial do Blues inglês influenciou Jeff Beck, Led Zeppelin, Rolling Stones."

    Evandro Mesquita prossegue: "esses blueseiros mal-encarados eram os ídolos deles. E se não fosse pelo pessoal do Delta de Chicago, Joe Cocker não estremeceria o Woodstock, Janis Joplin não colocaria fogo em Monterrey e Jim Morrison não avisaria as garotas que ele era o cara da portas dos fundos. Willie Dixon uma vez disse que o Blues é a raiz e todas as outras músicas são os frutos. Blues é a música para quem sabe o que é bom e sabe que o pé serve mesmo para pisar no acelerador".

    Este longo discurso fez a brilhante introdução para o nosso bluesman Artur Menezes, que foi anunciado como "E o guitarrista brasileiro que nos representa mundo afora e que veio do Estados Unidos exclusivamente para se apresentar para vocês vai acelerar riffs hipnotizantes no palco do Samsung Best Of Blues... com vocês Artur Menezes e banda!!! Bom show!!!"

Artur Menezes

    Com essa introdução, acredito que a eletricidade que o guitarrista estava sentindo por tocar nesta noite tenha aumentado e com personalidade, carisma e muitos sorrisos, o cearense Artur Menezes adentra ao palco portando uma bela guitarra verde, juntamente com sua banda para iniciar seu show com Hideaway do inigualável Freddie King em uma  canção instrumental versada no que de melhor existe no Blues com variações que posteriormente seriam chamadas de Rock'n'Roll.

    Animado, mas, mantendo o ritmo da música, Artur Menezes nos cumprimenta: "Boa noite Best Of Blues, boa noite Samsung Best Of Blues, no baixo Nino Nascimento, bateria Wladimir Catunda, teclados Davi Sansão, meu nome é Artur Menezes. É prazer estar aqui e fazer um som para vocês, esta aqui é a minha terceira casa, eu moro em Los Angeles, sou de Fortaleza e morei aqui por seis anos, adoro esse lugar e tou muito feliz de estar de volta, espero que vocês gostem daqui a pouco o Joe Satriani, agora vou tocar um pouquinho de Blues para vocês". Nem preciso dizer que ele mostrou seu encanto pessoal e elevou isso ao executar aqueles maravilhosos solos de Blues em sua guitarra na continuação desta primeira música.

    Depois, ele canta e toca a dançante Dolemite do guitarrista Scott Henderson, que contou com solos de teclados de Davi Sansão através de duelos e também com longos e envolventes solos de guitarra em um princípio de show eletrizante.

    E interligando uma música na outra, Artur Menezes desafia aos fãs com a excelência aplicada em Say What! do magnífico guitarrista texano Stevie Ray Vaughan e incendeia com o brilho de seus solos de guitarra, que ao serem combinados com os teclados de Davi Sansão ficaram ainda mais saborosos de se curtir, pois, adicionaram improvisos em suas linhas. Homenageando o bluesman Bernard Allison tivemos a Chills and Thrills nos passando muito suingue a cada nota extraída de sua guitarra, porém, quando chega a hora dos solos, aí ele deixa claro porque já dividiu o palco com Buddy Guy com sua sequencia de riffs.

    Antes de continuar, Artur Menezes exclama: "Eu sei que tá todo mundo ansioso pelo Satriani" e sorrindo completa: "eu vi para cá para vê-lo, esse show aqui é um bônus, ninguém sabe disso, mas, eu vim para cá para vê-lo tocar, que cara massa, não é só um guitarrista sensacional, é um ser humano incrível!!!" e assim, vemos ele procurar as notas do Blues lento contido em Lenny, onde novamente é prestado seu tributo ao grande Stevie Ray Vaughan, que é daqueles que pega na alma, ainda mais com uma versão tão sintomática como esta exibida nesta noite no Auditório do Ibirapuera. E à maneira que os minutos vão passando, Artur Menezes e sua guitarra nos colocam diante de notas que emocionam mesmo e recebem muitos aplausos.

  Em seguida, Artur Menezes canta o Blues There's Gotta Be a Change de Johnny Lang, que é possuidor de uma eletricidade altamente contagiante, aliás, ele se movimentou bastante pelo palco, ia até a parte da frente para exibir seus solos com alegria para nós. E enquanto me distrai 'viajando' nestes solos, Artur Menezes desceu do palco e foi até mais próximo do público, subiu em uma das cadeiras próximo de onde a imprensa ficou para fotografar o show e solou primorosamente cara a cara com os fãs, que estavam logo à sua frente no que posso considerar como a parte da pista do Auditório do Ibirapuera, enquanto que sua banda fornecia uma base sensacional. Isso foi uma excelente surpresa de sua apresentação e nos deixou muito mais contentes por estarmos vivenciando este momento.

    Do mestre Hound Dog Taylor, ele honrou seu legado com a Hawaiian Boogie, que é um mergulho em um Blues Rock infectante e agora Artur Menezes utiliza uma guitarra vermelha para enviar todos aqueles flamejantes solos. À vontade no palco, Artur Menezes comenta: "A gente está chegando ao finalzinho do show, afinal, estamos todos ansiosos por ver o Satriani" para instantes depois 'atacar' com a sonzeira eletrificada contida em Tightrope de Stevie Ray Vaughan, um Blues Rock que te causa uma sensação de prazer imensa.

    Ele rapidamente relembra os nomes de seus companheiros de palco e conclui: "Meu nome é Artur Menezes, muito obrigado, valeu Samsung Blues Festival... a gente tem tempo de mais uma? Então vamos fazer mais uma." E encerrando o show, Artur Menezes pergunta: "alguém gosta de Jimi Hendrix?" e com o "woooow" positivo obtido de resposta tivemos a efervescente Driving South com 'riffleramas' impactantes e significativas para quem tem o coração moldado pelo Blues.

    Ainda não havia presenciado um show do Artur Menezes e o garoto toca muito, sabe conduzir seu show com a atitude necessária, nos mantém ligados com sua habilidade e ao mesmo tempo simplicidade no palco, neste show que homenageou alguns dos mais importantes mestres do Blues da história. Entretanto, saibam caros leitores(as), que Artur Menezes também possui suas próprias composições e que em uma futura oportunidade ele nos mostre suas criações.

Set List Artur Menezes

1 - Hideaway
2 - Dolemite
3 - Say What
4 - Chills And Thrills
5 - Lenny 
6 - There´s Gotta Be a Change
7 - Hawaiian Boogie
8 - Tightrope
9 - Driving South 

Joe Satriani

Viagem interplanetária

    Enquanto que o palco era arrumado para que Joe Satriani realizasse sua apresentação, Evandro Mesquita retornou ao palco comentando sobre ele, que foi o guitarrista instrumental que mais vendeu discos na história e nos deixou ao som de ótimas músicas dos demais artistas que já passaram no Samsung Best Of Blues.

    Um pouco depois, as luzes se apagam e o telão no fundo, que exibia a capa do álbum Shockwave Supernova se modifica e começamos a ouvir distorções de guitarra e variações com sons diversos ao mesmo tempo que o telão exibe o vídeo introdutório, que logo em seguida traz o genial Joe Satriani ao palco com sua Ibanez branca, seus tradicionais óculos escuros e uma elegante roupa preta desfilando os exuberantes solos de Shockwave Supernova, canção título do novo trabalho, que atravessa várias camadas entre peso, melodia, técnica, sempre com a característica ímpar do guitarrista, que a cada solo procura olhar a reação de seus fãs, seja ao tocar com os dentes seu instrumento ou nos enviando seus formosos solos.  O telão exibia imagens relacionadas com o clipe da música e isso foi uma constante na apresentação.

    Depois, ele troca a guitarra para sua Ibanez de coloração laranja para uma das músicas mais bonitas de todo o show e da carreira de Joe Satriani, a Flying In a Blue Dream ( título do álbum de 1989 ), com o telão exibindo uma nave viajando pelo espaço e confesso que de certa forma viajei junto, seja com os solos ou com as imagens projetadas, além de ter certeza que a imensa maioria também viajou em plena alegria e por sentimentos pacíficos contidos nas notas desta canção.

    Se direcionando para o Surfing With The Alien, o nosso herói executa a Ice 9 e atiça mais energia no público, pois, além de tocar esplendidamente, ele arruma tempo de erguer o braço, sorrir e se movimentar bastante pelo palco. Foi nesta hora que o baixista Bryan Beller realizou o seu primeiro solo de uma imensa técnica, além de duelar com Joe Satriani imergindo em uma linha que aproxima mais do Jazz e Blues, porém, eles mantiveram uma base Rock'n'Roll me levando a exclamar: espetacular!!!

    Em retribuição à este princípio de show simplesmente incrível, a plateia reage aplaudindo bastante e o festivo Joe Satriani vai ao microfone e fala em inglês: "boa noite... vocês são fantásticos, eu amo vocês... é uma honra tocar novamente aqui no Brasil" para depois apresentar sua banda, que é composta pelos exímios Mike Keneally na guitarra e teclados, Bryan Beller no baixo e Marco Minnemann na bateria, sendo que cada um recebeu muitas palmas.

    Assim, tivemos Crystal Planet, composição mais pesada que e viajante, que intitula o disco de 1998, que é praticamente um 'absurdo' de solos simplesmente 'enfeitiçantes', que deixam claro porque Joe Satriani foi o professor de nomes como Alex Skolnick ( Testament ), Kirk Hammett ( Metallica), Steve Vai, David Bryson ( Counting Crows ), Kevin Cadogan ( Third Eye Blind ), Larry LaLonde ( Primus e Possessed ), Rick Hunolt ( ex-Exodus ), Phil Kettner ( Lääz Rockit ), Geoff Tyson ( T-Ride ), Charlie Hunter, David Turin e Eric Kauschen. Ufa!!!

    On Peregrine Wings do novo Shockwave Supernova mostrou uma linhagem mais pesada, que flerta com outros estilos, onde destaco o trabalho na percussão de Marco Minnemann e que foi também muito bem recebida pelos presentes e sempre seguindo por melodias que são contagiantes, que te levam a perguntar: como é possível que ele consiga fazer tudo isso? Fácil, porque ele é um semideus das seis cordas.

    Joe Satriani pergunta se estamos nos divertindo, avisa que vamos voltar para o ano de 1992 e desta forma Friends, música que abre o disco The Extremist foi a seguinte do set levando seu calor nesta noite fria até nós, pois, suas entusiasmadas melodias eram uma forma de produzir faíscas em nossas almas, ainda mais com os repiques eficientes de Marco Minnemann em sua bateria. Com uma percussão leve, If I Could Fly ( do If There Love In Space? de 2004 ) chega desfilando suas sedutoras harmonias, que exibem um estilo até que dançante ao show produzindo uma ampla beleza, que se ligam - de certa forma - a Butterfly and Zebra nos transportando novamente ao Shockwave Supernova com toda a sua leveza e mais próximo ao final, Mike Keneally divide os solos com Joe Satriani através de harmonias quase que surreais.

    Ainda no último álbum de estúdio, Joe Satriani nos exibe a interessante Cataclysmic, que transita por linhas habilidosas e por uma ótima dose de peso, que serviram para deixar enaltecida o lado mais Metal do guitarrista. Retomando sua Ibanez vermelha, agora recebemos uma das suas mais conhecidas e admiradas composições com Summer Song, outra do The Extremist, que senão estou enganado já foi trilha de algum programa da TV brasileira, e ver Joe Satriani solando com precisão cada uma de suas complicadas notas é bastante prazeroso para quem é guitarrista e para quem é apenas um fã. Sim... neste domingo haviam muitos guitarristas entre o público. E Summer Song é uma daquelas que o quarteto presente no palco promove a fusão perfeita em peso e melodia, que contou com aplausos seguidos dos extasiados fãs, afinal, como não ficar de boca aberta diante de tantos solos tão atraentes?

    Enquanto Joe Satriani descansa um pouco ( assim como os demais ), exceção feita apenas a Marco Minnemann, que realiza seu solo de bateria demonstrando não só sua técnica, sua habilidade e carisma, que o levaram a ser um dos finalistas para substituir Mike Portnoy no Dream Theater. Sabe aquele solo que parece uma avalanche desabando e que todas as partes do kit de bateria são tocados? Então, basicamente foi isso que vimos e Marco Minnemann procurou estimular a galera até que no retorno dos demais, com toda a garra destes singulares músicos, Crazy Joey ( do Shockwave Supernova ) fosse aparecendo no show discretamente e aumentando sua potência ao passar dos minutos, além de nos conectar à outro formidável momento desta apresentação.

    Uma das mais esperadas nos shows e mais conhecidas da carreira de Joe Satriani é sem sombra de dúvidas a Always With Me, Always With You  registrada no aclamado Surfing With The Alien com seus dedilhados lindos, onde a galera cantava no 'lálálá...' os solos do guitarrista e outros ( meu caso ) fitavam ou o palco ou a imagem projetada acima dele para viajarem nos esplêndidos solos, que quem gosta da parte técnica propriamente dita pode observar várias delas sendo utilizadas.

Instigante

    Em seguida, Bryan Beller assume o destaque com seu solo de baixo, que foi acompanhado por Joe Satriani na guitarra realizando um dueto impressionante, onde o primeiro fazia uma sequencia em seu instrumento e o segundo acompanhava na guitarra com aquela característica do Jazz e do Blues onde são adicionados alguma nota a mais para que o outro tivesse que complementar. E tanto um quanto o outro fizeram várias caretas e nós ficamos olhando vislumbrados.

    Isso caminhou para um medley com trechos de clássicos do Rock de bandas como AC/DC, Black Sabbath, Deep Purple, The Police, Led Zeppelin, Jimi Hendrix ( um desafio ou uma homenagem para as favoritas de Joe Satriani? mais provável a segunda hipótese ) que fizeram a galera vibrar bastante em vários "hey...hey..." resultando no verdadeiro turbilhão de solos inclusos na God Is Crying do álbum Black Swans and Wormhole Wizards de 2010.

    Uma que não poderia faltar é a Satch Boogie ( outra do Surfing With The Alien ) com sua pegada mais voltada ao Heavy Metal no início e depois com todo o virtuosismo de Joe Satriani, que efetuava um solo e olhava para o público, que tentava acompanhar sua solicitação de cantar um "ôôôôôôô" com ele. Novamente Joe Satriani todo sorridente apresenta a banda, que recebem os aplausos,  agradece ao público e ao Samsung Blues Festival, e portando Ibanez laranja exibe agora a sua veia 'Bluesística' com uma Jam se sobressai de forma magnífica.

    Com imagens do Surfista Prateado no telão atrás da banda vimos a reluzente execução de Surfing With The Alien e a velocidade da canção título do álbum aniversariante produz um deleite único quando estamos em um show do Joe Satriani, pois, sentimos que somos desafiados a acompanhar as mãos do guitarrista em sua 'imensidão' de solos estonteantes e de tirarem o fôlego. Além de tudo que pude notar, é muito bacana reparar como o guitarrista utiliza da alavanca para prolongar e aumentar a intensidade dos solos.

Puro Blues

    Para finalizar este inesquecível show, Joe Satriani chama de volta ao palco Artur Menezes e juntos fazem aqueles conhecidos, porém, sempre impactantes, duelos de guitarras, algo que é tradicional no Blues e que provoca uma exaltação maior nos fãs do estilo, e fico imagino aqui a felicidade de Artur Menezes por dividir as atenções com um dos maiores nomes da guitarra de todos os tempos.

    Estes verdadeiros improvisos de Blues, que particularmente eu adoro e para mim falta no Rock atual resultaram no clássico do Blues I'm Going Down do excepcional Freedie King com os dois praticamente disparando solos flamejantes e com Joe Satriani até cantando os versos da música. Durante os solos, que foram repletos de improvisos tivemos duelos, muita técnica e também os dois alternando os solos, primeiro o nosso Artur Menezes deixa seu estilo e depois Joe Satriani e o dele. Antes de terminar Joe Satriani agradece nossa presença entre muitos aplausos e se despede sabendo garantiu outra majestosa apresentação do Samsung Best Of Blues.

    Este tipo de encontro é algo que somente um evento do porte do Samsung Best Of Blues proporciona e no caso desta noite, de graça, que também serviu para que pudéssemos presenciar Joe Satriani em quase duas horas de show, que além do seu contumaz Rock, Heavy e Fusion, nesta noite, ele também se dedicou ao Blues ( mesmo que em apenas uma música ), afinal, conforme frisado anteriormente, o Blues é a raiz de tudo.

    Quem reapareceu no final foi Evandro Mesquita para também agradecer a nós, à Samsung ( com sua plataforma Samsung Conecta ), ao Instituto Dançar e ao Ministério da Cultura, além de informar que ano que vem tem mais, e nós certamente estaremos novamente no Auditório do Ibirapuera.

    Da minha parte registro os parabéns à todos envolvidos neste evento, pois, pudemos assistir um dos mais célebres nomes da guitarra de forma gratuita e em especial, nas pessoas de Luiz Carlos Franco, Maria Inês Costa e Cristiane Baptista pela atenção e credenciamento neste dia incrível.

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos à Luiz Carlos Franco da Primeira Página, Maria Inês Costa e Cristiane Baptista pela atenção e credenciamento
Agosto/2017

Set List do Joe Satriani

1 - Shockwave Supernova
2 - Flying In A Blue Dream
3 - Ice 9
4 - Crystal Planet
5 - On Peregrine Wings
6 - Friends
7 - If I Could Fly
8 - Butterfly & Zebra
9 - Cataclysmic
10 - Summer Song
11 - Drum Solo
12 - Crazy Joey
13 - Always With Me, Always With You
14 - Bass Solo
15 - Rock Medley
16 - God Is Crying
17 - Satch Boogie
18 - Surfing With The Alien
19 - I'm Going Down

  Clique aqui e confira uma galeria de 106 fotos dos shows de Joe Satriani e Artur Menezes no Samsung Best Of Blues no Auditório do Ibirapuera em São Paulo/SP

 Voltar para Shows