Rhapsody - 20Th Anniversary Farewell Tour
Abertura: Soulspell
Tom Brasil - São Paulo/SP
Domingo, 07 de Janeiro de 2018

    E o primeiro show de relevância de 2018 foi o que marcou a abertura da segunda perna da turnê 20Th Anniversary Farewell Tour do Rhapsody, conceituada banda italiana que em 2017 reuniu alguns de seus fundadores para relembrarem dos seus grandes álbuns, que foram importantes para sua consolidação como uma das mais representativas da variação de seu Power Metal Melódico com orquestrações e músicas sinfônicas e clássicas.

    E assim como muitos grandes nomes, o Rhapsody também está se despedindo dos palcos, pois, provavelmente após o fim desta turnê ou nos próximos anos, este line up não excursionará mais e seus músicos se dedicarão aos seus outros projetos. Mesmo assim, ainda sendo uma temporada de férias ou para muitos... final delas, o carinho que o Rhapsody possui dos brasileiros foi responsável por muitos fãs comparecerem ao Tom Brasil para conferirem o seu único show no país, que teve como atração de abertura a banda brasileira Soulspell.

Soulspell

    Novamente tive a oportunidade de conferir ( e cobrir ) um show do Soulspell no mesmo Tom Brasil, anteriormente foi na abertura para o Angra, já com Fabio Lione nos vocais no começo de novembro de 2015 ( confira matéria ) e o projeto idealizado pelo baterista Heleno Vale se tornou a principal Metal Opera do Heavy Metal Brasileiro, que está realizando a divulgação do seu quarto álbum de estúdio intitulado como The Second Big Bang, que foi lançado em 2017.

    Este trabalho contou com a participação de um timaço de nomes do Heavy Metal Mundial tais como André Matos, Arjen Lucassen, Blaze Bayley, Fabio Lione, Dani Nolden, Oliver Hartmann, Ralf Scheepers, Tim Ripper Owens, Timo Kotipelto, Markus Grösskopf, Tito Falaschi, Eduardo Ardanuy, Fábio Laguna, Frank Tischer, Rodrigo Boechat e muitos outros, sendo que sua audição e aquisição é deveras recomendada.

    Como não seria possível contar com tantos importantes nomes neste show, Heleno Vale levou nesta noite de domingo no palco do Tom Brasil, os vocalistas Pedro Campos, Victor Emeka, Jefferson Albert, Daísa Munhoz e Talita Quintano, além de Leandro Erba na guitarra e Daniel Guirado no baixo e vocais, o que convenhamos... já é uma equipe que impõe respeito e a certeza que fariam um grande show.

    E pontualmente às 18:30, o Soulspell começou o show com a instrumental The Entrance, que traz a melódica e um tanto que rápida The Labyrinth Of Truths de forma idêntica ao álbum de 2010 de mesmo nome em que as duas canções são executadas na sequencia. Os vocalistas Pedro CamposVictor Emeka, Jefferson Albert, Daísa Munhoz e Talita Quintano se alternam interpretando os personagens criados por Heleno Vale com muito carisma em suas partes, ainda para um Tom Brasil com poucas pessoas, pois, sempre tem aquela galera que adora entrar mais tarde ou mesmo chegar na hora da banda principal, o que foi uma pena, pois, eles perderam um excelente show do Soulspell.

    A próxima foi a emblemática The End You'll Only Know At The End do recente The Second Big Bang, que depois de alguns momentos recebe mais velocidade, além dos solos caprichados de Leandro Erba em sua guitarra. Outro destaque que devo mencionar foi a movimentação de todos no palco procurando nos convocar para vibrar com eles... e conseguiram.

    Empolgados e contando com uma ótima recepção dos presentes, o Soulspell apresenta agora uma música do álbum A Legacy Of Honor de 2008 ( leia resenha ) com a pura Power Metal Troy, canção que Jefferson Albert estava trajado como um cavaleiro medieval e portando uma espada, sendo que os belos vocais de Daísa Munhoz e Talita Quintano também chamaram a atenção em suas participações. A excelente Into The Arc Of Time ( Haamiah's Fall ) do The Labyrinth Of Truths é daquelas que ao vivo arrepia ainda mais por conta de seu ar mais dramático, que vai progressivamente ficando mais pesado de uma forma muito cativante à maneira que os vocalistas cantam seus versos.

    Dedicada por Talita Quintano para a memória de Mário Linhares, líder do Dark Avenger, que infelizmente nos deixou de forma inesperada e prematura em dezembro, Age Of Silence ( outra do A Legacy Of Honor, álbum que ele participou no Soulspell ) chega firme como deve ser com sua eletricidade Power Metal garantindo muitos "hey... hey..." e socos no ar quando solicitados pelos vocalistas, em especial por Pedro Campos. Nos solos, Leandro Erba garante as atenções com sua técnica demonstrada tranquilamente e notava-se como a banda estava feliz pela oportunidade de abrir para o Rhapsody por conta da dedicação de cada um dos seus músicos.

    Com linhas mais próximas a uma balada Heavy, Father And Son do novo The Second Big Bang foi a hora que Talita Quintano e Pedro Campos cantaram com toda a intensidade e carisma que são possuidores, enquanto que na hora dos solos Leandro Erba realizou algumas 'digitações' em sua guitarra de forma que os apreciadores do instrumento ficaram de olhos atentos aos seus solos.

    Dungeons And Dragons, outra do The Second Big Bang também marcou sua presença no set list desta noite do Soulspell com sua aura Power Metal acelerada e seus versos alternados por Jefferson Albert, Victor Emeka e Pedro Campos, que no decorrer recebeu também a dupla Daísa Munhoz e Talita Quintano em mais uma grande atuação. Esta última, inclusive anunciou a canção Adrift e que Diego Fiori cuidaria do baixo para que o baixista Daniel Guirado pudesse cantar seus animadores versos registrados no álbum The Labyrinth Of Thruths, que ao vivo contaram com solos elaborados e mais longos do guitarrista Leandro Erba, onde tentamos cantar o refrão com o Soulspell, sendo que os mais fãs cantaram fielmente.

    De toques mais calmos tivemos as duas canções que abrem o The Second Big Bang: a Time To Set You Free e a The Second Big Bang em um medley em que os vocalistas Pedro Campos, Victor Emeka e Jefferson Albert soltaram a voz, porém, a música sofre diversas passagens interessantes, positivas e que conquistaram certamente mais fãs neste show no Tom Brasil. A última da noite foi a sintomática A Secret Compartment, que encerra o The Labyrinth Of Thruths em seu ritmo cadenciado inicial de solos de guitarra pesados com destaque para os vocais de Victor Emeka em um primeiro momento e logo depois todos os demais em uma atmosfera bem de Ópera mesmo.

    Não é sempre que temos a oportunidade de presenciar um show do Soulspell, pois, além de todas as dificuldades que uma banda de Heavy Metal enfrenta no Brasil, um projeto como este, que necessita de mais músicos para interpretarem os personagens que estão em seus discos, isto se torna ainda mais raro, porém, quando o Soulspell está no palco e com a missão de abrir para um dos seus ídolos, aí eles fazem questão de nos entregar um show formidável como este, que merecia um público maior e conforme afirmei... quem deixou para entrar mais tarde no Tom Brasil não tem ideia do que perdeu.

Set List do Soulspell

1 - The Entrance / The Labyrinth Of Truths
2 - The End You'll Only Know At The End
3 - Troy
4 - Into The Arc Of Time ( Haamiah's Fall )
5 - Age Of Silence
6 - Father And Son
7 - Dungeons And Dragons
8 - Adrift
9 - Time To Set You Free / The Second Big Bang
10 - A Secret Compartment

Rhapsody

    Antes de contar sobre o show, um pouco de história: originada na cidade italiana de Trieste em 1993 sobre o nome de Thundercross, uma banda de Power Metal Sinfônico, que foi rebatizada para Rhapsody em 1995 e em 1997 lançou seu álbum de estreia, o Legendary Tales, onde além do Heavy Metal, a dupla fundadora Luca Turilli e Alex Staropoli adicionaram Música Clássica, Música Barroca, narrações líricas, que foram o suficiente para que eles ficassem conhecidos como Hollywood Metal ou Metal de Trilha Sonora. Com o passar dos anos, o Rhapsody ganhou fama com seus álbuns e muitos fãs no planeta, porém, em julho de 2006 precisou mudar seu nome para Rhapsody Of Fire em decorrência da existência de um outro Rhapsody.

    Com a saída de Luca Turilli em 2011, tivemos mais uma banda com o nome de Rhapsody, pois, ele montou o Luca Turilli's Rhapsody, além do já existente Rhapsody Of Fire. E aí você pode me perguntar, onde encaixa este Rhapsody com esta 20Th Anniversary Farewell Tour? Explico: em 2017 o primeiro álbum do Rhapsody, o citado Legendary Tales completou 20 anos de seu lançamento e Fabio Lione ( vocal ), Luca Turilli e Dominique Leurquin ( guitarras ), Patrice Guers ( baixo ) e Alex Holzwarth ( bateria ) decidiram realizar uma turnê comemorativa de despedida relembrando das principais músicas gravadas em seu período de maior sucesso, compreendido entre 1997 a 2004, quando os álbuns Legendary Tales, Symphony Of Enchanted Lands I de 1998, Dawn Of Victory de 2000, Rain Of A Thousand Flames de 2001 e Power Of The Dragonflame de 2002 foram lançados. Ou seja, certeza de clássicos absolutos no set list.

Começa a batalha

    Em 2017, o Rhapsody com este formato passou pelo Brasil no mês de maio com seis shows e agora nesta segunda parte da turnê, apenas a capital São Paulo foi contemplada, sendo este o primeiro show do novo giro pela América Latina, conforme explica Fábio Lione só ocorreu por conta dos fãs... leia: "Depois de tantos pedidos de nossos fãs, que nos encontraram em todos os shows, nossos managers encontraram um tempo para planejar esta segunda turnê em toda a América Latina. Apresentaremos alguns shows épicos que você não pode perder por qualquer motivo e, mais uma vez, músicas que nunca tocamos antes. Também vamos tocar todos os nossos maiores sucessos!"

    Programado para começar às 20hs, apenas dez minutos depois, ao som da introdução In Tenebris, que trouxe narrativas épicas preparando o ambiente para a entrada triunfal do quinteto italiano com simplesmente Dawn Of Victory e nós na plateia ao ver os membros assumindo suas posições já gritamos em saudação aos guerreiros. E em meio a muitos "hey... hey..." nesta canção que intitula o terceiro álbum vimos Luca Turilli solar sua guitarra com velocidade e entre uma careta e outra, se movimentar bastante pelo palco, assim como Fábio Lione, que além de cantar com um feeling sensacional, também não parava quieto, enquanto que Dominique Leurquin e Patrice Guers ficavam mais fixos em seus postos originais.

    A reação da galera foi de cantar seus versos com o Rhapsody numa verdadeira explosão de alegria, que aumentava ao comando de Fábio Lione com seus gritos de "São Paulo" e a toda sua habilidade característica do grande frontman que é.

Espadas em punho

    A segunda também foi outro estouro, pois, tem como ficar sem agitar com Wisdom Of The Kings, que foi a primeira do Symphony Of Enchanted Lands I executada na noite? É claro que não, tivemos que aplaudir, cantar e sentir o prazer de suas melodias ecoando por todo o Tom Brasil com a categoria efetuada pelo Rhapsody, nesta que era uma em que eu particularmente aguardava muito ouvir e afirmo... era de arrepiar o coro formado entre os fãs e o vocalista.

    Aliás, ele  pela primeira vez conversou com a plateia dizendo que fazia algum tempo que não tocavam a próxima música e novamente contando com muitos "hey... hey...", palmas e seu tradicional clima medieval, The Village Of Dwarves ( outra do Dawn Of Victory ) manteve a vibração em alta e o desejo de socar o ar ( ou mesmo tirar a espada e lutar uma batalha, opa... isso, é outra viagem ).

    Fabio Lione, simpático como sempre diz: "São Paulo... eu quero escutar vocês" ( e sempre em português, muito bem aprendido graças a sua convivência com o Angra ). Falante, ele nos conta sobre a próxima música e ao dizer que se tratava de Power Of The Dragonflame, nossa felicidade elevou-se consideravelmente, pois, a canção título do quarto disco de estúdio trouxe um peso enorme ao Tom Brasil e linhas velozes de guitarras, além das 'marteladas' precisas de Alex Holzwarth na bateria, que somadas produziram uma eletricidade única ao show do Rhapsody.

    De volta ao Symphony Of Enchanted Lands I tivemos a robusta Beyond The Gate Of Infinity, que evidencia seu estilo mais tenso inicial cantado em um padrão um tanto que dramático por Fabio Lione em suas linhas orquestradas e animadas, onde mais uma vez procuramos acompanhar algumas partes com ele nesta épica e longa composição, que serviu para demonstrar como a banda estava empolgada em exibí-la.

    Contentes, os fãs gritam "Rhapsody...Rhapsody..." e Fabio Lione conversa com a plateia dizendo sobre a alegria que todos ( da banda ) estão sentindo também para anunciar a próxima, que foi a Knightrider Of Doom do Power Of Dragonflame evidenciando a velocidade dos solos de guitarras da dupla Luca Turilli e Dominique Leurquin, que ligados aos vocais emblemáticos de Fabio Lione eram a garantia de mais outro ótimo momento do show, onde a melodia enviada pelos italianos era certeira, pois, novamente aplaudimos no ritmo ao comando do frontman.

    Wings Of Destiny, a balada do álbum Symphony Of Enchanted Lands I foi recebida nas palmas e podíamos sentir a emoção dos vocais de Fabio Lione em suas notas mais tristes, que foi seguida por todos, nos acalmando após as mais rápidas.

  O comunicativo vocalista comenta que When Demons Awake ( do Power Of Dragonflame ) nunca foi tocada pela banda antes e que era uma exclusividade desta turnê, pois, era das mais difíceis, entretanto, nesta noite de domingo tivemos a honra de presenciá-la e reparar como Fabio Lione cantou seus versos mais agressivos e os mais calmos com uma maestria muito grande, enquanto que Alex Holzwarth seguia firme em seu kit de bateria de acordo com os caminhos da música, que eram orientados por suas linhas sinfônicas e seus acelerados solos de guitarras na cortesia de Luca Turilli e Dominique Leurquin.

Semi deuses ou Imortais...

    Mostrando uma grande felicidade, Fabio Lione disse que estamos em seu coração e a matadora Riding The Winds Of Eternity do Symphony Of Enchanted Lands I continuou a eletricidade que este clássico do Power Metal Melódico contém reverberando pelo Tom Brasil e nos deixando realizados por estarmos no show.

    No término desta música, Fabio Lione comenta sobre o Angra, agradece ao Rafael Bittencourt e ao Felipe Andreoli, para então cantar uma das mais caprichadas músicas da carreira: a Symphony Of Enchanted Land, que encerra com glória e vigor o álbum de 1998 com Fabio Lione mostrando sua formação lírica de tenor e todo o potencial de sua voz em longos agudos e nós como bons súditos gritamos "hey... hey..." em suas passagens orquestradas, que se transformam em uma suíte de mais de dez minutos do mais puro Power Metal Melódico de pontos dramáticos, que nos emocionaram ainda mais até Luca Turilli solar sua guitarra e os demais acompanharem produzindo mais garra à canção, que termina com um verso muito importante, que vale profundamente nos dias de hoje: "peace and love forever" e muitos "heys" dos extasiados fãs.

    Aos gritos de "Rhapsody... Rhapsody..." e sem os integrantes das cordas, vemos Alex Holzwarth tocar sua bateria com a música de abertura do famoso seriado Game Of Thrones denotando que seria sua vez de solar expondo sua categoria aliando velocidade, habilidade, carisma, que consolidaram sua interação com a plateia que o seguiu em muitos toques nas palmas, que duram até que o vocalista retorne ao palco e grite o nome do baterista.

    Para felicidade geral, o vocalista informa que vão tocar uma do primeiro cd, o Legendary Tales e a escolhida foi a imponente Land Of Immortals, sendo que o público mostrou que estava com a canção na ponta da língua cantando seus versos com o Rhapsody, especialmente, seu refrão em alto e bom tom, de forma a alegrar também os músicos no palco.

    Com os trechos orquestrados sendo recepcionados por muitos "ôôôôôôô", o quinteto apresenta a The Wizard's Last Rhymes do EP Rain Of Thousand Flames de 2001, com direito a um solo de baixo de Patrice Guers, 'digitações' nos solos de Luca Turilli e também Fabio Lione cantando e mirando sua mão ao alto em um puro clima de batalha, onde ressalto que ele teve uma atuação impressionante nesta música. Um ritmo instrumental todo épico foi o momento para que Patrice Guers demonstrasse sua capacidade com as quatro cordas, pois, ele aplicou as técnicas de 'tapping', 'digitação' e 'slap' em seu instrumento com a plateia aplaudindo junto com os toques de Alex Holzwarth na bateria, que faziam o fundo para que o baixista pudesse brilhar.

    Estes pontos dos shows servem para que o vocalista descanse um pouco, tome uma água e volte com mais energia para cantar as músicas seguintes, e no caso, Fabio Lione voltou falando uma barbaridade e contou-nos um 'causo' quando uma vez seu carro quebrou e ganhou uma carona de Andrea Bocelli, que perguntou o que ele faz da vida e teve em resposta: "toco em uma banda de Rock Sinfônico!!!" E tudo isso em ótimo português, porém, isso foi precedido de uma solicitação para que nós tentássemos alcançar as notas que ele consegue facilmente e comprovarmos o quanto não é fácil para nós, meros mortais. Feito isso, o vocalista italiano homenageia Andrea Bocelli com Con Te Partirò e a canta de forma magnífica. Quem diria que em um show de Heavy Metal teríamos uma parte totalmente Clássica como esta e tão bonita quanto foi? 

    Antes de gritar o título da próxima, Fabio Lione teve seu sobrenome gritado pelo público e jogou beijos para a plateia. Em seguida, com todos os demais músicos aos seus postos tivemos a pedrada Melódica Holy Thunderforce, título do single de 2000 executada com todo seu primor rápido e eletrizante para coroar a primeira parte desta segunda passagem da Rhapsody - 20Th Anniversary Farewell Tour por São Paulo, onde tivemos solos com uso da alavanca feitos por Dominique Leurquin. Alguns fãs jogaram uma bandeira misturando as cores do Brasil e da Itália ao palco ( sendo exibida para todo o público e devolvida para eles ).

Saboreando a conquista

    Não demorou mais que um ou dois minutos para que o Rhapsody - bastante aplaudido e com seu nome gritado - estivesse para o que chamamos de grand finale ou bis, que começou com a Rain Of A Thousand Flames, canção título do EP de 2001, nos levando todo o seu peso e sua linha épica para não deixar ninguém parado. Depois desta explosão de Power Metal, Fabio Lione faz o gesto que vão tocar mais uma música, brinca com a plateia e conclui dizendo que será a primeira música em italiano, desta forma, nas palmas, a mais lenta e altamente cheia de feeling a cada trecho Lamento Eroico do Power Of Dragonflame teve seus versos divididos com a maioria do público do Tom Brasil em um momento muito representativo do show, daqueles que vamos guardar na memória.

    Além de agradecer aos aplausos, Fabio Lione confessou a sua felicidade e também da banda com o show dizendo: "São Paulo vocês são foda..." para terminarem o show com a majestosa Emerald Sword do Symphony Of Enchanted Lands I, que por ser uma das músicas que indiscutivelmente mais representam o que é o Rhapsody para mim ( e creio que para todos os presentes ) foi cantada em uníssono no Tom Brasil, inclusive seu refrão, que é o mais puro registro do Power Metal onde dragões, espadas, cavaleiros, reis, príncipes, rainhas, princesas, magos contracenam com suas belíssimas melodias.

    Na despedida, os músicos do Rhapsody fazem o tradicional ritual de jogar as palhetas, baquetas e fotografarem com a plateia no fundo ao som de fundo de Gargoyles, Angels of Darkness ( Part III "...And The Legend Ends..." ) finalizando as quase duas horas de show, onde Fabio Lione agradece por nós apoiarmos a banda nestes 20 anos de história entre muitos aplausos.

    Embora se diga que o Power Metal e o Metal Melódico esteja saturado, basta um nome como o Rhapsody se apresentar e relembrar de seus grandes clássicos para que um grande público faça questão de presenciar o seu show, ou seja, ainda há espaço e público para nomes assim.

     Muitas vezes estas despedidas se estendem por mais tempo que os músicos envolvidos esperam, porém, em outras pode ser realmente a última vez que a banda se apresenta no país e neste caso, ainda não sabemos a decisão final dos músicos, porém, é bastante possível sim que tenhamos visto o último show deste line up do Rhapsody no Brasil, que foi memorável e que não será esquecido por cada um de nós. Obrigado bravos guerreiros.

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos à Miriam Martinez do Tom Brasil
e a Damaris Hoffman da Top Link Music pela atenção e credenciamento
Janeiro/2018

Set List do Rhapsody

1 - In Tenebris
2 - Dawn Of Victory
3 - Wisdom Of The Kings
4 - The Village Of Dwarves
5 - Power Of The Dragonflame
6 - Beyond The Gate Of Infinity
7 - Knightrider Of Doom
8 - Wings Of Destiny
9 - When Demons Awake
10 - Riding The Winds Of Eternity
11 - Symphony Of Enchanted Lands
12 - Drum Solo
13 - Land Of Immortals
14 - The Wizard's Last Rhymes
15 - Bass Solo
16 - Vocal Solo - 'Con Te Partirò
17- Holy Thunderforce

Encore:
18 - Rain Of A Thousand Flames
19 - Lamento Eroico
20 - Emerald Sword
21 - Outro Gargoyles, Angels Of Darkness (Part III "...And the Legend Ends...")

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 do Rhapsody e do Soulspell no Tom Brasil em São Paulo/SP

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