Tuatha de Danann, Devils, Corpse Grinder, New Democracy, Ungods e Black Moon Burst
no CarnaHell em Poços de Caldas/MG

Califórnia Eventos em Poços de Caldas/MG
Sábado, 18 de Fevereiro de 2023
    

    Sempre quando chega o carnaval, os amantes de Heavy Metal procuram uma alternativa às 'folias de momo' e nos últimos anos várias cidades aproveitam o feriado para edições de CarnaRock. No sábado 18 de fevereiro de 2023 aconteceu em Poços de Caldas/MG o CarnaHell, festival que levou ao palco do Califórnia Eventos as seguintes bandas: Tuatha de Danann, Corpse Grinder, Devils, New Democracy, Ungods e Black Moon Burst.

    Fazia bastante tempo que não assistia um evento com nomes do Underground e mais de dez anos que não assistia um show do Tuatha de Danann ( embora tenha sempre acompanhado sua carreira e seus lançamentos em cd's ) e este CarnaHell marcou também a primeira vez que vi um show do Corpse Grinder. Confira abaixo os detalhes de como foram todos os shows que levaram um bom público ao California Eventos.

Black Moon Burst

    As portas do California Eventos foram abertas conforme o programado, às 17hs, sendo que poucos minutos depois das 18hs, a banda Black Moon Burst de Poços de Caldas/MG e que é formada por Gui Geurreiro  nos vocais, Kaique no baixo, Kauan na guitarra e Caetano na bateria aproveitou esta oportunidade no CarnaHell para divulgar o seu novo álbum autointitulado.

    Desta maneira, o quarteto começou o show com a War Pigs do Black Sabbath em uma versão curta - apenas uma introdução é bem verdade - chamando os presentes para conferirem o Post Grunge de suas músicas, como foi o caso de Wise Fool, canção um tanto que arrastada e dotada de longos solos de guitarra, que rendeu à banda os seus primeiros aplausos.

    O vocalista Gui Guerreiro agradece ao público, elogia a realização do evento, que dá aquela força ao Underground e anuncia a próxima música, que foi a pesadaça Consoler Of The Lonely e seja pelo estilo escolhido ou forma de atuar no palco, o vocalista se movimenta bastante e puxa os fãs para agitarem com ele.

    Antes de tocarem a próxima, Gui Guerreiro avisou que o último álbum da banda foi lançado em julho de 2022 e desta forma tivemos a Frenzy com um ritmo um tanto cadenciado, que favoreceu as paradas e o solo do baixista Kaique antecedendo a parte mais encorpada da música, onde percebemos uma entrada de sons um tanto que Hip Hop na forma de cantar do vocalista que recebeu Gabriel Schultz Mendes e Christian Eduardo Duarte deixando bastante interessante a música em uma pegada a la Rage Against The Machine.

    Comunicativo, Gui Guerreiro conversa um pouco com a plateia dizendo que o show é especial para eles, assim enviaram a Wizard In Black, que na minha opinião foi a mais interessante do repertório do Black Moon Burst por seu ritmo pulsante e bastante pesado.   

    Sabendo comandar a plateia, Gui Guerreiro apresentou junto aos demais Crystal Rainfall, que após um começo mais eletrizado seguiu por melodias que fizeram a música se tornar mais lenta, introspectiva em algumas partes e encorpada em outras.    

   A participação do Black Moon Burst no CarnaHelll contou ainda com a melancólica Find The Key em que eles fizeram ótimos prolongamentos e antes da última, o vocalista agradeceu novamente a oportunidade, a presença de todos e as organizadoras dizendo que o mundo será das mulheres, e quer saber... ele está certo.

    Ainda teve tempo para cantar parabéns para o baixista Kaique que estava fazendo aniversário durante o CarnaHell e por fim tocaram a empolgada Black Moon Burst terminando o show que durou cerca de 50 minutos e contou com aquela reunião para tirar uma foto com a galera antes que saíssem do palco em definitivo.

Set List Black Moon Burst

1 - War Pigs ( Intro )
2 - Wise Fool
3 - Consoler Of The Lonely
4 - Frenzy
5 - Wizard In Black
6 - Crystal Rainfall
7 - Find The Key
8 - Black Moon Burst

Ungods

    Rapidamente, a organização do CarnaHell preparou a troca de palco para a próxima banda e enquanto conversava com os amigos, o Ungods de Poços de Caldas/MG se posicionou para começar o seu show e o primeiro fato que chamou a atenção foi que todos os integrantes estavam mascarados no melhor estilo do Slipknot de ser, relativamente nos informando que seria a hora de Groove Metal e New Metal no festival. 

    Formada por Ares nos vocais, Hastur e Invictus nas guitarras, Seth no baixo, Ankou nos teclados, Asclepio na bateria e Loki na percussão, esta galera do Ungods começou o seu set com a pesada Nox Aeterna, que foi executada com muita cólera e seguida pelo segundo single da banda, a From Beyond, onde destaco a percussão do pequeno Loki.

    A movimentação da banda pelo palco e a agressividade vista nas músicas mexeu com as pessoas, que interagiram com o vocalista Ares e este agradeceu a todos por nossa presença no evento para então disparar a pedrada The Pursuit Of Vikings do Amon Amarth, que fez surgir as primeiras rodas no Califórnia Eventos pela intensidade que foi exibida. 

    Com o público nas mãos, Ares e seus comparsas do Ungods tocaram a porrada Tyrant Machine, cujo andamento cadenciado é ideal para banguear ( foi o que fizemos ) e continuou com Vesper, outra canção repleta de ódio e muitos solos distorcidos nas guitarras de Hastur e Invictus.

    Notadamente contente por estar no festival, o vocalista expressou essa alegria convidando os fãs para visitarem a loja de merchandising da banda ( com vários itens ), informou  que o disco saiu nas plataformas digitais e sacou a Aerials do System Of a Down, que garantiu a maior agitação dos fãs com a ótima versão feita pelo Ungods.

    E o Slipknot, que provavelmente é a maior influência no visual do Ungods foi lembrado com a versão deles para a Vermilion, que trouxe o percussionista Loki na frente do palco ( precisamente na grade que separava a pista do palco ) para socar dois bumbos que lá estavam enquanto que os demais continuavam a incendiar o Califórnia Eventos.

    Após outro rápido agradecimento feito pelo vocalista, o Ungods manteve as pessoas pulando com mais uma do System Of a Down, agora a conhecidíssima Chop Suey, que contou com muitos cantando seu refrão.

    Ares bradou em alto e bom som: "Vocês são foda!!!" e depois tocou a violenta Dead Eyes, que se mostrou muito boa e foi muito bem recebida pelos presentes.

    Já na parte final tivemos Veil, que foi revelada pelo vocalista como a sua favorita do álbum Undivine Tragedy ( lançado em 2023 e onde estão todas as composições próprias ) e encerraram com a fulminante H.A.O. os cinquenta minutos de seu show, que posso afirmar seguramente.... o Ungods tende a crescer mais por conta da qualidade de suas músicas e atitude no palco.

Set List do Ungods

1 - Nox Aeterna
2 - From Beyond
3 - The Pursuit Of Vikings
4 - Tyrant Machine
5 - Vesper
6 - Aerials
7 - Vermilion
8 - Chop Suey
9 - Dead Eyes
10 - Veil
11 - H.A.O

New Democracy

    Depois de duas bandas caldenses, a próxima banda da noite foi de Varginha/MG com o quinteto New Democracy praticante do Death Metal Melódico, que surgiu em 2012 e aproveitou a oportunidade para divulgar o recém lançado álbum The Plague e que esteve entre os melhores do ano pelo Mariutti Zine.

    O line up do New Democracy nesta noite em Poços de Caldas/MG foi o composto por Rafael Lourenço na guitarra e vocais, Mozart Santos na guitarra, Paulo Henrique Abreu no baixo e backing vocals, Vinícius Borges nos teclados e Luiz Gustavo Lima na bateria e às 21hs, eles estavam devidamente postados no palco para iniciarem a sua participação no CarnaHell.

    A canção Gate To The Past fez com sonoridades árabes a introdução para que o New Democracy enviasse seu Death Metal Melódico na canção título do cd, a The Plague, deixando os headbangers de olhos atentos na apresentação dos caras, sendo que o vocalista e guitarrista Rafael Lourenço a vocalizou muito esta primeira e esmagadora música.

    Logo em seguida de seu rápido agradecimento tivemos a sombria Black Blood, que é mais cadenciada, repleta de vocais agressivos e harmonizada pelas evoluções feitas pelo tecladista Vinícius Borges.

    Rafael Lourenço berrou um estridente "boa noite galera" e mandou em seguida a aniquiladora Blood On Nile, que apesar de sua fúria e velocidade manteve a aromatização egípcia do álbum The Plague com excelentes solos da dupla de guitarristas do New Democracy.

    Considerada - segundo o vocalista - um novo hino da banda e escolhida como um do singles do novo álbum, Creation Of My Sin contou com vocais guturais e uma atmosfera cadenciada e de interessantes linhas melódicas nos mantendo ligados na apresentação do New Democracy.

    Bastante aplaudidos, o quinteto prosseguiu com Zumbi, uma das dilacerantes composições do álbum Death Possession de 2019, que foi tão encorpada e vocalizada com tanta fúria, que quase não percebemos os seus teclados, sendo assim, a mais Death Metal do set list do New Democracy.

    Homenageando uma de suas principais influências, eles tocaram a cadenciada Angels Don't Kill do Children Of Bodom, onde seu lado Melódico ficou evidente e por ser mais conhecida e contou com os 'backing vocals' de muitos, naturalmente aprovando sua inclusão no show e eu aqui destaco os solos de guitarras de Rafael Lourenço e Mozart Santos.

    O vocalista Rafael Lourenço convidou o produtor Tim Alan para o palco e então retornou ao álbum The Plague para executar a The Way We Die New, onde saliento a aceleração da música, sua base nos teclados e os solos feitos pelo convidado e a ira contida em seus vocais.

    Rafael Lourenço nos perguntou: "E aí galera estão curtindo?" e com a resposta positiva aproveitou para apresentar a banda para cada um receber os nossos aplausos e então anunciou a última do show do New Democracy, que foi a Final Touch ( mais uma pertencente ao álbum The Plague ) salientando em seu principio os solos de guitarras com alguma distorção para subir a expectativa e então desabar o seu Death Metal Melódico em nossos ouvidos.

    Estava tão bom o show do New Democracy, que nem pareceu que o seu tempo de palco havia passado e se possível fosse caberiam - obviamente - mais músicas em seu set, mas, haviam outras bandas e a organização estava seguindo perfeitamente o cronograma, fato que sempre é muito importante e rendo aqui os meus parabéns para as gurias responsáveis pelo evento e a esta ótima banda de Varginha/MG.

Set List do New Democracy

1 - Gate To The Past
2 - The Plague
3 - Black Blood
4 - Blood On Nile
5 - Creation Of My Sin
6 - Zumbi
7 - Angels Don't Kill
8 - The Way We Die New
9 - Final Touch

Corpse Grinder

    Os veteranos do Corpse Grinder estão na ativa desde 1987 e tocam o chamado Old School Death Metal foram os próximos escalados para o CarnaHell e desde que fiz a resenha do álbum Hail To The Death Metal Legion de 2007 ( confira aqui ) já ansiava por vê-los ao vivo, pois, posso afirmar que além de ser um dos mais tradicionais nomes do estilo, são certamente um dos mais destruidores dentre os nomes nacionais.

    Desta maneira por volta das 22:15, Júnior Vieira nos vocais e guitarra, Rômulo Júnior na bateria, Flávio Nery no baixo e Ruben Alvim na guitarra estavam no palco para iniciarem sua apresentação uma nova composição, a disgraceira When Madness Reigns ( que estará no próximo álbum da banda ) e até então inédita para nós.

    Sem conversas como é o costume de um show de Death Metal puro, Júnior Vieira apenas anunciou o nome da próxima, que foi a Into The Coffin e a faixa título do álbum de 2018 foi tão rude quanto deveria ser. Na sequência tivemos a crua Reflections ( do álbum Persistence de 2001 ) vocalizada com todos os urros necessários para deixá-la ainda mais brutal.

    É bem verdade que os músicos do Corpse Grinder não se movimentam muito pelo palco, mas a sua fúria praticamente incontrolável expelida nas composições tocadas enviaram tanta eletricidade que isso nem foi preciso, e inteligentes que são, o quarteto apresentou mais outra inédita e do próximo álbum de estúdio com a The Worst Of Misfortunes, que parece que a banda está preparando o seu mais brutal álbum.

    A arrastada e visceral Winds Of Armagedon do Perpetual Purgatory de 2015 foi próxima e o baterista Rômulo Júnior literalmente massacrou seu kit enquanto que Júnior Vieira vocalizava seus versos em guturais totalmente ferozes.

    O Corpse Grinder fez um passeio pelos seus seis álbuns de estúdio e com a impiedosa Trilogy Of The End chegou a vez do disco Celebration Of Hate de 2003 ser lembrado. Com os aplausos da galera, eles continuaram com a Necrofragments On The Ocean Of Blood do Hail To Death Metal Legion, que contou com solos pesados nas guitarras e urros infernais nos vocais.

    Food For The Worms foi a terceira exibida no CarnaHell que estará no vindouro sétimo álbum de estúdio do Corpse Grinder e pelo seu ritmo devastador deu para perceber que a ordem neste novo disco será de não deixar nenhum pescoço de pé... sim... essas músicas do Corpse Grinder são ótimas para headbanging e abertura de rodas ( o que fizemos ).

    Outra que foi bárbara e contou com todo o poder de fogo do quarteto de Machado/MG foi a Prepared To Autopsy do álbum Apocalyptic Terror de 2011 e depois foi a vez de Nightmare From The Past do Into The Coffin transformando o Califórnia Eventos no mais perfeito caos sonoro.

    Se aproximando do final tivemos todo o ódio desenfreado contido em Privilege Of Few do disco Perpetual Purgatory, sendo que depois o Corpse Grinder agradeceu com um "valeu mesmo galera..." e encerrou seu set com a paulada Shadow's Land do álbum Persistence. Diretos, demolidores e implacáveis, assim posso resumir o que foi o Corpse Grinder no palco do Califórnia Eventos em praticamente uma hora de show neste CarnaHell.

Set List do Corpse Grinder

1 - When Madness Reigns
2 - Into The Coffin
3 - Reflections
4 - The Worst Of Misfortunes
5 - Winds Of Armagedon
6 - Trilogy Of The End
7 - Necrofragments On The Ocean Of Blood
8 - Food For The Worms
9 - Prepared To Autopsy
10 - Nightmare From The Past
11 - Privilege Of Few
12 - Shadow's Land

Devils

    O Power Trio do Vulcão, a alcunha que os caldenses do Devils atribuíram à sua banda subiram no palco instantes depois das 11 e meia da noite com Raul Frezza no baixo e vocais, Nick Marini na guitarra e Augusto Neves na bateria e fizeram um show de Heavy Metal baseado em canções do álbum Stoner Mountain Giant de 2022.

    E ao som da pesada Barrel Graveyard assistimos o início do Devils no CarnaHell em Poços de Caldas/MG com o baixista e vocalista Raul Frezza exalando muita agressividade ao cantar seus versos entre os bons riffs de guitarra, inclusive, se aproximando à um Thrash Metal em algumas partes.

    Diretos, o trio segue forte com Fuck You With Areia destacando sua velocidade e o peso imposto por eles a cada momento. Nas primeiras palavras dirigidas ao público, Raul Frezza ( com pequenos chifres na cabeça ) avisou que teríamos a primeira execução ao vivo da desmanteladora Freedoms High, que foi responsável por novas rodas na pista do Califórnia Eventos. Interessante a mudança de andamento que deixaram mais cadenciada na sua parte final.

   Mesmo bastante pesados, o que surpreendeu no set do Devils foi a sólida versão deles para Godzilla do Blue Oyster Cult, que foi cantada pelo guitarrista Nick Marini ( este com apenas um chifre só ) e o cara mandou bem no posto de frontman. Após os rápidos agradecimentos, o Devils enviou a bordoada Deny The Light, cujas vocalizações estão mais próximas a um Death Metal que um Heavy Metal e seu ritmo tão dizimador quanto o primeiro estilo.

     Se aproximando do final do show tivemos a matadora Berzerker, cujas pancadas feitas pelo baterista Augusto Neves e os com solos de guitarra feitos por  Nick Marini lembraram na hora do Black Sabbath e terminaram de forma mais calma provando ser uma composição bastante interessante.

    O Devils encerrou com a canção que cedeu o nome da banda, a longa Devils Blues Booze, que começou nos toques do baixista Raul Frezza junto ao baterista Augusto Neves para então que a guitarra de Nick Marini chegasse produzindo toda a potência da música, que ganhou em algumas partes os "hey... hey... hey..." da galera em mais outro bom show do CarnaHell.

Set List do Devils

1 - Barrel Graveyard
2 - Fuck You With Areia
3 - Freedoms High
4 - Godzilla
5 - Deny The Light
6 - Berzerker
7 - Devils Blues Booze

Tuatha de Danann

    A última banda do CarnaHell foi a varginhense Tuatha de Danann e obviamente, o motivo de que muitos foram curtir o festival, pois, a banda de Folk Metal que está prestes à completar 30 anos ( fundada em 1994 ) ficou alguns anos parada com seus integrantes se dedicando a outros projetos.

    Seu retorno aconteceu em 2013 e foi consolidado com o álbum Dawn Of a New Sun de 2015 e de lá para cá já tivemos mais outros dois discos, o The Tribes Of Witching Souls de 2019 ( leia resenha ) e o In Nomine Éireann de 2020 ( confira resenha ) e a ideia é que tenhamos um novo álbum ainda neste ano.

    Ou seja, os duendes mineiros voltaram com muita garra e veríamos essa força no palco do CarnaHell depois de 10 anos da última apresentação em Poços de Caldas/MG, sendo que eu particularmente não assistia um show da banda desde 2009 durante o Roça 'n' Roll - 11ª Expedição em Varginha/MG ( confira matéria ).

    Já eram quase uma hora da manhã quando o líder Bruno Maia ( vocais, flauta, guitarra, bandolim e banjo ), Giovani Gomes ( baixo e vocais ), Edgar Brito ( teclados ), Júlio César Grande ( guitarra ), Raphael "Tchurtis" Wagner ( guitarra ), Rafael Ávila Delfino ( bateria ) e Nathan Viana ( violino ) ocupavam o palco do Califórnia Eventos enquanto a belíssima Intro ( a canção de introdução ) foi tocada pelo tecladista.

    Alinhados e prontos para um show inesquecível, Bruno Maia começou a cantar a maravilhosa Believe: Is True do Trova di Danú de 2004 ( leia resenha ), nos encantando com seus dedilhados, suas belas melodias, onde o violino de Nathan Viana junto à flauta de Bruno Maia e os demais instrumentos nos proporcionaram sensações musicais saborosas, que fez muitos de nós dançarem alegremente.

    Alternando os vocais com Bruno Maia, o baixista Giovani Gomes também mostrou uma presença de palco altamente contagiante inflamando cada um de nos e fazendo assim pularmos bastante. E tal qual a letra desta primeira música "acredite é verdadeiro"... estávamos (re)vendo o Tuatha de Danann diante de nossos olhos e ouvidos.

    Após bradar um "Boa Noite" e agradecer a Ule e as demais meninas organizadoras do CarnaHell, Bruno Maia anunciou a primeira do último álbum de estúdio In Nomine Éireann com a divertida Molly Maguires com seu ar de 'canção de pirata' tomando de assalto tanto o Califórnia Eventos quanto os nossos corações.

    Viajando ao segundo disco de estúdio, o emblemático Tingaralatingadun de 2001 tivemos na flauta tocada de Bruno Maia a canção Moytura nos levando para os tempos medievais e ela foi unida a vibrante Battle Song, que me trouxe boas recordações do início deste século nas minhas vivências pelo Underground Nacional e a canção foi tocada com perfeição pela banda. Aliás, Bruno Maia enfatizou que nos levou para uma terra onde a tristeza não tem vez e a alegria que é dominante e complemento aqui... em um show do Tuatha de Danann, o sentimento é justamente este o tempo todo.

    Na sequencia do show uma das minhas favoritas do Tuatha de Danann com a Tan Pinga Ra Tan do Tingaralatingadun só que desta vez unida em The Brave And The Ever do Dawn Of a New Sun, outra cujas melodias trazem toda sua positividade imediatamente até nós e que foi exibida com toda a habilidade da banda. Do Tribe Of The Watching Souls tivemos a Turn, onde os toques de flautas foram priorizados e ao sentirmos os vocais de Bruno Maia somados à sua harmonia, muitos de nós dançávamos outra vez.

    Antes de Guns and Pikes do In Nomine Éireann, Bruno Maia comentou da enxurrada de 'Fake News' que fomos submetidos todos os dias, disse que é pai de duas filhas e que dá graças à Deus que nos livramos do antigo governo, pois, ele tem medo do que pode acontecer com suas crianças diante de um regime extremo, que prioriza a aquisição de armas, haja visto o aumento de feminicídios nos últimos anos.

    E Guns and Pikes é uma crítica ao ex-presidente exibida com flauta, violino, bateria, guitarras, baixo, vocais todos harmonicamente equalizados ( embora pelo o que o técnico de som me falou... ele 'ralou' para deixar tudo correto na mesa de som ).

    We're Back, a melhor música do álbum Dawn Of a New Sun e a que marcou oficialmente o retorno das atividades do Tuatha de Danann não poderia faltar no show e ao escutarmos suas linhas de violino, a nossa reação não foi outra de pular, cantar, dançar, festejar e sentir sua belíssima energia a cada nota em um dos mais admiráveis momentos do show.

    Calmamente e falando do calor que estava no local, Bruno Maia informou que teríamos a Warrior Queen do The Tribe Of Watching Souls e depois dedicou a música seguinte à um dos fãs presentes elogiando-o bastante pelo apoio ao longo dos anos e mostrou-se contente também por ver a galera do Corpse Grinder novamente, assim recuou para o primeiro álbum autointitulado de 1999 com a Us, que é um mergulho na música celta que curtimos cada momento.

    Antes de Land Of Youth tivemos um medley de algumas músicas da carreira do Tuatha de Danann com Bruno Maia no banjo e então imergimos nesta animada música do Trova di Danú vendo a exibição consistente da banda que prosseguiu com a The Dance Of The Little Ones, e aí não teve jeito.... a grande maioria dançou ao ouvir este clássico do Tingaralatingadun como se estivéssemos em uma festa de duendes na floresta com muito álcool ( e salvo pela falta da floresta e dos duendes.... estávamos em uma festa ).

    Da mesma forma que os músicos no palco, nós também sacudimos nossos pescoços quando não dançávamos ou pulávamos em uma interação perfeita com os varginhenses e o show terminou com a serena e harmoniosa The Last Words do The Deliruim Has Just Begun de 2002.

    A banda se reuniu no palco para os agradecerem os fãs e as organizadoras do CarnaHell, além de registrarem aquela foto com a galera ( que fui o responsável por ela ) e então se despedirem do CarnaHell, porém, atenderam os fãs que ficaram mais um pouco no festival autografando discos vendidos na sua loja de merchandising e tirando fotos com cada um deles.

    Como disse lá no princípio desta matéria.. fazia muito tempo que não pegava um festival Underground e rever alguns amigos e amigas de outros tempos, fazer novas amizades e especialmente conhecer e cobrir as bandas que se apresentaram é o que motiva a existência destes quase vinte anos de Rock On Stage.

    E o que falar das organizadoras Ule, Cy e Samantha então? As gurias realizaram um excelente evento cuidando com competência e dedicação de todos os detalhes com aquele carinhoso toque feminino e não deixando nada para trás, então... moças.... meus parabéns por esta excelente edição do CarnaHell.

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos à Ule, Cy e Samantha
pela oportunidade, atenção e credenciamento
Março/2023

Set List do Tuatha de Danann

1- Intro
2 - Believe: Is True
3 - Molly Maguires
4 - Moytura / Battle Song
5 - Tan Pinga Ra Tan / The Brave And The Ever
6 - Turn
7 - Guns and Pikes
8 - We're Back
9 - Warrior Queen
10 - Us
11 - Medley
12 - Land Of Youth
13 - The Dance Of The Little Ones
14 - The Last Words

Galeria de 250 fotos dos shows das bandas Tuatha de Danann, Devils, Corpse Grinder, New Democracy, Ungods e Black Moon Burst  no CarnaHell em Poços de Caldas/MG

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