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Tão logo que realizei meu rápido credenciamento, já procurei encontrar um ótimo lugar para assistir ao show e enquanto não chegava a hora do Manowar subir no palco, que estava escondido com uma bandeira preta, ouvíamos músicas com um ar relativamente bélico e épico. Enquanto observava a agenda dos shows que teremos dentro do ótimo Espaço Unimed no telão fomos surpreendidos com uma notícia dizendo que por determinação da produção do artista ( o Manowar ) não seriam exibidas as imagens deles nos telões espalhados pela casa, algo que frustrou e desanimou muitos dos true headbangers presentes no Espaço Unimed. E isso é ruim para quem fica mais atrás, pois, os vários telões espalhados pelo Espaço Unimed concedem um atrativo extra aos shows realizados por lá, mas, enfim... cada um é cada um e tem seu jeito de ser.... e o Manowar queria um show de Heavy Metal Raiz.
Como sempre costuma acontecer a galera presente, que ficou bem próxima da lotação do Espaço Unimed, fazia uma graça a cada teste de iluminação ou qualquer outra coisa percebiam nos bastidores até que finalmente às 21:36, ouvimos "ladies and gentlemen, from the United States of America, all hail, Manowar!" e as cortinas foram abertas ao som de March Of The Heroes Into Valhalla fomos preparados para a entrada triunfal do Manowar, que conta com o seguinte line up: o líder Joey DeMaio no baixo e Eric Adams nos vocais, o excelente e lendário Michael Angelo Batio na guitarra e Dave Chedrick na bateria ( que entrou na banda há praticamente um ano atrás no lugar de Anders Johansson ).
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E o quarteto já entrou simplesmente fulminante para o delírio dos fãs com a clássica Manowar do Battle Hymns de 1982 colocando o Espaço Unimed abaixo, pois, pulamos, socamos o ar e agitamos bastante com os norte-americanos. Além de observar a excelente decoração de palco totalmente inspirada em cenários bárbaros das capas dos discos da banda, foi muito bacana conferir também as caretas de Joey DeMaio ao tocar seu baixo. Com a primeira batalha ganha com facilidade reagimos durante as distorções feitas na guitarra com o tradicional gesto da banda solicitado pelo vocalista e eles continuaram a detonar seu Heavy Metal consideravelmente estridente com a empolgante e cadenciada Kings Of Metal, que é o título do sexto disco de 1988, em que fomos expostos à estouros e à fumaça que pareciam que iam desmantelar o Espaço Unimed e novamente bradamos alegremente o refrão "The Other Bands Play... Manowar Kills..." com toda a energia que detemos.
Sem conceder um segundo para respirar, tivemos a Fighting The World, música que cede seu nome ao quinto disco de 1987 e que também provocou o público para berrar seu título com Eric Adams, que ainda está cantando muito e se posicionou em alguns momentos ao lado de Joey DeMaio e Michael Angelo Batio como se estivesse conclamando aquela multidão de fãs para o combate, o que atenderíamos prontamente.
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Com um longo grito, Eric Adams saudou a plateia e recebeu em resposta vários "Manowar... Manowar..." para continuar o set sem delongas com mais uma do Fighting The World com a pulsante Holy War, que agradou muitos de nós, pois, eles vieram mesmo para detonar. Neste início de show, Eric Adams era quem mais se movimentava pelo palco abrangendo cada pedaço dele, enquanto que Joey DeMaio a cada música voltava ao backstage rapidamente para trocar de baixo ou ajustar alguma coisa ou até para tomar uma cerveja, sendo que continuaram seu ataque com a Immortal, composição presente no EP Highlights From The Revenge Of Odysseus de 2022, onde destaco os solos de Michael Angelo Batio, que embora seja um virtuose na guitarra, até que estava discreto no show no quesito extravagância, apenas mantendo a importância do instrumento em evidência enquanto que mais ao final na parte totalmente épica, Eric Adams soltou alguns agudos dramáticos tão profundos que nos fez pensar como ele os alcança aos 71 anos de idade.
E por falar em solos de guitarra, Michael Angelo Batio fez os que levaram até a cadenciada Call To Arms, que abre o Warriors Of The World United de 2002 e basicamente incitou a plateia cantar com ele algumas partes e aplaudir no ritmo da música em outras até encerrar com toda a pompa característica do Manowar. Neste momento as luzes foram apagadas, ficamos chamando a banda de volta para o palco e aos dedilhados hora da emblemática balada Heart Of Steel, outra do Kings Of Metal, que procuramos cantar cada trecho com Eric Adams sentindo a emoção que ele colocou na música, que serviu para relaxarmos um pouco e imaginarmos aquele momento pós luta em que repensamos a vitória e seus custos.
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Entretanto, estávamos em um show do Manowar e além de toda a potência sonora, o espetáculo não seria completo sem algumas brincadeiras, tanto que Eric Adams testou o poder de nossas gargantas ao gritar de várias formas e querer que conseguíssemos fazer o mesmo dividindo a plateia e procurando ver quem gritava mais... o pessoal da direita ou da esquerda.
Óbvio que no grau altíssimo de seus gritos não conseguimos, porém, isso serviu para que o palco fosse preparado para uma inesperada surpresa, a presença de Joey DeMaio com o guitarrista E.V. Martel, o baterista Marcus Castellani e vocalista Cleber Krichinak ( do AttracthA ), três integrantes da King Of Steel ( banda tributo ao Manowar ) para juntos executarem a música título do nono disco de estúdio da banda, a Warriors Of The World United. Dois destes 'brazukas' ( E.V. Martel e Marcus Castellani ) foram convocados para tocarem com o Manowar em anos anteriores, fato que é uma grande honra para eles e para nós brasileiros. Sabedores da importância desta música para a banda e para seus fãs, os brasileiros se entregaram de coração neste hino contagiante chamado Warriors Of The World United e produziram uma harmonia banda e plateia vista poucas vezes na história com direito a Eric Adams voltar no final culminando em uma chuva de papéis amarelos picados em que ele apresenta os músicos convidados para nós.
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