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Joe
Satriani
Terça, dia 29 de julho de 2008
no Credicard
Hall/SP
Depois de Joe Satriani trazer dois G3 para o Brasil, em 2004
(
Satriani, Steve Vai & Robert Fripp
) e em 2006 (
Satriani, John Petrucci & Eric Johnson -
leia resenha
), desta vez ele simplesmente veio sozinho com sua banda, para divulgar o
seu mais recente trabalho,
Professor Satchafunkilus And The Musterion Of Rock
(
lançado em 2008
), para mostrar para todos nós, que é fundamental ouvirmos ele solo, em
pleno vôo no sonho azul, já que esse conhecimento emanado da eletricidade
de suas seis cordas, faz parte do show de quem não precisa de nada na
vida, apenas da alegria e o encontro com aquele lá de cima, que a música
oferece.
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Foi um dos melhores shows do ano sem dúvida, quase metade do show
foram com as músicas do álbum novo, com muita classe e virtuosismo ímpar,
Satriani surpreendeu todos, surpreendeu eu, que conheço muito de
seu trabalho, mas confesso que não esperava um set list mágico, fazia
tempo que eu não ouvia tudo o que já conhecia, mas a seqüência do Joe,
foi mágica, como se ele tirava mágicas da cartola sem parar. Desta vez
Joe Satriani trouxe uma das maiores estrelas do contra-baixo do mundo,
Stuart Hamm, baixista que acompanhou ele por vários anos e trouxe
também; Glen Hendson, (
guitarra
) e Jeff Campitelli (
bateria
), ambos acompanharam Joe Satriani no último G3.
Fernando Magalhães
O show do Joe Satriani teve banda de abertura; que foi o
Fernando Magalhães, guitarrista do Barão Vermelho, divulgando o
seu álbum, autointitulado,
Fernando
Magalhães
de 2007, e Fernando aqueceu na medida o público do Credicard
Hall, preparando todos para o show principal que viria, e tocou muito
bem, mostrando muita técnica, muito feeling Rock’n’Roll e até mesmo uma
sonoridade do estilo de Satriani, ele foi acompanhado por uma banda
experiente e virtuose, e fez a sua parte, não foi um bom; mas foi um ótimo
show, mostrando que para quem curte guitarra, o cd dele nos oferece uma
ótima referência da guitarra nacional.
Joe Satriani
E então depois do show do Fernando veio à mágica, Joe
Satriani entra no palco e manda
I Just Wanna Rock
uma das poucas, se não a única em que ele canta no microfone, mandando
rock’n’roll na veia e balanço na galera, e emendou com a
Overdrive,
as duas do novo álbum, duas excelentes músicas que foram apoiadas por dois
de seus clássicos a
Satch Boogie
e a
Ice #9,
que saíram uma coisa simplesmente linda.
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O show prosseguiu com a nova
Diddle-Y-A-Doo-Dat,
ótima composição de Joe em que ele faz escalas rápidas fazendo
ritmo nelas como um acorde tocado de uma vez, e depois ele sola com a
linha melódica que sempre é característica de suas músicas, excelente
composição, foi uma viagem, neste momento tomava cada vez mais forma o vôo
de todos nós no sonho azul e logo após, como disse nas palavras
anteriores, ele vem com ela, a
Flying In A Blue Dream.
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Mais uma vez tocou com beleza única, Satriani inventou estilo
de som de guitarra com músicas igual a esta, que tem um som totalmente
límpido; e a seqüência continuou com
Ghosts,
a nova
Revelation,
que saiu ótima, um hino;
Super Colossal,
One Big Rush,
Musterion,
a bela
Time Machine,
com a longa intro repleta de melodias auxiliadas por efeitos e os solos
dele nem se fala, acho que disse isso na resenha do G3, um trecho
da música liga outro não nos tirando do hipnotismo do vôo no sonho azul,
temos de perceber tudo. Depois tocaram a clássica
Cool #9,
música que abriu e me fez lembrar os espetaculares shows de Joe
Satriani em 1996, no Olympia, na primeira vez em que ele veio
no Brasil, na época ele tocou em três datas, fui com um amigo na terça, o
show foi tão bom que retornamos quinta.
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Tocaram a bela
Andalusia
do cd novo, parecia que a habilidade de Joe com as seis cordas
melhorava música por música, depois desta música vem ele, que no momento
deu a impressão de que deu a ordem para a banda descer a colina para
atacar, para nos surpreender a todos sem parar, Stu Hamm fez o seu
solo individual para dar uma nova energia no show.
Stu
iniciou seu solo, fazendo uma melodia lenta tanto no baixo como na voz,
depois começou fazer um incrível
two hands,
tocando a música
Aquarela do Brasil,
levando a galera ao delírio, depois passou para os
slaps,
fazendo um solo rápido, arpejando, batendo o polegar na corda com precisão
cirúrgica e puxando outra corda com o dedo indicador, em sua melodia, foi
muito rápido nos
slaps,
saiu perfeito, me desculpe o baixista anterior, o excelente Dave LaRue,
mas Stuart Hamm é melhor; percebi até a satisfação de Joe
Satriani que apresentou esse baixista numa parte do show sorrindo de
emoção.
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Stu toca baixo como ele deve ser tocado, é mestre em
two hands
e
slaps,
para mim é melhor também que Billy Sheehan, que toca baixo como
guitarra, fazia tempo que não via um solo de baixo com
slaps
tão bem tocado, a última fez foi o baixista do Stryper (
leia resenha e compare, mas o Stu
foi melhor
).
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Logo após Stuart Hamm quase tirar o foco principal do show,
Joe Satriani entra com grande feeling mostrando que não há competição,
tocando a
Crying
com categoria única, com muito cuidado, solou perfeitamente essa bela
música lenta, nos enchendo de emoção e após ela, toca um de seus maiores
clássicos, evoluindo ainda mais o show com a
The
Mystical Potato Head Groove Thing,
tocando ela com toda a sua precisão, literalmente voou com as mãos em sua
guitarra, é incrível no momento em que ele cruza seus braços solando
somente no braço da guitarra e dá-lhe grito de guitarra para o espaço,
depois manda a sua balada mais conhecida a
Always With Me Always With You,
aquela do antigo comercial do cigarro Free, e finaliza o show antes
do bis com mais uma que nos põe no mundo da adrenalina, a
Surfing With The Alien
nos surpreendendo mais uma vez com tamanho brilho, deu a impressão que foi
a melhor do show e parece que de todas as vezes que vi ele tocando essa
música no Brasil, parece que foi a melhor de todas, Joe Satriani,
lançou eletricidade e adrenalina cada vez mais.
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No bis, Satriani iniciou com a
Crowd Chant
e a
Summer Song,
em que a execução desta foi mais um número simplesmente, muito empolgante,
a intro dela foi auxiliada pelo público e quando os músicos entram com o
ritmo contagiante que esta música tem, Joe nos coloca em seu mundo
elétrico, fazendo em seus solos a guitarra gritar para o céu, mais uma vez
foi um vôo no sonho azul aí e acabou o show, e me perguntava: por que
acabou? Foi um show tão evolutivo música a música que temos vontade de não
parar de vê-lo, infelizmente o show acabou.
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Guitarra para mim, as imortais, são a
Fender Stratocaster, Gibson Les Paul
e
Gibson SG;
Joe Satriani é um dos que não usa essas clássicas, usa a guitarra
Ibanez
com sua nomenclatura
Ibanez JS Series,
quando toca com suas guitarras que tem ponte
Floyd Rose,
igual as
Jacksons,
B.C. Rich,
ESP
e outras, aí a conversa é outra. Se as clássicas que citei gritam
estridentemente, em comparação das que tem ponte
Floyd Rose,
quando Joe toca com a sua, igual ao último tipo que citei, os
gritos que ele tira na guitarra dominam totalmente a casa de show, ele
tira efeitos que as clássicas estridentes não tem.
Com suas diversas
Ibanez JS Series,
que parecem Ferraris de diversas cores (
vermelha, branca, cromada, a desenhada dele do álbum
Flying In A Blue Dream
e outras
), sem dúvidas nos mostra que é um dos melhores guitarristas do mundo,
achei que o show dele ia ser o de costume com solos e solos, talvez até
previsível, mas desta vez o set foi matador, de extremo bom senso e posso
afirmar que foi a melhor apresentação que vi dele por aqui, parabéns por
ser um ás da guitarra Joe, valeu!!!
Por André Torres
Agradecimentos à Ariane e Sarita - Time For Fun
Fotos: www.musicao.com.br
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Set List:
01. I Just Wanna Rock
02. Overdriver" nova
03. Satch Boogie
04. Ice 9
05. Diddle-Y-A-Doo-Dat
06. Flying in a Blue Dream
07. Ghosts
08. Revelation
09. Super Colossal
10. One Big Rush
11. Musterion
12. Time Machine
13. Cool #9
14. Andalusia
15. Bass Solo
16. Cryin'
17. The Mystical Potato Head Groove Thing
18. Always With Me Always With You
19. Surfing with the Alien
Bis
20. Crowd Chant
21. Summer Song
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