Holy
Land é um álbum conceitual que tem como tema o
Descobrimento da América se relacionando com os dias atuais. E uma "
quase " novidade: a banda ganha prêmios de disco do ano,
melhor banda, melhor show, melhor baterista
( só lembrando que o comandante das baquetas era Ricardo Confessori ),
melhor baixista, melhor música ( Carolina IV ), e por aí vai. E
mais uma vez ganha disco de ouro no Japão, além de um grande
reconhecimento internacional, realizando shows na Itália, França e Grécia.
Resumindo numa só palavra o álbum Holy Land: sensacional. O disco abre
com Crossing que faz a maravilhosa introdução com acordes clássicos e
líricos, além de efeitos incríveis originais das composições de G.P.
da Palestrina ( 1525 -1594 ) que forma uma relação de " simbiose
" com Nothing To Say, a segunda faixa do disco, contando com várias
influências de música brasileira, que é uma característica marcante no
Angra, melodias clássicas e letra sob a viagem à terra desconhecida, que
mostra um belo solo de guitarra e toques no baixo fabulosos e a voz de
André Matos está espetacular.
Sem deixar a peteca cair temos Silence and Distance, que começa só com a
voz e o piano de André e sofre uma fantástica variação no
decorrer da música com os solos de Rafael e Kiko e a cozinha perfeita de
Ricardo e Luís, variação essa que se transforma num heavy melódico
altamente gostoso de se ouvir. E a música volta a terminar só com voz e
piano. ( demais não ? ). A faixa seguinte é uma das mais longas
já composta e melhores músicas de todos os tempos do Angra, é estamos
falando de Carolina IV, canção que tem belos coros e grande alternação
da voz de André, alternando junto com uma forte percussão, depois solos
rápidos e melódicos - realmente uma canção perfeita que conta com solo
de flauta que é uma citação de Bebê de Hermeto Paschoal.
Chegando agora a canção título, Holy Land, temos outro momentaço do
álbum, talvez uma das canções que a banda mostra toda a influência
brasileira criando um clima maravilhoso. Note os toques de piano e a
alternação para um heavy fantástico com solos de baixo, guitarra e
bateria espetaculares e a volta para piano e voz!!! ( olha não tem
como descrever, tem de se ouvir mesmo ). The Shaman é a faixa
seguinte
( quem diria que essa canção num futuro não muito distante serviria
de inspiração para outra grande banda, mas isso é outra história
), o que temos é uma canção melódica e com vozes de ( ou quase isso )
de índios e com um trecho de Música Popular do Norte No 4
duelando com a voz de André Matos. Em seguida mais um momento calmo, que
abre um espaço na mídia para a banda, com Make Believe que é uma
excelente balada heavy.
Passando a fase de calmaria, é a vez de uma das mais rápidas músicas de
Holy Land, Z. I. T. O. ( será
"Zany in the Ocean?"),
note os riffs de Rafael e Kiko e me diga, talvez os melhores do álbum. A
"roupagem" que o piano traz a música é algo que somente ouvido
podemos sentir o potencial. A seguinte é: Deep Blue conta com teclados
que lembram órgãos de tubos ( daqueles de igreja ) ouvimos André Matos
abusar do poderio de sua voz que depois da rápida Z.I.T.O. temos o que
posso considerar como uma segunda balada do disco. Em Deep Blue temos uma
canção melacólica com influência de música clássica notada através
do piano e corais. Mantendo o clima de melancolia, Lullaby For Lucifer
encerra o disco ao som de voz, violão, sons de gaivotas e as ondas do
mar.
É .... o Angra conseguiu de novo, lançou um segundo álbum tão
fenomenal quanto o primeiro. Holy Land conta com alguns clássicos de
heavy metal (
e posso ter certeza disso ). O disco conta com a produção da dupla
Charlie Bauerfiend e Sascha Paeth.
