Capítulo 3: Três Excelentes Ep´s

Com o novo álbum lançado o Angra parte para turnês pelo mundo inteiro divulgando o ótimo Holy Land, que desde o seu lançamento em março de 1996, conseguiu disco de ouro no Japão com mais de 100 mil cópias vendidas. Já para o final de 1996 a banda já tinha realizado uma grande quantidade de shows, mas ainda encontrou fôlego em outubro para cumprir mais 23 datas em solo europeu ( os fãs holandeses, espanhóis, portugueses, franceses, alemães e italianos queriam ver a " terra santa " do Angra ). Em especial dois shows em Paris e Milão, onde eles tocaram para mais de 1.800 pessoas que marcou o final da tour. 

    Entre julho e início de outubro de 1996, antes da tour européia era a vez do Brasil conhecer Holy Land com dois shows no Palace em São Paulo ( onde todos os ingressos foram esgotados  -  cerca de 5 mil bangers presentes ) e um no Aramaçã em Santo André que teve um público de 9 mil headbangers. E em setembro uma visita aos nossos " hermanos " argentinos. Ainda em 1996, o Angra tem a honra de abrir o show do AC/DC no Pacaembu no dia 12 de outubro. No ano  de 1997, o clipe da música Make Believe foi indicado para o MTV Video Music Awards sendo um dos mais votados.

    Durante essa grande temporada de shows dois Ep´s estão no caminho do Angra, são eles Freedom Call e o Holy Live, vamos a eles.

Freedom Call

    Freedom Call foi lançado em 1996 e contava com oito músicas, sendo duas ao vivo e três do demo Reaching Horizons, além da regravação do clássico do Judas Priest  com Painkiller também lançada na coletânea Tributo ao Judas Priest - Legends of Metal lançada pela gravadora Century Media com bandas como Blind Guardian, Helloween, Stratovarius, Gamma Ray e outras.

    Comentando as faixas de Freedom Call temos os ótimos riffs de guitarra e a influência brasileira na faixa título que abre o cd sendo a única composição nova. Em seguida temos Queen Of The Night em versão remixada, com seus riffs pesados e melódicos, além da pegada forte na bateria. A terceira é a regravação da música que deu nome ao demo do Angra e ao Fã Clube Oficial, é, estou falando de Reaching Horizons que é uma balada sensacional com voz e violão perfeitos. Seguida de Stand Away em versão orquestrada onde o Angra consegue melhorar o que já estava perfeito.

    Passando esses momentos mais calmos é hora de Ricardo Confessori mostrar porque é considerado até hoje é um exímio bateristadurante o cover de Painkiller do Judas, mas não é só isso, a voz de André Matos, as guitarras de Rafael e Kiko e o baixo de Luís Mariutti conseguiram um cover memorável e tenho certeza que o pessoal do Judas Priest gostou deste ponto forte do cd.

    Acalmando um pouco temos, em versão editada Deep Blue que ficou interessante, porém, não melhor que a versão original. E disse no começo que tínhamos duas versões ao vivo, gravadas na FNAC na França e detalhe: acústicas. Angels Cry é a primeira e fica ainda mais interessante pela participação do público, mostrando, que mesmo desplugado o Angra deixa a canção com uma maestria fabulosa. Durante os quase 9 minutos de música, temos nuances onde a banda interpola influências de música latina, da " tarantela " ( música italiana ) e fecha com os acordes tradicionais de Angles Cry. A segunda é Never Understand que começa com um baião no melhor estilo " Luiz Gonzaga " e é ótima de se ouvir. Se algum dia o Angra resolver gravar um álbum inteiro acústico, pode ter certeza que será mais um sucesso.

Holy Live

    Holy Live o segundo EP lançando neste período que antecedia o terceiro full lenght, mostra 6 músicas ao vivo tiradas do show realizado em Paris no dia 15 de novembro de 1996. O disco que abre com a instrumental Crossing aos gritos de " Angra, Angra " da empolgada galera francesa presente no Aquaboulevard em Salle Provençale e segue com Nothing To Say tocada com a mesma perfeição de sempre ( ou no estúdio, se preferir ) que além da voz, os solos de guitarra e a célebre cozinha, destaca-se a marcante participação do público francês. 

     A terceira faixa é a rápida  Z.I.T.O. ficando perfeita ao vivo: Rafael e Kiko rápidos como devem ser, Luís e Ricardo detonando no baixo e bateria para que André Matos possa brilhar. Além da perfeição de cada instrumento, André Matos mostra sua presença de palco e convoca o Aquaboulevard a cantar e vibrar com o Angra - que corresponde plenamente. Seguida de Carolina IV com seus imponentes 13 minutos de muita percussão, ritmos brasileiros, solos fantásticos, baixo e bateria afiados, voz matadora, enfim, posso dizer que ficou apaixonante ao vivo.

       

    E para fechar este ótimo Holy Live temos Unfinished Allegro e o hino Carry On do disco Angels Cry para detonar de vez a galera presente.

     Três coisas importantes tem de ser ditas: pena que  este disco foi apenas um ep ( para mim deveria ter sido um álbum ao vivo completo ), e o excelente músico Leck Filho comandou os teclados e a produção ficou para Charlie Bauerfiend, além das belas fotos do encarte ( algumas inclusive ilustram essa página ).

Lisbon: O Terceiro EP 

    Após esse período de extensa divulgação da banda, o Angra vai no início de 1998 para estúdio com o produtor Chris Tsangarides ( que já havia produzido Black Sabbath, Helloween e Judas Priest, entre outros trabalhos ), cujo primeiro resultado foi o single Lisbon, lançado em julho, servindo de preliminar para o próximo álbum. Fireworks ( que será contado em detalhes no próximo capítulo ) foi resultado desses trabalhos e seria lançado em setembro de 1998. 

    Este single Lisbon contava com a excelente faixa título que torna-se uma música sempre pedida pelos fãs na turnê de Fireworks. Depois tínhamos na bolacinha Make Believe em versão acústica ( lembram-se o que escrevi sobre um álbum inteiro acústico do Angra ? então!!!! ) e fechando com Angels Cry na versão do demo Reaching Horizons. Este single é de certa forma raro para se encontrar, tornando-se um item de colecionador.

 

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   Por Fernando Júnior