Rock In Rio 2011  - "Dia do Metal"
Palco Mundo: Metallica, Slipknot, Motörhead, Coheed & Cambria e Gloria
Palco Sunset: Sepultura & Les Tambours du Bronx, Angra & Tarja Turunen,
Korzus & Metal Punk All Stars
e Matanza & B-Negão

Domingo, dia 25 de setembro de 2011, na Cidade do Rock
na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro/RJ

    No dia que foi destinado ao Metal no Rock in Rio, que culminou com a volta do Metallica em tão curto espaço de tempo no Brasil, logo depois de um show do Big Four e com três bandas nacionais que representam com louvor o Heavy Metal Brasileiro no palco secundário, também conhecido como Palco Sunset. Viagem para o Rio de Janeiro/RJ no sábado saindo de Guarulhos/SP, onde encontrei o cantor Sérgio Reis, um dos pioneiros do Rock no Brasil, na época da Jovem Guarda, sem esquecer de mencionar do filho do Sergião, que lançou belos trabalhos tanto com os Anjos da Noite como no Tork, e em conversa de check in e ao ver pela camisa que me dirigia ao Festival no Rio, ele menciona: "hoje, tô ouvindo AC/DC", boa para começar um final de semana que seria inesquecível.

    Chegando na cidade do Rock por volta das 10:30, a fila já era enorme e pude conversar com várias pessoas que estavam ali pela festa que é o Festival, que se chama Rock in Rio, e que vem separando um dia de cada estilo, e o dia destinado ao Heavy Metal foi algo espetacular ( alguém consegue reclamar de Korzus, Angra, Sepultura, Motörhead, Slipknot e Metallica... no mesmo lugar? ). Todo Rock in Rio teve esse questionamento e neste não foi diferente. Várias excursões do Brasil inteiro, Belo Horizonte/MG, Curitiba/PR, São João da Boa Vista/SP, Sorocaba/SP, Ourinhos/SP, praticamente o Brasil inteiro, e isso é a festa que esse tipo de evento proporciona independente do dia ou do estilo que será tocado.

    A fila ia bem e entrei na Cidade do Rock por volta das 14:00, que era o horário previsto para abertura do evento, quando um fato ocorrido comigo quero compartilhar com todos, eu conversava com uma pessoa de São João da Boa Vista/SP, que estava com muleta e eu mencionava que na última passagem do Metallica no Brasil eu estava de muleta, e como é difícil pessoas com deficiência ir em eventos ou qualquer lugar, e um ser no meio da fila aparentando estar alterado quimicamente começa uma roda de fogo em plena fila de entrada, que estava extremamente desorganizada, acertando a todos, inclusive a pessoa com muleta que estava ao meu lado, e evidente que o cidadão tomou alguns "cola brincos que já o sussegaram" e ao ver que este imbecil portava uma camisa do curso de história de uma faculdade mineira ( na turma dele haviam várias iguais ), pensei, "e esse porra vai ser professor ainda".... A educação é uma coisa que falta e muito nos seres humanos, mas vamos ao Festival que é mais importante, ele teve os dois minutos de fama de todo imbecil.

    Ao entrar na Cidade do Rock, “o lugar é "jeitado no urtimo grau - como dizemos no interior... várias lojas tanto de comida, como roupas ou produtos oficiais além das lojas dos patrocinadores que distribuíam vários brindes, de  chocolates aos tradicionais óculos escritos Rock, que marcaram a edição de 1985. Divertido e sempre legal ganharmos um souvenir "di grátis", sendo o que mais gostei foi uma foto de câmera profissional, que uma empresa de chocolate distribuiu durante todo o evento.

Korzus & Metal Punk All Stars

    Já havia visto o Korzus no Sesc Ipiranga em São Paulo/SP ( confira cobertura ) e achado insano, mas o Rock in Rio foi nota 1.000.000. Banda insana e agitando muito, e quem já assistiu o Korzus sabe como é e a banda e como se porta no palco, Pompeu, Dick, Heros Trench, Antônio Araujo e Rodrigo Oliveira tem uma presença de palco de Arena mesmo, então lá eles estavam em casa. Destaques, tudo do Korzus, eles arrasaram, matadores e ver um vocalista brasileiro que é patriota fazendo no mínimo 50 mil que assistiam cantar o Hino Nacional Brasileiro... é de arrepiar e pensar. Isso é Korzus... Isso é Heavy Metal Brasileiro !!!. A parte dos convidados foi muito boa também embora o público queria continuar ouvindo as músicas do KZS.

    O set foi baseado em músicas do último trabalho, Discipline Of Hate ( leia resenha ) e do antecessor Ties Of Blood devido ao set bem curto. O primeiro convidado gringo tocou a clássica Mad Butcher com a participação de Schimier do Destruction, em seguida o vocal do Suicidal Tendencies emenda War Inside My Head cantada em uníssono por todos. Depois quando California Uber Alles foi tocada, com o guitarrista East Bay Ray do Dead Kenedys, o ex-cantor do Planet Hemp B-Negão também subiu para dar uma palhinha e executar esse clássico. O 'Sindico do Punk Brasileiro' como chamou Pompeu a João Gordo para participar da festa onde executaram o hino Beber Até Morrer do Ratos e finalizam com Correria, que abriu uma roda que foi uma das coisas mais alucinantes e lindas de se ver.. Show Mágico.

Set List do Korzus & Metal Punk All Stars
1 - Guilty Silence
2 - Truth
3 - Discipline Of Hate
4 - Looking For
5 - Never Die
6 - Hino Nacional Brasileiro
7 - Who's Going To Be The Next?
8 - Mad Butcher ( cover do Destruction com Schmier )
9 - War Inside My Head ( cover do Suicidal Tendencies com Mike Clark and Hector )
10 - California Uber Alles ( cover do Dead Kennedys com East Bay Ray )
11 - Beber Até Morrer ( cover do Ratos de Porão com João Gordo)
12 - Correria

Angra & Tarja Turunen

    Após a troca do palco que aconteceu rapidamente, eis que entra no Palco Sunset o Angra e rapidamente vemos que o som não ia ajudar, mesmos a galera aos berros gritando "aumenta o som, aumenta o som!!! ", nada mudou durante todo set da banda, porém, claramente era visto a preocupação da banda, mas a galera foi insana, ao perceber a "nhaca" do som cantou todas as músicas extremamente alto, e o set list foi perfeito para o festival.

    E mais ao final, Tarja Turunen surgiu no palco e executou com extrema maestria e técnica as três músicas em que participaria, sendo elas Spread Your Fire ( que Tarja cantou as partes que no álbum são de Sabine Edelsbacher e nesta versão, ficaram até melhores que a original ), o cover de Wuthering Heights composição de Kate BushThe Phantom Of The Opera ( cover de Andrew Lloyd Webber que foi sucesso do Nightwisth ). Para encerrar  o Angra detona três petardos insanos começando com Rebirth e finalizando com as explosivas Carry On e Nova Era um show que seria maravilhoso, porém um som extremamente ruim prejudicou fortemente a banda.

    Edu Falaschi ( vocais ), Rafael BittencourtKiko Loureiro ( guitarras ), Felipe Andreoli ( baixo ), Ricardo Confessori ( bateria ) e os convidados Amon Lima ( violino ) e Tarja ( vocais ) foram extremamente prejudicados e o hoje desempenho tão citado negativamente contra a banda, acho desnecessário e com tom maldoso, pois a banda fez seu melhor como sempre. Reclamar assistindo TV sentado da sua casa, não sente a energia de quem estava lá na frente e viu o público cantando todas músicas. Ruim foi a produção do Rock In Rio deixar um som desregulado daquele jeito. Parabéns ao Angra que respeitou o público.

Set List do Angra & Tarja Turunen
1 - Arising Thunder
2 - Angels Cry
3 - Nothing To Say
4 - Lisbon
5 - Spread Your Fire ( com  Tarja Turunen)
6 - Wuthering Heights (Kate Bush  com Tarja Turunen)
7 - The Phantom Of The Opera ( Andrew Lloyd Webber com Tarja Turunen)
8 - Rebirth
9 - Unfinished Allegro
10 - Carry On / Nova Era

Sepultura & Les Tambours du Bronx 

    Os franceses do Les Tambours du Bronx e os 'brazukas' do Sepultura sobem ao palco na sequencia para encerrarem as atividades daquele palco e o som ainda não ajudava, embora estivesse melhor que o Angra, isso não quis dizer muita coisa e mesmo na dificuldade o Sepultura, assim como o Angra, foi 'pra cima' e fez um show excelente. Paulo Jr. no baixo, Andreas Kisser na guitarra, Derick Green nos vocais e Jean Dolabela na bateria foram sensacionais, mais uma vez.

    A ideia do Palco Sunset de mesclar cantores de diferentes nacionalidades realmente foi boa e no caso do Sepultura, um diferencial muito bom. A intro com a versão de tambor para Refuse/Resist foi indescritível, sem contar "Sepulnation", "Fever", ou o cover do Prodigy que vem fazendo parte do set list ultimamente Firetaster, além da clássica Territory com a batida francesa deu um toque diferente. Sem contar a participação do Mike Paton em Roots Bloody Roots realmente me fez pensar o porque das três bandas não terem tocado no palco principal.

Set List do Sepultura & Les Tambours du Bronx 
1 - Mixture
2 - Refuse/Resist
3 - Sepulnation
4 - Kairos
5 - Relentless
6 - Structure Violence
7 - Requiem
8 - We've Lost You
9 - Fever
10 - Firestarter ( The Prodigy cover )
11 - Territory
12 - Roots Bloody Roots

Gloria e Coheed & Cambria  

    Quanto a banda Gloria, não acabei vendo nada, e não comentarei nada sobre a banda pelo simples fato de não ter assistido. Nova pausa para alimentação onde diferente da escolha do prato, que seria o mais normal possível, o público tinha que escolher e menor fila para se alimentar e não quer dizer que seria fácil. Assim acabei perdendo o boa parte do Coheed & Cambria, chegando praticamente no meio do set, mas para conhecimento a banda é de nacionalidade americana e formada por Claudio Sanchez ( vocalista, guitarrista ), Travis Stever ( guitarrista ), Chris Pennie ( bateria ) e Mike Todd ( baixista ). O Coheed & Cambria, que também tocou na Argentina dias antes veio com ideia de abrir o mercado Sulamericano para a banda, pois muita pouca gente os conhecia antes de serem anunciada no evento. O show foi certinho, focado e apresentando um cover para The Trooper, certamente a banda sabe a paixão do Brasil pelo Maiden ( e o momento que os presentes mais agitaram em seu show ). Valeu pela curiosidade em conhecer a banda, mas ela poderia muito bem estar no Palco Sunset sem problemas.

Set List do Coheed & Cambria  
1 - No World For Tomorrow
2 - Gravemakers And Gunslingers
3 - Ten Speed ( Of God's Blood And Burial )
4 - Here We Are Juggernaut
5 - The Camper Velourium III: Al The Killer
6 - A Favor House Atlantic
7 - In Keeping Secrets Of Silent Earth: 3
8 - Everything Evil / The Trooper
9 - The Crowing
10 - Welcome Home

 

Motörhead

    Chegava a minha vez de ver pela primeira vez o Motörhead ( e a segunda passagem deles no Brasil este ano, confira matéria do show realizado na Via Funchal em abril ), e a ansiedade aumentou, o público já mandou o cansaço "pro raio que o parta", pois quando o “GodFather” Lemmy ( segundo James Hettfield do Metallica ) falou a tradicional frase: “Good evening, We are Motörhead, we play Rock’n’Roll”, não parecia que a grande maioria já estava na cidade do Rock há quase doze horas.

    Iron Fist com Stay Clean vieram na sequencia, e assim o trio mostrou que não existe idade para bandas essenciais, e que show os ingleses realizaram. Todo mundo pulava, como estava bem atrás e não na fila do gargarejo, não vi a mesma qualidade de show que vi no Rock in Rio 3, mas valeu a pena demais, Lemmy destruiu tudo como sempre nos vocais e em seu baixo, o baterista Mickey Dee insano como sempre e o guitarrista Phil Campbell excepcional. Ver bandas clássicas em festivais é algo imensurável, o público sempre conhece seus clássicos e os mais fanáticos cantam todas as letras, tanto que ouvir 100.000 pessoas cantando Going To Brazil ( do álbum 1916  que é uma homenagem da banda ao nosso país, depois da primeira passagem deles por terras Tupiniquins ) é algo de marcar na mente. Pena que na versão transmitida pela Multishow o público não apareceu cantando tanto. Para mim foi mágico sendo um dos melhores momentos da noite.

    Não há muito o que falar, com o Motörhead, é bordoada em cima de bordoada... e finalizando com as clássicas Ace Of Spades e Overkill, desculpem leitores não tem o que falar....

Set List do Motörhead:
1 - Iron Fist
2 - Stay Clean
3 - Get Back In Line
4 - Metropolis
5 - Over The Top
6 - One Night Stand
7 - I Know How To Die
8 - The Chase Is Better Than The Catch
9 - In the Name Of Tragedy
10 - Going To Brazil
11 - Killed By Death
12 - Ace Of Spades
13 - Overkill

Slipknot

     O Slipknot, voltava ao Brasil pela primeira vez desde o falecimento do baixista Paul Gray, no ano passado, e quem o substituiu Donnie Steelie não apareceu no palco fazendo uma homenagem simples discreta e bem bonita a uma pessoa que foi de extrema importância na banda. Completam a banda os músicos Sid Wilson nas picapes ( DJ ), Nathan "Joey" Jordison na bateria, Shawn "Clown" Crahan e Chris Fehn na percussão, James Root e Mick Thomson nas guitarras, Craig "133" Jones  no sampler e Corey Taylor  nos vocais, e este último havia se apresentado no dia anterior com sua outra banda, o Stone Sour.

    Palco gigantesco, pirofagia e inclusive trouxeram ao Brasil o mecanismo que roda a bateria ( espetacular ). Todos com macacões vermelhos e mascarados e constantemente iam até a galera parta saudar um público que estava maluco. Peso, força e comunicação perfeita, o Slipknot quis fazer o melhor show do festival e com certeza se não foi será um dos melhores, a quantidade camisas da banda no dia era comparável a apenas ao Metallica, então os mascarados fizeram a espera do público realmente valer a pena. A presença de palco deles é perfeita, e isso justifica na fama que eles tem hoje em todo o mundo, talvez seja uma das bandas mais novas com capacidade e gabarito para fechar um Festival e tomara mesmo que fechem a próxima edição em 2013. Before I Forget levantou a galera, claro que todas levantaram, como no inicio de Liberate, onde todo o Rock In Rio pulou sem parar, mas o público cantando o trecho I... do refrão foi fantástico. Tenho que destacar que o público brasileiro também deu um show à parte.

Set List do Slipknot:
1 - (sic)
2 - Eyeless
3 - Wait And Bleed
4 - The Blister Exists
5 - Liberate
6 - Before I Forget
7 - Pulse Of The Maggots
8 - Disasterpiece
9 - Psychosocial
10 - The Heretic Anthem
11 - Duality
12 - Spit It Out
13 - People = Shit
14 - Surfacing

Video: http://www.youtube.com/watch?v=LDCqoBjpHV8
 

Metallica

   Particularmente quando vi o anuncio oficial eu não acreditei que o Metallica viria dois anos seguidos ao Brasil, achei inacreditável ( confira aqui a matéria da primeira apresentação em São Paulo/SP ), e foi o que me fez escolher esse dia, e quando surgiu a intro com o filme The Good, The Bad And The Ugly nos telões já começou o 'furduncio' de cem mil fãs ensandecidos, que no refrão de Creeping Death já gritavam a plenos pulmões “Die, Die, Die...”. For Who The Bells Tolls deu sequencia e em Fuel, a plateia já estava nas mãos há muito tempo, depois Fade To Black foi o momento ímpar de quando a música deixa de ser balada e ganha o peso da guitarra de James Hetfield, que não distorce e o público deu sequencia e ele menciona após a canção, e refazendo o riff, normalmente é mais pesado, mas vocês pegaram a ideia ...Sensacional... 

    Depois pergunta se o público estava gostando do festival e que aquele era o melhor dia do festival para James, além de que o vocalista era um padrinho do Heavy Metal. Do último álbum Death Magnetic tocaram Cyanide e All Nightmare Long, para em seguida vir com o mais que clássico Sad But True, que foi cantado em uníssono por todos. Voltando no passado o quarteto tocou com precisão Welcome Home ( Sanitarium ) e a longa instrumental Orion ambas do Master Of Puppets, sendo que a última tocada em homenagem ao grande baixista Cliff Burton, pois completamos 25 anos de sua morte ( vale lembrar que a mesma música também foi cantada no Yankee Stadium em Nova York 10 dias antes ). Depois foi a vez da soberba exibição de One com explosões, fogos e tudo que tivemos direito, seguida por Master Of Pupttes em execução primorosa e Blackened, que dispensa comentários de como ficou o público. A primeira parte terminou lá em cima com a balada Nothing Else Matters e a mandatória arrasa quarteirão Enter Sandman

    O bis veio com o mega hit dos shows do Big Four Am I Evil ( cover do Diamond Head ) e Whiplash. Com as luzes acessas ( a pedidos de James Hetfield ) eles encerram sua participação com a magnífica Seek And Destroy e fecham mais de duas horas do maior e melhor show do Rock In Rio. Eles possuem hits de primeira e sabem fazer um show sensacional, que não deixou nenhum dos dezenas de milhares de fãs parados. Metallica ao vivo é Metallica ao vivo e sabíamos todos o porque das frases: “Are You Felling”, “Estamos Juntos”, mas sempre é METALLICA, e só isso já valeria qualquer ingresso. Como todo festival, cansativo, mas iria de novo, aplaudiria de novo, faria tudo de novo, e afirmo Metallica e Motörhead foram inesquecíveis com apresentações realmente impecáveis.

Por Marcos César de Almeida
Outubro/2011

Set List do Metallica:
1 - Creeping Death
2 - For Whom The Bell Tolls
3 - Fuel
4 - Ride The Lightning
5 - Fade To Black
6 - Cyanide
7 - All Nightmare Long
8 - Sad But True
9 - Welcome Home ( Sanitarium )
10 - Orion
11 - One
12 - Master Of Puppets
13 - Blackened
14 - Nothing Else Matters
15 - Enter Sandman
Bis
16 - Am I Evil?
17 - Whiplash
18 - Seek And Destroy

Video: http://www.youtube.com/watch?v=7_iVSwZDmqU
 

Ao lado: Marcos César de Almeida
 e Sérgio Reis

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