Eluveitie - Origins Latin American Tour
Sábado, 11 de Abril de 2015 no Carioca Club em São Paulo/SP

    Pela quarta vez no Brasil, a banda suíça Eluveitie, que vem se destacando e crescendo muito em todo mundo participando cada vez mais de importantes e tradicionais festivais no velho continente. Por aqui, graças as passagens anteriores, sendo em 2011 no Estúdio Emme ( confira resenha ), depois em 2012 no mesmo Estúdio Emme ( veja cobertura ) e em 2013 no Via Marquês ( saiba como foi ), o Eluveitie consolidou um crescente número de fãs e um carinho mais que especial com eles, já que o fã clube brasileiro é um dos mais participativos de todo o mundo e isto é dito repetidamente por eles em várias entrevistas.

    Chrigel Glanzman nos vocais, bandolin, flautas, gaita, violão acústico e bodhrán ( espécie de tambor tribal ),  Anna Murphy no hurdy gurdy ( viola de roda ), flauta e vocais, Ivo Henzi e Rafael Salzmann nas guitarras, Merlin Sutter na bateria e Patrick Kistler na gaita de fole e o novo integrante Matteo Sisti na flauta. Entretanto, mais uma vez, duas ausências foram sentidas: a violonista Nicole Ansperger e o baixista Kay Brem, que não estavam presentes por graves problemas de saúde, mas eles entraram no palco - que estava todo decorado com os temas do álbum Origins - com a empolgação de sempre.

     O Eluveitie vem divulgando o álbum Origins, o oitavo da carreira e que foi lançado em 2014. A introdução foi com esta canção de mesmo nome do disco, que quando começou a ser tocada para trouxe a banda no palco com todo o clima sombrio que os suíços sempre deixam, ou seja, tivemos poucas luzes e muita fumaça. Eles abrem o set com a matadora King do cd em divulgação, a seguinte e direto foi a Nil do Everything Remains ( As It Never Was ) de 2010 e nesse ponto estava claro a falta que fariam no show o baixista e a violinista, tanto que coube ao novo flautista Matteo Sisti usar sua flauta para cobrir as partes de violino, embora ficasse bem diferente era sensível e interessante a nova sonoridade que as músicas ganharam.

    Após as duas canções já tocadas, chegava a hora do vocalista Chrigel Glanzman explicar as ausências, que na verdade parece até uma "maldição", pois, sempre algo deste tipo sempre ocorre quando a banda vem para a América do Sul e explica que pela banda cada um daria 200% no palco para atender as expectativas de todos, já que o Eluveitie não queria adiar por um ano cancelando essa turnê, pois eles queriam muito retornar ao nosso belíssimo país, conforme o vocalista enfatizou. E então ele anuncia outra do novo cd Origins com a From Darkness, que deixou ficou bem claro como as partes do violino seriam feitas e o resultado foi bem interessante, já que o flautista Matteo Sisti fez as mesmas em seu instrumento.

    Uis Elveti do primeiro álbum Vên de 2003 foi a seguinte e sempre é interessante ver a penumbra que a banda toca em todos os shows, com as luzes iluminando mais a plateia que os próprios membros, e antes de anunciar a seguinte, o vocalista elogiava demais os fãs brasileiros e os exaltava como os maiores e mais loucos pela banda em todo o mundo são aqui do Brasil, os mais “loucos do mundo” disse Chrigel Glanzman, e claro, o famoso chavão "thank you my friends" foi muito utilizado pelo carismático vocalista em toda a apresentação. Dito isso, ele avisa que a seguinte seria a Thousandfold do maravilhoso cd Everything Remains ( As It Never Was ) e foi insano ver a música ao vivo, ainda mais ela sendo uma das minhas preferidas.

    Primordial Breath a primeira a ser tocada do álbum Slania de 2008, mostrava que a banda iria tocar um set extremamente extremo e pesado inclusive nessa música, o vocalista pediu para abrirem um "Wall Of Death", que foi prontamente atendido pelos fãs presentes no Carioca Club e mesmo não sendo como a versão Exodus, mas chegou muito perto, afinal, a reação do público é sempre a melhor possível, que recebeu logo em seguida, com sorriso no rosto a nova Sucellos.

    Chrigel Glanzman chama a frente Anna Murphy para cantar a próxima música, que até se surpreendeu pela receptividade e assim tivemos do cd Evocation I: The Arcane Dominion de 2009 a perfeita Ommos. Anna Murphy continuou na frente do palco e fez uma enquete explicando que a próxima música, a The Call Of The Mountains poderia ser cantada na língua pátria deles, o Romanche ( a suíça possui quatro idiomas oficiais e a versão proposta é o idioma mais usado na cidade natal da banda, o Romanche, e não "suíço alemão" como muito citado pós show ) ou em Inglês e pede que a plateia faça uma espécie de de votação e a escolhida claro que foi a versão em Romanche, porém, no final ela voltou para o inglês para que a galera pudesse cantar junto.

    Após a Inception do novo álbum Chrigel Glanzman lembra que a banda gravou há alguns anos atrás um álbum acústico e gostaria de tocar algumas neste formato em São Paulo. Com o apoio de todos tocaram primeiramente a instrumental Memento que foi acompanhada nas palmas, graças a simpatia de Anna Murphy e a belíssima Brictom com seu refrão contagiante veio depois ( ambas do do Evocation I: The Arcane Dominion ), que nos mostraram a vocalista cantando e utilizando de seu hurdy gurdy ( viola de roda ), levando com simplicidade muita emoção a cada um de nós.

    E em São Paulo em todas as coberturas da Rock On Stage, as duas últimas vezes Anna Murphy estava febril e não poderia cantar a mesma, mas dessa vez tivemos a bela A Rose For Epona do Helvetios de 2012 em uma linda versão acústica, sem dúvidas, para mim, o melhor momento do show, com a vocalista de pé e os demais sentados ( exceção de Chrigel Glanzman, que ficou de pé ao lado dela ), em um clima muito introspectivo que passou muita energia positiva no ar, tanto que no final, com sua cativante atuação, Anna Murphy tem seu nome berrado pelos fãs.

    Entretanto, depois de aclamar eles retoraram com as linhas pesadas com a fortíssima The Nameless do disco novo, o Origins, a pancada Kingdom Come Undone do Everything Remains ( As It Never Was ), que abriu o 'circle pit' a pedido do vocalista e digamos que foi forte. A trinca final da primeira parte do show contou com a nova The Silver Sister, outra do Everything Remains ( As It Never Was ), a Quoth The Raven e uma do Helvetios, a  Alesia, que juntas terminaram a brilhante apresentação.

    No bis, quase toda a banda volta com algum tipo de camisa do Brasil, menos o vocalista que permaneceu com a mesma roupa da primeira parte do show e vieram talvez com o maior hit da banda gravado no álbum Slania, o hino Iris Mona, fez todo o Carioca Club pular, cantar junto e tudo mais que todos tem direito quando querem se divertir. Anna Murpy convoca a galera para cantar com eles mais alguns trechos de canção e aumentar assim a euforia que os fãs estavam sentindo.

    A finalização que normalmente lá fora é com Helvetios ( que não ocorreu aqui e senti falta dessa música no show ) nesta data em São Paulo foi com a Tegernakô do álbum Spirit de 2006, porém, antes do tradicional adeus com todos a frente do palco após praticamente duas horas, o vocalista teceu enormes elogios aos fãs pela grande energia e adrenalina. Ele disse também que esta tour começava de maneira espetacular e então com palmas dos fãs, punhos ao alto e um clima de festa no ar, tocaram a Tegernakô em uma brilhante versão que emocionou o Carioca Club. O show encerrou com todos os músicos apresentando um enorme sorriso em seus rostos, que saudavam o público demonstrando muito carinho e alegria para então terminarem o show.

    Certamente esse show estará na lista de melhores do ano, pois tivemos uma apresentação vibrante e perfeita, mostrando o quanto o Eluveitie respeita seus fãs e como proporcionam sempre o máximo em seus shows. Vale ressaltar também a bela escolha dos horários, pois terminando mais cedo, o transporte público ainda se encontra aberto e todos podem comer seus lanches, tomar suas cervejas e ir em paz e com conforto até suas casas relembrando como foi o show.

    Um ponto negativo que alguns passaram foi que um pouco depois das luzes acenderem, por algum motivo a casa, inexplicavelmente literalmente fechou o banheiro não deixando ninguém mais entrar, entretanto, o bar se encontrava com o caixa aberto e bar idem, mas, segundo o assessor de imprensa da produtora, este fato não foi decisão deles e muitas vezes os seguranças tomam atitudes assim, sem consultar seus superiores, o que gerou um certo desconforto a alguns expectadores, e vale aqui a ressalva de que o som, acesso, tudo foi elogiado por todos e isso deve e foi repassado a Dark Dimensions, a produtora do show.

Texto e Fotos: Marcos César de Almeida
Agradecimentos à Durr Campos e a Dark Dimensions
pela atenção e credenciamento
Abril/2015

Set List do Eluveitie

1 - Origins
2 - King
3 - Nil
4 - From Darkness
5 - Uis Elveti
6 - Thousandfold
7 - Primordial Breath
8 - Sucellos
9 - Omnos
10 - The Call Of The Mountains
11 - Inception
12 - Memento
13 - Brictom
14 - A Rose For Epona
15 - The Nameless
16 - Kingdom Come Undone
17 - The Silver Sister
18 - Quoth The Raven
19 - Alesia
Bis
20 - Inis Mona
21 - Tegernakô

 Clique aqui e confira uma galeria com 12 fotos do show do Eluveitie em São Paulo/SP

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