The Seer

    A banda de Prog Metal The Seer teve sua origem em abril de 2020 na capital paulista e de lá para cá disponibilizaram alguns singles e videoclipes, além do primeiro álbum nomeado como The Answer. Muito bacana conhecer ótimas bandas como o The Seer, que nesta noite estava com a seguinte formação: Lucas Povinha nos vocais, Rafael Savone na guitarra, Clodoaldo Barboza no baixo, Lucas Cardoso nos teclados e Lucas Emídio na bateria.

    Repetindo a pontualidade de sempre nos shows realizados pela Circle Of Infinity Produções, precisamente às 17:45 ( horário previamente programado ), o The Seer foi ao palco para iniciar o seu show com a sólida canção Alone, que trouxe um Prog Metal empolgante, bem executado pela banda e que contou com o vocalista Lucas Povinha andando de um lado para o outro do palco o tempo todo.

    Acredito que eles estavam um pouco nervosos com a responsabilidade de abrir um show do Evergrey, porém, mantiveram sua técnica durante todo o seu tempo no palco do Estúdio Mirage Eventos.

    Aliás, esta primeira canção do set do The Seer foi interligada com Mother ( que é mais leve e faz um mergulho no Progressivo propriamente dito ) e ambas se mostraram muito bonitas, com partes que necessitam de habilidade para tocá-las, mudanças de andamento e harmonias nos vocais, sendo que devo salientar que o quinteto se saiu muito bem a cada instante resultando em vários aplausos por parte dos presentes, pois, tanto em Alone quanto em Mother deu para perceber que o seu Prog Metal é de uma linhagem mais melodiosa e que certamente capturou novos fãs para a banda.

    Antes da terceira, Lucas Povinha soltou um forte "Boa Noite Limeira....", repetiu a dose conclamando a nossa reação e complementou dizendo: "Cês tão cansados... ajuda o pai... porque o pai tá doente. Primeiro de tudo, queria agradecer a presença de todos vocês... para gente é uma honra apresentar para todos vocês... e a gente começou com dois sons nossos, o primeiro a Alone e segundo a Mother e, agora, vamos apresentar uma canção recente essa se chama Nothing".

    Desta maneira, o The Seer nos envolveu com as sonoridades feitas pelo tecladista Lucas Cardoso, com os vocais suaves de Lucas Povinha que ganharam um ritmo Progressivo e também com os longos solos de guitarra feitos por Rafael Savone, enfim, elementos que admiramos instantaneamente.

    Após os aplausos, gentilmente Lucas Povinha disse: "Obrigado... tem gente filmando... por favor... marca a gente no Instagram que vamos seguir de volta...", por fim falou: "vamos um 'coverzinho' diferente..." e inesperada, porém, muito bem tocada da pelo The Seer foi a versão de All My Life do Foo Fighters, que deu sequência ao show e provocou uma reação maior da plateia por ser bastante conhecida.

    Simpático, Lucas Povinha agradeceu com um "Obrigado... eu tenho que falar falar alguma coisa enquanto ele afina...," ( pois, tiveram um problema com a guitarra ) e convocou a todos nós para visitarmos a loja de merchandising da banda para ajudá-los a voltarem para São Paulo, isso antecedeu a elaborada Awake com uma atmosfera entristecida e dotada de uma andamento encorpado que fez que não tirássemos os olhos das atuações dos membros dos The Seer, que notadamente entregaram seus corações para a música.

    De um estilo mais pesado, com seus toques crus no baixo de Clodoaldo Barboza e com vocais agudos e sombrios, a canção Ego expôs um outro lado do quinteto, que de certa forma aproximou-os ao Mercyful Fate, porém, sem esquecer da sua veia Progressiva deixando esta composição deveras intrigante.

    O vocalista pronunciou: "Valeu... obrigado.... vamos fazer a nossa saiderinha agora..." e com alguns "aaaah..." por parte do público, ele brincou: "fingem que ficaram chateados... bom... essa é a faixa título do nosso disco..." e assim a relativamente introspectiva The Answer finalizou o show do The Seer com todo o seu emocionante estilo melodioso em seu princípio, que depois ganhou pouco a pouco mais peso através de seus longos solos de guitarra combinados com os toques de baixo, que foram acompanhados nas palmas e então Lucas Povinha aproveitou para apresentar a banda para nós e a cada nome dito por ele, muitos aplausos foram obtidos.

    No final do show, o vocalista agradeceu dizendo: "Muito obrigado... somos a The Seer..." e junto aos demais se posicionou para tirar aquela foto com todos nós ao fundo. Todavia, embora tenha sido um show que certamente renderá muitos comentários positivos sobre o The Seer e tenha mostrado uma banda em crescimento, muitos deixaram para chegar próximo do horário que o Evergrey estaria no palco e assim perderam uma competente atração de abertura.

Set List do The Seer

1 - Alone
2 - Mother
3 - Nothing
4 - All My Life
5 - Awake
6 - Ego
7 - The Answer

Evergrey

Viagem com muita categoria pelo tempo presente

    A última vez do Evergrey em Limeira ( e no Brasil ) aconteceu durante a passagem da The Atlantic South American Tour 2019 ( relembre como foi aqui ) há quase cinco anos e de lá para cá - desde quando disponibilizaram o álbum The Atlantic - o quinteto de Prog Metal sueco vive uma fase bastante criativa, mesmo com a famigerada pandemia de coronavírus, pois, eles enviaram para o mercado ( e os fãs ) os álbuns Escape Of The Phoenyx de 2021, A Heartless Portrait ( The Orphean Testament ) de 2022, Before The Aftermath também de 2022 e ao vivo, From Dark Discoveries To Heartless Portraits de 2023 ( com faixas ao vivo e versões de piano ) e o atual Theories Of Emptiness, álbuns que foram responsáveis por mais da metade do set list.

    E não sei a opinião de vocês, mas, adoro quando assisto à um show de uma turnê de um disco novo logo quando ele acabou de "sair do forno", quando ainda nem ouvimos ele direito e direto, mas, já sabemos que tais os outros dois citados no começo desta matéria, estará na lista dos melhores do ano, e adoro mais ainda, quando a sua turnê tem na América do Sul alguns de seus primeiros shows.

    Novamente no horário programado ( às 19hs ) ouvimos uma voz em inglês computadorizada dizer "Five Minutes...", essa voz voltou a ecoar pelo Estúdio Mirage Eventos dizendo "One Minute....", depois "Thirty Seconds..." até a regressiva final "Ten, Nine, Eigth, Seven, Six, Five, Four, Three, Two, One..." conectando-se assim com a introdução do show do Evergrey com uma climatização de luzes e sons criadas na casa nos conduzindo para recebermos Simen Sandnes na bateria, Johan Niemann no baixo, Rikard Zander nos teclados, Henrik Danhage na guitarra e o líder Tom S. Englund nos vocais e guitarra com a nova, vigorosa e envolvente Falling From The Sun, que a partir do momento em que seu clipe saiu há alguns meses já a apreciamos imediatamente.

    É bem verdade que em seus primeiros versos o microfone de Tom S. Englund falhou e foi rapidamente corrigido pela produção, entretanto, pensa que isso diminuiu a adrenalina dos ansiosos fãs do Evergrey? Nem um pouco, pois, todos cantaram, aplaudiram e socaram o ar enchendo o vocalista de alegria com este primeiro contato com o público presente.

    E essa pesada música do Theory Of Emptiness detém todos os seus solos melodiosos, sua melancolia e seus vocais cativantes provando como o novo disco é realmente muito bom e melhor ainda ao vivo já deixando claro que teríamos um showzão do Evergrey, que continuou com outra do novo disco, a Say que manteve o clima animado e garantiu a empolgação dos fãs, que corresponderam com os punhos ao alto e gritaram incessantemente o nome da banda.

    Tom S. Englung também gostou dos aplausos e dos gritos, perguntou como estamos e disparou a Midwinter Calls do A Heartless Portrait: The Orphean Testament com intensos "ôôôôôôôôô....ôôôôôôôôwww... ôôôôôôôuu" feitos pelos fãs entrelaçando-se na melodia da música e ampliando assim a vibração causada pela banda em toda a casa. Nos solos, tanto o vocalista quanto o guitarrista Henrik Danhage nos enfeitiçaram plenamente. No término da canção ficamos repetindo os "ôôôôôôôôô....ôôôôôôôôwww... ôôôôôôôuuu" por alguns segundos mais, que certamente emocionaram a banda pela intensidade aplicada.

    Recuando até o álbum The Storm Within de 2016, os suecos exibiram a Distance com suas linhas progressivas e introspectivas, que ao vivo penetram ainda mais em nossas almas, pois, eles executaram cada parte com a devida perfeição. Sem que tenhamos tempo para refletir na beleza da canção anterior tivemos em seguida a Weightless do The Atlantic com toda a sua potência tomando conta do Estúdio Mirage Eventos para depois sua melodia nos capturar ainda mais nesta brilhante apresentação do Evergrey, tanto que esta música ganhou muitas palmas em suas partes mais suaves.

    Após breves palavras com os fãs em que informou que este era o último show da tour sul americana, Tom S. Englund perguntou se estamos gostando do show e logo após o sonoro "Yeeeees" dos fãs chegara a hora de uma do disco Escape Of The Phoenix com a Where August Mourns e seus ares robustos, mas intimistas, que prontamente já curtimos e que contaram com toques belíssimos do tecladista Rikard Zander, além de muitos solos de guitarras feitos por Henrik Danhage e Tom S. Englund.

    Interligada com a anterior tivemos a canção que empresta seu título e encerra o novo disco com a quase instrumental A Theory Of Emptiness junta de uma imersão Progressiva marcante iniciada com toques nos teclados e uma voz feminina de fundo produzindo o ambiente que nos deixou de olhos fixados no palco assim que aclopou-se em A Silent Arc, simplesmente uma das melhores do álbum The Atlantic, que tal como no disco chegou dinamitando com sua carga singular e seu estilo soturno garantindo uma enorme quantidade de sorrisos de felicidade de nossa parte ao ver seus exuberantes solos de guitarras.

    Nos instantes finais de A Silent Arc, Tom S. Englung agradeceu com um sincero "Thank You So Much..." e questionou "Are You Ready.... Are You Reaaady?" para que exibissem em Call Out The Dark com todos gritando com ele o refrão desta música do álbum A Heartless Portrait: The Orphean Testament, que também teve os belíssimos e fortificados solos feitos por Henrik Danhage e Tom S. Englund em suas guitarras.

    Sem pausas... assim foi a maior parte do show do Evergrey nesta noite em Limeira e dando sequencia, o quinteto ganhou muitas palmas no ritmo de Eternal Nocturnal do Escape Of The Phoenix, que desfilou sua força e harmonia no Estúdio Mirage Eventos.

    Após muitos gritos de "Evergrey... Evergrey...", a banda nos colocou diante de uma intrigante melodia que foi acompanhada nas palmas e então relembrou do The Inner Circle de 2004 com o autêntico Prog Metal de A Touch Of Blessing para alegrar também os fãs das antigas. Com punhos para o alto, os fãs bradaram "hey... hey... hey..." e o Evergrey veio para cima com a King Of Errors do Hymns For The Broken de 2014, onde mais uma vez o público procurou cantar com Tom S. Englund.

    E com a plateia nas mãos, a banda notadamente contente com o calor do público comentou através de seu vocalista que tocariam mais uma do novo Theory Of Emptiness com a tensa e impactante Misfortune para então terminarem este grandioso show em Limeira com a Save Us do A Heartless Portrait: The Orphean Testament garantindo a catarse coletiva dos fãs que gritaram "hey... hey... hey..." socando o ar com muita adrenalina. Antes de saírem do palco, eles seguraram uma bandeira do Brasil dada por um dos fãs nos momentos anteriores e receberam 'toneladas' de aplausos e gritos "Evergrey... Evergrey...".

    Até pensei que teríamos um bis com mais algumas músicas, todavia, sabe aquela história do que é bom dura pouco?... pois é, ficou essa sensação no ar após quase uma hora e meia de show do Evergrey em Limeira, que fez uma apresentação praticamente perfeita e que nos mostrou pela primeira vez as músicas do novo álbum e o baterista Simen Sandnes, que é uma usina de fundição em ação e devidamente sincronizada com os demais.

    Vale dizer que ele entrou há pouco tempo no lugar de Jonas Ekdahl, que deixou a banda alegando o seguinte: "É importante que eu esclareça que a falta de paixão por tocar ao vivo é o único motivo da minha decisão. Não seria justo com a banda ou comigo mesmo continuar fazendo algo que não me empolga nem me traz felicidade."

     Como o dia seguinte era uma segunda feira, muitos não puderam esperar para o encontro com a banda no pós show, pois, os músicos ficaram por lá um tempo atendendo aos fãs, seja tirando fotos juntos, autografando os cd´s ou batendo um papo.

    Tudo bem fica para a próxima, mas, a certeza é que tanto eu quanto todos os demais vimos mais outro memorável show do Evergrey, que levou mais pessoas comparando-se com 2019 e que desta vez centrou suas músicas no presente de seus 28 anos de atividades, o que também é ótimo, importante e tornou este show especial.

Texto e fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos à equipe da Circle Of Infinity Produções
pela oportunidade, atenção e credenciamento
Julho/2024

Set List do Evergrey

1 - Falling From The Sun
2 - Say
3 - Midwinter Calls
4 - Distance
5 - Weightless
6 - Where August Mourns
7 - A Theory Of Emptiness
8 - A Silent Arc
9 - Call Out The Dark
10 - Eternal Nocturnal
11 - A Touch Of Blessing
12 - King Of Errors
13 - Misfortune
14 - Save Us