Scorpions - Humanty World Tour - 2007/2008
Terça-feira, dia 14 de agosto de 2007
no Credicard Hall em São Paulo/SPFlechas, flechas e mais flechas
Os guitarristas, especialmente Rudolf Schenker, trocavam de Gibson Flying V ( obras de arte ) a cada música, ganharam de Dave Mustaine do show do Megadeth de 2005 ( leia resenha aqui ). Ouvir a eletricidade da harmonia das guitarras do Scorpions é um momento único, especial, que enriquece demais a alma metaleira. Depois de doze anos da última vez que o Scorpions tocou em uma casa fechada, naquela vez foi no Olympia, desta vez; no Credicard Hall, a banda divulgando o seu novíssimo trabalho Humanty Hour I, fez um show impecável, para um Credicard Hall completamente lotado como nunca tinha visto antes, Klaus Meine ( vocal ), Rudolf Schenker ( guitarra ), Matthias Jabs ( guitarra ) Pawel Maciwoda ( baixo ) e James Kottack ( bateria ), mostraram mais uma vez, a nobreza das guitarras distorcidas do Scorpions.
Eles iniciaram o show com a música Hour 1, do novo álbum, e tocaram essa música com magia de mais de 30 anos de experiência em palco, se eles tentaram deixar uma impressão inesquecível desta música, eles conseguiram, foi um dos pontos distintos do set, pela tamanha maestria do som, da incrível precisão no ritmo, e depois emendaram com o clássico Bad Boys, em seguida Love’ em or Leave’ em, e a The Zoo, que como a primeira, impressionou devido ao som preciso, desde o ritmo, até o solo de Mathias Jabs com o Talk Box, a banda estava com muita moral no palco.
Depois prosseguiram com Deep And Dark, e logo após tocaram a Coast To Coast, na minha opinião, foi a melhor música do show. Essa música instrumental, eles tocaram com muita categoria, e na parte dos solos desta música, fizeram uma espécie de swing, variando sutilmente do solo original, quase imperceptível, mas quando você percebia, realmente emocionava, até o Klaus Meine tocou com uma Gibson Les Paul.
Depois desta performance, o Scorpions iniciou um show acústico, e o legal foi ver o violão em formato “V” do Rudolf Schenker, o mesmo usado no Live’n’Louder de 2005 ( leia como foi clicando aqui ), e nesta parte do show, eles tiveram uma ótima atuação, tocando Send Me An Angel, Always Somewhere e Holiday, e o que mais impressionou foram os solos dos guitarristas, tanto Matthias como Rudolf solaram nestas músicas, tocaram com muita habilidade, fizeram escalas muito rápidas de modo que eu sentia que não precisaria ouvir guitarra nenhuma, fazer solo no violão, com notas vigorosas é difícil e o Scorpions neste momento, deu aula.
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E após essa seqüência, o baterista James Kottak, que já tocou no Kingdom Come, fez o seu solo individual, solando muito rápido, com categoria, solou na percussão grave e aguda de sua bateria com muita técnica. Uma coisa interessante dos solos de James Kottak, é que ele é um dos poucos bateristas virtuoses do mundo, que tem uma grande habilidade em solar nos pratos, um dos únicos que solam desta maneira, fazendo um longo solo nos pratos, é o Carl Palmer do Asia, mas como Carl Palmer no show do Asia no início deste ano ( leia resenha ), Kottak solou nos pratos com muita habilidade, mas não fez um longo solo. Lembro-me que solou bem melhor ( inclusive nos pratos ) no Live’ n’ Louder em 2005, desta vez, foi mais discreto.
Após o solo de bateria, o Scorpions nos aplicou uma seqüência de clássicos que vieram a demolir o Credicard Hall. Iniciaram com a Blackout, lançando pura adrenalina e selvageria elétrica em nossas almas, e incrível a beleza das guitarras fazendo a base desta música, é como um curto circuito orquestrado, muita eletricidade e no solo da música, Mathias Jabs literalmente voou na guitarra, nos fazendo voar também. Logo após, foi a Big City Nights, e essa nos levou a um clima excitante de viajar no ritmo rock’n’roll moderno que está musica tem, todo o Credicard Hall cantou em coro, você olhava para o camarote e todos estavam extasiados e eles encerraram o show antes do bis com a Dynamite, mais uma vez mandando abaixo Credicard Hall.
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O show foi excepcional, uma das coisas que mais me impressionou no show foi à vitalidade dos músicos, Klaus Meine e Rudolf Schenker, estão beirando os sessenta, e não é brincadeira, são verdadeiros garotos, agitam e agitam demais tendo muita força e vitalidade, nos dando exemplo, do que o rock faz nas pessoas que usam dele como filosofia de vida. Percebi que eles adoram o Brasil, num momento do show a galera começou a cantar – “Olê, olê, olê, olê, Scorpions, Scorpions!!”, eles adoraram isso. Estava ouvindo muito nesses tempos o som do Scorpions dos anos setenta, quando o Ulrich Roth tocava no lugar do Mathias Jabs, e senti a falta de alguns clássicos desta época, mas o show foi perfeito e diante da incrível força desses músicos, esperamos que o Scorpions retorne muitas vezes aqui no Brasil.
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Texto: André Torres |