Velhas Virgens - Carnavelhas III: Bebadoriso
Abertura: Máfia do Blues & AC/DC Cover
Sábado, dia 02 de fevereiro de 2013
no Espaço Natureza em Itapira/SP

    Já está virando uma tradição: todo começo de ano a banda Velhas Virgens está presente em um evento feito pela equipe da Festa Rock de Itapira/SP. Em 2011, eles estavam realizaram um show baseado no cd Ninguém Beija Como As Lésbicas ( saiba como foi aqui ), depois em 2012 o show Rockin´Beer Tour, que comemorava os 25 anos da maior banda independente do Brasil ( confira os detalhes ). Estes dois shows tiveram repertórios mais Rock´n´Roll com todo o sarcasmo, irreverência e toda a presença divertida dos integrantes.

    Desta vez o local escolhido pela organização do evento foi o Espaço Natureza e foram colocadas como atrações de abertura, as bandas Máfia do Blues e Acid/C ( AC/DC cover ). Como o evento era open bar, então muitas cervejas, vodkas, refrigerantes estavam a disposição de todos em uma grande área para que os fãs pudessem curtir os shows e conviver na perfeita harmonia que temos sempre em shows de Rock e Metal. Vale lembrar também que todos ganharam de presente uma caneca da organização, que foi realizado entre os membros da Festa Rock e do Bonde do Bigode. Essa união garantiu a realização de um excelente evento.

Máfia do Blues

    Quando cheguei no Espaço Natureza, a banda Máfia do Blues já estava no palco e por conta de um pequeno atraso na saída de nossa galera, perdi as duas primeiras músicas do show do quinteto, a saber It's Not Easy do Blues Etílicos e a Sweet Home Chicago de Robert Johnson, mas executada por eles na versão do Blues Brothers. Enquanto estava realizando o credenciamento deu para ouvir Hoochie Coochie Man do inigualável Muddy Waters, perceber a qualidade da banda e assim aumentar a vontade de ver o show da banda.

    Quando executaram Velho Opalão do Garagem Bluseira foi que comecei a assistir efetivamente o show do Máfia do Blues, que é composta por Rafael Bolacha na guitarra e vocal, Beno Zaterka na gaita, Rodrigo Tres Notas no baixo e vocal, Kadu Silva na bateria e Thomas Zaterka nos teclados.

    Dispostos a homenagear grandes nomes da história, a próxima do set foi Keep On Rockin' In The Free World do Neil Young, onde o vocalista Rafael Bolacha pegou mesmo o espírito e tocou muito bem a música. Neste clima tocaram All Along The Watchtower do Bob Dylan e a ótima própria Old Boy, que é um boogie woogie com ênfase nos solos de gaita de Beno Zaterka e nos teclados de Thomas Zaterka.

    Para encerrar essa sessão do mais puro Rock'n'Roll e Blues tocaram Like A Hurricane, cover de Neil Young, depois lembraram que o evento era Open Bar, havia cerveja a vontade para todos e executaram a sua versão para Por Um Monte de Cerveja do nosso Celso Blues Boy.

    Nesta primeira vez que assisti um show do Máfia do Blues, posso dizer que eles passam aquele clima cheio de energia positiva que os Blues possuem e é muito bacana ver uma banda que não é de Thrash, Heavy ou Death Metal, embora eu adore esses estilos, Blues e Rock´n´Roll estão dentro da alma e me fazem um bem enorme.

Acid/C

    Havia conhecido o Acid/C ( AC/DC cover de Araras/SP ) no 5º Tributo Festa Rock em Itapira/SP no mês de junho de 2012 e na época ( confira resenha ), a banda havia provado a todos que estavam presentes, que sabem realizar um show muito empolgante e que respeitam as tradições do quinteto australiano.

    Tadeu nos vocais, Bonon e Yuri nas guitarras, Cabello no baixo e Neyton na bateria entraram no ótimo palco do Espaço Natureza e tocaram as músicas que cravaram o nome do AC/DC na história do Rock. Logo na abertura o clássico Hells Bells, que foi seguido por Live Wire e a vibrante Rock'n'Roll Train. Depois para fazer a galera agitar ainda mais executaram Thunderstruck e o guitarrista Yuri incorporou fielmente Angus Young. Mantendo a adrenalina em alta vieram Shoot To Thrill, a sensacional Back In Black e o Blues de Bad Boy Boogie.

    Mergulhando nos anos 70, o quinteto Acid/C tocou em seguida Jailbreak com seu ritmo eletrizante e provocou assobios da galera ao executar The Jack, com direito ao “Angus Young” Yuri tirando sua camisa em um curto strip-tease. Em seguida, tivemos Dirty Deeds Done Dirt Cheap que é uma das melhores músicas do AC/DC e de certa foram ignorada pela banda em suas últimas tours, mas, que foi muito bem executada pelo Acid/C, a cheia de vibração Wholla Lotta Rosie e a explosiva T.N.T..

    Entretanto, o melhor ainda estava por vir, pois após a revigorante Highwaty To Hell, o Acid/C encerrou o show com For Those About To Rock com dois pequenos canhões muito semelhantes aos que o AC/DC utiliza em seus shows disparando pequenos fogos, que emocionaram e nos fizeram relembrar ainda mais do honorável quinteto. Muito bom o show do Acid/C e melhor até que na última vez que assisti eles. Agora com o aquecimento feito brilhantemente era aguardar pelo show das Velhas Virgens.

Velhas Virgens

Neste últimos anos, acompanhei vários shows das Velhas Virgens, tanto que no ano passado foram dois, o já citado no início desta resenha em Itapira e outro em Mogi Guaçú/SP ( confira matéria ), mas em nenhuma dessas ocasiões havia assistido a banda formada por Paulão de Carvalho nos vocais, gaita e sax, Juliana Kosso nos vocais e pandeiro, Carlos "Tuca Pés-de-Arara" Paiva no baixo, Alexandre "Cavalo" Dias na guitarra e backing vocal, Roy Carlini na guitarra e Simon Brown na bateria executando o seu Carnavelhas.

    O projeto do Carnavelhas consiste em tocar músicas que possuem sua linha mais 'carnavalesca' de marchinhas muito bem adicionadas com o Rock'n'Roll bem humorado praticado pela banda. Nesta oportunidade as Velhas Virgens estavam divulgando o novo cd Carnavelhas III: Bebadoriso e o set foi baseado em músicas deste lançamento com outras dos outros dois Carnavelhas. Ou seja, nada de “Siririca Baby”, “A Mulher do Diabo”, “Sr. Sucesso”, “Só Pra Te Comer”, “Blues do Velcro”, “Beijos de Corpo”, “Abre Essas Pernas”, e tantos outros clássicos mais Rock e Blues.

    Eles começaram o show com Pro Samba Continuar e seguiram com Marcha da Catifunda provando que o lado hilárico da banda continua em qualquer linha que se enveredem. Depois tocaram a engraçada Marcha do Tira Roupa e a Marcha do Diabo. E o show prosseguiu com “Praia de Paulista”, “Samba do Mussum”, “Seu Madruga” e “Proíbe Que Eu Gosto”, que fizeram muitos curtirem e olharem atentamente a performance da banda enquanto outros desciam até a barraca de cerveja para encher os seus copos, e consequentemente entre uma prosa e outra, perdendo algumas partes do show.

    Desta vez não estávamos vendo apenas um show, mas uma festa completa com muita cerveja e outras bebidas 'grátis'. Por conta disso ( e da distância que era essa barraca do palco ), perdi alguns momentos do show, mas eles continuaram o set com “1 Chopps, 2 Pastel”, “Nos Bares da Vila Madalena”, “Marcha do Bullying”, “Como Zé Bonitinho” e “Aposentadoria de Malandro”.

    Depois chega a vez de Balança Mas Não Cai e Mauro, Eu Mesmo e Eu com seu trechinho de Black Sabbath nas guitarras de Roy Carlini e Alexandre Cavalo Dias. Juliana Kosso, que atuou mais no backing vocals e em instrumentos de percussão teve seu momento como vocalista principal ao cantar SP Pornô e Samba do Arnesto ( um dos clássicos do Demônios da Garoa ).

    Teve tempo ainda para “Carmem Miranda”, “São Paulo Meu Amor” e “Feijoada do Madruga”. Como sempre acontece, as Velhas Virgens deixaram as mais engraçadas de suas músicas 'carnavalhescas' para o final, pois tocaram O Homem do Bigode Cheiroso e a O Que Você Tem Na Boca Maria, que provocaram risos gerais.

    Para encerrar tivemos Vendedor de Bucetas, mas não havia tempo para o bis, por conta do horário avançado, e enfim, depois de praticamente duas horas, todos estavam bem felizes, não apenas pelo fato de terem assistido o show das Velhas Virgens, mas principalmente pelo tanto que beberam nesta Festa Rock. Que a cidade do Rock da região da baixa mogiana continue a trazer os grandes nomes para a felicidade.

Texto e Fotos Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos à Leandro Sartori, Pinna's
e também para as equipes
da Festa Rock e Bonde do Bigode
pela atenção e credenciamento.
Fevereiro/2013