Firewind - Immortals South America Tour 2018
Bar da Montanha - Limeira/SP
Domingo, 11 de Março de 2018
   

    Pela primeira vez em seus 20 anos de história, a banda grega Firewind, que é liderada pelo virtuoso guitarrista Gus G. se apresentou no Brasil na turnê de divulgação de seu último álbum de estúdio, o ótimo Immortals, que foi lançado em janeiro de 2018. E apenas duas cidades do país tiveram os shows do ícone do Power Metal da Grécia, sendo elas: São Paulo/SP no Manifesto Rock Bar e Limeira/SP no Bar da Montanha, local que foi realizado o último show da perna sul-americana da turnê e acompanhado pelo Rock On Stage. No repertório do shows, tivemos - obviamente - músicas do novo álbum e alguns clássicos dos seus oito ótimos álbuns de estúdio.

    Além das músicas e da apresentação calorosa por parte da empolgada banda grega, quem esteve no Bar da Montanha neste domingo pode assistir de perto um dos maiores guitarristas desta nova geração, pois, Gus G. se notabilizou tanto à frente do instrumento que foi selecionado por Ozzy Osbourne para integrar sua banda solo entre 2009 a 2017, onde substituiu nada menos que Zakk Wylde neste período em que gravou o álbum Scream com o 'Madman' e se apresentou no Brasil por duas vezes, sendo a primeira em 2011 ( relembre como foi ) e a segunda em 2015 na primeira noite do Monsters Of Rock ( confira os detalhes aqui ). Enfim, motivos para conferir um show do Firewind não faltavam.

    Formada atualmente pelo citado líder Gus G. na guitarra e backing vocals, Petros Christo no baixo, Bob Katsionis nos teclados, guitarra e backing vocals, Johan Nunez na bateria e Henning Basse nos vocais, o Firewind foi ao palco do Bar da Montanha no horário previsto, às 19:00hs, momento em que ouvimos a introdução instrumental mais épica devidamente conectada a música Ode To Leonidas com seus dedilhados que já emocionam. O primeiro a adentrar ao palco foi o baterista, que saudou a galera e se posicionou enquanto que os demais chegavam aos seus postos, momento que receberam os primeiros 'heeeeys' dos contentes fãs.

    E sem delongas, o Firewind exala sua vibrante energia com esta música do álbum Immortals, o primeiro com o novo vocalista Henning Basse, que estava muito à vontade no palco e sorrindo bastante. Já Gus G. solava sua Jackson com primor e maestria no tempo da música para empolgar cada um de nós e os demais forneciam o apoio necessário para que sentíssemos a habilidade do quinteto no palco.

    Com a plateia nas mãos, o Firewind prossegue com outra acelerada canção do novo trabalho, a We Defy, com uma certa agressividade nos vocais de Henning Basse, que por muito tempo comandou o Metallium e foi uma acertada escolha para os gregos. Nos solos, a combinação do que Gus G. fazia na guitarra com Bob Katisionis nos teclados é tudo que um fã de Power Metal deseja ver em uma apresentação ao vivo, que aliás, muitos consideram exagero, mas nós que apreciamos... consideramos exuberante e delicioso de se ver e ouvir.

    Contente Henning Basse saúda os fãs, pergunta se estamos bem e com uma intervenção de Gus G., que brinca com um palavrão e consegue várias risadas por conta disso, eles anunciam a Head Up High do The Premonition 2008 ( leia resenha ), que veio matadora e à toda velocidade que poderia ser desenvolvida pela banda, cantada com muita moral pelo vocalista e repleta daqueles solos guitarras acelerados, que mostraram um pouco da virtuose acumulada de Gus G. nestes anos todos com o importante apoio de Bob Katisionis na guitarra base, que depois faz o esperado solo de teclados junto ao Guitar Hero da noite.

Passado...

    Com uma sequencia na bateria deveras envolvente realizada por Johan Nunez e palmas dos presentes, Few Against Many, que intitula o álbum lançado em 2012 foi a próxima do set e Gus G. encaixava suas 'firulas' nas seis cordas de forma a não se tornar entediante, pois, as alinhava com o ritmo frenético da música, como por exemplo, quando fica mais lenta e com solos mais longos nos momentos em que direcionávamos o olhar para ele e sua guitarra.

    E a aceleração era tanta que nem deu para perceber quando eles a ligaram a outra das mais antigas, agora a Between Heaven And Hell, aliás, esta dá nome ao primeiro registro da banda de 2002, sendo que esta foi a mais pesada das canções exibidas até aqui e a que Henning Basse mostrou mais agressividade nos vocais, porém, Gus G. aplicou uma sequencia de solos estonteantes e nós contentes procuramos cantar alguns versos com eles nesta imersão do que posso considerar como um Power Metal mais clássico.

    Aos gritos de "Firewind... Firewind...", o vocalista pergunta se queremos mais e anuncia a World On Fire, que foi o single que precedeu o álbum Days Of Defiance de 2010 ( confira resenha ), que entrou com vigor pelo Bar da Montanha e prosseguiu o passeio pelos oito álbuns dos gregos alegrando formidavelmente a todos nós, que procurarmos ficar de braços ao alto e vozes à postos com Henning Basse no refrão, além é claro, de olhar para a sincronia da banda no palco. Nesta hora, o vocalista pega um celular de um fã, filma ele mesmo a banda e então devolve o aparelho nas nãos deste fã que jamais esquecerá isto.

    Com apenas uma leve distorção na guitarra de Gus G. servindo como 'terminador' da música anterior, a instrumental The Fire And The Fury do segundo álbum Burning Earth de 2003 foi o momento que Gus G. colocou toda sua destreza na guitarra em solos que esbanjam competência e o mais bacana foi quando ele 'duelou' com Bob Katisionis nos teclados, sendo que este também foi longe em seus toques garantindo alguns "yeeaahhh" e aplausos dos fãs que assistiam quase atônitos a tudo aquilo.

Presente

    De volta ao palco Henning Basse conversa novamente com os fãs e informa que tocarão uma 'fast song' de forma que a Hands Of Time do Immortals exibisse a eletricidade contida no novo disco do quinteto, pois, temos aqui uma canção Power Metal de primeira com seus vocais cativantes ( repleto de agudos fortes ), além de todos seus solos velozes, que nos fizeram novamente fitar os olhos em Gus G. e sua guitarra.

 

    O vocalista agradece de uma forma bastante contente e nos pergunta ser conhecemos o novo álbum Immortals, que é a primeira vez no Brasil e desta maneira os riffs robustos de Wars Of Ages ecoaram pelo Bar da Montanha em mais outra composição do atual cd, que unida aos vocais de Henning Basse demonstrou um ótimo ar mais Heavy Metal.

    Depois de ao menos umas cinco canções ligeiras na sequencia, o vocalista dispara um palavrão propositalmente falado para manter o clima de diversão no ar e Bob Katisionis faz seu esbelto solo de teclados flertando com melodias mais Clássicas e 'chama' Gus G. para participar e então deixa o baixista Petros Christo - mais atrás no palco - dedilhar suas cordas para que a mais lenta do Immortals, a Lady Of 1000 Sorrows com suas linhas mais dramáticas nos conquistassem com facilidade, pois, ao sentirmos a emoção que a banda desejava nos passar com esta composição, tanto que em retribuição nós já alternamos palmas ou mãos para o alto movimentando mais durante o andamento da música neste momento bastante emblemático.

    De volta ao Power Metal Melódico com a mais conhecida Mercenary Man ( que saiu em single e depois no álbum The Premonition ) nos colocasse diante daquela harmonia positiva que o estilo contém tanto que reagimos com vários "heys... heys..." e também cantando o seu refrão. Mais uma vez, Henning Basse faz questão de nos agradecer de uma forma toda peculiar e então faz seu solo de voz nos provocando para que tentássemos acompanhá-lo, o que para quem não é vocalista é muito difícil.

    Em seguida, com solos que transbordam voltagem, Gus G. iniciou a Tyranny e foi bacana ver a participação dele e de Bob Katisionis no refrão desta música do Forged By Fire de 2005 enriquecendo a sua versão ao vivo culminando com um solo grandioso de Gus G. em que você entende facilmente como ele foi escolhido para estar na banda de Ozzy Osbourne nesta que fechou a primeira parte do show. 

    Os fãs clamaram pelo retorno do Firewind e após alguns instantes, eles voltaram e o vocalista perguntou se queremos mais... ao obter a resposta positiva, ele mais uma vez comenta que esta é a primeira passagem pelo Brasil e chega a vez de Falling To Pieces do Alligiance de 2006, que contou com uma grande adrenalina do público para finalizar com muito brilho esta estreia do Firewind em Limeira, sendo que Gus G. fez questão de solar virando sua guitarra para todos os lados provando quem é o líder da banda. Gus G. reúne os demais na frente do palco, brada um forte "Thank You Very Much... Obrigado..." para depois abraçados, aquela foto com o público de fundo ser tirada encerrando o show que durou uma hora e quinze minutos.

Futuro

    Particularmente, já ansiava assistir um show do Firewind antes mesmo de Gus G. se tornasse o guitarrista do Ozzy Osbourne, até por conta da minha curiosidade natural em assistir shows de bandas de Heavy Metal de outros países que não sejam do eixo europeu mais tradicional ( ou seja, Inglaterra, Alemanha, Finlândia, Noruega e Suécia ) e no caso específico do Firewind, que sempre procurou disponibilizar álbuns fieis às tradições do Power Metal, esta curiosidade foi aumentando com o passar do tempo e cravo aqui... foi um ótimo show dos gregos no Bar da Montanha mesmo sem preencher todos os espaços como em outras ocasiões em que estive presente.

    Porém, quem não conferiu o Firewind desta vez pode marcar aí na lista de shows perdidos, pois, o quinteto representou com muita categoria seu país e o Power Metal e quando eles retornarem no país... anotem... será um belo programa para um domingo como este, onde registro meus parabéns para a toda equipe da Circle Of Infinity Produções por trazer shows como este para o público do interior paulista.

    Fechando esta matéria me lembro que gritei para o simpático Henning Basse pouco antes dele sair do palco do Bar da Montanha em definitivo a seguinte frase: "Great Singer Henning...", pois, já acompanhava seu trabalho à frente do Metallium e fiquei muito contente por assistí-lo também nesta noite e ele com toda generosidade que passou durante todo o show, me respondeu olhando para meu rosto: "Ohhh Thank You Man..." e são por momentos assim que um show que sentimos o prazer diferenciado que temos ao curtir Heavy Metal desde que nos conhecemos por gente.

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos para Edson Moraes e Cláudia Moraes da Circle Of Infinity Produções
e a Jeancarlo Oliveira
pela atenção e credenciamento
Março/2017

Set List do Firewind

1 - Ode To Leonidas
2 - We Defy
3 - Head Up High
4 - Few Against Many
5 - Between Heaven And Hell
6 - World On Fire
7 - The Fire And The Fury
8 - Hands Of Time
9 - Wars Of Ages
10 - Lady Of 1000 Sorrows
11 - Mercenary Man
12 - Tyranny
13 - Falling To Pieces

 

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