Exata uma semana do
excelente show do Stryper na Via Funchal ( veja
aqui como foi ), já
estávamos de volta a São Paulo para realizar mais uma cobertura especial
para o Rock On Stage. E pela primeira vez estaríamos cobrindo o Brasil
Metal Union - a celebração máxima do heavy metal brasileiro - o festival
que chega em sua 6a Edição e volta a ser realizado em apenas um
dia. O evento que já acontece na cidade de São Paulo desde o ano de 2000 é
uma marca para a divulgação de muitas bandas brasileiras que se destacam no
cenário underground.
Infelizmente, como moramos no interior do estado ( pouco
mais de uns 200km da capital do heavy metal brasileiro ) chegamos no
Espaço das Américas pouco mais das 17:30 ( um excelente local para a reunião dos
headbangers brasileiros, onde já acompanhei o Rock In The Planet com
o Edguy em 2004,
veja resenha ); este fato, nos fez perder o show de abertura dos paulistanos
do Monster que estão divulgando o seu terceiro álbum de
estúdio Harder, Thicker And Longer (
leia resenha ) e também dos
gaúchos do Hibria, trazendo pela primeira vez na capital paulista
um show do
ótimo álbum Defyng The Rules.
Karma
É meu caros amigos e amigas, morar no
interior do estado, trabalhar no sábado de manhã e partir para uma
missão como esta em uma das mais importantes cidades do país, não é
tarefa para qualquer um não, mas ainda assim, nós fomos. Depois de
realizar nosso credenciamento ( e registro o nosso muito obrigado
para Heloisa Vidal ), chegamos próximo ao final do show da banda
de prog metal
Karma que estava divulgando o novo álbum Leave Now.
Durante o seu
set que teve várias canções do novo trabalho eles apresentaram também um cover de Be Quick Or Be Died
do Iron Maiden que foi muito bem recebido pelo público, embora,
tivessem alguns problemas quanto a saída do som. Deu
tempo também para apreciar uma música de Leave Now com
You... e ver que os destaques da apresentação do Karma sem dúvidas
são: a presença de Felipe Andreoli - que mostrou uma grande técnica em
seu baixo - e o vocalista Thiago.
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Silent Cry
Pouco mais de 18:15 é a hora dos mineiros do Silent Cry,
os únicos representantes da cena gótica no evento, divulgarem o álbum Darklife
e mostrarem a nova vocalista Fabila Tozi, a bela ruiva que substitui
Sandra Felix. Após a Intro, ela começa a mostrar sua bela
voz e ótima performance com a música The Half Light. Fabila
se mexe bem no palco, tem carisma para comandar a platéria e mostra um metal gótico bem interessante, como por exemplo, nas músicas My Tears
Are Still Falling e Illusions Of Perfection - onde vimos que a mescla de vocais
femininos e os guturais masculinos
agradaram a platéia presente no festival.
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O Silent Cry apresenta as músicas The Wine´s Dance e
Remmembrances To
The Future,
além da nova Enigmatic - esta última, recebida com muitas palmas
pela platéia,essas três canções contagiam
bastante o público presente. Mantendo o ótimo ritmo do show tivemos o cover de Holy Diver
que fecha muito bem o set
da banda
( isso me
lembrou o magistral show do Dio em São Paulo - leia
aqui como foi ). Claro que os agradecimentos ao organizador Richard
Navarro foram uma constante de todas as bandas e o Silent Cry também deixa sua
mensagem para ele. Aliás, falando do Richard, registro aqui os meus parabéns também, pois
organizar um festival dessas proporções não é uma tarefa simples.
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Malefactor
Em seguida, às 19:15, temos uma das mais pesadas bandas da noite, os baianos
do Malefactor, que estão lançando o seu quarto álbum Centurian
e estão de
volta após representar o Brasil no Wacken Open Air 2006. Abrindo o show com
Under The
Black Walls Of Hell ( do novo álbum Centurian ) - confesso que fui pego de
surpresa pela banda, pois esperava um som mais pesado com vocais urrados, mais próximo ao que as
bandas de black metal costumam fazer e o que vi foi uma tremenda sonzeira de primeira.
Os vocais de Lord Vlad estavam perfeitamente fortes para que a galera
"bangeasse" bastante.
Seguindo com
uma brilhante artilharia sonora feitas pelas guitarras de Danilo Coimbra e
Jafet Amoêdo tivemos a segunda pedrada do Malefactor com The Pit
do álbum
Barbarian. A terceira do set foi a música
título do quarto álbum - Centurian - que mostrou uma forte levada melódica com destaque para o
tecladista Cris Macchi. Com fortes palhetadas começa Followers Of The Fallen, também do cd
Barbarian onde notei as ótimas inversões dos vocais de Lord Vlad e
ainda
Cris Macchi fazendo um solo de teclado bem marcante.
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Outra ótima canção que faz a galera agitar bastante é Castle Of
Carnal Sins do álbum Centurian. Clamando o público
headbanger para agitar bastante, o Malefactor apresenta Barbarian Wrath do cd Barbarian.
Encerram o seu excelente e surpreende set ( pelo menos para mim, que ainda não conhecia a
banda ) com um cover de Hells Bells do AC/DC
em uma versão
bem mais pesada que a original. Nesta música destaco a cozinha da banda com o batera Alexandre Deminco e o baixista
Roberto Souza que durante todo o show do Malefactor estiveram
precisos com seus
respectivos instrumentos.
Creio que a maioria
do belo público presente no Brasil Metal Union
gostaram do show do Malefactor.
Eles fizeram uma ótima apresentação, tocando com personalidade e empolgando bastante
o público, não foi por menos que eles foram realmente merecedores, com todos os méritos, por sua
escalação no Wacken Open Air.
Akashic
Pouco mais de 20:00hs é a vez dos gaúchos do Akashic
subirem no palco e quem dá as caras primeiro é o virtuoso guitarrista
Marcos De Ros
enrolado na bandeira do Brasil. Num evento que marca os ícones nacionais
de heavy metal, nada melhor que homenagear a pátria e é o que Marcos fez
tocando o hino nacional em sua guitarra. Um momento ímpar que Marcos
nos proporcionou, servindo para que ele ganhasse a platéia logo de início.
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O Akashic conta também com Rafael Gubert ( voz ),
Éder Bergozza ( teclados ), Maurício Meinert ( bateria
) e Fábio Alves ( baixo ) e seu show foi um prog metal de alta qualidade
que considerei ao lado do
Malefactor as grandes surpresas do BMU 2006 - pois eles fizeram ótimos shows que
empolgaram bastante a galera ( digo isso porque as bandas que viriam na
seqüência já são bandas bem mais conhecidas de todos nós ).
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A segunda do Akashic foi Revealed Secrets ( que abre o novo disco
A Brand
New Day ) música que Fábio Alves fez um ótimo solo de
baixo utilizando as técnicas de arpejos
e two-hands. O vocalista Rafael Gubert ficava brincando com o pedestal
de seu microfone
enquanto cantava For Freedom ( do Timeless Realm ). A
música seguinte foi
Give Me Shelter ( também do novo trabalho ) com direito
a muita digitação na guitarra de Marcos. Em seguida, tivemos a balada Voices And Signs
do cd Timeless Realm. Encerrando o set com Dove, mais
uma do primeiro disco ( onde notei o uso de slide para os solos de guitarra
) e Vaudeville - música do disco A Brand New Day
que teve um longo e excelente solo de teclados de Eder Bergozza. O
Akashic provou que tem gabarito para encarar vôos bem maiores e
deixou uma grata lembrança na memória dos fãs ao apresentar um guitar hero
neste BMU 2006.
Claustrofobia
Depois da seção progressiva foi a hora de rever uma das poucas bandas que sabem
realizar um thrash metal rápído, matador e agressivo como ninguém: Claustrofobia
- que está divulgando o seu terceiro disco Fulminant. Com certeza o show dos paulistas foi o mais energético da
noite até aqui ( momentos depois teríamos o Krisiun ) e
Marcus D'angelo ( guitarra e vocal ), Daniel Bonfogo (
baixo e backing vocal ),
Alexandre De Orio ( guitarra ) e Caio D'angelo ( bateria
) provaram isso
realizando um show com a mais pura detonação metálica.
Desde a
primeira música Disorder And Decay do novo álbum até a última
Enemy, o que
vemos é a tão hora aguardada para explodirem as "rodas de empolgação"
por todos os lados. Outras
nobres pancadas que "ajudam a sacudir" os pescoços de todos os headbangers presentes no Espaço das Américas
foram: Witness,
Insane Reality e Condemned.
O set continua com Roots Of Disease e Terror And Chaos ( do primeiro disco
)
que exibem quão mortífera é uma apresentação do Claustrofobia.
Posso dizer que é um
verdadeiro desafio a
qualquer headbanger que entre no show dos caras não ficar bangeando ao ouvir a
sonzeira promovida pelos guitarristas Marcus e Alexandre, seja
em trechos mais cadenciados ou mais rápidos.
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O
vocalista/guitarrista Marcus D´Angelo
está com uma presença de palco com muita atitude,
notadamente agressiva e impactante de forma bem carismática, como pude
perceber na música Reality Show. Em seguida, eles deixam o público
presente em êxtase coletivo com as músicas Paga-Pau e Eu Quero É Que Se Foda!!!. Para fechar a força
metálica em estado bruto tivemos as excelentes Thrasher e Enemy
- em suma um
verdadeiro massacre sonoro. Vale lembrar que foi a primeira vez do Claustrofobia
no BMU e com certeza
eles já deixaram saudades pela excelência de thrash metal apresentada nesta noite.
Tribuzy
A atração seguinte foram os cariocas do Tribuzy que promovem um heavy metal de
primeira e também presentes pela primeira vez no BMU.
Confesso que
estava curioso para ver o show do Tribuzy, pois não teriam os convidados que
vi na apresentação no Credicard Hall em 2005 ( que resultou num DVD que será lançado em breve
- leia
aqui como foi ) e de
certa forma, seria talvez, mais difícil para o Renato Tribuzy e os
músicos que o acompanham realizarem o show.
Ledo engano, esta visão minha provou-se completamente equivocada, pois todos
na banda estão totalmente afiadíssimos. Após os efeitos de guerra
introdutórios, adentram ao palco Frank Schieber e
Eduardo Fernandez nas guitarras, Flávio Pascarillo bateria, Ivan Guilhon
baixo e Renato Tribuzy nos vocais. Já se passavam uns quinze minutos depois das
dez da noite quando eles começarem o
set com a brilhante música
Execution - novamente tocada de forma perfeita fazendo que a banda
caísse nas graças da platéia. E o inquieto Renato Tribuzy,
corria para todos os lados do palco ( lembrando em muito o que
Bruce Dickinson costuma fazer nas apresentações da donzela ) e
mostrou possuir muito carisma
ao comandar a platéia, que respondeu e se divertiu com o show,
fato deixou sua apresentação
ainda melhor.
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Em seguida mais uma música de
Execution, desta vez com Divine
Disgrace, que é realmente ótimo de se ver os solos de Frank Schieber
e
Eduardo Fernandez detonando tudo nas guitarras ( e não posso
esquecer da precisa cozinha de
Flávio Pascarillo na bateria e Ivan Guilhon no baixo que também tiveram excelentes
performances ). Em Forgotten Time somos brindados com outro momento
onde o público delira e
acompanha Renato nos vocais, mas, a empolgação vem mesmo no cover de
Nature
Of Evil, música de Execution que é um cover da banda de Sinner
e foi cantada pelos headbangers presentes tornando-se um
grande momento do BMU.
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Falando em grandes
momentos, o show ainda contou com a matadora Agressive e fechou com
Beast In The Light - música que a galera aclamou sem parar. Foi um showzão do Tribuzy e com certeza os
headbangers do Espaço das Américas ficaram muito
satisfeitos. Mas, ainda tinha muito mais por vir...
Krisiun
A hora da primeira
"surpresa" da noite foi às 23:00 hs, horário que os gaúchos
do Krisiun subiram no palco e começaram a "destruição em massa" com o seu
perfeito death metal. A banda apresentava pela primeira vez nos palcos da
capital do estado o seu excelente novo álbum Assassination (
de onde mostraram as pedradas Bloodcraft e Vicious
Wrath ). O que
Alex
Camargo, Moyses Kolesne e Max Kolesne estavam nos
fazendo ver no palco era a
perfeita trilha sonora para o desembarque aliado na Normandia ( para quem não sabe,
quando as forças aliadas começaram a retomar a Europa dos alemães ),
estávamos sentindo o peso extremo, técnico e preciso na medida certa, enfim, a pancadaria que todos estavam
ansiosamente aguardando. Como pude perceber quandotocaram Hatred
Inherit, Thorns Of Heaven, Slain Fate para citar
algumas músicas.
Dizer que o Krisiun é brutal ou matador ao vivo é pouco, quem
nunca tinha visto os gaúchos ao vivo, como era o caso deste que vos
escreve, pode confirmar: eles são realmente exterminadores e praticam um death
metal de altíssima qualidade. Além da velocidade tirada na guitarra de
Alex e no baixo de Moyses, tínhamos Max
realizando um perfeito massacre em sua bateria. E Max nos
presenteou ainda com um solo de bateria tão espetacular que posso
compará-lo a
uma "CBU" sendo detonada em cheio na platéia ( Nota:
cluster bomb unit - bomba de fragmentação - neste caso com as
notas atingindo cada ouvido dos bangers presentes ). O que
tivemos foi uma fantástica exibição de como se toca bateria
com precisão, técnica e com o peso para banger nenhum ousar colocar defeito
- um
solo marcante mesmo. E não foi só
Max que mostrou quão afiado o Krisiun está, o guitarrista
Alex Camargo demonstra uma perfeita técnica também.
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O
vocalista/baixista Moyses que foi perfeito em seu baixo durante todo o
show, fez a técnica de two-hands várias vezes realizando uma grande performance e lembra de
bandas como o Chakal ( que voltou ) e que enfrentaram o underground. Aliás,
Moyses faz questão de ressaltar que o Krisiun pode ter
muita fama hoje, mas
vieram do underground e respeitam todas as bandas que estão batalhando para
chegar em estágios mais altos em suas carreiras.
Um grande momento do show é com
Bloodhshed ( canção título do álbum de mesmo nome de 2004 )
que faz novamente explodirem as rodas pelo Espaço das Américas.
O Krisiun aproveitou o seu tempo há mais que os outros convidados
para tocar músicas de toda a sua carreira, como por exemplo, a clássica
Conquerors Of Armageddon que marcou o encerramento da pequena mostra de
som extremo de grande qualidade que os gaúchos nos deram o prazer de acompanhar.
Angra
Sempre o intervalo de uma banda para outra era de aproximadamente de uns 20
minutos, mas o Angra demorou um belo tempo, que levou a platéia a ficar
gritando "au au au o Shaaman é pontual...". Bem, já estive em vários shows do
Shaaman e o público reagiu de forma inversa dizendo que o Angra
é pontual. Problemas com o horário e falas do público a parte, no meu ver essa demora foi causada também
para que tivéssemos uma regulagem de som um pouco melhor que algumas das bandas
anteriores ( haja visto que nas primeiras bandas o som não estava 100%
).
Regulagem feita, depois de quase uma hora de espera, tempo que muitos
aproveitaram para descansar, chega a vez do público ver o último show da
turnê do excelente álbum Temple Of Shadows. O set foi aberto com a
ótima Spread Your Fire e seguido com Acid Rain ( do
Rebirth ) que causou o delírio nos fãs
que se agüentavam em pé ainda ( depois do espetacular bombardeio sonoro promovido pelo Krisiun e de uma hora
de espera -
era uma tarefa difícil ficar em pé e o cansaço já batia na porta ).
Depois dessas duas músicas Edu Falaschi comenta sobre a alegria de estar no
Brasil Metal Union ( ele, o Aquiles e o Felipe são de bandas que já tocaram no
BMU em outras edições:
Symbols, Hangar e Karma respectivamente ) e emenda
em seguida a clássica Angels Cry ( do primeiro
disco de mesmo nome ) para ganhar de vez a platéia. Depois tivemos Waiting Silence
(
do Temple Of Shadows ) com acordes um tanto quanto diferentes que ficaram bem
interessantes, diga-se de passagem. Quem demonstrou que está com uma técnica
fabulosa foi Felipe Andreoli que realizou várias vezes técnicas
como two-hands e digitação no seu baixo.
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A música seguinte
foi Heroes Of Sand ( do Rebirth
) música que foi difícil ver alguém que não estivesse acompanhando Edu Falaschi nos vocais. Depois foi a hora da longa
Carolina IV do álbum Holy Land, onde os guitarristas
Kiko Loureiro e Rafael Bittencourt utilizam
alguns instrumentos de percussão para "ajudar" o polvo Aquiles Priester
a tocar esta música (
como se precisasse.... mas que criam um clima mais bonito na música ). Voltando a uma das melhores de
Temple
Of Shadows, tivemos Angels And Demons seguida da balada Wishing Well
que foi
dedicada a todos os músicos que se apresentaram e iriam tocar neste BMU
2006. Esta música foi alongada um pouco e o Angra promoveu uma excelente
versão da canção.
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Continuando o set,
chega a vez da pesada Nothing To Say do álbum Holy Land,
música que fez a galera novamente
acompanhar Edu nos vocais e o destaque vai para o lindo solo feito nos
teclados de Fábio Laguna.
Realizando um set conforme Edu Falaschi anunciou, que passou pelos clássicos do
Angra, chega a vez de Rebirth - acompanhada por palmas e vozes de
todos os presentes - um momento glorioso mesmo. E falando em clássicos, para
fechar duas canções que figuram entre as melhores de toda a carreira da banda: Carry
On ( do
primeiro álbum Angels Cry ) e Nova Era ( do Rebirth
) músicas que novamente criaram o clima de perfeita alegria e
delírio dos fãs presentes.
Já eram mais de 2 horas quando o Angra encerra o seu set e muitos não
agüentaram ficar até o final para ver as duas bandas que restavam e vão embora. Nesta
altura do campeonato o cansaço já tinha tomado forma, tamanho, força e tudo
mais. Quem sobreviveu a essa maratona de shows e agüentou pode
presenciar mais duas célebres apresentações conforme estarei contando abaixo.
Torture Squad
Os paulistanos do Torture Squad voltam ao Brasil após mostrarem a
Pandemonium Tour em palcos europeus e começam o seu brilhante show no BMU por volta das 2:40,
com um
set que fez uma viagem pelos seus principais sucessos dos seus quatro discos
de estúdio, porém, essa viagem era de muita porradaria sonora e quem
agüentou, teve que buscar forças para agitar com o thrash/death preciso
praticado pela banda. Amilcar, Castor, Vitor
e Mauricio começam com A Soul In Hell (
porrada do primeiro demo da banda ) e é marcante observar
a presença de palco de Vitor Rodrigues que não pára quieto um
momento e agita a cada música sacudindo sua grande cabeleira. A segunda foi Murder Of A God
do
disco Asylum Of Shadows que exibe todo o potencial de Maurício
na guitarra.
Então, chegando ao terceiro
trabalho The Unholy Spell,
nas duas músicas seguintes curtimos Abduction
Was The Case e a faixa título do álbum - The Unholy Spell - que
serviram para
ressuscitar qualquer headbanger que ainda pudesse estar cansado, afinal, com
tanta
empolgação demonstrada pelo Torture Squad, nós não tínhamos
outra escolha senão seguirmos o ritmo incansável da banda e criávamos forças
sabe-se lá de onde e agitamos com eles.
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E teve mais,
chegando ao último disco de estúdio, Pandemonium, tivemos Towers On Fire e a canção
que intitula o álbum, que
soaram extremamente agressivas para o deleite dos vigorosos fãs que se
agüentavam em pé ( já se passavam das 3 horas da manhã ).
E mantendo o legado
destruidor da banda tivemos Horror And Torture e Chaos Corporation
( esta última é uma nova canção que estará no próximo trabalho de
estúdio do Torture Squad ), num
momento muito especial, onde deu para sentir todo o entrosamento do baixista
Castor e do aclamado baterista Almicar. Vale lembrar que no
final o vocalista Vitor Rodrigues literalmente "vira o olho" e encerra de forma
majestosa o agressivo show do Torture Squad que deixa muitos fãs atônitos e
felizes.
Tuatha de Danann
Para fechar o Brasil Metal Union 2006 com chave de ouro, é a vez
dos mineiros de Varginha do Tuatha de Danann subirem no palco. O vocalista
Bruno Maia estava literalmente
no 'grau' e começa pouco depois das 4 da manhã, para os heróicos fãs que
estavam no Espaço das Américas, o show de mais uma grande banda do
Brasil. Eles praticam um ótimo folk metal e abrem o show com Bella Natura -
música do quarto trabalho da banda Trova di Danú, nem é preciso dizer que um
clima de festa medieval espalhou-se pela casa.
Foi maravilhoso ver a galera que já se misturava na
área em frente ao palco
dançando ( galera essa formada por jornalistas, músicos e alguns
privilegiados fãs ), cantando todas as músicas que eram tocadas pelos mineiros,
como por exemplo em Lover Of The Queen e Land Of Youth,
ambas do novo trabalho. O Tuatha de
Danann é uma banda que já tem uma bela estrada e sabe realizar um show que
empolga os fãs, aliás, nesta altura do campeonato, posso considerar quem
ainda estava por lá eram os reais fãs da banda mesmo, porque não era fácil
enfrentar o sono, o cansaço, enfim...
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Além de
Bruno Maia nos vocais, flautas e guitarras a banda conta com Rodrigo Abreu na bateria,
Giovanni Gomes no baixo, Leonardo Godtfriedt e Bernie
na guitarra. O entrosamento da banda é muito intenso e as melodias
exibidas no set deixam um clima de paz no ar, praticamente como se
estivéssemos todos numa festa dos hobbits do Senhor dos Anéis,
após beber muito
vinho.
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Mais uma que caiu feito uma luva nas graças da platéia foi a música Tan pinga ra tan
do
disco Tingaralatingadun, música que era possível ver todo o público interagindo com
Bruno, que a
cada música usava uma flauta diferente. E set segue com The Last Pendragon
do disco The Delirium Has Just Began... provocando
ainda mais alegria nos
presentes. Para contar a
história de Brazuzan é convidado ao palco um
gigante ( uma pessoa simbolizando o gigante ) que dança de uma forma
toda especial, distribui vinho para a galera e cria um momento bem divertido.
Voltando a apresentar uma música do novo trabalho, tivemos a ótima Believe Is True
seguida da clássica Finganforn - acompanhada nas palmas e
cantada por todos, marcando um formidável momento deste show do Tuatha de
Danann. Encerrando o set e também o
BMU, quase às 5 horas da manhã, novamente com muitas palmas da platéia, tivemos
The Dance Of The Little Ones do álbum
Tingaralatingadun.
Balanço Geral
Foram quase 14 horas de música nesta 6a
edição do Brasil Metal Union,
indiscutivelmente um dos maiores e mais importantes festivais de heavy
metal do Brasil. Todos nós sabemos quão difícil é
realizar um festival, ainda mais dessa magnitude e em um país que
não consegue-se apoio para uma empreitada tão grande. Antes de tocar
em alguns pontos polêmicos, tenho que ressaltar o clima de festa, alegria,
amizade, confraternização sentido por todos ( músicos, jornalistas,
organizadores e principalmente público ) nas dependências do Espaço
das Américas. Porém, tenho que abordar alguns temas aqui:
- A duração do festival deveria ser um pouco menor,
talvez até voltar a ter dois dias ou mesmo um, mas com menor tempo, pois um
longo período como este aumenta em muito o cansaço dos fãs para verem todas
as bandas que se apresentam. Era comum durante os intervalos de shows de uma banda e outra
serem vistos muitos literalmente "espatifadas" pelo cansaço no
Espaço das Américas. Esse cansaço não é sentido apenas pelo público (
estimado em 2.500 pessoas ), mas
por todos, bandas, imprensa, organização, patrocinadores, etc.
- Se o tempo de duração fosse menor,
um público maior, de distâncias maiores e mesmo da capital estariam presentes
e prestigiariam o evento até o final, pois poderiam retornar para suas casas
mais cedo ( nós do Rock On Stage, por exemplo, chegamos às 9
horas da manhã!!!! ). - Sei
que é difícil, ainda mais se tratando de um festival dessa grandeza, mas ter
um pouco mais de cuidado com a regulagem de som, pois no início algumas bandas,
mesmo com toda
a competência que sabemos que seus músicos possuem, eles não puderam mostrar isso
de forma adequada devido a alguns problemas neste campo.
Bem caro leitor(a) do Rock On Stage,
ainda assim o organizador Richard Navarro e todos que lhe ajudaram
merecem todo o respeito e os parabéns pela imensa batalha que deve ter sido realizar o BMU 2006
e posso acrescentar aqui que eles venceram com louvor. Que a festa do heavy metal
brasileiro continue em 2007!!! Fotos e Texto:
Fernando Júnior
Agradecimentos: Heloísa Vidal - Brasil Music Press
www.brasilmusicpress.com
e ao Lô
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