Brasil Metal Union 2006
Espaço das Américas - São Paulo/SP, sábado dia 19 de agosto de 2006

Com: Monster, Hibria, Karma, Silent Cry Malefactor, Akashic, Claustrofobia,
 Tribuzy, Krisiun, Angra, Torture Squad e Tuatha de Danann
 

    Exata uma semana do excelente show do Stryper na Via Funchal ( veja aqui como foi ),  já estávamos de volta a São Paulo para realizar mais uma cobertura especial para o Rock On Stage.  E pela primeira vez estaríamos cobrindo o Brasil Metal Union - a celebração máxima do heavy metal brasileiro - o festival que chega em sua 6a Edição e volta a ser realizado em apenas um dia. O evento que já acontece na cidade de São Paulo desde o ano de 2000 é uma marca para a divulgação de muitas bandas brasileiras que se destacam no cenário underground.
 
    Infelizmente, como moramos no interior do estado ( pouco mais de uns 200km da capital do heavy metal brasileiro ) chegamos no Espaço das Américas pouco mais das 17:30  ( um excelente local para a reunião dos headbangers brasileiros, onde já acompanhei o Rock In The Planet com o Edguy em 2004, veja resenha ); este fato, nos fez perder o show de abertura dos paulistanos do Monster que estão divulgando o seu terceiro álbum de estúdio Harder, Thicker And Longer ( leia resenha ) e também dos gaúchos do Hibria, trazendo pela primeira vez na capital paulista um show do ótimo álbum Defyng The Rules.

Karma

    É meu caros amigos e amigas, morar no interior do estado, trabalhar no sábado de manhã e partir para uma missão como esta em uma das mais importantes cidades do país, não é tarefa para qualquer um não, mas ainda assim, nós fomos. Depois de realizar nosso credenciamento ( e registro o nosso muito obrigado para Heloisa Vidal ), chegamos próximo ao final do show da banda de prog metal Karma que estava divulgando o novo álbum Leave Now.   

    Durante o seu set que teve várias canções do novo trabalho eles apresentaram também um cover de Be Quick Or Be Died do Iron Maiden que foi muito bem recebido pelo público, embora, tivessem alguns problemas quanto a saída do som. Deu tempo também para apreciar uma música de Leave Now com You... e ver que os destaques da apresentação do Karma sem dúvidas são: a presença de Felipe Andreoli  - que mostrou uma grande técnica em seu baixo  - e o vocalista Thiago.

   Silent Cry

    Pouco mais de 18:15 é a hora dos mineiros do Silent Cry, os únicos representantes da cena gótica no evento, divulgarem o álbum Darklife e mostrarem a nova vocalista Fabila Tozi, a bela ruiva que substitui Sandra Felix. Após a Intro, ela começa a mostrar sua bela voz e ótima performance com a música The Half Light. Fabila se mexe bem no palco, tem carisma para comandar a platéria e mostra um metal gótico bem interessante, como por exemplo, nas músicas My Tears Are Still Falling e Illusions Of Perfection -  onde vimos que a mescla de vocais femininos e os guturais masculinos agradaram a platéia presente no festival.

    O Silent Cry apresenta as músicas The Wine´s Dance e Remmembrances To The Future, além  da nova Enigmatic - esta última, recebida com muitas palmas pela platéia,essas três canções contagiam bastante o público presente. Mantendo o ótimo ritmo do show tivemos o cover de Holy Diver que fecha muito bem o set da banda ( isso me lembrou o magistral show do Dio em São Paulo - leia aqui como foi ). Claro que os agradecimentos ao organizador Richard Navarro foram uma constante de todas as bandas e o Silent Cry também deixa sua mensagem para ele. Aliás, falando do Richard, registro aqui os meus parabéns também, pois organizar um festival dessas proporções não é uma tarefa simples.

Malefactor

   Em seguida, às 19:15, temos uma das mais pesadas bandas da noite, os baianos do Malefactor, que estão lançando o seu quarto álbum Centurian e estão de volta após representar o Brasil no Wacken Open Air 2006. Abrindo o show com Under The Black Walls Of Hell ( do novo álbum Centurian ) - confesso que fui pego de surpresa pela banda, pois esperava um som mais pesado com vocais urrados, mais próximo ao que as bandas de black metal costumam fazer e o que vi foi uma tremenda sonzeira de primeira. Os vocais de Lord Vlad estavam perfeitamente fortes para que a galera "bangeasse" bastante.

    Seguindo com uma brilhante artilharia sonora feitas pelas guitarras de Danilo Coimbra e Jafet Amoêdo tivemos a segunda pedrada do Malefactor com The Pit do álbum Barbarian. A terceira do set  foi a música título do quarto álbum - Centurian - que mostrou uma forte levada melódica com destaque para o tecladista Cris Macchi. Com fortes palhetadas começa Followers Of The Fallen, também do cd Barbarian onde notei as ótimas inversões dos vocais de Lord Vlad e ainda Cris Macchi fazendo um solo de teclado bem marcante.

    Outra ótima canção que faz a galera agitar bastante é Castle Of Carnal Sins do álbum Centurian. Clamando o público headbanger para agitar bastante, o Malefactor apresenta Barbarian Wrath do cd Barbarian. Encerram o seu excelente e surpreende set ( pelo menos para mim, que ainda não conhecia a banda ) com um cover de Hells Bells do AC/DC em uma versão bem mais pesada que a original. Nesta música destaco a cozinha da banda com o batera Alexandre Deminco e o baixista Roberto Souza que durante todo o show do Malefactor estiveram precisos com seus respectivos instrumentos.

    Creio que a maioria do belo público presente no Brasil Metal Union gostaram do show do Malefactor. Eles fizeram uma ótima apresentação, tocando com personalidade e empolgando bastante o público, não foi por menos que eles foram realmente merecedores, com todos os méritos, por sua escalação no Wacken Open Air.

Akashic

    Pouco mais de 20:00hs é a vez dos gaúchos do Akashic subirem no palco e quem dá as caras primeiro é o virtuoso guitarrista Marcos De Ros enrolado na bandeira do Brasil. Num evento que marca os ícones nacionais de heavy metal, nada melhor que homenagear a pátria e é o que Marcos fez tocando o hino nacional em sua guitarra. Um momento ímpar que Marcos nos proporcionou, servindo para que ele ganhasse a platéia logo de início.       

    O Akashic conta também com Rafael Gubert ( voz ), Éder Bergozza ( teclados ), Maurício Meinert ( bateria ) e Fábio Alves ( baixo ) e seu show foi um prog metal de alta qualidade que considerei ao lado do Malefactor as grandes surpresas do BMU 2006 - pois eles fizeram ótimos shows que empolgaram bastante a galera ( digo isso porque as bandas que viriam na seqüência já são bandas bem mais conhecidas de todos nós ).   

    A segunda do Akashic foi Revealed Secrets ( que abre o novo disco A Brand New Day )  música que Fábio Alves fez um ótimo solo de baixo utilizando as técnicas de arpejos e two-hands. O vocalista Rafael Gubert ficava brincando com o pedestal de seu microfone enquanto cantava For Freedom ( do Timeless Realm ). A música seguinte foi Give Me Shelter ( também do novo trabalho )  com direito a muita digitação na guitarra de Marcos. Em seguida, tivemos a balada Voices And Signs do cd Timeless Realm. Encerrando o set com Dove, mais uma do primeiro disco (  onde notei o uso de slide para os solos de guitarra ) e Vaudeville - música  do disco A Brand New Day que teve um longo e excelente solo de teclados de Eder Bergozza. O Akashic provou que tem gabarito para encarar vôos bem maiores e deixou uma grata lembrança na memória dos fãs ao apresentar um guitar hero neste BMU 2006.

Claustrofobia

    Depois da seção progressiva foi a hora de rever uma das poucas bandas que sabem realizar um thrash metal rápído, matador e agressivo como ninguém: Claustrofobia -  que está divulgando o seu terceiro disco Fulminant. Com certeza o show dos paulistas foi o mais energético da noite até aqui ( momentos depois teríamos o Krisiun ) e Marcus D'angelo ( guitarra e vocal ), Daniel Bonfogo ( baixo e backing vocal ), Alexandre De Orio ( guitarra ) e Caio D'angelo ( bateria ) provaram isso realizando um show com a mais pura detonação metálica.  

    Desde a primeira música Disorder And Decay do novo álbum até a última Enemy, o que vemos é a tão hora aguardada para explodirem as "rodas de empolgação" por todos os lados. Outras nobres pancadas que "ajudam a sacudir" os pescoços de todos os headbangers presentes no Espaço das Américas foram: Witness, Insane Reality e Condemned.

    O set continua com Roots Of Disease e Terror And Chaos ( do primeiro disco ) que exibem quão mortífera é uma apresentação do Claustrofobia. Posso dizer que é um verdadeiro desafio a qualquer headbanger que entre no show dos caras não ficar bangeando ao ouvir a sonzeira promovida pelos guitarristas Marcus e Alexandre, seja em trechos mais cadenciados ou  mais rápidos.   

     O vocalista/guitarrista Marcus D´Angelo está com uma presença de palco com muita atitude, notadamente agressiva e impactante de forma bem carismática, como pude perceber na música Reality Show. Em seguida, eles deixam o público presente em êxtase coletivo com as músicas Paga-Pau e Eu Quero É Que Se Foda!!!. Para fechar a força metálica em estado bruto tivemos as excelentes Thrasher e Enemy - em suma um verdadeiro massacre sonoro. Vale lembrar que foi a primeira vez do Claustrofobia no BMU e com certeza eles já deixaram saudades pela excelência de thrash metal apresentada nesta noite.

Tribuzy

    A atração seguinte foram os cariocas do Tribuzy que promovem um heavy metal de primeira e também presentes pela primeira vez no BMU. Confesso que estava curioso para ver o show do Tribuzy, pois não teriam os convidados que vi na apresentação no Credicard Hall em 2005 (  que resultou num DVD  que será lançado em breve - leia aqui como foi ) e de certa forma, seria talvez, mais difícil para o Renato Tribuzy e os músicos que o acompanham realizarem o show. Ledo engano, esta visão minha provou-se completamente equivocada, pois todos na banda estão totalmente afiadíssimos. Após os efeitos de guerra introdutórios, adentram ao palco Frank Schieber e Eduardo Fernandez nas guitarras, Flávio Pascarillo bateria, Ivan Guilhon baixo e Renato Tribuzy nos vocais. Já se passavam uns quinze minutos depois das dez da noite quando eles começarem o set com a brilhante música Execution - novamente tocada de forma perfeita fazendo que a banda caísse nas graças da platéia. E o inquieto Renato Tribuzy, corria para todos os lados do palco ( lembrando em muito o que Bruce Dickinson costuma fazer nas apresentações da donzela ) e mostrou possuir muito carisma ao comandar a platéia, que respondeu e se divertiu com o show, fato deixou sua apresentação ainda melhor.

     Em seguida mais uma música de Execution, desta vez com Divine Disgrace, que é realmente ótimo de se ver os solos de Frank Schieber e Eduardo Fernandez detonando tudo nas guitarras ( e não posso esquecer da precisa cozinha de Flávio Pascarillo na bateria e Ivan Guilhon no baixo que também tiveram excelentes performances ). Em Forgotten Time somos brindados com outro momento onde o público delira e acompanha Renato nos vocais, mas, a empolgação vem mesmo no cover de Nature Of Evil, música de Execution que é um cover da banda de Sinner e foi cantada pelos headbangers presentes tornando-se um grande momento do BMU.

   Falando em grandes momentos, o show ainda contou com a matadora Agressive e fechou com Beast In The Light - música que a galera aclamou sem parar. Foi um showzão do Tribuzy e com certeza os headbangers do Espaço das Américas ficaram muito satisfeitos. Mas, ainda tinha muito mais por vir...

Krisiun

    A hora da primeira "surpresa" da noite foi às 23:00 hs, horário que os gaúchos do Krisiun subiram no palco e começaram a "destruição em massa" com o seu perfeito death metal. A banda apresentava pela primeira vez nos palcos da capital do estado o seu excelente novo álbum Assassination ( de onde mostraram  as pedradas Bloodcraft e Vicious Wrath ). O que Alex Camargo, Moyses Kolesne e Max Kolesne estavam nos fazendo ver no palco era a perfeita trilha sonora para o desembarque aliado na Normandia ( para quem não sabe, quando as forças aliadas começaram a retomar a Europa dos alemães ), estávamos sentindo o peso extremo, técnico e preciso na medida certa, enfim, a pancadaria que todos estavam ansiosamente aguardando. Como pude perceber quandotocaram Hatred Inherit, Thorns Of Heaven, Slain Fate para citar algumas músicas.

       Dizer que o Krisiun é brutal ou matador ao vivo é pouco, quem nunca tinha visto os gaúchos ao vivo, como era o caso deste que vos escreve, pode confirmar: eles são realmente exterminadores e praticam um death metal de altíssima qualidade. Além da velocidade tirada na guitarra de Alex e  no baixo de Moyses, tínhamos Max realizando um perfeito massacre em sua bateria. E Max nos presenteou ainda com um solo de bateria tão espetacular que posso compará-lo a uma "CBU" sendo detonada em cheio na platéia ( Nota: cluster bomb unit -  bomba de fragmentação - neste caso com as notas atingindo cada ouvido dos bangers presentes ). O que tivemos foi uma fantástica exibição de como se toca bateria com precisão, técnica e com o peso para banger nenhum ousar colocar defeito - um solo marcante mesmo. E não foi só Max que mostrou quão afiado o Krisiun está, o guitarrista Alex Camargo demonstra uma perfeita técnica também.

    O vocalista/baixista Moyses que foi perfeito em seu baixo durante todo o show,  fez a técnica de two-hands várias vezes realizando uma grande performance e lembra de bandas como o Chakal ( que voltou ) e que enfrentaram o underground. Aliás, Moyses faz questão de ressaltar que o Krisiun pode ter muita fama hoje, mas vieram do underground e respeitam todas as bandas que estão batalhando para chegar em estágios mais altos em suas carreiras.

    Um grande momento do show é com Bloodhshed ( canção título do álbum de mesmo nome de 2004 ) que faz novamente explodirem as rodas pelo Espaço das Américas. O Krisiun aproveitou o seu tempo há mais que os outros convidados para tocar músicas de toda a sua carreira, como por exemplo, a clássica Conquerors Of Armageddon que marcou o encerramento da pequena mostra de som extremo de grande qualidade que os gaúchos nos deram o prazer de acompanhar. 

Angra

    Sempre o intervalo de uma banda para outra era de aproximadamente de uns 20 minutos, mas o Angra demorou um belo tempo, que levou a platéia a ficar gritando "au au au o Shaaman é pontual...". Bem, já estive em vários shows do Shaaman e o público reagiu de forma inversa dizendo que o Angra é pontual. Problemas com o horário e falas do público a parte, no meu ver essa demora foi causada também para que tivéssemos uma regulagem de som um pouco melhor que algumas das bandas anteriores ( haja visto que nas primeiras bandas o som não estava 100% ). Regulagem feita, depois de quase uma hora de espera, tempo que muitos aproveitaram para descansar, chega a vez do público ver o último show da turnê do excelente álbum Temple Of Shadows. O set foi aberto com a ótima Spread Your Fire e seguido com Acid Rain  ( do Rebirth ) que causou o delírio nos fãs que se agüentavam em pé ainda ( depois do espetacular bombardeio sonoro promovido pelo Krisiun e de uma hora de espera  - era uma tarefa difícil ficar em pé e o cansaço já batia na porta ).

    Depois dessas duas músicas Edu Falaschi comenta sobre a alegria de estar no Brasil Metal Union (  ele, o Aquiles e o Felipe são de bandas que já tocaram no BMU em outras edições: Symbols, Hangar e Karma respectivamente ) e emenda em seguida a clássica Angels Cry ( do primeiro disco de mesmo nome  ) para ganhar de vez a platéia. Depois tivemos Waiting Silence ( do Temple Of Shadows ) com acordes um tanto quanto diferentes que ficaram bem interessantes, diga-se de passagem. Quem demonstrou que está com uma técnica fabulosa foi Felipe Andreoli que realizou  várias vezes técnicas como two-hands e digitação no seu baixo.

    A música seguinte foi Heroes Of Sand   ( do Rebirth ) música que foi difícil ver alguém que não estivesse acompanhando Edu Falaschi nos vocais. Depois foi a hora da longa Carolina IV do álbum Holy Land, onde os guitarristas Kiko Loureiro e Rafael Bittencourt utilizam alguns instrumentos de percussão para "ajudar" o polvo Aquiles Priester a tocar esta música ( como se precisasse.... mas que criam um clima mais bonito na música ).     Voltando a uma das melhores de Temple Of Shadows, tivemos Angels And Demons seguida da balada Wishing Well que foi dedicada a todos os músicos que se apresentaram e iriam tocar neste BMU 2006. Esta música foi alongada um pouco e o Angra promoveu uma excelente versão da canção.

    Continuando o set, chega a vez da pesada Nothing To Say do álbum Holy Land, música que fez a galera novamente acompanhar Edu nos vocais e o destaque vai para o lindo solo feito nos teclados de Fábio Laguna. Realizando um set conforme Edu Falaschi anunciou, que  passou pelos clássicos do Angra, chega a vez de Rebirth - acompanhada por palmas e vozes de todos os presentes - um momento glorioso mesmo. E falando em clássicos, para fechar duas canções que figuram entre as melhores de toda a carreira da banda: Carry On ( do primeiro álbum Angels Cry ) e Nova Era ( do Rebirth )  músicas que novamente criaram o clima de perfeita alegria e delírio dos fãs presentes.

    Já eram mais de 2 horas quando o Angra encerra o seu set e muitos não agüentaram ficar até o final para ver as duas bandas que restavam e vão embora. Nesta altura do campeonato o cansaço já tinha tomado forma, tamanho, força e tudo mais. Quem sobreviveu a essa maratona de shows e agüentou pode presenciar mais duas célebres apresentações conforme estarei contando abaixo.

Torture Squad

    Os paulistanos do Torture Squad voltam ao Brasil após mostrarem a Pandemonium Tour em palcos europeus e começam o seu brilhante show no BMU por volta das 2:40, com um set que fez uma viagem pelos seus principais sucessos dos seus quatro discos de estúdio, porém, essa viagem era de muita porradaria sonora e quem agüentou, teve que buscar forças para agitar com o thrash/death preciso praticado pela banda. Amilcar, Castor, Vitor e Mauricio começam com A Soul In Hell ( porrada do primeiro demo da banda ) e é marcante observar a presença de palco de Vitor Rodrigues que não pára quieto um momento e agita a cada música sacudindo sua grande cabeleira. A segunda foi Murder Of A God do disco Asylum Of Shadows que exibe todo o potencial de Maurício na guitarra.

Então, chegando ao terceiro trabalho The Unholy Spell, nas duas músicas seguintes curtimos Abduction Was The Case e a faixa título do álbum - The Unholy Spell - que serviram para ressuscitar qualquer headbanger que ainda pudesse estar cansado, afinal, com tanta empolgação demonstrada pelo Torture Squad, nós não tínhamos outra escolha senão seguirmos o ritmo incansável da banda e criávamos forças sabe-se lá de onde e agitamos com eles.   

    E teve mais, chegando ao último disco de estúdio, Pandemonium, tivemos Towers On Fire e a canção que intitula o álbum, que soaram extremamente agressivas para o deleite dos vigorosos fãs que se agüentavam em pé ( já se passavam das 3 horas da manhã ).

    E mantendo o legado destruidor da banda tivemos Horror And Torture e Chaos Corporation ( esta última é uma nova canção que estará no próximo trabalho de estúdio do Torture Squad ), num momento muito especial, onde deu para sentir todo o entrosamento do baixista Castor e do aclamado baterista Almicar. Vale lembrar que no final o vocalista Vitor Rodrigues literalmente "vira o olho" e encerra de forma majestosa o agressivo show do Torture Squad que deixa muitos fãs atônitos e felizes.

Tuatha de Danann

    Para fechar o Brasil Metal Union 2006 com chave de ouro, é a vez dos mineiros de Varginha do Tuatha de Danann subirem no palco. O vocalista Bruno Maia estava literalmente no 'grau' e começa pouco depois das 4 da manhã, para os heróicos fãs que estavam no Espaço das Américas, o show de mais uma grande banda do Brasil. Eles praticam um ótimo folk metal e abrem o show com Bella Natura - música do quarto trabalho da banda Trova di Danú, nem é preciso dizer que um clima de festa medieval espalhou-se pela casa.

    Foi maravilhoso ver a galera que já se misturava na área em frente ao palco dançando ( galera essa formada por jornalistas, músicos e alguns privilegiados fãs ), cantando todas as músicas que eram tocadas pelos mineiros, como por exemplo em Lover Of The Queen e Land Of Youth, ambas do novo trabalho. O Tuatha de Danann é uma banda que já  tem uma bela estrada e sabe realizar um show que empolga os fãs, aliás, nesta altura do campeonato, posso considerar quem ainda estava por lá eram os reais fãs da banda mesmo, porque não era fácil enfrentar o sono, o cansaço, enfim...

     Além de Bruno Maia nos vocais, flautas e guitarras a banda conta com Rodrigo Abreu na bateria, Giovanni Gomes no baixo, Leonardo Godtfriedt e Bernie na guitarra. O entrosamento da banda é muito intenso e as melodias exibidas no set deixam um clima de paz no ar, praticamente como se estivéssemos todos numa festa dos hobbits do Senhor dos Anéis, após beber muito vinho.

    Mais uma que caiu feito uma luva nas graças da platéia foi a música Tan pinga ra tan do disco Tingaralatingadun, música que era possível ver todo o público interagindo com Bruno, que a cada música usava uma flauta diferente. E set segue com The Last Pendragon do disco The Delirium Has Just Began... provocando ainda mais alegria nos presentes. Para contar a história de Brazuzan é convidado ao palco um gigante ( uma pessoa simbolizando o gigante ) que dança de uma forma toda especial, distribui vinho para a galera e cria um momento bem divertido. Voltando a apresentar uma música do novo trabalho, tivemos a ótima Believe Is True seguida da clássica Finganforn - acompanhada nas palmas e cantada por todos, marcando um formidável momento deste show do Tuatha de Danann. Encerrando o set e também o BMU, quase às 5 horas da manhã, novamente com muitas palmas da platéia, tivemos The Dance Of The Little Ones do álbum Tingaralatingadun.

Balanço Geral

    Foram quase 14 horas de música nesta 6a edição do Brasil Metal Union, indiscutivelmente um dos maiores e mais importantes festivais de heavy metal do Brasil. Todos nós sabemos quão difícil é realizar um festival, ainda mais dessa magnitude e em um país que não consegue-se apoio para uma empreitada tão grande. Antes de tocar em alguns pontos polêmicos, tenho que ressaltar o clima de festa, alegria, amizade, confraternização sentido por todos ( músicos, jornalistas, organizadores e principalmente público ) nas dependências do Espaço das Américas. Porém, tenho que abordar alguns temas aqui:

- A duração do festival deveria ser um pouco menor, talvez até voltar a ter dois dias ou mesmo um, mas com menor tempo, pois um longo período como este aumenta em muito o cansaço dos fãs para verem todas as bandas que se apresentam. Era comum durante os intervalos de shows de uma banda e outra serem vistos muitos literalmente "espatifadas" pelo cansaço no Espaço das Américas. Esse cansaço não é sentido apenas pelo público ( estimado em 2.500 pessoas ), mas por todos, bandas, imprensa, organização, patrocinadores, etc.

- Se o tempo de duração fosse menor,  um público maior, de distâncias maiores e mesmo da capital estariam presentes e prestigiariam o evento até o final, pois poderiam retornar para suas casas mais cedo ( nós do Rock On Stage, por exemplo, chegamos às 9 horas da manhã!!!! ).

- Sei que é difícil, ainda mais se tratando de um festival dessa grandeza, mas ter um pouco mais de cuidado com a regulagem de som, pois no início algumas bandas, mesmo com toda a competência que sabemos que seus músicos possuem, eles não puderam mostrar isso de forma adequada devido a alguns problemas neste campo.

    Bem caro leitor(a) do Rock On Stage, ainda assim o organizador Richard Navarro e todos que lhe ajudaram merecem todo o respeito e os parabéns pela imensa batalha que deve ter sido realizar o BMU 2006 e posso acrescentar aqui que eles venceram com louvor. Que a festa do heavy metal brasileiro continue em 2007!!!

Fotos e Texto: Fernando Júnior
Agradecimentos: Heloísa Vidal - Brasil Music Press
www.brasilmusicpress.com
e  ao Lô

Galeria de Fotos do  Brasil Metal Union 2006

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