|
|
|
Ao entrar no autódromo, me dei conta que as entradas convergiam para o famoso e histórico "S" do Senna e todo amante de automobilismo tem no saudoso piloto brasileiro um grande carinho, então, era comum pessoas tirando foto, descrevendo as curvas e relembrando histórias nos momentos que caminhávamos pela área. No domingo, embora os caixas eletrônicos ainda não funcionassem para sacar dinheiro, as fichas para alimentação já recebiam cartões, fato que trouxe grande transtorno no primeiro dia do Lollapalooza, e após checar isso, me dirigi ao palco onde assistiria a primeira banda do dia e seria o primeiro show do domingo.
|
|
|
|
A segunda foi a Lost Girl, apresentada e mencionada que se tratava de uma história triste, já que contava a vida do vocalista em um certo momento, que perdera duas namoradas ao mesmo tempo, mas, lembrou que por sorte teria mais oito, e então, conseguiu extrair muitos sorrisos da plateia. A partir deste fato, Eduardo Parrilho ganhou o público apresentando os membros da banda através de pequenas estórias em relação a música que cantaria, e antes de apresentar a seguinte, que seria a Godzilla, ele lembrou que a mesma também é conhecida pelas mulheres com TPM, porém, a música soa muito bem ao estilo "Hardão dos anos 70" e sempre é presença constante em qualquer show da banda.
|
O que seria das bandas de Hard Rock sem as suas groupies? E a da banda Doctor Pheabes? Bem, eles possuem uma música em homenagem para elas, onde foi anunciado que uma fã específica ( que obviamente não teve seu nome citado diretamente ) fez muito pela banda, para que eles pudessem chegar até onde estão, inclusive tocando no Lollapalooza e desta forma tivemos a Suzi. O rápido set se encerraria com a título do debut da banda, a Seventh Dogs, onde Eduardo Parrilho a cantou muito bem por sinal e lembrou a todos das redes sociais pedindo para acessarem e seguirem a banda, já que hoje, as mesmas são uma importante ferramenta de comunicação. Belíssimo show, que garantiu muitos pontos positivos o Doctor Pheabes e prováveis novos fãs entre os que assistiram.
|
|
Set List do Doctor Pheabes |
|
Three Days Grace
A banda canadense - cujo significado do nome é uma reflexão e em tradução livre seria "o que faria em três dias para mudar sua vida?" - é uma banda de Metal formada em 1997, que já lançou cinco discos e que em quase 20 anos de carreira conseguiu uma grande quantidade de fãs pelo mundo, que atualmente é por Barry Stock na guitarra, Neil Sanderson na bateria, Brad Walst no baixo e o novo integrante Matt Walst nos vocais.
Eles iniciaram sua apresentação com a I Am Machine do novo álbum Human de 2015, e claramente pela empolgação que percebi na plateia, muitos já conheciam a música, que tinha algumas poucas execuções ao vivo. A reação da plateia do Lollapalooza surpreendeu o Three Days Grace, que em retribuição executou o hit Pain do álbum One-X ( de 2006 ), que novamente contou com uma resposta muito positiva dos fãs e isso deixou os músicos notadamente felizes.
|
Agradecendo a calorosa acolhida, o vocalista Matt Walst apresenta seus colegas de banda e começa a introdução de Break, do álbum Life Starts Now de 2009, onde ele pediu para o público pular juntos com o Three Days Grace e foi prontamente atendido. Assim, com muito carisma, ele agradece por estar no nosso país e anuncia a Just Like You, música do primeiro álbum, que levou apenas o nome da banda e foi lançado em 2003.
A única do álbum Transit Of Venus de 2012 foi a Chalk Outline e como foi interessante analisar o Three Days Grace ao vivo, pois, todos estavam de preto, o que contrastava um pouco com o horário da apresentação, por volta das quatro tarde, e as luzes do palco fazendo muito pouco efeito. O quarteto é possuidor de uma baita presença de palco, bem característico de nomes considerados Pós-Grunge/Nu Metal, ou o quer que sejam, mas este quarteto pertence aos que agitam bem mais que as bandas da época do Grunge.
|
Outra do primeiro álbum da banda executada neste show no Lollapalooza foi a Home e o Three Days Grace consegue se manter naquela perigosa linha tênue: a de ser pesada demais para ser Pop/Hard e leve demais para os sons mais extremos, porém, dentre os que conseguem agradar bastante o seu público, que estava enfrentando a chuva, que estava se tornando mais constante. A próxima do show é do aclamado One-X e sua letra fala sobre "soltar o animal dentro da gente", assim, tivemos a Animal I Have Become, com todos cantando seus versos, que deu uma representação do que víamos todo o tempo, uma troca de energia entre público e banda, o que é bastante interessante.
Matt Walst pede para que gritem o nome da banda e a galera responde em alto e bom som "Three Days Grace... Three Days Grace" e desta maneira foi realizada a introdução de mais uma música nova e primeiro single do álbum Human com a Painkiller, bem diferente daquela que com certeza você está pensando e emendaram com outro do novo álbum, a Human Race.
|
Após a The Good Life do Life Starts Now, que não empolgou tanto... era hora do mega hit do álbum de estreia do Three Days Grace com a I Hate Everything About You, que fez o Lollapalooza a cantar bem alto, afinal, todos conhecem a música, certamente até você que possui alguma dúvida também deve conhecê-la, basta apenas procurar no Youtube, que provavelmente já a ouviu nas FM´s e a reação do público foi realmente absurda. Com todos ainda sem palavras após a execução desta última música, eles caminharam para a sequencia final com mais outro sucesso, a Never Too Late e finalizaram com a Riot, ambas do One-X. E o Three Days Grace antes de deixar o palco elogiou o público brasileiro e agradeceu a todos pela sua receptividade, em resposta foram muito aplaudidos pelo grande show de Rock que os canadenses nos proporcionaram neste final de tarde.
|
|
|
|
|
|
|
Outra qualidade da Pitty é sua postura junto ao público com uma comunicação simples e eficiente, e ao anunciar o sucesso Memórias presente no álbum Anacrônico ( de 2005 ), ela vira para a banda e fala: "Taca lhe pau", jargão bem conhecido por todos que gostam da Fórmula 1 por conta de uma brincadeira de duas crianças.
Outra do novo Setevidas foi a Um Leão e ao ver muita gente cantando, percebemos o quanto a Pitty influencia... principalmente a geração mais nova, embora isso já tenha sido citado linhas acima. E mais bacana ainda foi ver na música seguinte, a Pulsos do {Des}Conserto Ao Vivo ( de 2007 ) como os fãs estavam literalmente nas mãos da vocalista. A pesada introdução da recente Boca Aberta, que embora fosse bem pesada, continha uma levada bem Indie, o que caracteriza mais o estilo do Lollapalooza e levou uma sonoridade bastante atual, aliás, a cantora mostrou uma técnica diferente do que conhecemos com ela cantando.
|
A balada Me Adora, um dos grandes hits da carreira da cantora gravado no cd Chiaroscuro de 2009, foi muito bem recebida por todos, que cantaram seus versos bem alto, até atendendo os pedidos de Pitty. E aos gritos de "Pitty, eu te amo" a banda inicia outro sucesso, a Na Sua Estante, outra do {Des}Conserto Ao Vivo, que nas suas partes onde ficam apenas a guitarra de Martin Mendonça e a bateria Duda Machado juntos, a cantora e seu público cantando proporcionaram um momento de muita emoção e foi o grande destaque do show.
|
A pesada Máscara do disco de estreia da Pitty, o Admirável Chip Novo, volta a fazer todos pularem num friozinho chato que invadia o Autódromo de Interlagos, mas para ela ( e seus fãs ) pouco importava, pois, o desejo ( realizado ) era de se deixar um ótimo show realizado neste Lollapalooza e ela tratou de esquentar mais os fãs com outra de suas canções mais fortes, a Pouco do novo Setevidas, que encerraria o show, entretanto, a produção avisou que ela teria mais alguns minutinhos.
Desta forma, a plateia foi brindada com outra música, que após alguma dúvida de qual seria, a escolhida foi outra do novo trabalho: o primeiro single, intitulado Serpente, que terminou um brilhante show, onde Pitty e sua banda demonstraram sua grande maturidade ao ter o público bastante atento e não se dispersar durante toda a sua apresentação. Decerto, Pitty ganhou muitos novos fãs após esta participação no Lollapalooza e acredito que ela possa ter realizado um dos melhores shows dentre todos no festival, obviamente, atrás da magnitude do dia anterior com Robert Plant e do impecável show de Jack White, relembre clicando aqui.
|
|
|
|
|
|
Sempre discreto nas palavras, Billy Corgan trouxe ao Brasil uma baita banda de apoio com o baterista Brad Wilk do Rage Against The Machine, o baixista Mark Stoermer do Killers e o guitarrista Jeff Schroeder, que juntos dão o volume e barulho que conhecemos que caracterizam tão bem as 'aboboras amassadas', cuja origem data de 1987 e que já venderam mais de 30 milhões de álbuns, sendo vencedores de vários prêmios Grammy.
A cadenciada Ave Adore do cd Adore de 1998, foi a seguinte, e trouxe alguns toques distorcidos de guitarras, vocais com alguma agressividade e linhas alternativas bastante envolventes. Finalmente chegara a hora de exibir ao Lollapalooza duas do novo cd: primeiro a mais calma Being Beige - que vai ganhando potência em seu decorrer fazendo a galera prestar atenção em sua exibição - e depois, aos dedilhados, a interessante Drum + Fire, com um estilo alternativo mais suave, que foi bem recebida pelos fãs.
Aliás, na execução dessas duas músicas foi possível perceber claramente que a banda estava bem localizada mais ao centro do palco, porém, sem muita movimentação e a pouca conversa de Billy Corgan com a plateia, algo que já estava totalmente previsto até pelas características da banda fizeram o show um pouco mais frio.
|
|
|
|
|
|
Disarm, o megahit do álbum Siamese Dream empolgou a todos, e após esse último grande sucesso, por conta do horário, claramente muitos começaram a deixar as dependências do Autódromo de Interlagos, sendo que muitos dos presentes teriam que trabalhar no dia seguinte logo cedo e sair de eventos grandes não é uma tarefa fácil.
Essa galera perdeu as últimas quatro músicas do show do The Smashing Pumpkins, que se aproximando do final, foi realizado em grande estilo no meu ponto de vista, pois, veio primeiro com o Rock Alternativo mais intenso de One and All ( We Are ) do novo Monuments To An Elegy, seguiu com a United States, que foi a única do Zeitgeist ( de 2007 ) no show e contou com uma sua poderosa introdução de bateria, que ao vivo ficou ainda melhor e exibiu mais peso, graças ao poderio de Brad Wilk nas baquetas que acrescentou muito mais punch e a última antes do bis, que foi a clássica Bullet With Butterfly Wings do Mellon Collie and The Infinite Sadness, que fez a galera pular freneticamente e cantar com Billy Corgan seu refrão, enquanto observava os seus solos de guitarras mais 'nervosos'. Neste momento, o vocalista soltou um rápido agradecimento com "Thank Yoy Saooo Pauloo, I Love You" e saiu do palco.
|
|
|
|
|
|
Acredito que o Lollapalooza foi novamente um festival perfeito, assim como todas edições que o Rock On Stage esteve presente, afinal, a organização respeitou o horário de encerramento conforme o programado e apenas na saída, onde tive o mesmo problema do ano anterior, pois, quem preferiu ir de transporte público, infelizmente, teve algum transtorno, porque a CPTM, mesmo com 70 mil pessoas no Autódromo de Interlagos, não preparou nenhum esquema especial para a população chegar em casa de maneira mais confortável.
Texto: Marcos César de Almeida
Fotos: Marcos César de Almeida, Mattina - I Hate Flash, Mila - I Hate Flash,
Schaepfer - I Hate Flash e M. Rossi
Agradecimentos Costábile Salzano Jr. e equipe da T4F
pela atenção e credenciamento
Junho/2015
|