Detonator e As Musas do Metal
Abertura:
Acid/C (AC/DC Cover), Kerozene, Militia e Plastic 3
Sábado, 12 de outubro de 2013
no Santa Fé Eventos em Itapira/SP

    Um dia após o majestoso show do Black Sabbath em São Paulo/SP tive a oportunidade de assistir o filho do deus Metal, Detonator e As Musas do Metal em plena turnê que antecede o lançamento do primeiro cd em mais uma produção dos amigos Leandro Sartori ( Festa Rock ) e Fernando Pinna´s ( Megaphone Tablóide ). Da última vez que havia visto Detonator foi quando ele estava ainda no Massacration ( saiba aqui como foi ) e a curiosidade por conhecer mais de seu trabalho solo era grande.

 

Acid/C ( AC/DC cover )

    Quando adentrei ao Santa Fé Eventos, o Acid/C de Araras/SP já se encontrava no palco relembrando os sucessos do AC/DC com Tadeu nos vocais, Bonon e Yuri nas guitarras, Cabello no baixo e Neyton na bateria e ouvir os grandes clássicos gravados pelos australianos é certeza de sonzeira. Estavam tocando simplesmente Hells Bells com todo o seu clima envolvente neste exato momento.

    O vocalista Tadeu diz que vai esquentar mais e executam Jailbreak, que mais garante a agitação dos ainda pouco presentes. Ao comentar da próxima música, o vocalista enfatizou que sua voz não está em tantas boas condições nesta noite por culpa de Ozzy Osbourne, em uma clara referência ao show da noite anterior, e claro que compreendemos, pois quem esteve lá como ele e este resenhista, sabe o grau que foi o show do Black Sabbath em São Paulo, se você não foi, confira aqui na resenha do Rock On Stage maiores detalhes para entender o que aconteceu.

 

    E embora não tenha notado uma queda na performance dos vocais de Tadeu, The Jack foi tocada com todo seu ritmo e sua letra cheia de sacanagens com direito até um pequeno strip do 'Angus' do Acid/C.

    Prosseguiram o show esquentando ainda mais com a vibração presente em Thunderstruck e com a sensacional Let There Be Rock, esta última, além de ter sido bem tocada teve muitos daqueles solos de guitarras eletrizantes que estão na história do Rock´n´Roll. E aproveitando cada segundo do show, não param e continuam com You Shook Me All Night Long e finalizam com a explosiva T.N.T. em mais outro ótimo show.

 

Plastic 3

    Foi durante a última Festa Rock ( confira cobertura ), que a organização começou com uma nova ideia que caiu muito bem: a inclusão de uma banda na área externa do Santa Fé Eventos, que fosse tocando durante o intervalo das bandas que se apresentam no palco principal da casa.

    E a escolhida para esta noite foi o Plastic 3, uma banda de Itapira/SP formada por Letícia Souto nos vocais, Pedro Rosário na percussão e voz, além de Eliel Sartori no violão, que juntos apresentaram versões de vários clássicos do Rock em formato de Folk.

 

 

    Eles foram muito bem e tocaram músicas como Who'll Stop The Rain do Creedence Clearwater Revival, Rock´n´Roll do Led Zeppelin em uma versão acústica e 'bluesada'.

    E entre um papo e outro com os amigos ouvi Star Me Up dos Rolling Stones e My Hero do Foo Figthers causando até uma certa surpresa, muito positiva por sinal, mostrando que o trio tem talento e condições de brilhar.

 

Militia

    A primeira vez que assisti o Militia foi no 7º Tributo Festa Rock ( confira cobertura ) neste ano e a banda conta com um grande esquema de produção para uma quem está trilhando o underground: seus shows possuem iluminação própria, que interage a maneira que suas músicas são tocadas e um visual todo obscuro de seus integrantes, que caem perfeitamente na proposta banda.

    E o som praticado por Randal nos vocais, Michel na guitarra, Marcel no baixo e Henrique na bateria caminham para o lado mais Industrial como os alemães do Rammstein, porém, com um grande diferencial: com letras em português.

    A primeira do set foi Caronte, que teve uma bela aceitação dos presentes e o vocalista Randal parecia um maestro regendo seus fervorosos fãs, é caro leitor(a) muitos foram no Santa Fé Eventos exclusivamente para assistir o show do Militia, ou seja a banda está em franco crescimento. Depois com linhas mais fantasmagóricas que fizeram os presentes agitarem bastante tivemos a Ich Will.

    De início mais introspectivo, Cuidado foi a terceira do set, que ganhou muita energia à maneira que recebeu mais peso agradando bastante. Randall nos perguntou se estávamos gostando e aproveita para agradecer ao Leandro pela oportunidade e então tocaram a Sonne.

    A música Escuridão provou ser a mais conhecida dos presentes no Santa Fé Eventos pelo tanto de palmas que este New Metal ganhou gerando até algumas rodas na pista. Atendendo aos pedidos da plateia o Militia executou a pesada Escuridão para encerrar sua apresentação com Du hast e A.S.S.A.L.T.O., com aquelas linhas industriais características.

Plastic 3

    Na segunda parte do show do Plastic 3 tivemos mais algumas boas versões que nos levaram para os anos 70 com Stand By Me de John Lennon, California Dreams do The Mamas And The Papas, a versão de surpreendente por ser acústica de Orgasmatrom do Motörhead e Eleanor Rigby dos Beatles, esta última aliás contou com uma atuação com muito feeling da vocalista Letícia Souto. O Plastic 3 foi uma grato brinde desta noite e fizeram um ótimo entretenimento antes do próximo show.

Kerozene

    Fazia um tempo que não assistia um show do Kerozene, banda de Mogi Mirim/SP, que segundo o vocalista e guitarrista Alexandre está mesmo um pouco ausente dos palcos devido ao período de composições e gravações do primeiro cd da banda. Junto a Alexandre temos Rodrigo no baixo, Tuco na bateria e André na outra guitarra. Entretanto, no palco e tocando os covers que sempre tiram, o Kerozene incendeia qualquer plateia.

     A primeira que pôs fogo no povo foi Wherever Man I´m Roam do Metallica e o contente vocalista avisa que está de volta ao Santa Fé, relembrando-se provavelmente de quando abriram o show do Angra ( confira como foi ). A segunda foi a competente versão da banda para Man In The Box do Alice In Chains enquanto o público pede mais sons, que eles ouvem e agradecem pela energia passada. Se tivessem mais tempo certamente tocariam todas as pedidas e mencionaram que fariam um show de três horas e aí sim atenderiam a todos os pedidos.

    E assim, Breaking The Law do Judas Priest e Fear Of The Dark do Iron Maiden fizeram todos cantarem com ele, especialmente a última, onde a galera, que estava muito afiada cantou os "ôôôôô" durante até os solos de guitarras igual aos shows da "Donzela". Em seguida, um clássico do Punk Rock com Blitzkrig Bop do Ramones e mais Iron Maiden com The Trooper, que manteve a potência do show lá em cima.

    Leandro Sartori pede um minuto para o Kerozene e anuncia os vencedores de uma promoção, que sorteou dois ingressos para o Monsters Of Rock, que aconteceria na semana seguinte enchendo de alegria aos vencedores. A banda retoma seu show com a porrada Crazy Train de Ozzy Osbourne, que fez o público se divertir bastante e fechou sua apresentação com Run To The Hills do Iron Maiden e Enter Sandman do Metallica. Bom saber que o Kerozene está de volta e com a mesma capacidade de inflamar que sempre tiveram.

 

    

Detonator e as Musas do Metal

    O show do Kerozene até que foi curto, era até que um tanto cedo e imaginei que o nosso encontro com o filho do deus Metal não demorasse para acontecer, mas um imprevisto com uma pedaleira acabou por atrasar seu início. Detonator está preparando seu primeiro cd solo somente com músicas cantadas em português, que é temático com letras inspiradas no folclore brasileiro, mas sempre com aquele toque de humor característico do trabalhos de Detonator.

    A banda do ex-Massacration é composta pelas beldades Paulitchas Carregosa e Isa Nielsen nas guitarras, Juliana Farias no baixo e Iza Molinari na bateria, que são excelentes musicistas, tocaram muito bem e passaram muita sensualidade sem forçar ou ser vulgar.

 

    Com direito a um "house announcer", que convoca a presença do Detonator no palco, o show começou com os gritos de "ai..ai...ai...em...cima...embaixo..." que caracterizam o clássico Metal Is The Law, composição dos tempos do Massacration. Esta música fez a voltagem da apresentação elevar-se bastante e o vocalista sorri ao ver a plateia gritar o seu nome, nos contou uma história e brinca com a galera, afinal, o show dele não é só Heavy Metal, tem muito irreverência também, e avisa que tocará várias músicas do cd, mas todas em português e aí Boitatá foi tocada com todo o seu ritmo pesado e hilário.

    Detonator começa a contar que vindo para Itapira e não vendo ninguém na cidade, imaginou que tivessem apenas uns 300 habitantes, e após ter subido no palco, vendo a galera presente pensou que todos eles estivessem no Santa Fé Eventos ( bem ele não conhece Pinhal ) e imaginou que a causa fosse a mesma que aconteceu com "metal land": uma invasão zumbi. Assim, ele e suas Musas do Metal executaram Metal Zumbi com um carisma e peso muito grandes.

    O frontman conta uma história em seguida sobre o Alexandre Frota e inclusive o imita, mas se lembra do Curupira, outra figura folclórica brasileira e que o nome lembra Itapira.... Detonator estava bastante humorado mesmo.

 

    Em seguida tocou O Negócio É, que é um Heavy Metal bem interessante onde as guitarristas Paulitchas Carregosa e Isa Nielsen solaram com destreza e ao vê-las no palco, todas elas, a imagem das meninas do The Iron Maidens não saia da minha cabeça seja no quesito capacidade ou no beleza.

    Conhecida dos fãs Evil Papagali provocou uma grande ebulição, pois todos se lembraram deste sucesso dos tempos do Massacration, e foi engraçado ver Detonator ensinando o povo a gritar "Bitch". Para a próxima, cujo título é Saquito surgiu um convidado especial, se é que pode se classificar desta maneira... e o "figura" apareceu vestido de tal como o nome da música e dançou em cima do palco criando um momento surreal, engraçado e desnorteado, que só Detonator poderia proporcionar.

    Vendo que os presentes estavam nas mãos, Detonator convocou um mosh de um fã, o cara subiu no palco, foi seguro pelos seus amigos e então o vocalista anunciou a balada Mula-Sem-Cabeça, outra de suas composições que estarão em seu vindouro cd. Bastante comunicativo, o filho do deus Metal nos ensinou como é o refrão da música Metaleiro, algo mais ou menos assim... "quem nasce no Brasil é brasileiro e quem cresce no Metal é o que... Metaleiro!!!.

  Nesta hora ele praticamente profetizou que nós devemos valorizar as bandas e a cultura nacional, e não ficar "pagando pau" para tudo que acontece lá fora. É uma boa discussão isso, pois temos muitas bandas de alta qualidade no Brasil, porém, não podemos simplesmente dizer: "sou brasileiro e só escuto Heavy Metal Nacional", é importante valorizar sim o que temos aqui, mas não podemos esquecer da importância de muitas bandas internacionais que foram responsáveis pela criação do Rock´n´Roll e do Heavy Metal. Bem, o refrão da música ficou na cabeça e foi facilmente cantado com euforia por todos, além de ganharmos também um baita solo das guitarristas da banda.

    Aproveitando a oportunidade, Detonator comentou de seu lançamento, que estava disponível para vendas, intitulado a Bíblia do Metal, onde ele conta - do jeito dele - os fatos que originaram o Heavy Metal ( ainda quero ler, pois deve ser muito engraçado ) e assim explica também como transformou um Funk ( daqueles ruins ) em Heavy Metal para nos entreter com Saci.

 

    Então, o cantor contou que o Heavy Metal tem um símbolo, aquele criado por Ronnie James Dio, que nós todos conhecemos e utilizamos com orgulho em nossas vidas, mas que o Heavy Metal Brasileiro também tem que ter um símbolo próprio e que o nosso é uma junção do criado pelo Dio com outro que lembra uma buceta ( faça o tradicional que você conhece e junte com os polegares abertos e verá o que sai ).

    Com a deixa, Metal Bucetation tomou conta do Santa Fé Eventos com muitos solos das guitarristas, que superaram o problema inicial e além de serem muito bonitas tocaram sem dó. Quem também tocou muito e cantou muito foi a baterista Iza Molinari, que participou fazendo os backing vocals de quase todas as canções.

    Detonator nos perguntou se gostamos de 'Animes' japoneses e comentou que se apresentou no Anime Friends em julho ( confira detalhes como foi ) e que lá tocou uma música muito pedida pelos fãs, e obviamente ao sacar a jogada o pessoal de Itapira também pediu e o nosso herói cantou a Saint Seya, tema do desenho Os Cavaleiros do Zodiáco. O irônico vocalista comentou também do show acontecido no dia anterior do Black Sabbath, da importância e tudo mais, porém enfatizou que o show dele era mais importante. Perái né Detonator... você pode ser o filho do deus Metal, mas meus amigos(as), quem tocou no dia anterior foram simplesmente os criadores do Heavy Metal.

 

   Pelo que mostrou neste show em Itapira, Detonator está querendo dar mais valor à cultura brasileira como temática de suas músicas, que elas devem ser cantadas em português e levar uma proposta de diversão com todo o humor que ele possui. A proposta é boa, e quem estava presente nesta noite em Itapira, creio que gostou. Fica a dica e vamos torcer para que o Detonator e As Musas do Metal possam propagar essa ideia por todo o país.

    Mesmo sem contar com um público expressivo, Itapira continua com o título de capital do Rock de nossa região, mas os headbangers ou metaleiros ( segundo Detonator ) precisam aparecer mais nos eventos para motivar a competente equipe da Festa Rock a continuar produzindo os grandes shows que fazem. Entretanto, registro os meus parabéns a todos os envolvidos nesta noite pelas boas horas de Rock´n´Roll que tivemos novamente.

Texto e Fotos por Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos à Leandro Sartori, Fernando Pinna´s
e equipe da Festa Rock pela atenção e credenciamento
Novembro/2013

 

  

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